terça-feira, 21 de maio de 2024

 Quão formosos os pés Rm 10.1-15 

Introdução

Paulo diz: “...o desejo do meu coração e a minha oração a Deus pelos israelitas é que eles sejam salvos” (Rm 10.1). A mente do apostolo está voltada para a salvação dos judeus, aliás, não somente sua mente mas também o seu coração (todo o seu ser), ele está comovido. Porque eles “...tem zelo por Deus...”(v.2), contudo, no entanto,  “...zelo não se baseia no conhecimento” (Rm 10.2). 

Hoje se diz: “Não se importa em que você crê desde que seja sincero”. No entanto, os judeus eram sinceros e zelosos em suas crenças, mas elas eram erradas e equivocadas! Para eles a salvação dependia da justiça deles, da obediência a lei de Moisés “...o homem que fizer estas coisas viverá por meio delas”. Mas, o apostolo afirmou que “...o fim da lei é Cristo, para a justiça de todo o que crê” (Rm 10.4). Cristo consumou a nossa salvação por meio da sua morte e ressurreição, ele aniquilou a lei que tinha essa função.

1)     A salvação

“Mas a justiça que vem da fé diz: “Não diga em seu coração: quem subirá aos céus? (isto é, para fazer Cristo descer), ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, para fazer subir a Cristo dentre os mortos)” (Rm 10.6-7). 

O apostolo Paulo está citando Deuteronômio 30.1-14, embora só cite o versículo 14, Paulo faz alusões à passagem toda. Em Deuteronômio 30.1,2, Moisés alude ao fato de que Israel se afastará de Deus e receberá maldições e castigo. Então, no versículo 6, ele diz: “O Senhor, teu Deus, circundará o teu coração...a fim de que ames o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda alma, para que vivas”.

Em seguida, nos versículos 11-14, ele explica: “Ora, o que estou lhes dizendo não é impossível fazer! Não é preciso subir ao céu ou cruzar o mar para fazê-lo!” ou: “Os mandamentos que estou transmitindo não são pesados, não estão fora do alcance de vocês. Não estão situados no cume de um monte...eles não estão do outro lado do oceano...” (A mensagem). Ou seja, a fé reconhece que não precisamos fazer nada para sermos justos. Você não precisa subir ao céu (Cristo já desceu de lá) ou lidar com os próprios pecados na morte (Cristo já fez isso). 

O apostolo Paulo mostra que Moisés sabia ser necessário algo mais que guardar a lei e que Deus fez tudo que era preciso: “...a palavra está perto de ti...” (Rm 10.8). Portanto, não há necessidade de indagar quem subirá aos céus ou quem descerá ao hades a fim de trazer a Cristo. Ninguém precisa escalar os muros do céu nem descer às cavernas do hades em busca de Cristo. Cristo mesmo veio e morreu, ressuscitou e encontra-se à inteira disposição de qualquer um, pela fé. O acesso é imediato.

Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo” (Hb 10.19-20).

2)     Confissão

Tenho que fazer o que? O apostolo diz: “.... a palavra está perto de você...” (Rm 10.8). Qual palavra? “...a palavra da fé que pregamos...” (v.8). Em primeiro lugar, essa “...palavra...” é uma verdade que precisa de ser conhecida. Esse conteúdo consiste na pessoa de Jesus. A palavra grega que Paulo usa para “Senhor” é Kurios. No Antigo Testamento, o termo Kurios era a tradução do nome pessoal de Deus, Yahweh.  

Assim, chamar Jesus de Kurios era não só anunciar sua divindade, sua majestade, seu poderio, sua grandeza, sua onipotência, onisciência, onipresença, como declarar que ele era a autoridade suprema sobre o mundo.

Além da pessoa de Jesus, temos que olhar sua obra. “...Deus o ressuscitou dentre os mortos...” (Rm 10.9). Precisamos acreditar que ele foi ressuscitado dos mortos e, portanto, que morreu. Em outras palavras, temos de crer na vida de Jesus, na morte e ressurreição de Cristo por nossos pecados. 

Em segundo lugar, essa “...palavra...” é uma verdade em que deve crer, acreditar “...crê em seu coração...” O coração é o símbolo de todo o eu “...guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida...” (Pv 4.23). Portando devemos confiar todo o nosso eu à pessoa e obra de Cristo como nossa salvação; devemos transferir a confiança que temos em nossos próprios esforços para sermos justos para a justificação de Cristo em nosso salvador. Cristo é a nossa justiça, nossa propiciação, nossa salvação, nosso redentor. 

E, por fim, Paulo promete que jamais nos arrependeremos de confiar nele em vez de em nós mesmos, afirmando: “Todo o que nele confia jamais será envergonhado” (Rm 10.11). Depois, lembra-nos, de que todos podem fazer isso “...não há diferença entre judeus e gentios...” (Rm 10.12). “E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (v.13).

3)     Como são belos os pés dos que anunciam as boas novas 

Como, pois, invocarão aquele que não creram?” Como as pessoas invocam ao Senhor? Em primeiro lugar, elas devem crer em Cristo, em sua morte e sua ressurreição. Mas “...como crerão naquele de quem não ouviram falar...?” Isso significa que a fé acontece quando o evangelho é pregado, quando o evangelho é anunciado. “O evangelho não passa de uma riqueza congelada a menos que seja comunicado”.

Mas “...como ouvirão se não há quem pregue?” (Rm 10.14). A mensagem precisa ser transmitida. A palavra traduzida como “pregue” é Kerysso, que significa ser um “arauto” ou fazer anúncios. O arauto, em certo sentido, é um jornal vivo, anunciando boas novas, notícias. Os arautos atuavam nas ruas das cidades. “A grande necessidade da igreja é ter um espirito de evangelização, não um esforço evangelístico temporário”.

E como pregarão, se não forem enviados?...” (Rm 10.15). A palavra grega traduzida por “...enviados...” é apostello. No começo da igreja primitiva, Jesus comissionou os apóstolos (enviados) para serem testemunhas em Jerusalém, Judéia, Samaria e os confins da terra. Em poucos anos, menos de trinta anos, toda essa região fora tomada pela palavra do Senhor.

Observe o que Paulo está ensinando sobre o evangelismo aqui:  É absolutamente necessário: “...E como crerão...se não há quem pregue” (Rm 10.14). Requer uma disposição para falar “Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).

Requer não só a proclamação, mas persuasão, fazer com que a pessoa entenda e veja a importância do que compreendeu. Como o diácono Filipe evangelizando o eunuco, mostrando que em Jesus se cumpre as profecias do Antigo Testamento.

Requer a transmissão de um corpo de verdades que não é opinião de alguém, mas a revelação autorizada de Cristo aos seus apóstolos.

conclusão: 

Temos que aproveitar as oportunidades para evangelizarmos, pois, os dias maus estão chegando e o tempo é curto. O apostolo nos desperta: “...chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos” (Rm 13.11).

Quem pode evangelizar, mas finge que não pode por temor ou indiferença ou desculpas – vai ter que ajustar contas com Deus.

Mostre o caminho do céu a quem anda pelos caminhos do inferno. O escritor de Proverbios exorta: “Liberte os que estão sendo levados para a morte; socorra os que caminham trêmulos para a matança!” (Pv 24.11).

 


 

 

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