terça-feira, 29 de abril de 2025

 Um culto à sombra do Sinai - Ex 19 

Introdução

O povo está no deserto, o povo está sendo testado no deserto. Passou por Mara, águas amargas, depois seguiu para Elim (12 palmeiras), aqui Deus mandou o Maná. E, então, o povo chegou em Refidim, entre o deserto de Sim e do Sinai. Nesse lugar o povo contendeu, queixou-se contra Moisés por não haver “...água para o povo beber” (Ex 17.2). Então, Deus graciosamente, fez com que da rocha saísse água e o povo matou a sede. Moisés chamou esse lugar de Massá e Meribá que é “prova e queixa”.

Depois de setenta e dois dias que o povo tinha celebrado a pascoa, chegou defronte do Monte Sinai “...tendo partido de Refidim, vieram ao encontro do Sinai, no qual se acamparam; ali, pois, se acampou Israel em frente do Monte” (Ex 19.2). Como podemos descrever o Monte Sinai? É uma cadeia de Montanhas escarpadas – formada de granito sólido, na cor cinza variando até o vermelho escuro. É uma montanha de 2285 metros. Aqui, nesse monte, debaixo de sua sombra, o povo parou para ouvir a voz de Deus.

1)     Preparando-se para entrar na presença de Deus

Primeiro elemento do culto é que estivessem dispostos a obedecer. Deus disse a Moisés: “...tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia...Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, então serei a minha propriedade peculiar dentre todos os povos...” (Ex 19.3-6). A NVI traduz: “...vocês serão o meu tesouro especial entre todas as nações...” (Ex 19.5). 

O termo hebraico no Antigo Testamento para “tesouro especial” é utilizado para descrever um tesouro valorizado por um rei. O rei Davi quando estava doando para a construção do templo disse: “...quero neste momento doar do meu tesouro pessoal, ouro e prata para edificação do templo do meu Deus...” (1 Cro 29.3). O povo é livre para rejeitar o convite de Deus, pois o Senhor requer lealdade exclusiva; devem estar preparados para obedecer totalmente ao Senhor. E o que o povo respondeu? Então diante de todas as ordenanças que Deus enviou através de Moisés, o povo respondeu: “Tudo o que o Senhor falou faremos” (Ex 19.8).

 E diz mais: “...Voces serão para mim um reino de sacerdotes e uma. nação santa”. Sim, eles experimentarão como sacerdotes à presença de Deus, essa presença que tinha sido perdida no Éden. “Nação Santa”, ou seja, terão o privilégio de ter Deus habitando no meio deles. O apostolo Pedro remete esses títulos para a igreja de Jesus:  “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9). 

O segundo elemento do culto é que tenham sensibilidade para ouvir. “Eis que virei a ti numa nuvem escura, para que o povo ouça quando eu falar contigo, e para que também creiam sempre em ti...” (Ex 19.9). Ou seja, eu não somente quero que o povo esteja disposto em obedecer, como quero que sejam sensíveis para ouvir quando eu falo. O apostolo João exorta: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espirito diz às igrejas” (Ap 3.6). Ouvir é muito mais do que função acústica, é ato espiritual. 

O terceiro elemento do culto é que consagrem o coração.O Senhor lhe disse: Vá falar ao povo e mande que eles passem o dia de hoje e de amanhã purificando-se para me adorar. Eles devem lavar as suas roupas e se aprontar para depois de amanhã. Nesse dia eu descerei sobre o Monte Sinai, onde todo o povo poderá me ver” (Ex 19.10 NTLH).  “Vá ao povo e consagre-o hoje e amanhã”, a palavra “consagrar” tem o sentido de fazer santo, santificar. 


As vestes limpas iriam refletir a pureza do coração de cada um. Não deveria sujar a alma deles, era necessário que fossem limpas e puras, por dentro e por fora. Usando roupas limpas. Ficariam prontos para ouvir a voz de Deus. Em Zacarias, no terceiro capitulo, temos o caso de Josué, sacerdote da casa do Senhor. “...Josué, vestido de roupas impuras, estava de pé diante do Senhor. Então o anjo do Senhor ordenou aos que estavam diante dele: tirai-lhe as vestes impuras! ...vê eis que tirei de ti o teu pecado e t vesti com roupas de grande nobreza!” (Zc 3.3-4)

O quarto elemento do culto é que mostre profundo respeito pela presença de Deus. Diz o texto: “Marcarás em redor limites ao povo, dizendo: guardai-vos de subir ao monte, nem toqueis o seu limite; todo aquele que tocar o monte será morto...”. Deus instruiu Moisés para marcar uma fronteira, um limite para o povo, uma barreira segura e sagrada ao redor do monte, para que o povo não se aproximasse “...a fim de muito deles não perecessem” (Ex 19.21). 

Infelizmente em nossos dias Deus tem sido depreciado, apequenado, subestimado. Mas Deus é Santo, Santo e Santo, Deus é Exaltado, Deus é o Elohim, Ele é o Adonai do Universo, é Yahweh que apareceu para Moisés no meio da sarça ardente. É o Deus guerreiro, Senhor dos Exércitos; é o grande El Shadday, o Deus Todo Poderoso que apareceu para Abrão. É o Deus El Elyon, o Deus Altissimo, é o Deus mais Alto, é o Nome que está acima de todo nome...

Quando Isaias viu o Senhor, ele se desesperou “Estou perdido, pois eu vi o Senhor”, sim, desesperou-se diante da santidade do Senhor e da presença dos querubins. Quando Josué encontrou nas margens do Jordão caiu imediatamente aos seus pés. Quando Ezequiel o viu, não teve palavras para descrevê-lo, buscando no limite da linguagem uma descrição que o apresentava nas nuvens entre rodas brilhantes e seres viventes cheios de olhos.

2)     O culto acontece

Como o Senhor havia prometido aconteceu. Diz-nos o texto: “Ao amanhecer do terceiro dia, houve trovões, e relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte, e mui forte clangor de trombeta, de maneira que todo o povo que estava no arraial se estremeceu” (Ex 19.16).  Em seguida Moisés conduziu o povo ao encontro com Deus. Quando o povo olhou para o Monte Sinai, parecia que um vulcão havia entrado em atividade. 

O texto diz: “Todo o Monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo: a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente. E o clangor da trombeta ia aumentando cada vez mais: Moisés falava, e Deus lhe respondia no trovão” (Ex 19.19).

Anteriormente, Deus havia se revelado a Moisés como fogo em uma sarça ardente (Ex 3.2). Aqui, no capitulo 19, sua aparição será muito impressionante. Deus disse: “Suba Moisés”, suba para cá, no monte fumegante. Uma pergunta: “Se voce fosse Moisés, o que voce faria? Como poderia continuar? Vou lhe dizer como: com medo, com temor e tremor, tirando as sandálias dos pés. O escritor aos hebreus diz: “Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo, que Moisés disse: Sinto-me aterrado e trêmulo” (Hb 12.21).

Em Atos 2 a igreja estava reunida em oração perseverante e unânime. Havia uma promessa e a igreja esperava por ela: “Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai...João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espirito Santo” (Atos 1.5). De repente veio do céu um som e um vento impetuoso, línguas sobre os discípulos e começaram a falar em outras línguas. 

Conclusão

O que aprendemos?

Primeiramente, um povo pecador não pode entrar na presença de Deus sem antes ser feito santo. Pois, aproximar-se do Senhor sem estar consagrado resulta em morte. Felizmente, os cristãos “têm se tornado santo por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo de uma vez por todas” (Hb 10.10), somos santificados pela habitação do Espírito Santo (Rm 15.16).

Segundo, quando nos reunimos estamos na presença de Jesus de Nazaré, diante de um Deus vivo, magnifico, que opera milagres, prodígios no meio do seu povo. Quando nos reunimos com o objetivo de obedecer ao Senhor; quando nos reunimos para ouvirmos a Palavra de Deus; quando nos reunimos com um coração consagrado e, por fim, com um respeito profundo pela presença de Deus. Deus se manifesta e derrama sua unção e graça!  


 

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