O ginásio de Deus – Hb 12.5-14
Introdução: Alguns
perigos dentro e fora de nós:
Há certos perigos à nossa volta nesta vida terena e
precisamos ser protegidos deles – o
perigo do orgulho, da autossatisfação, da presunção, o perigo de nos afastarmos
e nos tornamos mundanos. Sem perceber esses perigos horríveis estão sempre
ameaçando o cristão nesta vida e neste mundo. Por isso, não há nada melhor para o
desenvolvimento da humildade do que a
correção, e precisamos dela se vamos ser humildes e mansos. Ele “açoita todo o
que recebe por filho” e porque “o Senhor corrige o que ama”. Esse é o ensino.
A correção pode vir de muitas maneiras. Pode vir através das circunstancias,
pode assumir a forma de uma perda financeira ou alguma dificuldade em nossos
negócios ou profissão; pode vir como algo que nos abate e nos deixa perturbados
e perplexos; pode vir mediante um desapontamento ou decepção pessoal, ou através
de uma doença.
1)
Maneiras
erradas de reagir a correção.
O perigo de
desprezar: “Filho meu, não desprezes a
correção do Senhor”. Essa é a primeira forma errada de reagir a correção – é
encara-la de forma leviana, não lhe dando atenção; coloca-la de lado como algo
sem importância, não a levando a sério – apresentando uma fachada de coragem,
por assim dizer, não permitindo que a correção nos afete. “Muitas das coisas que estão desgraçando a vida hoje não poderiam
acontecer se as pessoas fossem sensíveis – se tivessem um mínimo de
sensibilidade”.
“E não desmaieis
quando por ele fores repreendido” (v.5). Esta é uma
citação do Velho Testamento, do livro de Provérbios (Pv 3.11-12), e se refere
ao perigo de ficar desanimado com a correção, o perigo de desmaiar por causa
dela, o perigo de desistir e se entregar, o perigo de se sentir
desesperançado. “Eu não posso suportar
isto”. O coração desanima, e aquilo nos esmaga. Isso nos leva a tendência de
questionar por que aquilo aconteceu, e se Deus está sendo justo.
“E que nenhuma raiz
de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem”. Há pessoas que reagem às provações,
testes e correções da vida, ficando amarguradas. “Há pessoas que, antes de serem assaltadas
pela correção, pareciam muito amigáveis e simpáticas, mas quando são assaltadas
pelas correções, tornaram-se amargas, egocêntricas e difíceis. Elas se voltaram
para si mesmas, sentindo que o mundo todo estava contra elas. Tais pessoas não
podem ser ajudadas; a amargura entra em suas almas, aparece em seus
rostos”. Estas coisas que nos acontecem
na vida provam-nos no mais profundo do nosso ser, e revelam se realmente somos
filhos de Deus ou não!
2)
Maneiras
certas de reagir a correção.
Devemos nos
comportar como filhos, e não como crianças. “Voces se esqueceram da exortação que
argumenta com vocês como pessoas adultas – como filhos. Voces já não são
crianças”. São adultos, então, parem de desmaiar, acabem com as lamúrias e o
choro, parem de agir como crianças emburradas. Voces dizem que são adultos, mas
estão mostrando que ainda são bebês, ao se comportarem assim”.
Que devemos fazer,
então, se somos adultos? Ele começa com uma negativa em forma de repreensão, dizendo:
“Já vos esqueceste da exortação”. Ou seja, vocês estão caindo nessa armadilha
de resmungar, mas não tem qualquer desculpa. Quando alguma coisa errada
acontece na vida do incrédulo, o que ele tem para sustentá-lo? O cristão, no
entanto, tem a Bíblia, e deve colocar qualquer circunstancia no contexto da
Palavra de Deus.
Devemos prestar
atenção e seguir os argumentos da Palavra de Deus. “E
já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como a filhos”. Ora,
essa palavra “argumentar” tem o sentido de “apresentar razões, persuadir”.
Portanto, a Palavra de Deus não nos dá simplesmente uma consolação geral; ela
sempre nos dá um argumento. Há muitas
pessoas, infelizmente, que leem a Biblia de uma forma puramente
sentimental. Mas a palavra de exortação
argumenta conosco – ela apresenta razões, persuade.
Qual é o argumento? É Deus quem está fazendo isso, e Ele
está fazendo isso com vocês porque são Seus filhos (Hb 12.9-10). Deus,
portanto, é quem está fazendo isso conosco, e está fazendo isso porque somos
Seus filhos; Ele está fazendo para o nosso bem, porque somos Seus filhos. E, no versículo onze temos: “E, na verdade, toda correção, no presente,
não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacifico
de justiça...”. Acrescenta: “... nos
exercitados por ela”. As únicas pessoas que serão beneficiadas pela
correção, são aquelas “exercitadas por elas” aquelas que se submetem ao
tratamento de Deus.
Qual é o processo? Ele nos diz que Deus fará estas coisas
conosco, colocando-nos num ginásio. Este é o sentido original da palavra que é
traduzida como “exercitar”, e apresenta um quadro maravilhoso. Dizem que a raiz
desta palavra “ginásio” é uma palavra que significa “ser completamente desnudo”.
Então, o quadro que temos aqui é o de alguém que é levado para um ginásio e ali
ordenam que se desnude completamente (Hb 12.1: “deixemos todo o embaraço, e o
pecado que tão de perto nos rodeia”).
Duas ideias: Alguém que precisa de exercícios. Ele foi
negligente com seu corpo, foi indolente num sentido físico, então o instrutor o
leva para o ginásio e o faz passar pelos exercícios para que ele possa
desenvolver uma forma física perfeita (VS. 12-13). Observem que menciona
joelhos desconjuntados, e parece haver uma fraqueza geral.
Estamos num ginásio espiritual. Deus nos desnuda. Ele nos
examina, e sabe exatamente o que precisamos. Agora tudo o que precisamos fazer
é nos submeter a Ele e fazer exatamente o que Ele nos diz. No momento em que
algo acontece conosco, devemos dizer: “Estou no ginásio de Deus. Alguma coisa
deve estar acontecendo”. O que está errado? (Sl 119.71). Portanto, devemos examinar a nós mesmos,
profundamente, tentando descobrir a causa. Nada disso é motivo de alegria, mas
precisamos vasculhar a nossa vida,
examinar as profundezas do nosso ser, por mais doloroso que seja, para ver se
há algum ponto em que temos nos desviado sem perceber.
Conclusão:
Devemos confessar nossos pecados. Esta é uma parte vital dos
exercícios, e nunca nos recuperaremos, se não fizermos isso. E, depois, “tornai
a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjutados. Ou seja, devemos ter
domínio próprio, ser firmes, andar eretos, ser vigorosos.
Bibliografia
Martin Lord Jhones - Depressão Espiritual
Biblia Comentada Almeida
Bibliografia
Martin Lord Jhones - Depressão Espiritual
Biblia Comentada Almeida
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