terça-feira, 31 de dezembro de 2024

 Chega de indecisão – Is 29.13-16 


Introdução

Vivemos no pós-modernismo. Vivemos no relativismo. Vivemos na polarização dos valores. Vivemos onde o certo é errado e o errado é o certo. E estamos nessa noite, num momento ímpar: estamos começando um novo ano; podemos dizer, pode ser uma nova história. Sim, pode ser.  Seremos exortados nessa noite a sairmos do marasmo espiritual, do pensamento dubio, da ambiguidade, das oscilações. De uma vida espiritual sem compromisso, para uma vida espiritual cheia da presença de Deus, cheia do Espirito Santo.

1)     Pessoas incertas

A pior coisa que existe é estar ao lado de pessoas incertas, pessoas com dois pensamentos. Na palavra de Deus encontramos alguns exemplos de pessoas que oscilaram. Em Isaias capitulo 6 temos a narrativa da sua chamada, ou vocação. Foi ano da morte do Rei Usias que ele teve um encontro com o Eterno: “...eu vi o Senhor sentado sobre um trono alto e exaltado ...em torno dele haviam serafins. Cada um tinha seis asas e clamavam: santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos, eis que toda terra está cheia da sua presença” (Is 6.1-3).

Mas vejam como que estava o profeta, aqui conseguimos ver sua indecisão, sua rachadura, seu pecado, sua sombra: “...sou um homem de lábios impuros” (Is 6.5). Diante da gloria do Senhor, diante da presença do Senhor, o profeta caiu em si, olhou para dentro de si. Não somente isso, mas que habito “...no meio de um povo de lábios impuros” (Is 6.5). O profeta estava aliviado, confortável em sua vida, até que o Senhor lhe apareceu e lhe confrontou.

O profeta Elias confrontou o povo de Israel que vivia uma vida de incerteza, confortavelmente em seus prazeres, até mesmo curvando diante de Baal. Sim, o povo vivia em indecisão, coxeando, oscilando, titubeando, ele é incisivo: “Até quanto ficarão oscilando de um lado para o outro?”. Ou seja, ele estava dizendo ao povo chega de indecisão, chega de relativização de sua fé, ora adora a Deus ora adora baal, está na hora tomar uma decisão...está na hora de ficar do lado de Deus.

O que dizer do apostolo Pedro que durante os tres anos de discipulado era indeciso e inseguro em sua fé. Depois de cear com seus discípulos, Jesus lhes disse: “Ainda esta noite todos vocês me abandonarão...”. Mas Pedro respondeu: “Ainda que todos te abandonem, eu nunca te abandonarei” (Mt 26.31-33). Mas Jesus conhecia a indecisão de Pedro: “...esta noite, antes que o galo cante, três vezes você me negará” (Mt 26.34). Todos conhecemos a história que seguida o apóstolo Pedro negou Jesus por três vezes ...

E quanto a igreja de Laodiceia e sua indecisão? Uma igreja rica, imponente. Lá tinha bancos, fabricas de lã sofisticada; em 60 d.C um terremoto devastou a cidade, mas a cidade conseguiu se reconstruir. Mas Jesus conhecia o coração da igreja: “Conheço as tuas obras, sei que nem és frio nem quente”. Sim, uma igreja morna, uma igreja sem vida, sem posicionamento espiritual, uma igreja sem compromisso com Cristo.

2)     Deus nos conhece

Sim, Deus nos conhece em nossa indecisão: “Este povo se aproxima de mim e me honra com os lábios e com a boca, mas o coração deles está longe de mim; o seu temor para comigo consiste em mandamentos de homens, aprendidos de forma mecânica” (Is 29.13 A21).  Tem indecisão, tem dubiedade, diz o profeta Isaias. Por quê canta louvores com lábios, exalta o meu nome dá boca para fora; mas o coração não está na mesma sinfonia, no mesmo ritmo, no mesmo compasso, na mesma coesão.

Na versão de Eugene Peterson é contundente: “Este povo faz um grande show, dizendo as coisas certas, mas o coração deles não está nem aí para o que dizem. Fazem de conta que me adoram, mas tudo é encenação” (A mensagem).

E Deus vai mais longe: Pensam quem podem esconder suas motivações do Senhor: “Ai dos que escondem profundamente o seu proposito do Senhor, e as suas próprias obras fazem às escuras, e dizem: Quem nos vê? Quem nos conhece? (Is 29.15 A21). Ou “...O Senhor não nos vê; não sabe o que se passa” (NVT). Eu lhe pergunto quem consegue escapar dos olhos do Senhor? “Tu me sondas e me conheces. Sabe quando me sento e me levanto...de longe percebes os meus pensamentos...para onde poderia escapar do teu Espirito? ...Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama no sheol, também lá estás. Se eu tomar as asas da alvorada ...lá estarás” (Sl 139).

Infelizmente, a hipocrisia tem dominado a vida de muita gente, é uma doença que pode atingir a todos. O que tem de gente fingindo, o que tem de gente dissimulando os verdadeiros sentimentos, intenções. O que tem de cosmético, o que tem de aparência em nosso meio. E todas essas imagens não corresponde aquilo que você verdadeira é...voce vive uma mentira, você vive uma personagem fictícia. Mas de Deus você não consegue se esconder.

Conclusão

Deus é vivo, Deus é onipotente, Deus é onisciente, Deus é onipresente, Deus é Adonai, o soberanos sobre tudo e todos; Deus é El Elyon, possuidor dos céus e da terra; Deus é Elohim, o criador de tudo que existe. Deus é El Shadday, o Todo Poderoso, o Deus da montanha. Deus é YHWH, aquele que apareceu para Moisés no meio de uma sarça ardente.

Ele lhe diz nesta noite: “Filho dá-me o teu coração” (Pv 23.26). Por quê é do coração de onde vem as saídas da vida. Sim, a única coisa que eu preciso, meu filho, é o teu coração, é a tua vida. Chega dessa vida, chega de aparência, chega de hipocrisia, está na hora de se levantar.

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Qual é o tamanho do seu Deus? – Is 40. 12-31 

Introdução

Por QUÊ temos um conceito pequeno a respeito de Deus? Deus é grande, é forte, é todo poderoso. Por quê comparamos Deus com os poderes do mundo, ou até mesmo, com os deuses de outras religiões. As vezes, equiparamos o poder finito de satanás o poder imensurável de Deus. Deus está acima de todas as coisas (preside) , está por baixo de todas as coisas (sustenta tudo) e, está fora e dentro (preenchendo tudo).

O Salmista expressa no Salmo 139 o tamanho do nosso Deus: “Para onde fugirei do teu Espirito? ...ou da tua face? Se subir aos céus, aí estás; se descer do leito mais profundo...aí estás...ou se eu fugir para o fim do mundo, igualmente estas aí...”

1)     Olhando para a grandeza de Deus

O profeta Isaias começa perguntando sobre a criação dos mares e dos céus: “Quem mediu as aguas na concha da mão, ou com o palmo definiu os limites dos céus? Sim, Ele é o criador dos mares, dos oceanos! Ele é o criador do Oceano Atlantico, Pacifico, mediterrâneo, mar Egeu, etc. Sim, foi ele que criou os mares e os definiu em seus limites. Também, criou os céus, que está acima de nós, essas nuvens brancas foram feitas pelas palmas da mão de Deus.

“Quem mais sabe o peso da terra ou pesou nas balanças os montes e as colinas? Os montes, as montanhas, os planaltos....pensa nas montanhas do Himalaia, Monte Evereste, os grandes planaltos, os grandes cânions, ETC. tudo foi pesado e criado pelas mãos do todo poderoso.  

E, quanto as nações? “as nações são como gotas que sobre do balde, não são nada mais que pó sobre a balança; as ilhas não passam de um grão de areia”. Vejam as grandes nações, como: Estados Unidos da America, Russia, França, China, India, Alemanha. Nações potentes, nações com armas químicas, temidas. Vemos guerras acontecendo dias dos nossos olhos, Russia e Ucrânia, etc.

Temos receios dessas nações poderosas, temos receio de estourar uma terceira guerra mundial. E usarem armas químicas que podem devastar, ou matar muita gente. Mas, para o Senhor as nações são “como gota que sobra do balde ou o pó que resta na balança”.

E mais: “Diante dele as nações são como nada; para ele são sem valor e menos que nada”. No hebraico o termo traduzido por “menos que nada” significa “uma bolha de sabão”, algo que flutua, que voa alguns minutos e depois estoura, desfaz. Basta tocá-la para que desapareça...todas as nações são para deus como uma bolha de sabão.

E mais: “Ele está assentado sobre o circulo da terra, cujo moradores são para ele como gafanhotos. Ele é o que estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para nela habitar” (Is 40.22). Misericórida o Senhor está assentado sobre o circulo da terra, isso fala de soberania, grandeza, sustentação do universo. Sabe quanto que alguém demoraria para ir de uma extremidade a outra do universo? 93 bilhoes de anos luz.  Considere o mundo que vivemos, sua complexidade, suas culturas, suas línguas, os povos, etc.

Sim, ele é soberano, Deus é grande. “É ele quem rebaixa reis poderosos e tira altas autoridades do poder” (Is 40.23). Não foi assim com Nabucodonosor? Achava que tinha construído a Babilônia, que tudo era por causa dele. Se vangloriou que Deus o fez que comesse capim como animal para reconhecer que tudo provinha de Deus. E o que falar de Belsazar? Usando os elementos do templo para seu bacanal? E a mão apareceu diante de todos os convidados com a seguinte inscrição: “Mene, mene tequel parsim”: foste pesada e achado em falta.

Por fim, o profeta nos convida: “Levantai os olhos e olhem para os céus, para quem criou tudo isso? É aquele que põe as estrelas em marcha como um exercito bem ordenado. Ele chama cada uma delas pelo nome e todas elas lhe obedecem, por causa do seu grande poder e força”. Abraão duvidou da promessa de Deus que lhe daria um herdeiro. Deus, então, leva-o para fora da tenda e diz: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode conta-las...assim serás a sua descendência” (Gn 15.3)

Pode me comparar? “A quem vocês podem me comparar? Quem se assemelha a mim? Pergunta o Santo?”

Com um ídolo? “A quem vocês podem comparar Deus? Que imagem usarão para representa-lo? Acaso pode ser comparado a um ídolo feito num molde, coberto de ouro e enfeitado com correntes de prata? (Is 40.18-19) Ele responde: “Nem toda a madeira nos bosques do Líbano nem todos os seus animais seriam suficientes para um holocausto digno de nosso Deus. (Is 40.16). 

Numa de suas cartas a Erasmo, Lutero disse: “Suas idéias sobre Deus são muito humanas”. Aqui é que muito de nós nos desviamos. Nossos pensamentos a respeito de Deus não são suficientemente grandes; deixamos de reconhecer a realidade de seu poder e sabedoria sem limites. Paulo ora para que os efésios pudessem “compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda plenitude de Deus” (Ef 3.18-19).

“Por que você reclama, ó Jacó, e porque se queixa, ó Israel: O Senhor não se interessa pela minha situação; o meu Deus não considera a minha causa”. Depois de tudo isso que falamos sobre Deus, porque ainda não gozamos de grande sossego de coração e alma? Mas, insistimos em murmurar para Deus nossas angustias?  A verdade é que Deus se tornou um garçom, somente vamos a ele quando necessitamos, precisamos. Estamos em busca de coisas materiais, de coisas pequenas, mundanas, passageiras. Mas, quando tudo nossos ídolos se derretem, então, clamamos por Deus. De sorte que temos um Deus gracioso, que não obstante nossos pecados, ele nos escuta e nos socorre.

Conclusão:

Dá forças aos cansados e vigor aos fracos. Até os jovens perdem as forças e se cansam, e os rapazes tropeçam de tão exaustos. Mas os que confiam no Senhor renovam suas forças; voam alto, como águias. Correm e não se cansam, caminham e não desfalecem. (Is 40.29-31).  A força vem do Senhor; ele dá força ao cansado. Os que esperam no Senhor renovam suas forças. Deus renova nossa mocidade como a da águia que vive 100 anos; é um período para outro ela muda sua plumagem, suas penas são trocadas, o bico é reforçado. Assim, Deus faz conosco, nos renova. 



 

 


domingo, 22 de dezembro de 2024

 O seu nome será maravilhoso ... Is 9.1-7 

Introdução

Estamos alguns dias do Natal em que comemoramos tudo, menos a morte de Jesus. Aliás, o natal é quando o comercio fica aberto até mais tarde; no natal as pessoas têm o hábito americano de fazer uma arvore de natal, mas não sei o que tem a ver a arvore com o natal. No natal, juntamos a família e comemos carne assada, frutas e muitas pessoas enche a cara com bebidas alcoólicas. Mas e o natal, o que é? O Natal fala do nascimento de Jesus. E o texto de Isaias capitulo responde nossa pergunta.

1)     um povo sofrido

o texto inicia falando do povo de Zebulom e Naftali que viviam na escuridão. Galileia era uma região sofrida, miserável e invadida muitas vezes por vários impérios. Em 734 a.C o povo foi levado em cativeiro por Tiglate-Pileser, imperador da Assiria. Esse povo foi humilhado e maltratado por seus inimigos.

“No passado...Zebulom e Naftali foram humilhadas”, “desprezadas”, “envilecidas” (tornadas vis). Sim, a Galileia dos gentios “o caminho do mar, junto ao jordão” foram desprezadas, humilhadas. O desprezo era tão grande que os religiosos declararam a Nicodemos: “Por acaso você é da Galiléia? Examine e verá que da Galileia não se levanta profeta” (Jo 7.52). Mas ela será gloriosa nos “últimos tempos”. Quando será isso?

O povo andava em “terra de profunda escuridão”, portanto na escuridão estava o povo, mas resplandeceu-lhe a luz, sim veio uma luz brilhante para iluminar suas vidas. “O povo que anda na escuridão viu uma grande luz; uma luz brilhou sobre os que viviam nas trevas da morte” (Is 9.2).O apostolo João fala dessa luz: “Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens. A luz brilha na escuridão, e a escuridão não a derrotou” (Jo 1.5).

 

 O aparecimento da luz modificou por completo a situação do povo: “...aumentaste a sua alegria; eles se alegram diante de ti como os que se regozijam na colheita, como os que exultam quando dividem os bens tomados na batalha” (Is 9.3). A palavra alegria aparece três vezes nesse versículo, mostrando a completude da alegria do povo de Deus. Por quê o povo está alegre?

“Pois o Senhor quebrou o jugo do inimigo que os prendia a barra que estava sobre os seus ombros” (Is 9.4). Sim, o povo estava preso no jugo do inimigo, escravizado. Assim, como Gideão venceu os midianitas, Deus dará vitória ao seu povo.  

Sim, o inimigo foi vencido “...toda bota de guerreiro usada em combate e toda veste revolvida em sangue serão queimadas, como lenha no fogo” (Is 9.5). O apostolo João subscreve: “Filhinhos, sois de Deus e já os tendes vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1 Joao 4.4).

2)     um menino

“Porque um menino nasceu, um filho foi nos dado”. No capitulo 7 de Isaias, temos essa promessa: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7.14). Sim, como profetizado o menino nasceu em Belém da Judéia, como profetizou Miquéias: “Mas tu, Belém Efrata, embora sejas pequena entre as milhares de Judá, de ti sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2)

Sim, um menino nos nasceu, nasceu numa manjedoura em Belém, no meio de animais e pastores e os anjos cantando, glorificando a Deus. E profeta diz mais sobre ele: “o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade e Principe da paz” (Is 9.6).

Sim, ele é MARAVILHOSO CONSELHEIRO. ELE É MARAVILHOSO, ELE É GRANDE, ELE É MAJESTOSO, NÃO TEM NINGUÉM COMO ELE, ELE É INCOMENSURAVEL. Quando Manoá, pai de Sansão, pergunta o seu nome, ele responde: “Porque perguntas pelo meu nome, visto que ele é maravilhoso” (Jz 13.18). Sim, é maravilhoso, mas também é conselheiro, ele tem propósitos, ele tem desígnio, ele é o caminho, ele tem perspectiva, nada pega Deus desprevenido, Ele é o rei dos Reis, é o Senhor de nossas vidas.

Sim, ele é DEUS FORTE. SIM, ELE é forte, ele é robusto, ele é grande, ele é onipotente. Deus forte fala do seu poder divino como guerreiro, como general, como vencedor, aquele vence todas as batalhas. Os inimigos serão vencidos, Ele vence, Ele é o Senhor. Ele é o Senhor dos exércitos, peleja todas suas guerras.

Sim, ele é o PAI DA ETERNIDADE. Como assim? Uma criança nasceu, como pode ela, nascida, no tempo, finita ser o “pai da eternidade”. Sim, ele era o verbo de Deus, o apostolo João afirma: “No princípio era o verbo, o verbo estava com Deus e o verbo era Deus”. Ele é o grande Eu Sou, o todo poderoso. Não está limitado ao tempo, passado, presente e futuro, mas está acima do tempo.

Sim, ele é o PRINCIPE DA PAZ. Ele é shalom, ele tem paz que excede todo entendimento. A paz dele nos liga com Deus, nos liga conosco e com o nosso próximo. Mesmo no balanço do mar, mesmo no meio da tempestade, do furacão, temos paz, temos harmonia, temos presença de Deus em nossa vida.

Conclusão

E o seu domínio? “Ele estenderá o seu domínio e haverá paz sem fio sobre o trono de Davi e sobre o seu reino...justiça e retidão, desde agora e para sempre” (Is 9.7).

Os reinos dos homens terminam, os impérios vão e vem, os homens nascem e morrem. Mas o reino dele não terá fim e será um reino de justiça e retidão.

Cristo é incomparável, ele é a coroa do universo, é o cumprimento das profecias; é o salvador do mundo; ele sobrepuja a todos; ele é a verdadeira luz que ilumina a todo homem; ele é o ápice da realização de qualquer empreendimento. Para o artista, ele é o suprassumo da beleza. Para o arquiteto, ele é a pedra fundamental. Para o astrônomo, ele é a estrela da manhã. Para o padeiro, ele é o pão da vida. Para o carpinteiro, ele é a porta. Para o medico, é o médico dos médicos. Para o biólogo, é a vida. Para o engenheiro, ele é o caminho novo e vivo. Para o geólogo, ele é a rocha eterna. Para o escritor, ele é a palavra viva. Para o fazendeiro, é o semeador. Para o floricultor, é a rosa de sharom e lírio dos vales. Para o jornalista, ele á a boas novas de grande alegria. Para o filosofo, é a sabedoria divina. Para o pregador, é a palavra de Deus. Para o estadista, é o desejado de todas as nações. Para o pecador, é o cordeiro de Deus que tira  o pecado do mundo. Para nós, cristãos, ele é o filho de Deus, o salvador do mundo, redentor e Senhor. 

 

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

 Um menino nasceu – Jo 1.1-14 

Introdução

Estamos nos aproximando do Natal. As lojas estão decoradas com presépios, a imagem do menino na manjedoura; festejamos no dia 25 dezembro, mas sabemos que Jesus nasceu no período da pascoa, mês de março para abril. Aliás, falam que os magos que foram visitar Jesus eram reis do Oriente, ou da Pérsia, mas a Biblia não afirma. Na noite de natal as famílias se reúnem para participar de um grande banquete e regado com muita bebida alcoólica. Mas será que isso é Natal? 

1)     E o natal?

Natal é o nascimento de Jesus, o nosso salvador. Quando o homem chegou à Lua, em 1969, o presidente americano Nixon se vangloriou: “O dia mais importante da humanidade é a ida do homem à lua”. Mas o evangelista Billy Graham respondeu: “O dia mais importante para a humanidade não foi o dia em que o homem pôs os seus pés na lua, e sim, o dia em que Deus pôs os seus pés na terra”.

O evangelista João no começo do seu evangelho afirma essa verdade: “No principio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus” (Jo 1.1). Jesus é eterno, auto existente, é o alfa e o ômega, ou seja, não tem começo e nem fim. “Mas”, conforme o apostolo Paulo em Galatas “vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). Sim, no tempo estabelecido por Deus, no pleroma de Deus, ele enviou o seu filho ao mundo.  

Nesse período do tempo, Roma era o império dominante, Tibério Cesar dominava o mundo. Nesse período, todo o império romano tinha estradas por toda parte que ajudou o evangelho ser conduzido. Nesse período do tempo a língua grega era falada por quase todo o mundo que vivia as margens do Mediterrâneo. Nesse período a tradução da Seputaginta, ou seja, o Antigo Testamento em grego, estava espalhada por todos os cantos...

“...Deus enviou o seu Filho...”. Jesus nasceu em Belém, numa manjedoura, perto de Jerusalém. A profecia de Isaias se cumpriu: “Eis que a virgem ficará gravida e dará à luz um filho, e o nome dele será Emanuel, Deus conosco! (Is 7.14 BKJ). E no capitulo 9, o profeta Isaias qualifica o menino: “...um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Ele estenderá o seu governo, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado...” (Is 9.6-7). 

Conforme o evangelista João, Ele é o verbo, é o Logos, é Jesus – aquele que salva. Desde o princípio, desde toda eternidade, Ele estava com o Pai: “No princípio criou Deus o céu e a terra...e Deus disse: haja luz e houve luz” (Gn 1.1-3). E no decorrer dos capítulos um e dois o mundo todo foi criado pela fala de Deus: “E Deus disse...” (mais de dez vezes temos essa frase em Genesis 1). O evangelista João subscreve que o logos é o verbo, é a ação, é   o que criou todas as coisas: “todas as coisas foram feitas por intermédio dele, sem ele, nada do que existe teria sido feito” (Jo 1.3).

2)     A palavra tornou-se carne

O Deus criador, o logos, se esvaziou, diz o apostolo Paulo: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus que, apesar de ser Deus, não considerou que a sua igualdade era algo que deveria ser usado como vantagem, antes, esvaziou a si mesmo, assumindo a forma  de servo, tornando-se semelhante aos homens” (Fl 2.6-7 NVI).  Eugene Peterson parafraseou: “A palavra tornou-se carne e sangue, e veio viver mais perto de nós. Nós vimos a gloria com nossos olhos, uma gloria única: o Filho é como o Pai, sempre generoso, autentico do inicio ao fim” (Jo 1.4 A mensagem). 

A palavra tornou-se carne e sangue...” Sim, Jesus nasceu em Belém da Judéia, numa manjedoura. Foi criado em Nazaré, terra dos gentios. Quando completou 30 anos de idade foi batizado no rio Jordão, para que nele se cumprisse toda justiça de Deus. Ele ensinou com autoridade, mas autoridade que os escribas e fariseus. Em Cafarnaum Jesus tocou num leproso e o curou de sua lepra; também, curou um homem com a mão ressequida de muitos anos, dentro de uma sinagoga... 

 Jesus curou a sogra de Pedro que estava provavelmente com malária. Em Gadara ele libertou um homem possesso, endemoninhado que causava medo em todo mundo. Em Naim ressuscitou a filho de uma viúva, trazendo-o de volta à vida. Em Betânia Jesus, depois de quatro dias, ressuscitou seu amigo Lazaro. O que falar de suas curas, de seus milagres extraordinários? Jesus andou por cima das águas ...

 A palavra tornou-se carne e sangue...”. Ou seja, sentiu dores, cansaço e sede em Samaria, fome em sua tentação no deserto, abandono e angustia no jardim do Getsemani. Foi desprezado pelos seus discípulos, todos correram e abandonaram o mestre. Experimentou a humilhação, o desdém, zombado e escarnecido....Em Hebreus 4.15, lemos: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que , como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”. 

3)     Cheio de graça e verdade

“A lei foi dada por intermédio de Moisés, a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo”. A lei veio através de Moisés, no entanto, não foi capaz de salvar o homem do seu pecado, aliás, a lei sobrecarrega um fardo difícil de carregar. Então, “a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo. Jesus é o favor imerecido de Deus, é um presente de Deus, é uma dádiva de Deus. Ele sofreu em nosso lugar e morreu por nossos pecados.

Uma pergunta: “Por que ele veio até nós?” Porque ele é amor e somos totalmente dependente dele. O evangelista fala sobre o seu amor: “Deus amor o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Uma segunda pergunta: “Como estávamos?” Agora o apostolo Paulo descreve a humanidade: “...mortos em nossas ofensas e pecados.... andando segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar...andando nos desejos da carne e dos pensamentos, éramos por natureza filhos da ira” (Ef 2.1...). 

O apostolo Pedro estava andando no curso deste mundo, mas numa manhã nas margens do mar da Galiléia o mestre lhe apareceu e deu uma ordem: “Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar (Lc 5.4)”. Mas Pedro respondeu: “Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas sobre a tua palavra lançarei a rede”. Então, o que aconteceu? “...colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se lhes a rede” (Lc 5.6). Diante dessa cena, Pedro “dobrou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador” (Lc 5.8). 

Quem é o Senhor da sua vida? Quem é o Soberano da sua vida? Somente tem uma Senhor, somente um Salvador. O Apostolo João viu um livro fechado por dentro e por fora e selado com sete selos. E um anjo forte gritou: “Quem é digno de abrir o livro e desatar os seus selos? (Ap 5.2). Então, o apostolo João desesperou, pois não havia ninguém...no céu, na terra e debaixo da terra. Mas um dos anciãos disse: “Não chores; eis o leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os sete selos” (Ap 5.5).

Conclusão

Muitas pessoas, a despeito de tudo o que Jesus realizou, rejeitaram-no. “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu” (Jo 1.10).

Mas, “os que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes a autoridade de se tornarem filhos de Deus” (Joao 1.12).

Cristo é incomparável, ele é a coroa do universo, é o cumprimento das profecias; é o salvador do mundo; ele sobrepuja a todos; ele é a verdadeira luz que ilumina a todo homem; ele é o ápice da realização de qualquer empreendimento. Para o artista, ele é o suprassumo da beleza. Para o arquiteto, ele é a pedra fundamental. Para o astrônomo, ele é a estrela da manhã. Para o padeiro, ele é o pão da vida. Para o carpinteiro, ele é a porta. Para o medico, é o médico dos médicos. Para o biólogo, é a vida. Para o engenheiro, ele é o caminho novo e vivo. Para o geólogo, ele é a rocha eterna. Para o escritor, ele é a palavra viva. Para o fazendeiro, é o semeador. Para o floricultor, é a rosa de sharom e lírio dos vales. Para o jornalista, ele á a boas novas de grande alegria. Para o filosofo, é a sabedoria divina. Para o pregador, é a palavra de Deus. Para o estadista, é o desejado de todas as nações. Para o pecador, é o cordeiro de Deus que tira  o pecado do mundo. Para nós, cristãos, ele é o filho de Deus, o salvador do mundo, redentor e Senhor. 


 

domingo, 15 de dezembro de 2024

 Shadday o Deus que ama.  Uma adptação do Max Lucado. 

Havia uma terra muito distante que vivia um homem, que era muito sábio, muito forte, chamado Shadday. Como ele era? Era muito grande, alto, olhos azuis brilhantes e uma barba longa e cheia.

Shadday era muito feliz, alegre e contagiava a todos com sua felicidade. E quando ele falava, todos paravam para escutá-lo...todos, adultos e crianças paravam para escutar os seus ensinamentos. 


Ele havia feito um mundo maravilhoso, aliás, um mundo perfeito, todos eram encantados com o mundo criado por Shadday. As crianças podiam nadar nos rios, podiam subir nas arvores e pegar seus frutos...e em todo o lugar era diversão e alegria. 

E o mais importante: shadday sempre estava perto: o maior prazer de todos era desfrutar da presença de Shadday. Na presença dele não havia medo, pavor, mas somente alegria.

Aliás, Shadday conhecia todo mundo; conhecia cada um pelo seu nome, sabia tudo sobre eles...tudo, desde o nascimento até o que tinha acontecido na vida deles até aquele dia. Sim, ele conhecia cada um pelo nome, nada se ocultava dos olhos de Shadday.

Por exemplo, conhecia o amor de Lucia pelas pessoas, conhecia o medo e os temores de Orlando. Ele conhecia o coração bondoso de Renata; sabia da timidez de Maicon...e conhecia Paladim e sua curiosidade. Ele conversava com todos, havia em seu coração um grande amor para com todos, sem distinção.

Então, certo dia, Shadday começou a levantar um muro. Sim, um alto muro de pedra; ele foi levantado pedra sobre pedra...então que ficou muito alto, mais alto do que Shadday. Ele demorou dias para fazer esse muro, enquanto construía, não cantava...

Do lado de fora, havia uma floresta muito perigosa. Enquanto Shadday levantava o muro, ele sempre parava e examinava com atenção as sombras que ficavam do lado de fora, sim, do lado de fora. Do lado de fora, haviam espinhos cruéis, feras selvagens, cobras e abismos misteriosos enchiam a escuridão da floresta. AQUILO NÃO ERA UM LUGAR  BOM...

Do outro lado do muro é perigoso – ele falava em tom solene. Vocês foram feitos para viverem nesse paraiso, para desfrutar da minha presença e não para a terrível terra lá fora. Fiquem aqui, pois é seguro...

Algum tempo depois, um menino foi correndo ao encontro de Shadday. Ele estava muito agitado e preocupado.  Chegou correndo: _Shadday!

Ele respondeu: O que é Paladim?

Quase sem respirar, em frases interrompidas, o menino contou: “O muro...achei um buraco. É uma grande abertura, Senhor. E as mãos do menino se esticavam para mostrar o tamanho do buraco...alguém poderia passar por ele...

Shadday, pacientemente, puxou um banquinho e sentou-se. _Paladim, meu filho, eu sabia que seria voce! Diga-me, como você o achou? Ele respondeu: _Eu estava olhando ao longo do muro, procurando por....

“Buracos?”, perguntou Shadday! _Sim, respondeu Paladim – eu estava procurando buracos... _Assim voce poderia ver a floresta lá fora – disse shadday. _Sim, respondeu Paladim.

Ouça Paladim, disse Shadday, _as terras lá fora não são para voce ...é uma terra perigosa, selvagem, que lhe fará muito mal. Voce não foi feito para aquelas terras. Voce pode andar por aqui onde voce quiser. Mas se voce sair daqui, não achará o caminho de volta...

_Então voce vai tampar o buraco? – perguntou Paladim - _Não Paladim, eu deixei o buraco porque amo muito vocês. Eu quero que as pessoas fiquem porque elas querem ficar, não porque tem que ficar.

Paladim ficou muito confuso, parte dele desejava a segurança de Shadday enquanto que a outra parte o chamava em direção ao muro....

Então, ele começou a caminhar o mais rápido que podia, a principio sem rumo certo; mas, depois, em direção ao muro. Dizia consigo mesmo: _ não vou chegar perto demais, prometeu. Só vou dar uma olhadinha para dentro do muro...

Nessas horas algumas perguntas vieram: “Porque eu quero fazer o que Shadday não quer que eu faça? Por que sou tão curioso? É tão errado assim eu querer ver o outro lado do mundo?

Então, Paladim, começou atravessar o muro pela brecha até que saiu do outro lado da floresta.

Quando chegou do outro lado, viu flores cheirosas perfumando o amor. _Não vejo criatura assustadora, olhas as arvores tão cheias de galhos, que mal podia ver o céu...

Pela primeira vez, Paladim, acreditou que Shadday estava errado. Ele gostou da selva. Pensou consigo: _espera eu contar aos outros. Ele se virou para voltar através do buraco, mas o buraco havia desaparecido!

Paladim se desesperou, cadê o buraco do muro? Onde estaria a brecha? Correu para todos os lados mas não achou...

De repente, Paladim, ouviu um barulho esquisito na floresta, virou-se, mas não viu nada. Olhou para dentro da floresta, estava escura e ameaçadora...desesperadamente, Paladim, examinou o muro, mas ele não conseguiu subir, pois era muito alto.

Não havia caminho para casa...ele se lembrou das palavras de Shadday: “Se voce sair daqui, não achará o caminho de volta”. Os olhos de Paladim estavam arregalados de medo. Ele se desesperou...encolhido ali, solitário e assustado, lembrou-se de algo mais que Shadday sempre dizia: “Eu amor muito vocês”.

Pensou: _ ele me amaria o suficiente para vir me procurar? Ele me ouviria, se o chamasse?

Então, começou a gritar: _Shadday, Shadday! Me perdoe por não ter ouvido a sua voz! Por favor, venha me ajudar!

Do outro lado do muro, no jardim, Shadday, antes mesmo de Paladim terminar seu pedido de socorro, já estava a caminho para ajuda-lo. Ele abriu um outro buraco no muro, passou por ele, para resgatar Paladim da escuridão e da floresta amaldiçoada. 


 

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

 Cuidado com a tentação Tg 1.13-18 

Introdução

O diabo é um anjo caído, chamado de “...é a antiga serpente... que engana todo mundo” (Ap. 12). Diabo é oposição a Deus e ao povo de Deus; ele conhece a fragilidade do seu povo, a tendencia ao pecado de estimação que existe na vida de todos. Por isso que o apostolo Paulo exorta: “fortalecei-vos no Senhor e força do seu poder! Revesti-vos de toda armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo” (Ef 6.10-11).

1)     Quatro verdades sobre a tentação

Primeiro, a tentação está sempre presente. Ninguém está imune a ela, o texto diz: “Quando tentado...” (Tg 1.13 A21). Assim como somos provados em nossa fé, também as tentações são inevitáveis. Segundo, Deus nunca é fonte de tentação: “Quando alguém for tentado, jamais deveria dizer: estou sendo tentado por Deus” (Tg 1.13 NVI). Por quê? Deus é santo, logo, significa que é separado do mal. A santidade tem dois lados: a incapacidade de ser afetado pelo mal e a incapacidade de causar o mal. 

Terceiro, a tentação sempre ocorre em um processo sistemático: “Mas cada um é tentado...” (Tg 1.14 ARC), a conjunção “mas” indica um contraste, ou seja, entre a visão errônea de que Deus é o autor da tentação e sua verdadeira origem e fonte. “...Quando atraído...”, esse termo faz parte do vocabulário de pesca e significa “atrair com isca”. Assim uma isca é colocada em nossa vida – algo externo. A isca em si não é pecado. 

Portanto, trata-se de uma linha sutil, quase imperceptível, entre estar num estado seguro e protegido, cuidando de sua vida e escorregar para um estado de risco, de tentação. Veja a sutileza da tentação: um ruido, alguém que passa por voce, uma mensagem no seu celular, um pensamento distraído que parece surgir do nada, um cheiro de maconha...

A grande dificuldade é que bem no fundo de nosso coração surge uma espécie de fome, a vontade de morder a isca  “....e tentado pelo seu próprio desejo, sendo por este arrastado e seduzido” (Tg 1.14 NVI). Então, Deus não é nem remotamente responsável pela tentação, nem mesmo de forma indireta, mas o nosso desejo é a causa direta do pecado. Na verdade, não podemos colocar a culpa nem na isca que nos atraiu! A culpa é somente nossa. 

“Em nossos membros, jaz latente uma repentina e violenta inclinação ao desejo ... força irresistível, o desejo domina a carne. De imediato, acende-se um fogo secreto e imperceptível. A carne é incendiada e tomada pelas chamas. Não interessa se o desejo é de natureza sexual, se é ambição, ou vaidade, ganancia, poder...nesse momento Deus deixa de ser real para nós, e somente o desejo em relação à criatura continua sendo real, a única realidade é o diabo. Satanás não nos leva a ter ódio de Deus, mas a esquecê-lo”.

Em resumo, em Tiago 1.14 temos os elementos indispensáveis à tentação: uma isca externa atraente e um desejo interior. Quando esses dois elementos se juntam a uma vontade que cede a tentação, o resultado, tem duas palavras: “Então” e “concebido”. “Então” é a continuação de uma ação e “concebido” é uma palavra usada no contexto de concepção de uma criança. 

A concepção da tentação acontece pela junção de dois elementos necessários: o objeto da tentação e o desejo interior resulta no ato pecaminoso. Um exemplo vivido do que o apostolo Tiago está afirmando é o caso do rei Davi e o seu pecado de adultério com Bate-Seba, vejamos:

Enquanto seu exercito estava na batalha, Davi ficou em Jerusalém, ocioso e perambulando pelo palácio real (2 Sm 11.1). Enquanto caminhava pelo terraço do seu palácio, os olhos do rei viram uma mulher tomando banho (2 Sm 11.2). Essa visão acidental não era pecado em si. Mas a mulher era “muito bonita” (2 Sm 11.7), veio a cobiça, o desejo ...a semelhança de alguém que cai em um alçapão. 

O salto de que Davi deu da tentação para o pecado foi tão veloz quanto fogo em mato seco: ele perguntou quem ela era, mandou busca-la e deitou-se com ela – tendo plena consciência de que se tratava de Bate-Seba, esposa de Urias, o heteu (2 Sm 11.3-4).

O que é mais assustador no pecado de Davi é que ele era conhecido “um homem segundo o coração de Deus” (1 Sm 13.14). Se esse grande homem de Deus sofreu uma queda tão grave e repentina, não devemos pensar nem por um momento sequer, que estamos imunes a algo desse tipo, esse é o lado ruim da tentação. 

Podemos resistir ao desejo, voltar as costas para a isca e seguir outro caminho, interrompendo o ciclo. Mas se a pessoa que é tentada agasalha o desejo, abraço o objeto da tentação e corre para a armadilha, o resultado será pecaminoso. O ciclo é: quando somos levados por alguma coisa que nos atrai, entramos no território da tentação e cedemos ao pecado. E quando é mantido sem que haja arrependimento, ele resulta em morte.

Gera a morte” (ARA), “produz a morte” (NTLH). Que morte é essa? O apostolo Tiago não está falando de morte física nesse texto, mas morte espiritual. Em Deuteronômio lemos: “Vê que hoje coloquei diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal (DT 30.15)”. As pessoas que estão no caminho da vida, estão andando com Cristo; as pessoas que estão no caminho da morte, estão andando na carne e separadas de Cristo e não pode mais experimentar a verdadeira vida no Espírito. 


Cuidado, cuidado, diz o apostolo Paulo: “Meus amados irmãos, não se enganem”. Não se desviem. Os encantos das tentações chegam sob muitas formas e em momentos diferentes. Não permitam que seus pensamentos se desviem da verdade e sigam pelo caminho do engano e da falsidade.

Conclusão

“Semeia um pensamento e colherás um ato;

Semeia um ato e colherás um hábito”;

Semeia um hábito e colherás um caráter;

Semeia um caráter e colherás um destino”.

No começo são pensamentos “insignificantes”, como se dissesse: “Não tem nada a ver”, depois virá “pecadinhos”, hábitos “inofensivos”...até tudo isso virar uma bola de neve e caracterizar uma conduta que tira o brilho até dos cristãos mais respeitados.

Como podemos evitar a rampa escorregadia do pecado? Primeiro, a vitória é dos que pensam no que é bom. Tiago afirma que todas as boas dadivas  e todos os dons perfeitos vem de Deus e nele “não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17). O apostolo Paulo exorta: “...tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama...nisso pensai” (Fl 4.8). O que voce tem lançado no solo fértil de sua mente?

 A vitória é dos que vivem na verdade. O apostolo Tiago afirma que fomos gerados pela “palavra da verdade” (Tg 1.18). A mesma palavra que nos deu vida também nos alimentará e nos protegerá, concedendo-nos tudo o que precisamos para crescer. 


 

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

 E o mundo, como está? Rm 1.18-32 

Introdução

Qual é a concepção que as pessoas têm de Deus? Na verdade, a sociedade erigiu um “deus” para si, segundo sua imagem e semelhança. O “deus” erigido é muito bondoso e gentil, aliás, é como uma vovó com seus netinhos, na maioria das vezes é complacente, aceita normalmente o comportamento dos netos. Às vezes, fica chateada quando os netos aprontam, mas sem nenhuma punição.

Sim, é um “deus” passivo, que fica apenas contorcendo as mãos, incapaz de irar; um “deus” que não precisa temer, ou ficar com medo das consequências de suas ações. No entanto, esse não é o Deus da Biblia, aliás, o Deus da Palavra de Deus puniu Adão e Eva pelo pecado cometido; aliás, o Deus da Bíblia puniu Sodoma e Gomorra pelo comportamento imoral; aliás, o Deus da Bíblia puniu a geração de Noé, matando todos naquele diluvio.

1)     A ira de Deus

Paulo começa afirmando sobre Deus: “A ira de Deus se revela do céu...” (Rm 1.18).  A palavra “ira” no grego é “orge” que é uma resposta justa, santa à natureza pecaminosa e rebelde da humanidade. “Orge” ou “ira” é uma expressão inflamada de indignação contra a transgressão, o pecado. Ela é inflamada, mas completamente consistente com o caráter de Deus, que também é amor. 

Sua ira é sem dúvida apavorante, mas não é desmedida, sim, na medida certa. Todo o ser de Deus opera em sua ira. Todo o seu caráter se manifesta.

Ele se enfurece contra “a impiedade”. Impiedade vem da palavra grega “asebeia” que significa desprezo pelas coisas, e tem a ver com a nossa relação vertical com Deus. Fala de uma pessoa irreverente, irresponsável, inconsequente, como se nada tivesse que responder diante de Deus, tanto nesta vida quanto na eternidade. Como disse Dostoievski em seu livro “Os irmãos Karamazov: “Se Deus não existe, tudo é permitido”. 


Ele se enfurece contra toda “injustiça”. Injustiça vem do grego “adikia” que significa violação da lei divina. Essa lei é a Palavra de Deus, é o Antigo Testamento e o Novo Testamento. É a palavra “...viva e eficaz” (Hb 4.12), é a palavra “inspirada” (2 Tm 3.16), é a palavra que é “...lâmpada para os meus pés e luz para os meus caminhos” (Sl 119.105). E toda lei divina são uma expressão do caráter de Deus. Isto é, quando pecamos, pecamos contra Deus!

Portanto, quando falamos de “impiedade e injustiça” não está falando de uma violação de certas regras de conduta, mas uma total rejeição ao próprio Deus, sua divindade, sua autoridade, sua própria natureza, sua essência. Quando optamos por pecar, desobedecer, seguir nossos ditames, estamos praticando “impiedade e injustiça”. 

E o que mais: “Eles suprimem a verdade pela injustiça humana”. A imagem pintada pela palavra “suprimida” retrata um homem lutando para manter a tampa de uma caixa fechada de modo o que quer que esteja dentro não possa escapar. O pecado da humanidade, suprime a vontade de Deus;

O pecado impede o mundo funcionar como Deus originalmente desejou. O pecado tampa a nossa visão, o pecado escraviza, o pecado condiciona, o pecado nos impede de viver uma vida totalmente livre e para Deus.

2)     A natureza criada

“Pois o que de Deus se pode conhecer é evidente entre eles...”. Ou seja, Deus nos cerca de evidências de seu agir, de seu poder. Olhe para o espaço profundo usando um telescópio e você verá evidências de seu tamanho e poder. Olhe para os mares, os imensos oceanos, sua imensidão, seus peixes e você verá evidências do seu poder. 

João Calvino, comenta: “Ao dizer o que de Deus se pode conhecer, ele quer dizer que o homem foi criado para ser um expectador desse mundo formado, e que os olhos lhe foram dados para que, ao olhar para tão bela imagem, fosse levado ao próprio autor, ao próprio Deus”.

“Por meio de tudo o que ele fez desde a criação do mundo, podem perceber claramente seus atributos invisíveis: seu poder eterno e sua natureza divina. Portanto, não tem desculpa alguma” (Rm 1.20 NVT). 


Uma pergunta: O que acontece quando as pessoas se recusam a reconhecer Deus e dele depender como Deus? Não paramos de adorar, apenas mudamos o objeto da nossa adoração! O apostolo Paulo afirmou que “...trocaram a glória de Deus imortal por imagens de seres humanos mortais, bem como de aves, vermes e repteis” (Rm 1.23 NVT).

Eles dizem que eram sábios, mas se tornaram loucos” (Rm 1,22 VFL). São loucos, néscios, indesculpáveis, insensíveis, tolos, insensatos, homens de belial. Não estão preocupados das implicações eternas de suas decisões ou atitudes. 

3)     Deus os entregou

“Deus os entregou a ...”. A palavra no grego é “paradidomi”. Assim como Jesus foi entregue para morrer pelos nossos pecados; assim como Jesus foi entregue para o Sinédrio; assim como Jesus foi entregue aos sedentos de sangue; assim como Jesus entregou o seu espirito e morreu. Portanto, entregar, descreve uma decisão ativa. Portanto. Deus entregou a humanidade ao seu próprio desejo.

O povo de Israel estava no deserto sendo sustentado por maná (Nm 11.7-9). Mas, eles desejavam a comida dos egípcios e diziam: “Ah, se tivéssemos carne para comer!” (Nm 11.4-6). O Senhor respondeu: “Voces não comerão carne apenas um dia, ou dois, ou cinco, ou dez ou vinte, mas um mês inteiro, até que lhes saia carne pelo nariz e vocês tenham nojo dela...” (Nm 11.19-20).

“Deus os entregou à impureza sexual”. “...Deus os abandonou e deixou que eles seguissem os desejos de seus corações, cometendo imoralidades e usando seus corpos para terem relações sexuais uns com os outros de forma vergonhosa”. Como disse Oscar Wilde: “Quando os deuses querem nos punir, atendem ás nossas orações”. Ou “desejos pecaminosos”, ou “desejo ardente” no grego é ephithumia que é desejo excessivo, um impulso, um anseio que toma conta de tudo. O homem se empanturra de desejos, de prazeres, de vícios, como os hebreus se empanturraram de carne! 

Deus os entregou a paixões vergonhosas (Rm 1.26). “Por causa disso, Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até as mulheres trocaram a relação sexual natural por outra contrária á natureza” (NVT). E quanto aos homens? “...em vez de ter relações sexuais normais com mulheres, arderam em desejo uns pelos outros. Homens praticaram atos indecentes com outros homens e, em decorrência desse pecado, sofreram em si mesmos o castigo que mereciam” (Rm 1.27).   

“Deus os entregou a uma disposição mental reprovável” (Rm 1.28). O termo reprovável significa depravado. Depravado não significa “ser ruim quanto se é possível ser”; significa “ser ruim além do que é possível ser”. A humanidade decidiu deixar Deus de lado, tratá-lo com indiferença, desprezo. Por outro lado, Deus colocou a humanidade à prova, entregando-a à sua cobiça, provando que não é digna de Deus.

Quando fala de depravação envolve miríades de vícios: “tornaram-se cheios de toda espécie de injustiça, maldade, ganancia e depravação. Estão empanturrados de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malicia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; vivem criando maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor e respeito à família, sem qualquer misericórdia para com o próximo” (Rm 29-31).

Conclusão

Esse é o estado do mundo, sim, o mundo está assim! O que o mundo precisa? Do evangelho de Jesus que é “...poder de Deus para salvação de todo aquele que nele crê...visto que a justiça de Deus se revela no evangelho...” (Rm 1.16-17). O mundo precisa de Jesus, precisa ressuscitar, vivificar e viver uma vida nova em Cristo Jesus.