Guarda o bom depósito – 2 Timóteo 1.11-18
Introdução: As quatro maiores influencias
na vida de Timóteo.
A formação familiar (v.3) “fé não fingida quem em ti há,
a qual habitou m tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que
também habita em ti” (2 Tm 2.5). A amizade espiritual “...faço memória de ti nas
minhas orações noite e dia; desejando muito ver-te, lembrando-me das tuas
lágrimas, para me encher de gozo” 2 Tm 1.3,4. A disciplina espiritual “uma fé não fingida, a
qual habitou...(Lóide), habitou ...(Eunice) e agora habita em ti” (v.5).
Reavivando o dom espiritual: “Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti
pela imposição das minhas mãos” (v.6).
1)
Comunicar
o evangelho (v.11)
“Se a vida e a imortalidade” que Cristo conquistou são
trazidas à luz “mediante o evangelho”, então, naturalmente é imperativo que
proclamemos o evangelho. Assim, Paulo continua: “para o qual (EVANGELHO) eu fui
designado PREGADOR, APOSTOLO E MESTRE” (1 Tm 2.7). Nas duas passagens, Paulo
usa o EGO enfático, sem duvida para
expressar a sua “sensação de surpresa consigo mesmo” por lhe ter sido conferido
tamanho privilégio.
“Apostolo, pregador e mestre” (v.11). Os apóstolos formularam
o evangelho, os pregadores o proclamam como arautos e os mestres de forma sistemática,
constante esposam de forma sistemática as doutrinas apostólicas e as
implicações para a vida cristã. ESSA FÉ APOSTOLICA DO NOVO TESTAMENTO É
NORMATIVA PARA A IGREJA DE TODOS OS TEMPOS E LUGARES. A IGREJA ESTÁ EDIFICADA “SOBRE
OS FUNDAMENTOS DOS APOSTOLOS E PROFETAS” (Ef 2.20).
Embora, não haja apóstolos de Cristo em nossos dias, certamente
há pregadores e mestres, homens e mulheres chamados por Deus para se
consagrarem à obra da pregação e do ensino. No grego temos dois termos: o
Kerygma (a pregação) e a didachê (o ensino). O KERYGMA corresponde
essencialmente a boa nova de Cristo CRUCIFICADO E RESSURETO, COM O APELO AO
ARREPENDIMENTO E A FÉ. A DIDACHÊ CORRESPONDE PRINCIPALMENTE A INSTRUÇÃO ÉTICA
AOS CONVERTIDOS. Ambos concernem ao evangelho, sendo que o Kerygma era a
proclamação de sua essência, enquanto que a didachê incluía as grandes
doutrinas que o sustentam, assim como a conduta moral dele decorrente.
2)
Sofrer
pelo evangelho (v.12)
“...por cuja causa padeço..., mas não me envergonho...” QUE
HÁ COM O EVANGELHO, QUE OS HOMENS ODEIAM E A ELE SE OPOEM, E QUE POR SUA CAUSA
OS QUE PREGAM TEM DE SOFRER? O que ofende as pessoas é a imerecida gratuidade
do evangelho. O homem “natural” ou não regenerado odeia ter de admitir a
gravidade do seu pecado e culpa, a necessidade da graça de Deus e a morte expiatória
de Cristo para salvá-lo e consequentemente a sua inegável dívida para coma
cruz. NINGUEM CONSEGUE PREGAR COM FIDELIDADE O CRISTO CRUCIFICADO SEM SOFRER
OPOSIÇÃO, OU ATÉ MESMO PERSEGUIÇÃO.
3)
Zelar
pelo evangelho (vs. 12b – 18).
“Mantém o padrão das SÃS palavras que de mim ouviste” (v.
13); “guarda o bom deposito, mediante o Espírito Santo que habita em nós”
(v.14). O EVANGELHO É UM PADRÃO DE SÃS PALAVRAS (V.13) COMO UM DEPOSITO
PRECIOSO (V.14). “SÃS” palavras são palavras saudáveis. A expressão grega é
empregada nos evangelhos nos casos de pessoas curadas por Jesus. Anteriormente
eram deformes ou doentes; agora estavam bem ou “sãs”. Assim, a fé cristã é a “sã
doutrina” (2 Tm 4.3) que consiste de “palavras sãs”, por não ser mutilada ou
enferma, mas “sadia”, ou “completa” (Atos 20.27).
Além disso, essas “sãs palavras” foram dadas por Paulo a
Timóteo num “padrão”, “modelo”, “exemplo”. Paulo estaria ordenando a Timóteo
que se conservasse como um modelo de sãs palavras, isto é, “como um modelo de
ensino sadio”, aquilo que ouvira do apostolo. Assim, o ensino de Paulo deve ser
uma regra ou diretriz para Timóteo, da
qual este não deve ser afastar. Mas, deve apegar-se a ela com firmeza (2 Tm
2.15).
“MEU PONTO DE VISTA PESSOAL É QUE O APOSTOLO ESTÁ DIZENDO A
TIMOTEO QUE GUARDASSE FIRME A DOUTRINA QUE HAVIA APRENDIDO, NÃO SÓ EM SUA
SUSTANCIA, MAS TAMBÉM NA PROPRIA FORMA
DE EXPRESSÃO. SIGNIFICA UM QUDRO VIVIDO, COMO SE O OBJETO ENVOLVIDO ESTIVESSE REALMENTE
DIANTE DE SEUS OLHOS” JOAO CALVINO.
A fé apostólica não é somente um “padrão de sãs palavras” é
também o “bom deposito”, “as coisas boas que foram entregues a você”. O
evangelho é um tesouro, depositado em custódia da igreja. Cristo o confiou a
Paulo; e Paulo por sua vez, o confiou a Timóteo. Timóteo deveria “guarda-lo”. O
verbo grego tem o sentido de guardar algo “para que não se perca ou se
danifique”. É empregado com a ideia de
guardar um palácio contra saqueadores e bens contra assaltantes (Lc 11.21 e
Aros 22.20). Fora há herege prontos a
corromper o evangelho e desta forma roubar da igreja o inestimável tesouro que
lhe foi confiado.
4)
Deserção
e fidelidade
“Me abandonaram”: De Figelo e Hermógenes nada sabemos de
concreto, mas a menção de seus nomes nos indica
que possivelmente eles tenham sido os cabeças da oposição. De qualquer
modo, Paulo via nesse afastamento das igrejas da Asia mais do que uma simples
deserção pessoal dele; era, sim, uma rejeição à autoridade apostólica. Lucas
registra que “todos os habitantes da Asia ouviram a Palavra do Senhor, e muitos
creram” (Atos 19.10). Agora, “os que estão na Asia”, haviam voltado as costas a
Paulo. “A TODOS OS OLHOS, MENOS AOS DA FÉ, DEVE TER PARECIDO QUE O EVANGELHO
ESTAVA ÀS VESPERAS DA EXTINÇÃO”.
Mas, temos uma grande exceção: Onesíforo (“portador de
préstimos”). O qual repetidas vezes acolhera Paulo em sua casa (literalmente “reanimou-o,
v. 16) e que, em Éfeso, prestara-lhe muitos serviços (v.18). Além disso, não se
envergonhou das algemas de Paulo (v.16), procurando-o até encontra-lo no
calabouço. Não é surpreendente, pois, que se expresse por duas vezes em oração
(vs. 16,18), primeiro por sua casa (“conceda o Senhor misericórdia a casa de
Onesíforo”) e depois, especificamente, por Onesíforo (“O Senhor lhe conceda,
naquele dia, achar misericórdia da parte do Senhor”).
Conclusão:
Timóteo não pode pensar em guardar o tesouro do evangelho com
fora própria; somente poderá fazê-lo “mediante o Espirito Santo que habita em
nós” (v.14). “POR QUE SEI EM QUEM TENHO CRIDO, E ESTOU CERTO DE QUE É PODEROSO
PARA GUARDAR O MEU DEPOSITO ATÉ AQUELE DIA” (V.12). Paulo, podia dizer que o
depósito é “meu”; porque Cristo lho confiou. Contudo, Paulo estava persuadido e
que era Cristo que iria conservá-lo seguro “até aquele dia”, quando ele teria
de prestar contas da sua mordomia.
GUARDA-LO FIELMENTE. DIFUNDI-LO ATIVAMENTE. SOFRER
CORAJOSAMENTE POR ELE.
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