TEMPO,
INTIMIDADE E ALIANÇA – Ct 8.6-7
Introdução:
Frases sobre o casamento:
“Matrimonio – mar alto para o qual
ainda não se inventou bússola”.
"De
todas as formas, casem-se. Se conseguirem uma boa esposa, serão duplamente
abençoados. Se conseguirem uma má esposa, voces se tornarão filósofos".
Sócrates.
“Um antigo
provérbio árabe afirma que o casamento começa com um príncipe beijando um anjo
e termina com um careca olhando para uma mulher gorda do outro lado da mesa”.
Luis Fernando
Veríssimo, em seu livro Novas Comédias da
Vida Privada, conta a história do relacionamento entre Maria Tereza e
Noberto. Durante o namoro e os primeiros anos do casamento, Noberto gostava de
pegar na mão de sua companheira e, diante dos amigos, referir-se a ela como
“Quequinha”. Mas, com o passar do tempo, Maria Tereza passou a ser chamada de
“a mulher aqui” e, às vezes, de “esta mulherzinha”. À medida que conta a
história da degradação desta relação, Veríssimo constantemente faz uso das
seguintes palavras:
O tempo, o tempo.
O amor tem mil inimigos, mas o
pior deles é o tempo.
O tempo ataca em silêncio.
O tempo usa armas químicas...
O tempo captura o amor e não mata
na hora.
Vai tirando uma asa, depois a
outra.
1)
Definições: intimidade, tempo e
aliança.
Intimidade: é a matéria-prima de
relacionamentos sadios e estáveis. Na medida em que uma relação aprofunda, duas
pessoas vivem momentos de felicidade e de angustia,os quais se tornam parte de
uma memória comum. Assim duas histórias tornam-se uma única (1 Pe 3.6).
“. . . e te prometo ser fiel
na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-te e respeitando-te
todos os dias da minha vida.”
Tempo: o tempo tem o poder de oferecer o espaço
necessário para solidificação de uma relação sadia e a concretização de uma
cumplicidade conjugal. Por outro lado, o tempo também pode correr uma relação
de lembranças ordinárias contadas com irreverência numa roda de amigos. Pouco a
pouco o afeto se vai, as palavras de carinho desaparecem e os toques tornam-se
mera cordialidade.
“Quando o tempo corrói os sentimentos, duas pessoas se veem confusas
quanto ao que fazer com toda a intimidade adquirida ao longos dos anos. Momentos
foram vividos juntos, juras foram feitas, limitações expostas, confissões
verbalizadas e sonhos descritos. E, agora? O que fazer com tudo isso? Romper?
Depois de anos de intimidade, o que é meu ou o que é teu?”
Aliança: é o acordo estabelecido entre duas pessoas de
buscarem, ao longo da vida, a felicidade do outro. É o compromisso de
permanecerem juntas dedicando-se uma a outra, mesmo quando o sentimento se
mostrar instável. É um compromisso aonde as virtudes são celebradas e as
limitações acolhidas, é uma decisão mesmo quando a beleza física da juventude
se esvai ou a paixão da adolescência se dissipa.
Stephen Kanitz, numa ocasião
escrita por ocasião de seu 30º aniversário de casamento, escreve:
Quando você prometer amar
alguém para sempre, está prometendo o seguinte: “Eu sei que nós dois somos
jovens e que vamos viver até os 80 anos de idade. Sei que fatalmente
encontrarei centenas de mulheres mais bonitas e mais inteligentes que você ao
longo de minha vida e que você encontrará dezenas de homens mais bonitos e mais
inteligentes que eu. É justamento por isso que prometo amar você para sempre e
abrir mão desde já dessas dezenas de oportunidades conjugais que surgirão em
meu futuro. O objetivo do casamento não é escolher o melhor par possível mundo
afora, mas construir o melhor relacionamento possível com quem você prometeu
amar para sempre”.
2) Um casal altamente bíblico.
Um anseio de intimidade. O livro de Cantares tem
inicio numa declaração que manifesta todo o desejo humano por intimidade:
Cantares 1.2:
“Beija-me com os beijos de
tua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho”.
O vinho tem a capacidade de
criar um clima de suposta intimidade. Pessoas embriagadas falam umas com as
outras como se fossem intimas. No entanto, passado o efeito do álcool,
sentem-se envergonhadas pelo que foi dito.
Nos dias atuais, temos muitos
casamentos sendo estabelecidos sobre “muito vinho”. Como: apartamentos
decorados, viagens para o exterior, eventos sócias, bens materiais, funcionam
como uma espécie de vinho na relação. Por isso, o casal do livro de Cantares opta
por construir uma relação baseada na verdadeira intimidade: “muitos beijos e
pouco vinho”, eles querem construir um relacionamento concreto com o outro,
enquanto pessoa, e não com as coisas e eventos que giram em torno da relação.
Uma dificuldade: Encontros e desencontros (Ct
3.1,2; 5.5,6-8).
Já era tarde, e a Sulamita
estava deitada esperando ansiosamente a volta do seu marido para casa.
Finalmente, quando ele chegou, ela estava aborrecida com a sua demora e hesitou
em abrir-lhe a porta: “Deixe-me entrar, minha querida, meu amor, minha pombinha
sem defeito...(v.2). Enquanto isso, a Sulamita tentava decidir o que devia
fazer: “O meu amor passou a mão pela abertura da porta, e o meu coração
estremeceu” (v.4). Salomão percebeu que estava sendo rejeitado e resolveu ir
embora. Quando a esposa abriu a porta, não adiantava mais. Ele havia partido:
“Então abri a porta para o meu amor, mas ele já havia ido embora. Como eu
queria ouvir a sua voz! Procurei-o, porém não o puder achar; chamei-o, mas ele
não respondeu” (v.6).
Mas, o que isso nos mostra?
Primeiramente, que a intimidade não é algo que alcançamos da noite para o dia.
Ela carece de tempo e das variadas experiências, boas e ruins. Em segundo
lugar, a intimidade implica em encontros e desencontros. Por último, a
intimidade só é alcançada por aqueles que perseveram.
Uma demanda: Aliança (Ct
8.6).
O selo na antiguidade era o
símbolo maior de um acordo estabelecido, um compromisso assumido ou uma aliança
feita. Enquanto o selo no coração aponta para uma decisão íntima, o selo no
braço fala de uma decisão pública. E qual é a decisão? Um homem e uma mulher
não mais pertenceriam a si mesmos, mas um ao outro.
O amor é comparado com a
morte. Estranha comparação, não é? No entanto, a ideia aqui aponta para o
caráter definitivo da decisão de amar ao outro. Portanto, o amor não como um
sentimento, mas como uma decisão ou atitude.
“Doravante, não será o amor
que sustentará o casamento, mas o casamento sustentará o amor” Dietrich
Bonhoeffer: a aliança (o casamento) deve sustentar o amor (sentimento, romance)
e não o contrário.
Somente quando as bases de um
amor estão firmadas numa aliança, é que podemos experimentar o que diz Cantares
8.7.
As muitas águas e as
correntezas são sinônimos das adversidades enfrentadas que sobreveem ao amor.
Os bens oferecidos em troca do amor, representam as propostas sedutoras que
tentam sabotar o amor dedicando-o a outra pessoa que não o cônjuge.
Conclusão: “O segredo do casamento”, Sttephen Kanitz
Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar.
Ninguém aguenta conviver com a mesma
pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade, já estou em meu terceiro casamento
– a única diferença é que me casei três vezes com a mesma mulher. Minha esposa,
se não me engano, está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais
vezes do que eu.
O segredo do casamento não é a harmonia
eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar
e partir de novo com a mesma mulher.
O segredo no fundo, é renovar o
casamento, e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e
preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal. De tempos em tempos, é
preciso renovar a relação. De tempos em tempos, é preciso voltar a namorar,
voltar a cortejar, voltar a se vender, seduzir e ser seduzido.
Bibliografia:
Biblia da Familia
Feitos para Durar - Ricardo Agreste
Biblia Almeida - comentário.
Bibliografia:
Biblia da Familia
Feitos para Durar - Ricardo Agreste
Biblia Almeida - comentário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário