A dança da trindade
e nós. Mc. 1.1-11
Introdução: Quem foi Marcos?
Marcos escreveu seu evangelho em
Roma na companhia do apostolo Pedro. Pedro estava em Roma sendo preparado para
o martírio. Em sua presença e sob sua influencia, Marcos escreveu sua história
sobre Jesus. Marcos, no meio dos
apóstolos, adquiriu um apelido carinhoso: Colobodactylus, ou seja, “dedos de
toco”. Uma explicação sugerida para o apelido é que Marcos era um homem grande
com dedos desproporcionalmente pequenos – dedos curtos e grossos. Talvez, esse
apelido surgiu, quando o viam trabalhar todos os dias escrevendo seu evangelho,
que observavam aqueles dedos curtos e grossos movendo-se de um lado para o
outro com a pena atravessando o pergaminho, e que observaram, em tom jocoso
(engraçado) a incongruência entre os dedos de aparência desajeitada que
seguravam a pena e o tamanho do físico dele.
Quando Marcos escreveu, seu evangelho? A fonte de resposta
mais antiga vem de Papias, bispo de Hierapolis até o ano 130 d.C, que disse que
Marcos havia atuado como secretário e tradutor de Pedro e que “escreveu
acuradamente tudo quanto ele (Pedro) se lembrou”. Marcos, escreveu seu
evangelho no ano 64, tempo da perseguição de Nero. Esse testemunho é de singular importância, uma
vez que há evidencias de que Papias (que viveu de 60 a 135 d.C.) conheceu
pessoalmente João.
1)
Jesus
Cristo, o Filho de Deus.
Jesus é o “Cristo” e o Filho de Deus. Christos é um termo
grego que significa uma “FIGURA REAL UNGIDA”. Era outro modo de se referir ao
“Messias”, aquele que viria para aplicar o reino de Deus na terra. Ele não
seria apenas mas um rei, mas sim o Rei. É, também chamado de “Filho de Deus”. É
uma afirmação de total divindade. Mas, Marcos vai além e faz a suprema
declaração. Citando a passagem de Isaias (Is 40.3), Marcos assegura que João
Batista é o cumprimento da profecia da “voz” que clama no deserto. João Batista
era aquele que prepararia o caminho do Senhor (Yahweh).
2)
A
dança da Trindade.
“Naqueles dias, veio
Jesus de Nazaré da Galiléia e foi batizado por João no Jordão. E logo que saiu
da água, Jesus viu os céus se abrirem, e o Espírito descendo como pomba sobre
ele. E uma voz disse dos céus: Tú és o
meu Filho amado, em ti me agrado” (Mc 1.9-11).
Em Genesis 1.2 diz que o Espírito de Deus pairava sobre a
face das águas. O verbo hebraico significa “bater as asas”: o Espírito
sobrevoava a face das aguas. A tradução dos targuns, hebraico é: “A terra era
sem forma e vazia, e havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava
sobre a face das aguas como uma pomba. Disse Deus: Haja luz”. Aqui, vemos três participantes em atividade
na criação do mundo: Deus, o Espírito de Deus e a Palavra de Deus, por meio da
qual ele cria.
Esses mesmos três participantes estão presentes no batismo de
Jesus. O pai que é a voz; o Filho, que é a Palavra; e o Espírito descendo como
uma pomba. Aqui, Marcos está deliberadamente de volta a criação do começo da
história. Agora, a salvação e restauração de todas as coisas, estava começando
naquele momento com a chegada do Rei, também era um projeto do Deus triúno.
A doutrina da Trindade afirma que Deus É UM SÓ E EXISTE
ETERNAMENTE EM TRÊS PESSOAS. Nada tem a ver com o triteísmo, com três deuses
que agem em harmonia; nem com o unipersonalismo, ou seja, a noção de que Deus
ora assume uma forma ora assume outra, mas tais formas são simplesmente
diferentes manifestações de um único Deus. A doutrina da trindade sustenta que
existe um só Deus em três pessoas que conhecem e amam umas às outras.
Quando Jesus saiu da água, o Pai o envolveu e o cobriu com
palavras de amor: “Tu és o meu Filho amado; em ti me agrado”. Nesse mesmo
instante, o Espírito o revestiu de poder. Isso é o que vem acontecendo no
interior da Trindade por toda a eternidade. Segundo a Bíblia, O Pai, o Filho e
o Espírito Santo glorificam um ao outro. Jesus diz na oração registrada no
Evangelho de João: “Eu te glorificarei na
terra, completando a obra da qual me encarregaste. Agora, pois, glorifica-me, ó
Pai, junto de ti mesmo, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo
existisse (Jo 17.4,5; Jo 16.13-14). CADA PESSOA DA TRINDADE GLORIFICA AS
OUTRAS.
Nas Palavras de C.S Lewis: “No Cristianismo Deus não é algo
estático, mas sim dinâmico, uma atividade pulsante, uma vida, quase que uma espécie
de drama. Quase que, se você não me achar irreverente, uma espécie de dança”.
As pessoas dentro de Deus exaltam umas
às outras, tem comunhão umas com as outras, submetem-se umas às outras.
Cada pessoa divina abriga as outras no centro do seu ser. Num constante
movimento de abertura e aceitação, cada pessoa envolve e cinge as demais. A
vida interior de Deus transborda em consideração pelos outros.
Perichoresis (peri: ao
redor; choresis: dança) significa dança em grego. Kal Barth escreveu: afirma que os modos divinos
de existência se condicionam e se permeiam mutuamente com tamanha perfeição que
um se encontra invariavelmente nos outros dois, e os outros dois, neste”.
Imagine uma dança com três participantes em cada grupo. A música começa e os
três, de mãos dadas, começam a se movimentar num círculo. Com um sinal do
marcador, eles soltam as mãos, mudam a formação, vão de um lado para o outro. O
ritmo acelera, os participantes movem-se com mais rapidez. Todos os movimentos
são perfeitamente coordenados, seguindo ritmos precisos e cada pessoa mantém
sua própria identidade. Os movimentos são tão rápidos que, por vezes, é
impossível distinguir uma pessoa da outra.
“O QUE ISSO IMPORTA?” pergunta C.S. Lewis. “Importa mais do que tudo no mundo. Toda essa dança,
ou drama, ou padrão dessa vida tripessoal deve estar representada em cada um de
nós. POR QUE SERÁ QUE LEWIS OPTA POR PERMANECER NESSA IMAGEM DE UMA DANÇA? Uma vida
centrada em si mesma é parada, estática; não é dinâmica”.
3)
Entrando
na dança.
Se este mundo foi criado por um Deus triúno, relacionamento
de amor são a essência da vida. Se
estamos aqui por mero acaso, em consequência da seleção natural, então, o que
eu e você chamamos de amor não passa de uma reação química do cérebro. Se o
Deus que existe é unipessoal, houve um tempo em que Deus não era amor; antes
que Deus criasse o mundo, quando havia apenas uma pessoa divina, não havia a
quem amar, pois o amor só pode existir em UM RELACIONAMENTO.
Conclusão: Por que um
Deus triúno criaria o mundo?
Há somente uma resposta. Ele deve ter-nos criado não para
receber alegria, mas para dar. Ele deve ter-nos criado para nos convidar a
entrar na dança, para dizer: Se você me glorificar, se centralizar sua vida em
torno de mim, se apreciar minha beleza por aquilo que eu sou em mim mesmo,
então você entrará na dança, que é o motivo pela qual foi feito.
Bibliografia: A
maldição do Cristo Genérico, Eugene Peterson. A cruz do Rei, Tim Keller.
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