O poder do
sofrimento 2 Tm 2.3-13
Introdução
No dia 30 de julho de 1967, uma jovem esportista – Joni Tada
- de dezessete anos sofreu um acidente
ao mergulhar num lago, batendo a cabeça numa rocha submersa. Aquilo a deixou
paralisada do pescoço para baixo. De inicio, ela lutou bravamente contra a própria
condição, decidida a andar de novo. Mas aos poucos ela percebeu que o dano era
permanente e que jamais recuperaria o uso das mãos e dos pés.
Com o tempo, arrastou-se para fora do PROFUNDO BURACO ESCURO.
Ela começou a confiar em Deus e a encarar o futuro com realismo. Ela aprendeu a
pintar com a boca; ficou famosa como conferencista e escritora. E o centro de
sua transformação foi a redescoberta da Bíblia. Joni foi auxiliada pela visão
de Jesus na cruz, “imobilizado, desamparado, paralisado”, assim como ela. Mas o
que mais a ajudou foi a ressurreição. “Agora tenho esperança no futuro, a
Bíblia fala que nossos corpos serão “glorificados no ceu”... agora sei o significado de ser “glorificado”.
É o momento depois da minha morte aqui, em que vou dançar com meus próprios pés”.
Joni descreve um congresso cristão em que o pregador pediu
aos irmãos que se ajoelhassem para orar. Neste momento lembrou-se da
ressurreição: “Sentada ali, lembrei-me que no céu serei livre para pular,
dançar, chutar e fazer areóbica. E embora tenha certeza de que jesus ficará
deliciado em me ver na ponta dos pés, há algo que planejo fazer e que pode
alegrá-lo mais. Se possível, em algum lugar, em algum momento antes da festa
começar, em algum momento antes de os convidados serem chamados à mesa do
banquete nas bodas do cordeiro, a primeiro coisa que planejo fazer com as
minhas pernas ressuscitadas é cair sobre os joelhos gratos e glorificados. Em
silencio, vou me ajoelhar aos pés de Jesus.
1)
Pondera
“Pondera o que acabo de dizer, porque o Senhor te dará
compreensão em todas as cousas” (2 Tm 2.7).
Para que Timóteo conheça e compreenda a verdade das metáforas
há pouco empregadas por Paulo (soldado “não se deixa se envolver com os
negócios da vida civil”, atleta “compete de acordo com as regras” e o lavrador “trabalha
arduamente para colher os frutos”), dois processos far-se-ão necessários, um
humano e outro divino. Timóteo deverá “ponderar” ou “meditar” sobre o ensino do
apóstolo, ouvindo-o atentamente e concentrando nele a sua mente. Assim o Senhor
lhe dará compreensão de todas as cousas.
Em primeiro lugar, para recebermos a compreensão que vem do
Senhor, temos de considerar o que o apostolo está dizendo. Ele ordena que
Timóteo medite sobre o seu ensino e promete-lhe que o Senhor lhe dará “COMPREENSÃO
EM TODAS AS COUSAS”, se assim proceder.
Em segundo lugar, para recebermos a compreensão que vem do
Senhor, temos que, considerar o que o apóstolo está dizendo. Alguns cristãos
nunca se aprofundam no ESTUDO BIBLICO sério. Alguns não querem porque não
desejam se APROFUNDAR ESPIRITUALMENTE na vida cristã, preferem ficar no
rasinho. Outros, acreditam que a compreensão lhes virá do Espírito Santo e não
de sua própria MEDITAÇÃO. Portanto, não estão obedecendo a ordem do apostolo “pondera
o que acaba de dizer”.
Outros são bons estudiosos da Bíblia “são laboriosos
agricultores”: usam suas mentes e esquadrinham o texto das escrituras; comparam
versões, consultam concordâncias e leem comentários com a maior atenção.
Sabendo que o Senhor concede a compreensão, e que ele a concede como uma
dádiva.
2)
O
sofrimento, uma condição para a benção (vs. 8-13).
a)
A
experiência de Cristo (v.8)
“Lembra-se de Jesus Cristo”. Por quê? A memória humana
esquece facilmente dos fatos. Em Juízes o lema era: “eles logo se esqueceram”
(Jz 3.7). E, foi para impedir o nosso esquecimento do Cristo crucificado que
ele, deliberadamente instituiu a ceia como uma festa de recordação (1 Co 11:23:
“...O Senhor na noite em que foi traído, tomou o pão; e tendo dado graças, o
partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; FAZEI
ISTO EM MEMÓRIA DE MIM...”. Mesmo assim, a igreja esquece-se frequentemente de
Jesus Cristo, em atividades humanas, ou em seus afazeres.
Primeiramente, consideremos a pessoa de Jesus. As palavras da
“descendência de Davi”, retratam a sua humanidade, porque falam da sua descendência
terrena.
Segundo, “ressuscitou dos mortos”, implica que ele morreu pelos nossos
pecados e foi ressuscitado para provar sua eficácia do seu sacrifício propiciatório.
b)
a
experiência do apostolo Paulo (vs. 9-10). “sofro trabalhos e até prisões, como
um malfeitor...”
Em 2 Corintios 1.8, lemos: “Porque não queremos, irmãos, que
ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi
acima das nossas próprias forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida”.
João Calvino afirma que Paulo usa uma
metáfora representando uma pessoa espremida debaixo de um peso esmagador ou um
navio que está afudando devido ao excesso de carga.
“Sofro prisões, mas a palavra de Deus não está presa”. É na realidade
uma relação de causa e efeito: “por esta razão, tudo suporto por causa dos
eleitos, para que eles obtenham a salvação”.
c)
Nossa
experiência cristã (vs. 11-13)
“Se morremos com ele, também com ele viveremos; se,
perseveramos, também com ele reinaremos” (vs. 11 e 12).
“Se morremos com Cristo”. Esta morte NÃO É NOSSA MORTE PARA O
PECADO ATRAVÉS DA UNIÃO COM CRISTO EM SUA MORTE, MAS SIM À NOSSA MORTE PARA NÓS
MESMOS E PARA A NOSSA SEGURANÇA (Mt 10.38-39), ao tomarmos a cruz e seguimos a
Cristo. A morte para o “eu” é descrita por Paulo, em Romanos 6.3: “ou porventura
ignorais que todos os que fomos batizados na sua morte”. Assim a vida cristã é
representada como sendo uma vida de morte, uma vida de perseverança.
“SE O NEGARMOS, ELE POR SUA VEZ NOS NEGARÁ; SE SOMOS NFIÉIS,
ELE PERMANECE FIEL, POIS DE MANEIRA NENHUMA PODE NEGAR-SE A SI MESMO”. (vs.
12-13).
“Se o negarmos, ele por sua vez nos negará”, parece ser um
eco da advertência do próprio Senhor. “Mas aquele que me negar diante dos
homens, também eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus” (Mt
10.33).
“Se somos infiéis, ele permanece fiel”. Não é um
tranquilizante, mesmo que nos desviemos de Cristo, ele não se desviará de nós,
visto que nunca será infiel como nós o somos. MAS, “SE O NEGARMOS” E “SE SOMOS
INFIÉIS”, SÃO PARALELOS, implicando, por conseguinte que “ELE POR SUA VEZ NOS
NEGARÁ” E “ELE PERMANECE FIEL”, TAMBÉM SÃO PARALELOS. Na verdade, se ele não nos negasse, ele teria
de negar a si mesmo. Contudo, de maneira nenhuma Deus pode negar-se a si mesmo.
PERGUNTA. DEUS NÃO PODE FAZER QUALQUER COISA E TODA QUE
QUEIRA? TODAS AS COISAS NÃO LHE SÃO POSSIVEIS? ELE ENTÃO NÃO É ONIPOTENTE? SIM
é ONIPOTENTE! MAS A ONIPOTENCIA DE DEUS É REFERENTE À LIBERDADE E AO PODER QUE
ELE TEM PARA FAZER TUDO O QUE DECIDIR FAZER. E O QUE DECIDE FAZER É SEMPRE O
BEM, AGINDO UNICAMENTE DE ACORDO COM A PERFEIÇÃO DO SEU CARÁTER E DA SUA
VONTADE.
Por isso Deus permanece o mesmo eternamente, o mesmo Deus de
misericórdia e justiça, cumpridor de suas promessas sejam elas de benção ou de
julgamento, DANDO-NOS A VIDA, SE MORREMOS COM CRISTO, E UM REINO, SE
PERSEVERAMOS, MAS TAMBÉM NEGANDO-NOS, SE O NEGAMOS.
CONCLUSÃO:
Paulo usa uma analogia do cotidiano (soldado: disposto a
suportar as durezas; atleta: a disciplina e lavradores: fadiga) e da experiência
espiritual (a de Cristo, a sua própria e a de cada cristão) e insiste através
desses versículos que as bênçãos fluem através do esforço, o fruto através da
labuta; a vida através da morte; e a glória através do sofrimento.
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