terça-feira, 30 de outubro de 2018


O poder do sofrimento 2 Tm 2.3-13


Introdução

No dia 30 de julho de 1967, uma jovem esportista – Joni Tada -  de dezessete anos sofreu um acidente ao mergulhar num lago, batendo a cabeça numa rocha submersa. Aquilo a deixou paralisada do pescoço para baixo. De inicio, ela lutou bravamente contra a própria condição, decidida a andar de novo. Mas aos poucos ela percebeu que o dano era permanente e que jamais recuperaria o uso das mãos e dos pés.

Com o tempo, arrastou-se para fora do PROFUNDO BURACO ESCURO. Ela começou a confiar em Deus e a encarar o futuro com realismo. Ela aprendeu a pintar com a boca; ficou famosa como conferencista e escritora. E o centro de sua transformação foi a redescoberta da Bíblia. Joni foi auxiliada pela visão de Jesus na cruz, “imobilizado, desamparado, paralisado”, assim como ela. Mas o que mais a ajudou foi a ressurreição. “Agora tenho esperança no futuro, a Bíblia fala que nossos corpos serão “glorificados  no ceu”... agora sei o significado de ser “glorificado”. É o momento depois da minha morte aqui, em que vou dançar com meus próprios pés”. 



Joni descreve um congresso cristão em que o pregador pediu aos irmãos que se ajoelhassem para orar. Neste momento lembrou-se da ressurreição: “Sentada ali, lembrei-me que no céu serei livre para pular, dançar, chutar e fazer areóbica. E embora tenha certeza de que jesus ficará deliciado em me ver na ponta dos pés, há algo que planejo fazer e que pode alegrá-lo mais. Se possível, em algum lugar, em algum momento antes da festa começar, em algum momento antes de os convidados serem chamados à mesa do banquete nas bodas do cordeiro, a primeiro coisa que planejo fazer com as minhas pernas ressuscitadas é cair sobre os joelhos gratos e glorificados. Em silencio, vou me ajoelhar aos pés de Jesus.

1)    Pondera
Pondera o que acabo de dizer, porque o Senhor te dará compreensão em todas as cousas” (2 Tm 2.7).

Para que Timóteo conheça e compreenda a verdade das metáforas há pouco empregadas por Paulo (soldado “não se deixa se envolver com os negócios da vida civil”, atleta “compete de acordo com as regras” e o lavrador “trabalha arduamente para colher os frutos”), dois processos far-se-ão necessários, um humano e outro divino. Timóteo deverá “ponderar” ou “meditar” sobre o ensino do apóstolo, ouvindo-o atentamente e concentrando nele a sua mente. Assim o Senhor lhe dará compreensão de todas as cousas. 


Em primeiro lugar, para recebermos a compreensão que vem do Senhor, temos de considerar o que o apostolo está dizendo. Ele ordena que Timóteo medite sobre o seu ensino e promete-lhe que o Senhor lhe dará “COMPREENSÃO EM TODAS AS COUSAS”, se assim proceder.

Em segundo lugar, para recebermos a compreensão que vem do Senhor, temos que, considerar o que o apóstolo está dizendo. Alguns cristãos nunca se aprofundam no ESTUDO BIBLICO sério. Alguns não querem porque não desejam se APROFUNDAR ESPIRITUALMENTE na vida cristã, preferem ficar no rasinho. Outros, acreditam que a compreensão lhes virá do Espírito Santo e não de sua própria MEDITAÇÃO. Portanto, não estão obedecendo a ordem do apostolo “pondera o que acaba de dizer”.

Outros são bons estudiosos da Bíblia “são laboriosos agricultores”: usam suas mentes e esquadrinham o texto das escrituras; comparam versões, consultam concordâncias e leem comentários com a maior atenção. Sabendo que o Senhor concede a compreensão, e que ele a concede como uma dádiva. 



2)    O sofrimento, uma condição para a benção (vs. 8-13).
a)     A experiência de Cristo (v.8)
“Lembra-se de Jesus Cristo”. Por quê? A memória humana esquece facilmente dos fatos. Em Juízes o lema era: “eles logo se esqueceram” (Jz 3.7). E, foi para impedir o nosso esquecimento do Cristo crucificado que ele, deliberadamente instituiu a ceia como uma festa de recordação (1 Co 11:23: “...O Senhor na noite em que foi traído, tomou o pão; e tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM...”. Mesmo assim, a igreja esquece-se frequentemente de Jesus Cristo, em atividades humanas, ou em seus afazeres. 


Primeiramente, consideremos a pessoa de Jesus. As palavras da “descendência de Davi”, retratam a sua humanidade, porque falam da sua descendência terrena. 

Segundo, “ressuscitou dos mortos”, implica que ele morreu pelos nossos pecados e foi ressuscitado para provar sua eficácia do seu sacrifício propiciatório.

b)    a experiência do apostolo Paulo (vs. 9-10). “sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor...”

Em 2 Corintios 1.8, lemos: “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas próprias forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida”.  João Calvino afirma que Paulo usa uma metáfora representando uma pessoa espremida debaixo de um peso esmagador ou um navio que está afudando devido ao excesso de carga.

“Sofro prisões, mas a palavra de Deus não está presa”. É na realidade uma relação de causa e efeito: “por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que eles obtenham a salvação”.

c)     Nossa experiência cristã (vs. 11-13)
Se morremos com ele, também com ele viveremos; se, perseveramos, também com ele reinaremos” (vs. 11 e 12).

“Se morremos com Cristo”. Esta morte NÃO É NOSSA MORTE PARA O PECADO ATRAVÉS DA UNIÃO COM CRISTO EM SUA MORTE, MAS SIM À NOSSA MORTE PARA NÓS MESMOS E PARA A NOSSA SEGURANÇA (Mt 10.38-39), ao tomarmos a cruz e seguimos a Cristo. A morte para o “eu” é descrita por Paulo, em Romanos 6.3: “ou porventura ignorais que todos os que fomos batizados na sua morte”. Assim a vida cristã é representada como sendo uma vida de morte, uma vida de perseverança.

SE O NEGARMOS, ELE POR SUA VEZ NOS NEGARÁ; SE SOMOS NFIÉIS, ELE PERMANECE FIEL, POIS DE MANEIRA NENHUMA PODE NEGAR-SE A SI MESMO”. (vs. 12-13).  


“Se o negarmos, ele por sua vez nos negará”, parece ser um eco da advertência do próprio Senhor. “Mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus” (Mt 10.33). 

“Se somos infiéis, ele permanece fiel”. Não é um tranquilizante, mesmo que nos desviemos de Cristo, ele não se desviará de nós, visto que nunca será infiel como nós o somos. MAS, “SE O NEGARMOS” E “SE SOMOS INFIÉIS”, SÃO PARALELOS, implicando, por conseguinte que “ELE POR SUA VEZ NOS NEGARÁ” E “ELE PERMANECE FIEL”, TAMBÉM SÃO PARALELOS.  Na verdade, se ele não nos negasse, ele teria de negar a si mesmo. Contudo, de maneira nenhuma Deus pode negar-se a si mesmo. 



PERGUNTA. DEUS NÃO PODE FAZER QUALQUER COISA E TODA QUE QUEIRA? TODAS AS COISAS NÃO LHE SÃO POSSIVEIS? ELE ENTÃO NÃO É ONIPOTENTE? SIM é ONIPOTENTE! MAS A ONIPOTENCIA DE DEUS É REFERENTE À LIBERDADE E AO PODER QUE ELE TEM PARA FAZER TUDO O QUE DECIDIR FAZER. E O QUE DECIDE FAZER É SEMPRE O BEM, AGINDO UNICAMENTE DE ACORDO COM A PERFEIÇÃO DO SEU CARÁTER E DA SUA VONTADE.

Por isso Deus permanece o mesmo eternamente, o mesmo Deus de misericórdia e justiça, cumpridor de suas promessas sejam elas de benção ou de julgamento, DANDO-NOS A VIDA, SE MORREMOS COM CRISTO, E UM REINO, SE PERSEVERAMOS, MAS TAMBÉM NEGANDO-NOS, SE O NEGAMOS.

CONCLUSÃO:

Paulo usa uma analogia do cotidiano (soldado: disposto a suportar as durezas; atleta: a disciplina e lavradores: fadiga) e da experiência espiritual (a de Cristo, a sua própria e a de cada cristão) e insiste através desses versículos que as bênçãos fluem através do esforço, o fruto através da labuta; a vida através da morte; e a glória através do sofrimento. 





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