O chamado de Abraão.
Gn 12.1-9
O chamado de Abraão é o acontecimento mais importante do
Antigo Testamento. Aqui tem inicio a obra da redenção que fora prometida no
jardim do Éden (Gn 3.15). Chama um homem para fundar a raça escolhida mediante
a qual realizaria a restauração da humanidade. Moisés, escritor do livro,
dedicou 11 capítulos ao que aconteceu antes de Abraão, ao passo que 13
capítulos se referem quase exclusivamente à vida pessoal de Abraão. As três
grandes religiões monoteístas, o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, reverenciam-no
como o pai de sua fé.
1) Deus chama Abrão.
Conhecemos esse homem pelo nome de Abraão, mas ele nasceu
Abrão. Seu nome foi mudado por Deus, mas, durante os primeiros 99 de seus 175
anos, ele se chamou Abrão, que em hebraico é “pai exaltado”. Ele viveu em uma
cidade próspera, agitada e civilizada conhecida como “Ur dos Caldeus”. A terra
dos caldeus – também conhecida como Mesopotâmia – se localizava onde hoje esta
o Iraque.
As pessoas da Mesopotâmia antiga adoravam um panteão mítico
governado pelo deus da lua, conhecido como Sin, a quem consideravam “o senhor
do céu” e “criador divino”. Tal como seus parentes e vizinhos, Abrão adorava
ídolos e aceitava a existência de vários deuses como verdade (Js 24.2). Mesmo
assim, Deus apareceu especificamente a Abrão e deu-lhe instruções
personalizadas: “Sai da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai,
e vá para a terra que eu lhe mostrarei” (Gn 12.1).
Por que Deus escolheu Abrão? Abrão se afastara dos ídolos de
seus ancestrais e buscara o Senhor? Fizera-se digno da misericórdia divina?
Longe disso! Deus escolheu Abrão por motivos
conhecidos apenas no céu. Podemos dizer com certeza que Abrão não havia
feito nada para merecer o favor divino.
O chamado de Deus a Abrão começou com um imperativo: “Sai da
sua terra”. Abrão tinha de deixar para
trás tudo que ele considerava fonte de segurança e provisão – terras e parentes
– e confiar que Deus honraria seu compromisso (Hb 11.8).
Você teria a mesma coragem? Coloque-se no lugar de Abrão.
Voce tem pouco mais de 75 anos e uma esposa na casa dos 65. Viveu em um único lugar
durante toda a sua vida. Tem uma propriedade estabelecida numa cidade familiar,
em meio a parentes e à comunidade que você conhece desde que nasceu. DE
REPENTE, O SENHOR LHE APARECE em uma manifestação física – seja visual, seja
auditiva – cuja aparição não se pode negar, e ele lhe diz que faça as malas e
pegue a estrada rumo a um destino não revelado. Consegue imaginar as conversar
de Abrão com amigos e vizinhos?
_ Bom, vejo que você está fazendo as malas, Abrão.
_ É.
_ É mesmo? Voce vai sair da cidade?
_ Sim, vamos partir daqui a alguns dias.
_ Sabe, você já não é tão moço. Está pronto para começar do
zero em outro lugar?
_ Estou sim. Sarai e eu estamos nos mudando.
_ Sério? Para onde vocês vão?
_ Eu não sei.
_ Voce está arrumando tudo o que tem, deixando tudo o que lhe
é familiar, e não faz ideia do lugar para onde está indo? Acaso perdeu o juízo?
2) Aliança de Deus com Abrão – aliança incondicional.
Temos vários tipos de aliança no Antigo Testamento. No jardim
do Éden, Deus estabeleceu uma aliança com Adão e Eva: “Coma livremente de
qualquer arvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do
mal” (Gn 2.16-17). Perceba a promessa: “no dia em que dela comer, certamente
voce morrerá” (v.17).
Um pouco mais à frente nas escrituras, chegamos ao tempo de
Noé, quando Deus disse: “Darei fim a
todos os seres humanos, porque a terra encheu-se de violência por causa deles.
Eu os destruirei com a terra. Voce, porém, fará uma arca” (Gn 6.13-14).
Quando as águas do dilúvio baixaram, o Senhor prometeu:
“Estabeleço uma aliança
com vocês: Nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um
dilúvio; nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra. Este é o sinal da
aliança que estou fazendo entre mim e vocês e com todos os seres vivos que
estão com vocês, para todas as gerações futuras: o meu arco que coloquei nas
nuvens. Será o sinal da minha aliança com a terra” (Gn 9.11-13).
E a aliança que Deus
fez com Abrão foi incondicional. Deus deu uma ordem ao patriarca, e
Abrão tinha de obedecer para poder receber as bençãos do Senhor. Mesmo assim,
as promessas não continham nenhuma declaração to tipo “se/então/”. Eram simples
declarações:
·
“(Eu)
o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome” (v.2)
·
“Abençoarei
os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem” (v.3)
·
“Por
meio de você todo os povos da terra serão abençoados” (v.3).
Essa Aliança continha três aspectos: UMA BENÇÃO NACIONAL, UMA
BENÇÃO PESSOAL E UMA BENÇÃO INTERNACIONAL.
2.1 ) UMA BENÇÃO NACIONAL. Os descendentes de Abrão seriam suficientemente numerosos
para formar uma grande nação. Não devemos desprezar o fato de que Deus deu essa
garantia a um homem que estava na casa dos 70 anos! A esposa de Abrão, então
com 65 anos, não dera à luz nenhuma criança. CONTUDO, o Senhor prometeu: “Farei
de você um grande povo”. Essa promessa demorou 25 anos!
2.2 ) UMA BENÇÃO PESSOAL INCONDICIONAL. Isso incluía grande riqueza,assim como proteção
pessoal. Mais adiante na história, somos informados que “Abrão tinha
enriquecido muito, tanto em gado como em prata e ouro” (Gn 13.2). Ele era
conhecido por receber muitas bençãos de Deus, incluindo “ovelhas e bois, prata
e ouro, servos e servas, camelos e jumentos” (Gn 24.35). O povo de Canaã se
referia a ele como “um príncipe de Deus em nosso meio” (Gn 23.6).
2.3).
UMA BENÇÃO INTERNACIONAL.
Mais importante que as bençãos nacional e pessoal, uma benção foi posta por
Deus sobre toda a humanidade: “Por meio de você todos os povos da terra serão
abençoados” (Gn 12.3). Isso se refere a todas as raças e nacionalidades – o mundo
inteiro. Deus traria uma benção a todas as pessoas através dos descendentes de
Abrão, a nação hebreia. Esse povo seria “um
reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex 19.6), responsável por conduzir as
nações ignorantes, supersticiosas e idólatras a um relacionamento com o
verdadeiro Deus criador (Is 42.6-7).
Abrão foi instruído por Deus a sair “da
sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai” e ir para um lugar a
ser revelado posteriormente. Infelizmente, ele não respondeu com obediência completa,
mas apenas em parte. Quando saiu de Ur, Abrão levou consigo seu pai, Terá, e
seu sobrinho Ló. Abrão seguiu na direção de Canaã – a terra que Deus lhe
prometera – , mas não seguiu além de Harã. Em Harã havia um altar ao deus Sin –
deus da lua -. Não seria difícil imaginar que o pai de Abrão, a vida toda fora
devota dessa divindade. Foi por isso que o Senhor instruiu Abrão a deixar sua família.
Conclusão: Se você sabe o que Deus
quer que você faça, a obediência não é complicada. Pode ser difícil, mas não é
complicada. Pare de esperar até que seja fácil e desista da busca por
alternativas. O TEMPO DE OBEDECER CHEGOU. AGORA...
Bibliografia: Abraão - Charles R. Swindoll
O Pentateuco - Paul Hoff
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