terça-feira, 22 de abril de 2025

 O teste do deserto Ex 15.22-27 

O povo estava em Gósen, em Ramessés. Depois da Páscoa, da ultima praga, o povo foi para Sucote. Em seguida, para Etã, uma região mais ao norte. Então Deus ordena que o povo retorne para Pi-Hairote e Baal-Zefom, ficando espremidos, num beco de saída. Então, milagrosamente, portentosamente, Deus enviou um vento quente durante toda noite e abriu o Mar Vermelho e, dois milhões de pessoas passaram em seco, sem molhar os pés. Enquanto que o exercito de Faraó sucumbiu-se nas águas do Mar. 

Então, vem o deserto do Sinai. Por que Deus permite que passemos pelo deserto antes de chegarmos em Canaã? Será que seu povo não poderia ido pelo norte e chegado em poucos dias em Canaã? Mas é somente no deserto, que nossas raízes se aprofundam quando os ventos ao nosso redor são fortes. Pois, nos ventos dos desertos, nas agruras do deserto, as nossas raízes se agarram firmemente à fé, sim, a fé em Deus. Tem uma frase que diz: “Tempos difíceis criam homens fortes, tempos fáceis criam homens nutelas”.

1)     O formato do deserto

Em primeiro lugar está o ciclo da abundância no qual o povo de Deus olha para o alto. Sim, de início olharam para os quatro lados, depois clamaram por Deus, olharam para o alto. Então, Deus abriu o Mar Vermelho e Moisés juntamente com o seu povo passou por dentro do Mar até o outro lado, em seguida, cantaram uma canção de louvor ao Deus ao som de tamborins tocados por mulheres. 

Em segundo lugar vem a expectativa: para frente. Quando o povo de Deus desfruta da abundância, ele espera abundância contínua. Aguarda onda após onda de bençãos. Depois do povo atravessar o Mar Vermelho e seguiu pelo deserto, talvez estivessem cantando a música da Damares: “Agora é só vitória, agora é só vitória, agora é só vitória. A prova acabou. A luta foi embora. Agora é só vitória”

Em terceiro lugar vem o desapontamento: olhamos para baixo.  O povo foi para o deserto de Sur, caminharam três dias e não acharam água. Então, tiraram os olhos de cima e fixaram os olhos nas circunstâncias. Quando localizaram a água era amarga e impotável: “Por isso chamou-lhe de Mara” (Ex 15.23), amargo. Beber uma água dessa era impossível, era como morrer de sede no Oceano. Ficaram desapontados. 

Em quarto lugar vem a reclamação: olhamos para trás. O verso 24 nos diz: “E o povo murmurou”. Presos nas garras do arrependimento misturado com ressentimento, eles olharam para trás. Quando você se queixa e reclama como Filho de Deus, geralmente é porque está relembrando dias melhores do passado.

Então chega o quinto passo que é, provisão: olhamos em volta. O que é denominado graça. Compreenda que voce não a merece; mas, quando nos queixamos e reclamamos, Deus intervém para nos dar aquilo que precisamos. “Então Moisés, em volta alta, pediu socorro ao Deus Eterno, e o Eterno lhe mostrou um pedaço de madeira. Moisés jogou a madeira na água, e a agua ficou boa de beber. Foi nesse lugar que o Deus deu leis aos israelitas e os pôs à prova” (Ex 15.25). Notem as últimas palavras: “Ele os pôs à prova”. Ou seja, nenhum filho de Deus “acontece” de ir para o deserto. Deus soberanamente prepara o deserto como um teste, inclusive o seu deserto.

O versículo 26 merece atenção especial. Poderíamos escrever sobre ele: “Aprenda com a história”: “Ele disse: se ouvirem com atenção a voz do Senhor, seu Deus, e fizerem o que é certo aos olhos dele, obedecendo aos seus mandamentos e cumprindo todos os seus decretos, não os farei sofre nenhuma das doenças que enviei sobre o Egito, pois eu sou o Senhor os cura” (Ex 15.26 NVT). E depois o povo chegou em Elim: “Depois partiram para Elim, onde havia doze nascentes e setenta palmeiras. O povo acampou em Elim, perto da água” (Ex 15.27 VFL). 

2)     Os testes

Primeiro o teste do tempo.  O versículo 1, do capitulo 16 começa: “Depois...” Quando? Depois de terem estado no oásis, depois de comerem tâmaras, descansando à sombra das arvores, matando a sede com doze nascentes. Foi nesse momento que ocorreu o primeiro teste. “Depois que partiu de Elim, toda comunidade dos israelitas chegou ao deserto de Sim, que fica entre Elim e Sinai, no dia quinze do segundo mês depois que saíram da terra do Egito” (Ex 16.1 A21). Demorou três dias para chegar em Mara, agora um mês e meio...

Depois que saíram de Elim as queixas se multiplicaram: “No deserto, toda comunidade de Israel começou a murmurar contra Moisés e Arão” (Ex 16.2). Por que murmuravam? Estavam novamente olhando para trás. Ouça as palavras deles no versículo 3: “...teria sido melhor que o Senhor tivesse nos matado no Egito! Lá, nós podíamos pelo menos sentar e comer carne e outras comidas à vontade. Vocês nos trouxeram para este deserto a fim de matar de fome toda esta multidão” (Ex 15.3 NTLH), 

Estavam pensando no Egito, “comer carne e outras comidas a vontade”. Olharam para o passado, e logo, surgiram as queixas, as comparações. Podemos nos lembrar de uma época anterior, banhada de prosperidade, lembranças de um período que tínhamos um salário melhor ou uma vida melhor, financeiramente falando. Quando comparamos o passado com o presente, murmuramos, nos queixamos.

Mas Deus está trabalhando em nosso caráter mediante esses testes. Deus está nos esticando, nos quebrantando, como o vaso do oleiro em Jeremias 18. Sim, Deus está nos reduzindo a uma confiança absoluta nele, quando dizemos: “Senhor, cheguei ao fim de minhas forças. Se quiser que eu morra neste deserto, eis aqui a minha vida. Tome-a. Recuso olhar para o passado e queixar-me do lugar em que me encontro no momento.

Segundo o teste da fome. Os israelitas lamentam: “O Senhor nos trouxe a este deserto para matar toda esta congregação de fome” (Ex 16.2). Eles ficaram com fome; e, como era de prever, começaram a resmungar. Mas, Deus respondeu bondosamente à necessidade do povo. Ele disse a Moisés: “Agora eu vou fazer chover pão do céu para vocês. E o povo deverá sair, e cada um deverá juntar uma porção que dê para um dia. Assim, eu os porei à prova para saber se eles vão obedecer às minhas ordens” (Ex 16.4). 

Deus mandou o maná do céu para o seu povo. Quando o povo viu pela manhã o chão abarrotado de uma substância semelhante a flocos brancos, deram-lhe o nome de maná, que transmite o sentido de “o que é isso? Alguns recolhem mais do que precisam (Ex 16.20) “guardando um pouco até a manhã seguinte”, mas o maná está cheio de bichos e começou a cheirar mal. E no sexto dia, o povo deve recolher o dobro, pois não haveria maná no sétimo dia, mas “alguns do povo saíram para recolhê-lo no sétimo dia, mas não o encontraram” (Ex 16.27).

 “Nós nos lembramos dos peixes que comíamos de graça no Egito, e também dos pepinos, das melancias, dos alhos porós, das cebolas e dos alhos.  Mas agora perdemos o apetite; nunca vemos nada, a não ser este maná!” (Nm 11.5-6). Os resmungões são assim. Queixam quando não tem pão, mas quando o recebem, resmungam outra vez por não ser da variedade preferida. Quando obtém a variedade, resmungam porque preferiam experimentar outra coisa.

Conclusão: o teste da sede

Êxodo 17, versículo 1, nos dá o terceiro teste: “Tendo partido toda congregação dos filhos de Israel do deserto de Sim, fazendo suas paradas, segundo o mandamento do Senhor, acamparam-se em Refidim: e não havia agua para o povo beber”. Sim queixaram do tempo no deserto, do calor, do alimento. Agora a situação piorou: “Contendeu, pois, o povo com Moisés” (Ex 17.2). 

“Contender” é uma palavra mais forte do que “murmurar”. Agora ameaçam. Franzem a testa e ordenam zangados a Moisés: “Dê-nos água para beber!” Moisés respondeu então: “Por que vocês contendem comigo? Quem pensavam que ele era? Como ele poderia provê-los de água? Se tinham uma contenda com alguém, era com o Senhor” (Ex 17.2). Mas o povo recusou dar ouvidos a Moisés: “...por que voce nos tirou do Egito? Será que foi para nos matar de sede, a nós, aos nossos filhos e à nossas ovelhas e cabras” (Ex 17.3).

Diante disso, Moisés clamou ao Senhor: “O que é que eu faço com este povo? Mais um pouco, e eles vão querer me matar a pedradas” (Ex 17.4). O Senhor respondeu bondosamente com Moisés: “Escolha entre eles algumas autoridades ...leve também a vara de pastor...eu estarei diante de voce em cima de uma rocha...bata na rocha e dela sairá água para o povo beber”. 


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