terça-feira, 7 de maio de 2024

 Amor e comunhão Rm 12.9-15 

Introdução

Estamos no capitulo 12 de Romanos. O imperativo do apostolo Paulo é que “se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1). Em seguida, no mesmo capitulo, fala da igreja como um corpo, com muitos membros e cada membro com dons diferentes “...temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada” (Rm 12.6). Subsequentemente, enumera os sete dons de serviço: profetizar, serviço (diakonia), ensino, encorajamento, contribuição, liderança e misericórdia. E, exorta: “...use-o...” Faça, pratique o dom que Deus lhe deu. 

1)     Três imperativos

O versículo 9 apresenta três imperativos: “O amor seja sem fingimento...”, “...odiai, sim, o mal” e “...apegai-vos ao bem”. Os três verbos dessas frases nos falam do que significa viver uma vida que de fato está relacionada ao “amor”.

Primeiro, “o amor seja sem qualquer fingimento”, ou seja, um amor sem hipocrisia. O hipócrita era o ator que participava de uma peça teatral, sempre usando uma máscara. Portanto, não podemos ser falsos ao lidar com as pessoas. Se o amor é o cúmulo da virtude e a hipocrisia a síntese do vício, quanta contradição seria colocar os dois juntos. 

Segundo, o apostolo Paulo nos diz – tanto no sentido negativo – “odiai” -, quanto no sentido positivo –“apegai”- que o nosso amor precisa ser leal à vontade de Deus. Temos de “odiar”, literalmente, é “ficar horrorizado”, pode também expressar “aversão”, “abominação” e até repugnância. Por que isso é tão importante? Porque é comum que nosso amor por alguém distorça nossa visão do bem e do mal.

Vejam algumas letras de música: “Se amar você é errado, não quero estar certo!”, “Por você eu enfrento todas as consequências”, ou “Não pode ser errado, a sensação é tão boa”. “Eu sei que é errado e que vai entender. Voce é casado e eu não quero perder. Eu sei que tá com ela mais amo você....” (Marilia Mendonça).

Hoje os pais não punem os filhos de forma consistente porque não suportam as lagrimas e a raiva deles. Mas o resultado de uma infância sem disciplina é quase sempre um desastre. Ou, pense em como nos sentimos quando alguém a quem amamos arrasado por atos ou relacionamentos insensatos. O amor verdadeiro se coloca contra o engano, a mentira e o pecado que destrói. 

Portanto, o verdadeiro amor se preocupa com a verdade. Qualquer amor que tenha medo de confrontar o ser amado não é amor de fato, mas um desejo egoísta de ser amado. Quem já não ouviu: “Faço qualquer coisa para conseguir que ele ou ela continue me amando”. Isso não é amar alguém, é um sentimento doentio. Portanto, qualquer amor que tome atalhos morais ou deixe de confrontar não é o amor de verdade.

2)     Como é o amor

O verdadeiro amor é comprometer-se com afinco. “Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal...”, ou “Amai-vos dedicamente uns aos outros com amor fraternal” (BKJ). Tanto “dediquem-se...” quanto “...amor fraternal...” aplicam aos relacionamentos normais dos membros familiares vinculados por laço de sangue, mas Paulo está aplicando à comunidade cristã. Ou seja, ele está afirmando que devemos amar uns aos outros como se fossemos parentes de sangue. Portanto, os cristãos, por partilharem da mesma fé, devem dedicar-se uns aos outros com o mesmo afinco que os membros de uma família. 

O verdadeiro amor é pôs os outros em primeiro lugar. O versículo 10 nos diz: “...preferindo dar honra a outras pessoas , mais do que a si próprios” (v.10). O apostolo Paulo fala a mesma coisa em Filipenses: “...com humildade ...cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3). A palavra “honra” significa tratar alguém ou alguma coisa como valiosa e preciosa, como imagem de Deus.

Honrar alguém mais do que a mim mesmo significa ouvir o outro, estar consciente ao máximo de suas esperanças, alegrias e necessidades e temores e ter consideração pela pessoa. E, mais, quando os cristãos olham para outros cristãos, enxergam não apenas a imagem do criador, mas o próprio Cristo que neles habita. 

O verdadeiro amor é fervoroso. Os versículos 11 e 12  nos oferecem quatro imperativos, três atitudes necessárias como membros do corpo de Cristo. Primeira, o apostolo Paulo, está exortando a usarmos todos nossos recursos para não desistirmos de nossos irmãos em Cristo Jesus. “Nunca lhes falte o zelo, sejam fervorosos no Espirito” (Rm 12.11). O que é zelo? É cuidado, desvelo, interesse, pontualidade, atenção excessiva por alguém ou algo.

 O zelo é pela obra do Senhor. Como deve ser o zelo? “sejam fervorosos no Espirito e sirvam ao Senhor”. A palavra no grego é o inverso de preguiçoso, que não faz, não se esforça para ser usado por Deus.  Está se referindo ao Espirito Santo, o fervor espiritual; o quadro que se depara é o de um caldeirão fervendo e borbulhando.  A Biblia diz que Apolo “...com grande fervor falava e ensinava com exatidão acerca de Jesus” (Atos 18.25). 

“Sirvam ao Senhor” é o compromisso prático com o Senhor, tal como o de um escravo com o seu mestre. É a mesma palavra “diakonia”, servir, fazer, estar disponível, humildemente fazendo a obra que é do Senhor Jesus. Fazer a obra do Senhor onde for preciso, necessário...

Segundo, “alegrem na esperança, sejam pacientes na tribulação”. A esperança está vinculada a Cristo, é saber que nossa vida está em suas mãos, debaixo de sua soberania. “Sejam pacientes na tribulação”. Paulo fala em Romanos que a tribulação “...produz perseverança, a perseverança, um caráter, um caráter aprovado...esperança.  E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espirito Santo que ele nos concedeu” (Rm 5.3-5).

Terceiro, perseverem na oração. Oração é o oxigênio da alma. Oração é comunhão com Deus, oração é a presença de Deus, oração é cantar hinos espirituais, oração é falar em línguas estranhas, oração é glorificar ao Senhor, oração é ação de graças, oração é intercessão, oração é estar com a conversa atualizada com o seu Deus.

O verdadeiro amor combina sentimento com ação. Em um versículo poderoso, somos orientados: “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram”. Alegrar com as conquistas do meu irmão, serão que conseguimos? Alegrai com sua nota na escola; passou na autoescola; passou no Enem; conseguiu um concurso público; parabenizar pelo seu aniversário. Será que você consegue se alegrar com os que se alegram? Participar de seu festejo? 

“Chorai com os que choram”. Paulo não diz somente isso. Ele nos convida “...socorrer os santos em suas necessidades e procurai ser hospitaleiros”. Temos de compartilhar, alimentos, dinheiro em alguma necessidade e outras coisas com quem deles necessita. Faz nos lembrar a koinonia na igreja primitiva, cuja expressão maior era que os seus membros “tinham tudo em comum” (koina), no sentido de que repartiam com aqueles cujas necessidades eram maiores.

Conclusão: “Chorai com os que choram”

Tem chorado com os que choram? Tens chorado pela vida da irmã Edina, que está muito mal no hospital? Tens chorado pela vida da irmã Leia, que está muito mal? Tem chorado pela vida da irmã Gleide? Tens orado pela vida do pastor Davi?  E, por fim, tens chorado pelo Rio Grande do Sul?

Estamos vendo no Rio Grande do Sul aquela tragédia, águas invadiram cidades, afetando mais de 300 municípios e quase 800.000 desabrigadas. Vemos corpos mortos de crianças sendo carregados pelas águas da chuva; adolescentes despedindo de sua mãe, anciãos esperando socorro em cima dos telhados. Pessoas passando fome, frio, necessidades, etc. Vemos muita gente fazendo acontecer, mandando alimentos, ajudando, etc. 

Lhe pergunto: você tem orado pelas famílias no Rio Grande do Sul? Tem orado pelas pessoas que estão sem casa, a chuva levou tudo embora. Temos orado pelas famílias enlutadas? Tem orado pelas igrejas que foram invadidas pelas águas da chuva?

 





 

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