Pais e Filhos – Efesios 6.1-4
Introdução: V.18:
“...Enchei-vos do Espírito Santo”. Quatro coisas para sermos cheios do Espírito
Santo. 1) falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; 2)
cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; 3) Dando sempre graças por
tudo ao Nosso Deus e Pai e 4) sujeitando-vos uns aos outros no temor do Senhor.
“As mulheres sejam submissas a
seus próprios maridos, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher”.
“Maridos, amai
vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por
ela, para que a santificasse”.
1)
O dever dos
filhos (vs. 1-3).
“Filhos,
obedecei a vossos pais...”. Filho
“obedecei”, mulheres serdes “submissas”. A submissão é diferente da obediência.
Pois submissão é uma entrega voluntária de si mesma àquele que a ama, cuja
responsabilidade é definida em termos de cuidado construtivo; a
responsabilidade do amor é amar.
Três
motivos para a obediência dos filhos num lar cristão: a natureza, a lei e o
evangelho.
Primeiramente, a natureza: “filhos,
obedecei aos vossos pais... pois isto é justo”. Faz parte da lei natural que Deus escreveu em
todos os corações humanos. Os moralistas pagãos, tanto os GREGOS E ROMANOS, a
ensinavam. Vemos na cultura oriental, uma das maiores ênfases de Confúcio foi
dada ao respeito filial; os costumes chineses, coreanos e japoneses continuam a
refletir essa tendência. Não nos surpreendemos nem um pouco, quando Paulo
inclui “desobediente aos pais” como uma marca tanto da sociedade decadente que
foi entregue à sua própria impiedade por
Deus, como daquela dos últimos dias, que começaram com a vinda de Cristo (Rm
1.28-30; 2 Tm 3.1-2).
Em segundo lugar, a obediência faz
parte da lei revelada por Moisés.
“Honra teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que
te vá bem, e seja de longa vida sobre a terra”. Nesta citação, Paulo livremente
funde o texto grego de Exodo 20.12 (“honra teu pai e a tua mãe, para que sejam
longos os teus dias...”) e Deuteronômio 5.16 (“para que te vá bem”). Muitos
cristãos dividem o Decálogo em duas metades desiguais, os quatro primeiros
mandamentos – nosso dever para com Deus, e os outros seis, o nosso dever ao nosso
próximo. No entanto, os judeus ensinavam regularmente que da cada uma das duas
tábuas da lei contém cinco mandamentos. Então, coloca a honra aos nossos pais
no âmbito do nosso dever para com Deus. Moises foi ordenado a dizer a Israel:
“santo sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo. Cada um respeitará a
sua mãe e a seu pai”. Penalidade (Lv 20.9; Dt 21.18-21).
O
apostolo Paulo, lembra a seus leitores que o mandamento no sentido de honrar
aos pais É O PRIMEIRO MANDAMENTO COM
PROMESSA, e passar a citar a promessa da prosperidade e da vida longa. A
respectiva promessa era a prosperidade material (“para que te vá bem”) e a
longevidade (“ e sejas de longa vida sobre a terra”).
O mandamento é incondicional? E para quem é dirigido? Devem os filhos fazer
absolutamente tudo quanto os pais mandem que façam? O que acontece se eles
conhecem a Cristo, ao passo que os pais, permanecem incrédulos? Se os pais os
proíbem se seguir a Cristo ou de filiar-se à comunidade cristã, estão obrigados
a obedecer? Pode ter sido exatamente uma situação tal como esta que Jesus teve
em mente quando advertiu sobre conflitos de famílias em que pais e filhos
ficariam opostos uns aos outros, e nossos inimigos estariam em nosso próprio
lar (Mt 10.34-39).
Quem são estes filhos que devem
obedecer aos pais? Paulo está
se dirigindo a crianças bem pequenas, e a meninos e meninas? Ou inclui todos os
jovens que ainda não se casaram e continuam no lar paterno? Na nossa sociedade
ocidental, os jovens chegam à maioridade de dezoito anos para vinte um. Mas,
enquanto estiver debaixo do teto dos
pais lhes devemos obediência. Depois de casado, não deve mais obediência
aos pais, mas HONRA. Se os honrarmos como devemos, nunca os negligenciaremos
nem nos esqueceremos deles. Muitas culturas, zelam pelos pais idosos de maneira
muito mais conscienciosa e cuidadosa do que a maioria de nós, que vivemos no
chamado ocidente cristão.
Em terceiro lugar, “obedeceis vossos
pais no Senhor”. O que significa?
Traz a obediência dos filhos para o âmbito do dever especificamente cristão, e
colocam sobre os filhos a responsabilidade de obedecer aos pais por causa do
seu próprio relacionamento com o Senhor Jesus Cristo. No Senhor ainda há
maridos e esposas, pais e filhos. A queda
causou uma devastação nos lares. Os relacionamentos se desfizeram. A sociedade
foi fracionada. O amor foi pervertido em conscupiscência,e a autoridade em
opressão. Mas agora, no Senhor, mediante a sua obra reconciliadora, a nova
sociedade de Deus começou, continuando a velha no âmbito da vida familiar.
2)
O dever dos pais.
“Na
chefia da família romana... havia o pater famílias, que exercia uma autoridade
soberana sobre todos os membros da família. Ele não somente castigava mas
matava os recém nascidos e abandona os filhinhos. Ele poderia vender os filhos
como escravos, como fazer os membros trabalhar em seus campos, poderia tomar a
lei nas suas próprias mãos, pois a lei assim lhe facultava, e podia castigar
como queria, até mesmo aplicando a pena de morte ao seu filho, se quisesse”.
Uma exortação negativa Paulo também
dá: “Não provoqueis vossos filhos à ira (v.4), ou “Não vivam reprendendo e irritando seus
filhos, deixando-os irados e rancorosos”.
O que sabemos é que os pais PODEM FACILMENTE ABUSAR DA AUTORIDADE, por
fazerem exigências irritantes ou absurdas. Podem humilhar e oprimir os filhos
ou fazer uso de duas armas: A IRONIA E A RIDICULARIZAÇÃO. QUANTOS JOVENS
IRADOS, HOSTIS À SOCIEDADE EM GERAL, APRENDERAM A HOSTILIDADE COMO CRIANÇAS NUM
LAR QUE NÃO LHES FOI SIMPÁTICO?
Por
outro lado, quase nada leva a personalidade da criança a florescer, seus dons a
se desenvolverem, como o encorajamento positivo de pais amorosos e
compreensivos.
O
PAI DOMINANTE QUE EXERCIA SUA AUTORIDADE PARA SEUS PROPRIOS FINS NÃO TEM O
DIREITO DE REIVINDICAR A AUTORIDADE CRISTÃ, ASSIM COMO O FILHO REBELDE. UM ESTÁ
ABUSANDO DA AUTORIDADE, O OUTRO ESTÁ ZOMBANDO DELA.
Uma
história: um texano, Jordan Benedict. Dono de um rancho de gado, com dois
milhões e meio de alqueires, fica furioso
porque o seu filhinho Jordy, com três anos de idade, não se dá com
cavalos. Quando o menino é montado num deles, vestido com o uniforme completo
de “comboy”, chora para descer. Seu pai fica irado: “Eu montava cavalo antes de
saber andar”, diz ele. “Muito bem”, respondeu sua esposa, Leslie, “era muito
bonitinho, mas trata-se de você. Aqui temos outra pessoa, que talvez não goste
de cavalos...” “ELE É BENEDICT”, o pai retruca, “e vou fazer dele um cavaleiro
mesmo se tiver de amarrá-lo para conseguir”. “Voce tem agido como se fosse Deus
por tanto tempo que pensa que dirige o mundo”, respondeu sua esposa. “Dirijo a
parte dele que é minha”. “Jordy não é só seu. É seu e meu. E nem sequer só
nosso. Ele é de si mesmo...”.
Uma
exortação positiva: “Criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor”. O
verbo criar significa literalmente “nutrir” ou “alimentar” e foi usado em
Efesios 5.29 acerca dos cuidados que damos ao nosso próprio corpo. A tradução
de João Calvino é: “Sejam acalentados com afeição, tratai deles com brandura”.
AS CRIANÇAS SÃO CRIATURAR FRAGEIS QUE PRECISAM DA TERNURA E DA SEGURANÇA E DO
AMOR. “Se os pais dedicassem tanta atenção
à criação dos seus filhos quanto dedicam a criação de cachorros e
flores, a situação seria muito diferente”. Martin Loyde Jones.
COMO,
POIS, OS PAIS DEVEM CRIAR OS FILHOS? RESPOSTA: na disciplina e na admoestação
do Senhor. A palavra admoestação
refere-se à educação verbal, ao passo que a palavra disciplina (paidea)
significa treinamento por disciplina, até mesmo castigo. “Paidea” (disciplina)
é treinamento em que a ênfase recai na
correção dos jovens.
Olha
o que diz o Antigo Testamento sobre a disciplina: “o que retem a vara odeia ao
seu filho, mas o que ama, cedo o disciplina”. Outra vez, “A estultícia está
ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Pv
13.24; Pv 22.15; veja também Pv 23.13-14 e 29.15). É sempre errado disciplinar os filhos quando
estão zangados, quando seu orgulho foi ferido, ou quando perderam o controle.
Conclusão:
“AO
DISCIPLINAR UMA CRIANÇA, VOCE DEVE TER PRIMEIRAMENTE CONTROLADO A SI MESMO. QUE
DIREITO TEM VOCE DE DIZER AO SEU FILHO QUE ELE PRECISA DE DISCIPLINA QUANDO
VOCE OBVIAMENTE ESTÁ PRECISANDO DELA TAMBÉM? O AUTOCONTROLE, O CONTROLE DO SEU
PROPRIO GENIO, É UMA condição essencial no controle dos outros.
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