terça-feira, 8 de abril de 2025

 Olha o Mar Vermelho! Ex 14.1-14 

Introdução

Dom Pedro II foi imperador do Brasil durante 49 anos. Quando aconteceu a guerra do Paraguai, entre 1864 à 1870, o imperador se ficou tão desvanecido que seu cabelo, com apenas 42 anos estava todo branco e o seu rosto já envelhecido. A Rainha Vitória, quando recebeu a visita de Dom Pedro II, afirmou que ele era bonito e simpático, mas muito envelhecido e grisalho para sua idade. 

Todos nós já passamos “pelo funil”, ou, “crises que testam a alma dos homens e mulheres”, ou “entre a cruz e a espada”. Na vida, ou você está no topo da montanha onde tudo está bem, ou você está no meio da montanha onde existe normalidade e lutas esporádicas, ou você está no vale, no lugar mais baixo da montanha, em meio a ventos intensos, tormentas que assolam a alma. É assim que estava os israelitas.

1)     No deserto do Sinai

O povo de Israel saiu do Egito, da escravidão, do jugo. Agora, está no deserto, uma multidão de quase dois milhões de pessoas. Mas, seu estilo de vida, ainda, era completamente egípcio. Adotaram os hábitos, os modos, o estilo, a cultura, o próprio cheiro do Egito (cebola e alho). Agora, doravante, Deus vai ensinar ao seu povo um novo estilo de vida, a vida com Deus. Como disse o apostolo Paulo: “Revesti-vos do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade proveniente da verdade” (Ef 4.24).   

Então, diz o texto, “...Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho”. “Deus fez o povo rodear pelo caminho...”, ou seja, no deserto, o povo está sendo guiado por Deus. Ou seja, esse caminho não era um acidente de percurso. Deus sabia que seu povo precisava da experiencia do Mar Vermelho para mergulhar no novo estilo de vida. E o mais importante, diz o texto: “Durante o dia, o Senhor ia na frente deles na forma de uma coluna de nuvem, para lhes mostrar o caminho. Durante a noite ia como uma coluna de fogo, para iluminar o caminho deles. Assim podiam caminhar de dia e de noite” (Ex 13.21 VFL).

Em Etã, aqui, começa as colunas de nuvem e de fogo. “O Senhor ia na frente deles”. Quando a nuvem avançava, eles avançavam. Quando ela ia para direita, eles também iam. Quando ia para a esquerda, eles a acompanhavam. Quando parava, paravam. A noite, quando a nuvem não podia ser vista, Deus transformava numa coluna de fogo. De dia ou de noite, tudo o que tinham a fazer era erguer os olhos e lá estava a presença indiscutível de Deus. 

O versículo um do capitulo 14 de Exôdo começa a nos dar uma resposta: “Disse o Senhor a Moisés...”. E o que Ele disse: “Diga aos israelitas que voltem e acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o Mar, em frente de Baal-Zefom. Acamparei lá, junto ao mar” (Ex 14.1 A21). O povo de Deus havia morado em Ramessés, quando foram libertados por Deus. Depois da noite de Páscoa, o povo partiu de Ramessés e viajou para o sul, chegando a Etã. E ali acampou. Foi nesse local que o Senhor falou a Moisés: “Voltem, repitam todos os passos que acabaram de dar, regressem a Baal-Zefom” (Ex.14.2). 

A grande ironia de Deus é que Baal-Zefom formava um beco sem saída geográfico, uma rua sem saída, um afunilamento. Porque ao norte, ficavam algumas fortalezas egípcias contra os cananeus, impossível passar por elas. Ao sul, o vasto deserto de Mizraim, nada seguro, um deserto perigoso. E, ao oeste, o povo tinha acabado de vir de lá. Ao leste, ou seja, na frente deles, o Mar Vermelho. Em termos militares, era o ponto mais vulnerável de todos.  

ELES FICARAM DIANTE DO MAR VERMELHO. AO NORTE FORTALEZAS INIMIGAS. AO SUL, O DESERTO PERIGOSO. A OESTE, O EGITO DE FARAÓ. ESTAVAM AFUNILADOS, ENCURRALADOS. NÃO HAVIA ESCAPE, NÃO HAVIA PORTA DOS FUNDOS...

2)     Quando o escape vem...

Quando tudo parece perdido, Deus intervém. Deus está no controle da história, Deus está no controle de sua vida. Ele diz a Moisés: “O Faraó vai pensar que os israelitas estão andando sem rumo, perdidos no deserto. Então Faraó vai pensar que os israelitas estão andando sem rumo, perdidos no deserto. Então Faraó pensara: Ah, eles estão indo para o Norte, para Baal-Zefom. Vou emboscá-los ali! Essa, Moisés, é a armadilha na qual Faraó vai cair” (Ex 14.5-8). Ou seja, Eu, estou na frente dessa batalha, durante quatrocentos anos lutaram suas batalhas, agora, eu vou lutar por eles. O povo tem que confiar.

De repente, o povo ouve ruídos distantes, uma nuvem de poeira no ar. São os seiscentos carros escolhidos por Faraó com todos os seus capitães sobre eles. Os boatos correm depressa: “Faraó está chegando, vai haver uma grande matança! E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito” (Ex 14.10). Os hebreus ficaram com medo, ficaram com muito medo. Podemos dizer que morreram de medo ao ver os egípcios. O que fazer? “Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor” (v.10). 

MEDO é um sentimento comum, humano. Todos os grandes homens da Biblia sentiram medo, diante de circunstâncias. Elias teve medo de Jezabel, correndo afora pelo deserto do Sinai. Com certeza, Davi teve medo de Golias, mas enfrentou-o. Aqui, o povo está com medo. Medo dos soldados, medo da fúria de Faraó. O que fazer? Primeiro, como reagimos diante do medo? Se estamos em contato com Deus, clamamos. Segundo, se o escape não vem, começamos a querer culpar alguém pela situação. Assim, fizeram com Moisés, diz o texto: “Será por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto...é melhor ser escravo no Egito que cadáver no deserto” (Ex 14.12). 

Mas, Moisés se coloca no meio da multidão ensandecida pelo medo e diz: “Não temas”: depois, “Aquietai-vos”. E, mais: “Vede”. O que? “O Senhor pelejará por vós, e vós vos calares” (Ex 14.13-14).  Ou seja, NÃO TENHAM MEDO (não temais, tem um para cada anos nas escrituras). AQUIETE-SE. OBSERVE A AÇÃO DELE. MANTENHAM QUIETOS. E, ENTÃO, QUE ELE AGE... 


3)     Deus intervém

Primeiro, o Senhor disse a Moisés que avançasse: “Disse o Senhor a Moisés: por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem” (Ex 14.15). Moisés, o Mar Vermelho está à sua frente, portanto, MARCHE! MARCHE POVO DE DEUS, MARCHE IGREJA DE JESUS CRISTO. JESUS DISSE A AO APOSTOLO PEDRO: “E AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA A MINHA IGREJA” (MT 16). 

Segundo, Deus mudou a nuvem da frente para trás dele: “Então, o anjo do Senhor, que ia adiante do exército de Israel, se retirou, e passou para trás deles; também a coluna de nuvem se retirou diante deles, e se pôs atras deles” (Ex 14.19). Por que Deus fez isso? O texto responde: “e ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; a nuvem era a escuridade para aqueles, e para estes esclarecia a noite; de maneira que em toda a noite este e aqueles não puderam se aproximar” (Ex 14.20). 

A nuvem se movia da frente para trás dos hebreus, separando-os dos egípcios, como também impediu que os hebreus olhassem para trás e tremessem de medo.

Terceiro, Ele abriu o caminho no mar. “...O Senhor, por um vento oriental que soprou toda aquela noite, fez retirar-se o mar, que se tornou terra seca, e as águas foram divididas” (Ex 14.21). O vento leste, ou vento oriental, que soprou a noite toda fez a terra secar para o povo de Deus passar.

Quarto, Ele criou confusão entre os egípcios (Ex 14.24-25). “O Senhor, na coluna de fogo e de nuvem, viu o acampamento dos egípcios, e alvoroçou o acampamento dos egípcios, fez com que as rodas dos seus carros de guerra se soltassem, de forma que tinham dificuldade de conduzi-los. Então, os egípcios disseram: “Vamos fugir dos israelitas! O Senhor está lutando por eles contra o Egito”.  

Conclusão

Que diferença! Os hebreus “caminham a pés enxuto pelo meio do mar; e as águas lhes eram muros, à sua direita e à sua esquerda” (Ex 14.29). Os egípcios, no entanto, foram levados pelas torrentes das aguas do Mar Vermelho e diz o v.30: “Israel viu os egípcios mortos na praia do mar”. Notem que a Biblia não diz que os israelitas não mataram um único homem. Ela não diz que eles se defenderam, porque não fizeram isso. Ela nem sequer diz que eles lutaram, pois não lutaram. Foi DEUS QUE FEZ TUDO, ALIÁS, É DEUS QUEM FAZ TUDO... 





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