O Rei espinheiro - Abimeleque
Estamos no capitulo 9 de juízes que narra sobre a família dos descendentes de Gideão, principalmente Abimeleque. A história se passa em Siquém, uma cidade que tem um simbolismo importante na vida do povo judeu. Foi em Siquem que Deus apareceu para Abraão; foi em Siquem que Abraão levantou o primeiro altar e, por fim, foi em Siquem, o primeiro lugar em que os descendentes de Abraão se reuniram para adorar o Senhor depois que chegaram a terra prometida. Portanto, historicamente, Siquém, era o termômetro espiritual de Israel.
O
texto fala de Abimeleque que significa “Meu pai é rei”, o nome já em si carrega
uma presunção, uma sina. Era filho de Gideão com uma concubina, foi criado na
cidade de Siquém, diferente dos demais filhos de Gideão que foram criados em
Ofra. Então, ele procura os cidadãos de Siquém e diz: “Não é melhor ter apenas
um governante? Não seria bom se eu fosse o rei de vocês? Infelizmente, os
cidadãos de Siquém concordam, aceitam tal imposição. Em seguida, diz o texto:
“E deram a Abimeleque setenta ciclos de prata, tirados do templo de
Baa-´Berite, com os quais contratou alguns homens ociosos e vadios, que o
seguiram” (Jz 9.4).
Enquanto
seu pai, Gideão, foi elevado a líder por escolha de Deus (o anjo lhe apareceu
em Ofra e lhe chamou para libertar o povo dos midianitas), Abimeleque não foi
chamado por Deus, mas por si mesmo, sua pretensão ao poder era desmedida. E vai
governar na base da força bruta, da violência, da injustiça...
O primeiro ato de Abimeleque como rei é matar todos os seus setenta meio-irmãos, que mata a sangue frio “sobre uma rocha” (Jz 9.5). para não ter concorrente ao poder, ele mata, ele persegue, ele não aceita oposição. No entanto, um dos filhos de Gideão escapa e foge, seu nome era Jotão, que significa “Deus é perfeito”.
E, diante dos cidadãos de Siquém, conta uma parábola: “Certa vez as arvores se puseram a caminho para ungir um rei sobre elas...primeiro quiseram a oliveira, do azeite, mas ela renunciou o poder; em seguida oferecem para figuera, dos figos, mas de igual modo não abriria mão da sua doçura; foram busca da videira, das uvas, também renunciou o poder. Por fim, as arvores, rogaram ao espinheiro e de prontidão aceitou (Jz 9.10-15). O espinheiro diferente da oliveira, da figueira e da videira eram baixos e esquálidos demais para fazer sombra e proteger do calor, muitas vezes pegam fogo que se espalhavam pela folhagem ao redor e destruía arvores valiosas.
Logo, os cidadãos de Siquem começam a
questionar a autoridade do rei espinheiro, não era tudo aquilo que prometeu no
seu discurso inicial, sua popularidade começa a cair. Logo, Abimeleque e seus
homens matarem mais de mil cidadãos de Siquem”. A natureza do espinheiro não é
outra, senão essa, espalhar fogo.
Não contente em ter matado os cidadãos de Siquem, por sua vingança desmedida. Agora vai em direção de Tebez, que aparentemente teria o mesmo destino dos moradores de Siquém. No entanto, quando Abimeleque “se aproximava da entrada da torre para incendiá-la, uma mulher jogou uma pedra de moinho na cabeça dele, e lhe rachou o crânio” (Jz 9.53). Gravemente ferido, Abimeleque, pede que seu escudeiro acabe com sua vida para ninguém dizer que foi ele morto por uma mulher.
A vida do rei do espinheiro termina ali, desdizendo um fato; todo rei espinheiro tem morte semelhante.
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