O soldado
cristão – 2 Tm 2.1-7
Introdução:
Terminamos
o capitulo 1, com a pesarosa referência da deserção de Figelo e Hermógenes e a
lealdade desmedida de Onesíforo. Agora, Paulo INSTA com Timóteo para que ele se
mantenha firme, em meio a debandada geral (v.15): “Tu, pois”, “E, você, meu filho”, ou “mas tu”,
ordenando que, Timóteo resista a várias coisas predominantes naquela época. Ou
seja, “não te importes com que outras pessoas possam estar pensando, dizendo ou
fazendo. Não te importes com a fraqueza e a timidez que talvez estejas sentido.
Quanto a ti, Timóteo, sê firme”!
Dizer alguém tão tímido como Timóteo ser forte seria o mesmo
que mandar um caracol ser ligeiro ou exigir que um cavalo voasse. Mas, por meio
da “graça que está em Cristo Jesus”.
1)
A
transmissão da verdade
Primeiramente, a fé fora confiada a Paulo, por Cristo (1.12).
Ela lhe pertence por depósito, não por invenção. O evangelho não é um “evangelho
de homens”; e que não tem base simplesmente na tradição humana. Mas, assim pôde
escrever em Gálatas: “Não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas mediante a
revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.11-12).
Em segundo lugar, o que por Cristo fora confiado a Paulo,
este por sua vez o confiou a Timóteo. Assim “o meu depósito” (1.12) passa a ser
virtualmente “o bom deposito” (v.14), ou seja, o que fora confiado a Paulo é
agora a verdade que é confiada a Timóteo. Este deposito consiste em certas “SÃS
PALAVRAS”, que Timóteo ouvira dos lábios do próprio Paulo. A exata expressão: “ QUE DE MIM OUVISTE” (1.13), “ATRAVÉS DE MUITAS
TESTEMUNHAS”.
Em terceiro lugar, o que Timóteo ouviu de Paulo, deve agora “confiá-lo
a homens fiéis”; os quais seriam certamente encontrados num remanescente dentre
os muitos desertores da Asia. Tais homens são “despenseiros de Deus” (Tito 1.7). E o requisito fundamental para os
dispenseiro é a fidelidade (1 Co 4.1-2).
Em quarto lugar, tais homens devem pertencer aquela qualidade
de homens que sejam “idôneos para instruir a outros”. A habilidade ou competência
que Timóteo deve procurar em tais homens, eram: INTEGRIDADE, LEALDADE DE
CARÁTER E CAPACIDADE DE ENSINAR.
Aqui, estão, pois, os quatro estágios na transmissão da
verdade, destacados por Paulo: de Cristo a Paulo, de Paulo a Timóteo, de
Timóteo a “homens fiéis” e de “homens fieis” a “outros”. Deve ser uma
transmissão da doutrina dos apóstolos, deles recebida sem distorções pelas
gerações posteriores, passada de mão como a tocha olímpica.
Perguntas:
Por que grande parte do povo de Deus não sabe pescar “homens
e mulheres”? Ninguém nos mostrou, na prática, como é ser
discípulo. Sempre fomos para o templo porque tínhamos que aprender sobre a
Bíblia, mas a aula era uma coisa chata e apesar dos professores serem muito
esforçados, ninguém nos chamou para "andar ao lado" e dizer
"façam como eu faço".
Porque
não nos incomodamos com a nossa aridez espiritual? Não aprendemos também que podemos ser
"pais e mães espirituais". Ser pai ou mãe espiritual significa levar
alguém até Jesus, e cuidar dele até que encontre o caminho para a maturidade
espiritual. Quando fazemos isto, não estamos apenas formando novos discípulos,
mas desenvolvendo novos líderes.
Por
que damos mais valor ao crescimento da igreja através da pregação do púlpito do
que através do discipulado? A pregação de
púlpito dá trabalho apenas para o pastor e os pregadores. O discipulado envolve
todos os membros em perdão, restauração e mutualidade. Em qualquer lugar, faça
a pergunta "De que forma voce se converteu" e encontrará os seguintes
resultados: 10% por causa de uma pregação; 2% por causa de um folheto; 3%
porque leram a Bíblia sozinhos; 2% porque foram a igreja; 3% através do rádio
ou da televisão, e 80% por causa de relacionamentos com amigos e familiares. A
maior parte dos resultados é fruto do relacionamento e isto é
a essência do discipulado.
2)
METÁFORAS
O Soldado dedicado (vs. 3,4): "SUPORTE COMIGO OS SOFRIMENTOS, COMO BOM SOLDADO DE CRISTO JESUS. NENHUM SOLDADO SE DEIXA ENVOLVER PELOS NEGÓCIOS DA VIDA CIVIL, JÁ QUE DESEJAR AGRADAR AQUELE QUE O ALISTOU" (V.3,4).
Os soldados em serviço não contam com segurança e facilidade.
Mas, dureza, riscos e sofrimento são aceitos sem contestação. “NENHUM SOLDADO
VAI A GUERRA CERCADO DE LUXURIAS, NEM VAI A BATALHA DEIXANDO UM QUARTO
CONFORTÁVEL, MAS SIM UMA TENDA ESTREITA E PROVISÓRIA, EM QUE HÁ MUITA DUREZA,
SEVERIDADE E DESCONFORTO”. O verdadeiro
soldado “NÃO SE EMBARAÇA EM NEGÓCIOS ALHEIOS”; ao contrário, liberta-se dos
afazeres de natureza civil, a fim e dedicar-se às armas, satisfazendo assim aos
seus oficias superiores.
Assim, na Segunda Guerra Mundial, com frequência se dizia,
com um sorriso bem significativo: “estamos em guerra”.
O ATLETA SUJEITO ÀS
REGRAS (V.5).
“Semelhantemente, nenhum atleta é coroado como
vencedor, se não competir de acordo com as regras”. 2 Timóteo 2:5
Nas olimpíadas gregas, cada prova tinha o seu premio. Não era
medalha de ouro, dou de prata, mas coroas de Louro. Contudo, nenhum atleta era
corado se não tivesse competido “de acordo com as regras”. “Fora do regulamento
não há prêmio”; essa era a palavra de ordem.
Michael Phelps: foi o único atleta a ganhar oito medalhas de
ouro numa única olimpíada; ganhou 19 medalhas de ouro; é considerado o maior
nadador de todos os tempos. Dieta: 12 mil calorias; 6 horas dentro de uma
piscina, durante 12 anos. Minha vida: nadar, comer e dormir.
A vida cristã é geralmente comparada, no Novo Testamento, a
uma corrida, não no sentido de estarmos competindo uns com os outros, mas no sentido
de severa autodisciplina. 1 Timóteo 4.7: “exercita-te a ti mesmo em piedade”
(consagração, oração, jejum). A vida cristã é treinamento (1 Co 9.24-27); no
sentido de que devemos nos desembaraçar de todo peso morto (Hb 12.1-2).
O LAVRADOR DILIGENTE (V.6).
O lavrador que trabalha arduamente deve ser o primeiro
a participar dos frutos da colheita. 2 Timóteo 2:6
O sucesso na lavoura só é conseguido com muito trabalho. Ao
contrário do soldado e do atleta, a vida do agricultor é “totalmente desprovida
de emoção, diante de toda fascinação do perigo e do aplauso”.
No sentido espiritual a conquista de conversões é a nossa
colheita. “A seara na verdade é grande” (Mt 9.37; Joao 4.35). Tanto a semeadura
da boa semente da Palavra de Deus como a colheita são trabalhos duros,
especialmente quando há poucos trabalhadores. Almas são ganhas com lagrimas,
suor, dores e especialmente com oração e sacrifícios.
Conclusão:
“trabalhar” significa “labutar, mourejar”; “cansar-se,
fatigar-se”, ou seja, “trabalhar arduamente, exaurindo todas as forças com o
trabalho pesado; empenhar-se, esforçar-se”. Tudo em prol de almas para o reino
de Deus!
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