quinta-feira, 1 de maio de 2025

 Procrastinação -  Nm 13.1-3 

Cada um de nós se encontra em luta com alguma decisão ou resposta que nos inclina a desejar pôr um fim ao nosso diálogo com o Senhor mediante um: "Mais tarde, Senhor, muito mais tarde!" Qual é a sua luta? Que desafio você vem adiando? Que promessa você vem adiando cumprir? "Mais tarde" era uma expressão que Agostinho usava constantemente, enquanto mantinha Deus longe de si”

"Procrastinação" vem de duas raízes latinas: pro, que significa "para adiante"; e eras, que significa "amanhã". Procrastinar é prorrogar para amanhã o que o Senhor deseja realizar hoje — agora! Hesídio estava certo: "O homem que procrastina está sempre em luta com a ruína". E Erasmo foi ainda mais incisivo: "A procrastinação traz perda, atraso e perigo". Acima de tudo, a procrastinação impede a realização das promessas de Deus.

Os espias

De acordo com Números 10:11, foi no vigésimo dia do segundo mês do segundo ano, depois de deixarem o Egito, que a nuvem se moveu dali, convocando o povo para avançar e tomar posse de Canaã, a terra prometida.

 Foram conduzidos para o norte até o deserto de Para, em Cades Barnéia, nos limites de Canaã. Ali o Senhor disse a Moisés que enviasse doze homens para espiar a terra. A ordem não era determinar a possibilidade ou não de invadir a terra, mas assegurar ao povo que as promessas, que vinham soando em seus corações havia catorze meses, em breve se tornariam realidade. "Envia homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel (Números 13:2).

Moisés não procrastinou. Selecionou doze homens fortes e valorosos, um de cada tribo, e os enviou ao Neguebe, a parte rochosa no Sul da Palestina, uma região montanhosa. Demoraram-se quarenta dias em sua missão. De volta da Palestina os espias trouxeram frutos da terra: um cacho de uvas que precisava dois homens para carrega-lo, uvas, romãs e histórias fantásticas de uma terra que mana leite e mel.

 Mas, ao retomarem, deram dois diferentes relatórios de seu reconhecimento. O relatório da maioria era negativo e estava impregnado de temor e pânico. O relatório da minoria, dado por Calebe e Josué, era corajoso e ousado. Os dez espias desencorajaram... Mas Calebe atrai a nossa atenção e admiração quando diz: "Eia! subamos, e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela" (Números 13:30). O capítulo treze de Números apresenta quatro coisas perturbadoras acerca da causa e da cura da doença espiritual da procrastinação.

Primeiro, procrastinar é questionar no escuro o que Deus prometeu em claro. No silêncio da oração, o Senhor afirmava a Moisés e ao povo, repetidas vezes, que ele seria fiel em dar-lhes a terra prometida. O relato dos dez espias negou a veracidade dessa promessa e ignorou o poder prometido para entrar na sua posse. Eles deixaram o Senhor, o fator primário, fora da equação da vitória.

O povo que ali vivia era forte, e as cidades fortificadas. E o mais assustador de tudo é que haviam visto os filhos de Enaque, "o povo do pescoço", assim chamado por causa de seus pescoços longos e proporções gigantescas. "A terra, pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura" (Números 13:32).

A procrastinação nos deixa em ponto morto. Ela nos imobiliza enquanto tentamos parar a vida por algum tempo. Mas a vida segue o seu curso, passando pelo procrastinador, deixando-o com sonhos e esperanças não realizados

A segunda coisa que este relato nos diz é que as coisas se transformam no que aparentam. Os israelitas usaram a capacidade dada por Deus de imaginação para formar um quadro do pior. O epitáfio da morte da coragem deles foi expresso nas palavras da maioria: "E éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também o éramos aos seus olhos"

Os israelitas se tomaram no que eles pareciam aos seus próprios olhos: gafanhotos impotentes e insuficientes! Esse foi o modo de agir e reagir deles.

Terceiro, considere a infecção contagiosa da procrastinação. O medo dos dez espias apelou para o medo da nação inteira. Espalhou-se por todo o Israel, deixando a nação prostrada. Quando você e eu damos um passo atrás em vez de enfrentarmos a vida de cabeça erguida, espalhamos essa disposição de espírito para o atraso de familiares, amigos e companheiros de aventura em Cristo.

A quarta verdade do relato da procrastinação de Israel é que podemos perder o melhor de Deus dizendo: "Mais tarde!" Por esperar tempo demasiado podemos perder a capacidade de dizer "Agora!" O povo de Israel disse "Não!" não apenas às promessas de Deus, mas também ao seu líder. Sua culpa levou-os à sedição contra Moisés. Mesmo depois de catorze meses de todas as evidências dos milagres de Deus e de sua provisão, eles desejaram voltar para o Egito! É difícil de acreditar.

Como resultado, a maior parte da geração de Israel que seguiu o relato da maioria procrastinadora jamais viu a terra prometida. Foram forçados a vaguear outros trinta e oito anos no deserto. Muitos cristãos vivem num deserto, sem espírito de aventura, impotentes e frios, sem a plenitude do poder de Cristo, porque sempre dão um passo atrás nos desafios em que poderiam obter sucesso apenas com a sua presença.

Conclusão

Vamos unir-nos ao relatório da minoria. Com Calebe, vamos entrar e possuir nossa terra prometida, afirmando: "Eia! subamos, e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela" (Números 13:30). Mais tarde? Não! Agora!

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