Quem pode “julgar” os outros?
Gálatas 5:26 – 6:1-5.
“Vá até ele,
estenda-lhe a mão, levante-o novamente, console-o com palavras brandas e
abrace-o com braços de mãe” (Lutero).
Introdução.
O que não devemos fazer.
“Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros”. Gálatas 5.26
Este é um versículo (v.26) muito instrutivo porque mostra
que a nossa conduta para com os outros é determinada pela opinião que temos de
nós mesmos. “Presunçoso” (o adjetivo grego Kenodoxos) fala de uma pessoa cuja
opinião de si mesma é vazia, vã ou falsa.
Ela acalenta uma ilusão acerca de si mesma ou é simplesmente convencida.
Quando somos convencidos inclinamo-nos a fazer uma de duas coisas: ou
“provocamos” os outros ou os “invejamos”.
Superioridade ou Inferioridade. “Provocar”, significa
“desafiar alguém para uma competição”. Implica em dizer que temos tanta certeza
de nossa superioridade que desejamos demonstrá-la. Segundo, invejamos os
outros, seus dons e realizações. Temos uma opinião tão cheia a nosso respeito
que não suportamos rivais (Rm 12:3).
1) Como os cristãos devem tratar os outros (vs. 2-5).
Tal palavra (baros) significa, literalmente, um “peso”, algo difícil de ser
transportado. No texto presente, pode significar, em sentido geral, todas as
tribulações, todas as provas, todos os problemas que um irmão na fé tem de
enfrentar; ou então em sentido mais especifico, podem estar em foco as
tentações e quedas que um irmão mais fraco na fé encontra ao longo do seu
caminho (2 Co 7:5-6).
1.1)
O perigo do
julgamento (Gálatas 6:3).
"Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado.Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.Gálatas 6:1-3".
A implicação parece ser que, se não
carregarmos os fardos uns dos outros, achamos que somos superiores. A verdade é que não somos “alguma coisa”;
somos “nada”. Será um exagero? Não! Quando o Espírito Santo abre os nossos olhos
para que nos vejamos como somos, rebeldes para com Deus que nos fez à sua
imagem, nada merecendo de sua mão além da destruição.
Versículos 4 e 5: Mas prove cada um
seu labor, e então terá motivo de gloriar-se unicamente em si, não em outro.
Porque cada um levará o seu próprio fardo. Ou seja, temos de cuidar da
nossa vida! Não há contradição aqui entre o versículo 2, “Levai as cargas uns
dos outros”, e o versículo 5, “cada um levará o seu próprio fardo”. A palavra
grega para carga é diferente: baros
(versículo 2) significa um peso ou fardo pesado, e phortion (versículo 5) é um termo comum para pacote. Assim, devemos
carregar os “fardos” que são pesados demais para uma pessoa carregar sozinha.
Há, porém um fardo que não podemos partilhar, e este é a nossa responsabilidade
diante de Deus no dia do juízo.
2) Um exemplo de fardos compartilhados (Gálatas 6:1).
“Surpreender”. O exemplo mais conhecido no Novo Testamento
é o da mulher eu os fariseus levaram a Jesus, dizendo ter sido “apanhada em
pecado de adultério” (Jô 8:4).
O
que fazer? Esse é o
grande teste do crente: Que faz ele com o homem que cai? Qual é a sua atitude
para com aqueles que são apanhados em alguma falta? Qual é a sua obrigação para
com aquele que tiver falhado? Qual é a responsabilidade do grupo ou da igreja?
“Se alguém for surpreendido nalguma falta ...corrigi-o”. O
grego é katartizo, tem o sentido de “emendar”, “reparar”, “restaurar”. Quando
um crente cai em pecado, torna-se necessário um “reparo”, porquanto terá
sofrido certos danos devido a sua má experiência. Tal reparação haverá de
restaurá-lo perante os seus próprios olhos, perante Deus e perante a comunidade
cristã. . “Vá até ele, estenda-lhe a mão,
levante-o novamente, console-o com palavras brandas e abrace-o com braços de
mãe” (Lutero).
Quem
deve fazer? “Vós que sois espirituais,
corrigi-o”. Esse ministério de amor e restauração de um irmão que errou é
exatamente o tipo de coisa que devemos fazer quando andamos no Espírito. Só um
cristão “espiritual” deve tentar restaurá-lo.
Como
se deve fazer? “Vós que sois espirituais, corrigi-o, com espírito de brandura; e
guarda-te para que não sejas também tentado”.
CONCLUSÃO.
“Acaso sou eu tutor do
meu irmão” (Gn 4:9). Se alguém é meu irmão, então eu sou o seu tutor. Devo
cuidar dele com amor e preocupar-me com o seu bem-estar.
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