terça-feira, 15 de agosto de 2017

Pais e Filhos – Efesios 6.1-4         
         


Introdução: V.18: “...Enchei-vos do Espírito Santo”. Quatro coisas para sermos cheios do Espírito Santo. 1) falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; 2) cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; 3) Dando sempre graças por tudo ao Nosso Deus e Pai e 4) sujeitando-vos uns aos outros no temor do Senhor.

As mulheres sejam submissas a seus próprios maridos, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher”.
“Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse”.

1)    O dever dos filhos (vs. 1-3). 


“Filhos, obedecei a vossos pais...”.  Filho “obedecei”, mulheres serdes “submissas”. A submissão é diferente da obediência. Pois submissão é uma entrega voluntária de si mesma àquele que a ama, cuja responsabilidade é definida em termos de cuidado construtivo; a responsabilidade do amor é amar.

Três motivos para a obediência dos filhos num lar cristão: a natureza, a lei e o evangelho.

Primeiramente, a natureza: “filhos, obedecei aos vossos pais... pois isto é justo”. Faz parte da lei natural que Deus escreveu em todos os corações humanos. Os moralistas pagãos, tanto os GREGOS E ROMANOS, a ensinavam. Vemos na cultura oriental, uma das maiores ênfases de Confúcio foi dada ao respeito filial; os costumes chineses, coreanos e japoneses continuam a refletir essa tendência. Não nos surpreendemos nem um pouco, quando Paulo inclui “desobediente aos pais” como uma marca tanto da sociedade decadente que foi entregue  à sua própria impiedade por Deus, como daquela dos últimos dias, que começaram com a vinda de Cristo (Rm 1.28-30; 2 Tm 3.1-2).   


Em segundo lugar, a obediência faz parte da lei revelada por Moisés. “Honra teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e seja de longa vida sobre a terra”. Nesta citação, Paulo livremente funde o texto grego de Exodo 20.12 (“honra teu pai e a tua mãe, para que sejam longos os teus dias...”) e Deuteronômio 5.16 (“para que te vá bem”). Muitos cristãos dividem o Decálogo em duas metades desiguais, os quatro primeiros mandamentos – nosso dever para com Deus, e os outros seis, o nosso dever ao nosso próximo. No entanto, os judeus ensinavam regularmente que da cada uma das duas tábuas da lei contém cinco mandamentos. Então, coloca a honra aos nossos pais no âmbito do nosso dever para com Deus. Moises foi ordenado a dizer a Israel: “santo sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo. Cada um respeitará a sua mãe e a seu pai”. Penalidade (Lv 20.9; Dt 21.18-21). 

O apostolo Paulo, lembra a seus leitores que o mandamento no sentido de honrar aos pais  É O PRIMEIRO MANDAMENTO COM PROMESSA, e passar a citar a promessa da prosperidade e da vida longa. A respectiva promessa era a prosperidade material (“para que te vá bem”) e a longevidade (“ e sejas de longa vida sobre a terra”).


O mandamento é incondicional? E para quem é dirigido? Devem os filhos fazer absolutamente tudo quanto os pais mandem que façam? O que acontece se eles conhecem a Cristo, ao passo que os pais, permanecem incrédulos? Se os pais os proíbem se seguir a Cristo ou de filiar-se à comunidade cristã, estão obrigados a obedecer? Pode ter sido exatamente uma situação tal como esta que Jesus teve em mente quando advertiu sobre conflitos de famílias em que pais e filhos ficariam opostos uns aos outros, e nossos inimigos estariam em nosso próprio lar (Mt 10.34-39).

Quem são estes filhos que devem obedecer aos pais? Paulo está se dirigindo a crianças bem pequenas, e a meninos e meninas? Ou inclui todos os jovens que ainda não se casaram e continuam no lar paterno? Na nossa sociedade ocidental, os jovens chegam à maioridade de dezoito anos para vinte um. Mas, enquanto estiver debaixo do teto dos  pais lhes devemos obediência. Depois de casado, não deve mais obediência aos pais, mas HONRA. Se os honrarmos como devemos, nunca os negligenciaremos nem nos esqueceremos deles. Muitas culturas, zelam pelos pais idosos de maneira muito mais conscienciosa e cuidadosa do que a maioria de nós, que vivemos no chamado ocidente cristão.

Em terceiro lugar, “obedeceis vossos pais no Senhor”. O que significa? Traz a obediência dos filhos para o âmbito do dever especificamente cristão, e colocam sobre os filhos a responsabilidade de obedecer aos pais por causa do seu próprio relacionamento com o Senhor Jesus Cristo. No Senhor ainda há maridos e esposas, pais e filhos.  A queda causou uma devastação nos lares. Os relacionamentos se desfizeram. A sociedade foi fracionada. O amor foi pervertido em conscupiscência,e a autoridade em opressão. Mas agora, no Senhor, mediante a sua obra reconciliadora, a nova sociedade de Deus começou, continuando a velha no âmbito da vida familiar.

2)    O dever dos pais. 


“Na chefia da família romana... havia o pater famílias, que exercia uma autoridade soberana sobre todos os membros da família. Ele não somente castigava mas matava os recém nascidos e abandona os filhinhos. Ele poderia vender os filhos como escravos, como fazer os membros trabalhar em seus campos, poderia tomar a lei nas suas próprias mãos, pois a lei assim lhe facultava, e podia castigar como queria, até mesmo aplicando a pena de morte ao seu filho, se quisesse”.

Uma exortação negativa Paulo também dá: “Não provoqueis vossos filhos à ira (v.4), ou “Não vivam reprendendo e irritando seus filhos, deixando-os irados e rancorosos”.  O que sabemos é que os pais PODEM FACILMENTE ABUSAR DA AUTORIDADE, por fazerem exigências irritantes ou absurdas. Podem humilhar e oprimir os filhos ou fazer uso de duas armas: A IRONIA E A RIDICULARIZAÇÃO. QUANTOS JOVENS IRADOS, HOSTIS À SOCIEDADE EM GERAL, APRENDERAM A HOSTILIDADE COMO CRIANÇAS NUM LAR QUE NÃO LHES FOI SIMPÁTICO?

Por outro lado, quase nada leva a personalidade da criança a florescer, seus dons a se desenvolverem, como o encorajamento positivo de pais amorosos e compreensivos.
O PAI DOMINANTE QUE EXERCIA SUA AUTORIDADE PARA SEUS PROPRIOS FINS NÃO TEM O DIREITO DE REIVINDICAR A AUTORIDADE CRISTÃ, ASSIM COMO O FILHO REBELDE. UM ESTÁ ABUSANDO DA AUTORIDADE, O OUTRO ESTÁ ZOMBANDO DELA.

Uma história: um texano, Jordan Benedict. Dono de um rancho de gado, com dois milhões e meio de alqueires, fica furioso  porque o seu filhinho Jordy, com três anos de idade, não se dá com cavalos. Quando o menino é montado num deles, vestido com o uniforme completo de “comboy”, chora para descer. Seu pai fica irado: “Eu montava cavalo antes de saber andar”, diz ele. “Muito bem”, respondeu sua esposa, Leslie, “era muito bonitinho, mas trata-se de você. Aqui temos outra pessoa, que talvez não goste de cavalos...” “ELE É BENEDICT”, o pai retruca, “e vou fazer dele um cavaleiro mesmo se tiver de amarrá-lo para conseguir”. “Voce tem agido como se fosse Deus por tanto tempo que pensa que dirige o mundo”, respondeu sua esposa. “Dirijo a parte dele que é minha”. “Jordy não é só seu. É seu e meu. E nem sequer só nosso. Ele é de si mesmo...”.

Uma exortação positiva: “Criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor”. O verbo criar significa literalmente “nutrir” ou “alimentar” e foi usado em Efesios 5.29 acerca dos cuidados que damos ao nosso próprio corpo. A tradução de João Calvino é: “Sejam acalentados com afeição, tratai deles com brandura”. AS CRIANÇAS SÃO CRIATURAR FRAGEIS QUE PRECISAM DA TERNURA E DA SEGURANÇA E DO AMOR. “Se os pais dedicassem tanta atenção  à criação dos seus filhos quanto dedicam a criação de cachorros e flores, a situação seria muito diferente”. Martin Loyde Jones.

COMO, POIS, OS PAIS DEVEM CRIAR OS FILHOS? RESPOSTA: na disciplina e na admoestação do Senhor.  A palavra admoestação refere-se à educação verbal, ao passo que a palavra disciplina (paidea) significa treinamento por disciplina, até mesmo castigo. “Paidea” (disciplina) é treinamento em que a ênfase  recai na correção dos jovens.

Olha o que diz o Antigo Testamento sobre a disciplina: “o que retem a vara odeia ao seu filho, mas o que ama, cedo o disciplina”. Outra vez, “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Pv 13.24; Pv 22.15; veja também Pv 23.13-14 e 29.15).  É sempre errado disciplinar os filhos quando estão zangados, quando seu orgulho foi ferido, ou quando perderam o controle.

Conclusão: 

“AO DISCIPLINAR UMA CRIANÇA, VOCE DEVE TER PRIMEIRAMENTE CONTROLADO A SI MESMO. QUE DIREITO TEM VOCE DE DIZER AO SEU FILHO QUE ELE PRECISA DE DISCIPLINA QUANDO VOCE OBVIAMENTE ESTÁ PRECISANDO DELA TAMBÉM? O AUTOCONTROLE, O CONTROLE DO SEU PROPRIO GENIO, É UMA condição essencial no controle dos outros.



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