A vida conjugal 1 Pe 3.1-7
Introdução
E a vida conjugal? Se tem uma instituição fragilizada e sendo
atacada violentamente é o casamento. Fragilizado porque estamos dando pouca
atenção devida ao que está escrito na palavra de Deus quanto ao casamento,
estamos tão absortos nas coisas dessa vida que o casamento tem sofrido erosão,
na maioria dos lares. E, sim, o casamento está sendo atacado violentamente pela
mídia progressista com suas filosofias sutis e mundanas, como a normatização do
comportamento da ideologia de gênero.
Nessa carta tão preciosa do apostolo Pedro encontramos
escondido no coração da carta, no terceiro capitulo, está pequena e autentica
pedra preciosa, como um diamante em um anel. Os seis primeiros versículos se
referem às esposas e o sétimo versículo aos maridos.
1) Exortações as esposas
O versículo 1 começa com “mulheres,
do mesmo modo...” (1 Pe 3.1). Do mesmo modo ao que? Pedro está sustentando
uma argumentação desde o capitulo 2 sobre submissão. Primeiro, fala da
submissão “a toda autoridade constituída...”
(1 Pe 2.13); ou seja a submissão aos governantes do nosso país. Segundo, fala
da nossa submissão ao senhorio de Cristo (1 Pe 2.21). Ele fala “semelhantemente vós, mulheres, sede sujeitas
aos vossos ...maridos” (1 Pe 3.1).
Submeter no grego é Hypotasso, o que dá a entender que aquele que submete deve seguir a liderança do outro, em obediência. Hoje quando falamos de submissão, o assunto é bastante espinho e cheio de discussão. O movimento feminista está aí com sua bandeira levantada. É espinhoso talvez por causa dos desmandos ou da violência (física e emocional) que acontece em certos lares. Em consequência cria-se a idéia que todo homem é igual, ou seja, misógino e violento.
Primeiro, o apostolo
Pedro exorta as esposas a analisarem suas ações. O marido em questão, nesse texto, é
aquele que ainda não é cristão “...se
alguns deles não obedecem à Palavra” (1 Pe 3.1 A21). Ou, pode ser aqueles
que ainda não se submeteram pessoalmente ao senhorio de Cristo. Para quê? “...sejam ganhos sem palavra alguma”.
Ou seja, quando a esposa cristã leva uma vida baseada no exemplo de Cristo,
suas ações e posturas podem conquistar o marido que, de outra forma, seria
resistente à verdade bíblica.
Na verdade, o apostolo Pedro afirma que tal marido pode ser levado a Cristo ao observar na esposa uma “conduta pura e sem temor” (1 Pe 3.2). O termo “observar” subentende uma observação atenta, não um olhar casual. O marido está observando o caráter, a virtude, a pureza e a devoção da mulher. Algumas traduções: “conduta”, “agir”, “procedimento”, “porte”, “vida”. Uma esposa virtuosa nunca será ignorada.
Segundo, o apostolo Pedro exorta a prestarem atenção em seus enfeites. “A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, com cabelos trançados e jóias de ouro ou roupas finas” (1 Pe 3.3). A palavra grega traduzida por “enfeite” é cosmo, que deu origem ao termo “cosmético”. Refere-se a qualquer coisa usara para embelezar ou enfeitar. Observe que Pedro não proíbe o uso de cosméticos e joias e nem penteados “a beleza de vocês não deve estar....”.
Aqui temos dois extremos: “Maria despojada” que resulta em uma aparência despenteada e desarrumada, sem higiene e até relaxada, como se isso fosse espiritualidade ou Humildade. Do outro lado, “Maria empoderada” que se veste sensualmente e cheia de enfeites exagerados; estilo periguetes, roupas curtas e corpo que sobressai: decotes, tomara que caia e blusinhas puxa-puxa...
Uma observação atual: a esposa que usa cosmético com bom
gosto e consideração e discrição não é mundana. Por outro lado, a esposa que
troca o cultivo do caráter pela aparência externa faz uma péssima escolha de
prioridades, o que importa para ela não é o caráter, ou a discrição, mas aparência
externa.
Terceiro, o apostolo
Pedro exorta as esposas a verificarem a postura que assumem. O versículo 4 inicia com uma conjunção
adversativa, exprimindo oposição, “mas”,
“pelo contrário”. O apostolo leva
seus leitores a olharem para a postura interior do coração e não para os
enfeites exteriores do corpo. “A beleza
de você deve estar no coração...”. A palavra “coração” é kardia e diz respeito a fonte do verdadeiro caráter
da pessoa.
A fonte desse enfeite é invisível, mas se manifesta em atos e palavras externos. Portanto, nos versículos 3 e 4, o apostolo Pedro estabelece uma diferença entre o Kosmo “enfeite e cosmético” e kardia “coração e interior”, ou seja, o exterior e o interior. A ornamentação superficial do corpo e a manifestação superior da virtude. De um lado diz: “A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores ...”. e do outro exorta: “...a beleza de vocês deve estar no coração...”.
Algumas horas são suficientes para que uma pessoa
se prepare para uma noite sofisticada, mas é necessária uma vida inteira para
formar um caráter honrado. A cultura valoriza a ostentação, a moda, sensualidade,
o que está em alta. A mídia nos bombardeia com uma única mensagem: “a beleza
não tem preço”. Mas Deus anda na contramão dos interesses do mundo. A beleza
interior da virtude jamais sai de moda, ela não perece.
Quarto, o apostolo Pedro exorta as esposas a avaliarem aquilo
que prestam atenção. “Era assim que adornavam
as mulheres santas do passado...” (1 Pe 3.5). Adornar é kosmeo na acepção
da postura interior que se manifesta tanto em atos quanto em palavras. Sara
chamava seu marido de senhor, isso era primazia, respeito, consideração e cooperação.
Para Sara submissão era “render uma obediência
inteligente a alguém que tenha sido investido de poder de Deus”.
2) Aos maridos
“Da mesma forma,
maridos” (1 Pe 3.7).
Ou “por semelhante modo”, ou “igualmente”. Assim como as esposas tem certas
responsabilidades no casamento, do mesmo modo os maridos cristãos têm importantes
funções a desempenhar.
Primeiro, o marido deve viver com sua esposa. “Coabite com sua esposa”. O grego nessa
frase é composto por Sun (com) e Oikeo (habitar, residir. Juntando essas palavras
significam habitar juntos, ou seja, uma proximidade intima. Isso é
mais do que “viver debaixo do mesmo teto”, mas significa viver junto em um
relacionamento íntimo – nos planos físico, emocional, mental e espiritual.
Segundo, “Coabite com
sua esposa com entendimento”. O que é isso? O apostolo está falando de uma compreensão
mais ampla e da valorização da esposa por parte do marido. Isso abrange a
sensibilidade do marido em relação aos desejos mais íntimos de sua esposa e às
suas necessidades como pessoa. Envolve a percepção de preocupações e interesses
não verbalizados, além de ajuda-la com cuidado e carinho.
E trata-la da mesma forma que trataria, literalmente “um vaso mais frágil”, ou “vaso delicado”.
Ou seja, deve tratar a esposa como se ela fosse uma peça de porcelana, com todo
carinho, cuidado e delicadeza. Quanto a serem “vaso mais frágil” não está falado
da questão moral, espiritual ou intelectual, mas que a mulher tem menos força física
do que o homem.
Terceiro, o marido deve honrar a esposa. O marido deve
reservar à esposa um lugar de honra. A esposa deve ser a máxima prioridade do
homem e ocupar a mais alta posição não apenas em sua mente e em seu coração,
mas também em sua agenda de compromisso. Ele deve honrá-la com atos e palavras.
Conclusão
Esposas, suas ações, seus adornos, suas atitudes e sua
atenção são importantes para o seu casamento. Maridos, coabitai com suas
esposas, conhece-las, honrá-las, são imperativos para o seu casamento aos olhos
de Deus. E o apostolo Pedro termina afirmando: “para que as vossas orações não
sejam impedidas”. Uma pergunta: você já tentou orar depois de uma briga com sua
esposa?