terça-feira, 26 de setembro de 2023

 A esposa infiel Ez 16.1-15  

Introdução

Estamos acostumados em ver nas mídias sociais casos de crianças abandonadas pela mãe. Algumas abandonam em latas de lixo, outras na porta da frente de alguma casa, em rodoviárias e ferrovias. Mães abandonam não somente na fase infantil, mas também abandonam nas fases posteriores da vida. Mas de Deus, temos uma promessa: “O Senhor responde: Será que uma mãe pode esquecer o seu bebê? Será que pode deixar de amar o seu próprio filho? Mesmo que isso acontecesse, eu nunca esquecerei vocês” (Is 49.15).

O profeta Ezequiel utiliza de um fato, corriqueiro em seus dias para ilustrar a relação de Deus com o seu povo.  O Senhor falou comigo de novo. Ele disse:  — Homem mortal, mostre a Jerusalém as coisas nojentas que ela tem feito” (Ez 16.1-2).

1)     Uma criança abandonada

O profeta Ezequiel inicia, v.2, contando a história de uma criança rejeitada, lançada no monturo, desprezada por todos que passavam por ela e, ficou ali para morrer: ficou ali para morrer. “Não se apiedou de ti olho algum...compadecendo de ti..”(v.4). Aqui um retrato vivo da história do povo de Deus e como se encontrava: desassistido, desesperançado, ninguém lhe dava expectativa alguma...ninguém apostava, ninguém colocava a mão no fogo. 

Assim estávamos nós: “...vivíamos de acordo com a nossa natureza humana, fazendo o que nosso corpo e a nossa mente queriam...estávamos destinados a sofrer o castigo de Deus...estávamos espiritualmente mortos por causa da nossa desobediência” (Ef 2.4-5).

 Sua origem e seu nascimento foram na terra dos cananeus; seu pai era um amorreu e sua mãe uma hitita” (Ez 16.3). Os amorreus e os hititas era moradores da Palestina, povos que adoravam ídolos: Baal, Aserá, postes ídolos, Moloque, adorava o Sol e a Lua. Então, a criança que nasceu nessa região, era corrupta desde o início, e se dependesse de si, não superaria sua carga genética. 

 “...No dia em que você nasceu, o seu cordão umbilical não foi cortado, você não foi lavado com água para que ficasse limpa, não foi esfregada com sal nem enrolada em panos” (Ez 16.4). Algumas coisas: o cordão umbilical não fora cortado; a criança estava ainda ensanguentada, não estava limpa; não fora friccionada com sal e nem vestida com roupas adequadas, como qualquer mãe faz no dia primeiro dia de nascimento da criança.

Certamente imaginaram que a criança morresse em poucas horas naquele campo e que fosse esquecida para sempre. Assim, é a história humana, sem Deus, sem paz, sem alegria, sem salvação e jogado como joguete de satanás nesse mundo vil.

2)     Uma aliança

“Então, passando por perto, vi você se esperneando em seu sangue, eu lhe disse: Viva! Eu a fiz crescer como uma planta no campo...” (Ez 16.6-7). Enquanto que muitos que passaram por ela, meneavam a cabeça, pensando que não fosse sobreviver, aliás, tinha tudo para dar errado na vida. Mas Deus passa pela primeira vez e diz: “Viva”. Vida, não morte, não crime, não drogas, mas vida, vida de Deus, vida com Deus. 

Em Ezequiel 37, o profeta se defronta com um vale cheio de ossos secos “...pude ver que era enorme o numero de ossos nos vales...então ele me disse: Profetize a estes ossos e diga-lhes: farei um espirito entrar em vocês, e vocês terão vida” (Ez 37-.4-5). Paulo afirma em Efésios sobre a vida em Deus em nós: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados...” (Ef 2.1). E novamente Paulo: “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna” (Rm 6.23)

Jesus confronta Nicodemos sobre a “vida eterna” “...se alguém não nascer de novo, não poder ver o reino de Deus”. Para um religioso como Nicodemos, um homem acostumado com regras, preceitos, mandamentos, com a exterioridade da lei. E faz objeção: “Como pode um homem nascer...entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e nascer novamente?” Mas Jesus lhe afirma categoricamente: “...quem não nascer da água e do Espirito não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3.3.5). 

Novamente, diz o profeta Ezequiel, “Mais tarde, quando passei de novo por perto, olhei para você e vi que já tinha idade para amar, então estendi a minha capa sobre você...fiz um juramento e estabeleci uma aliança com você...e você se tornou minha” (Ez 16.8).

Ela cresceu e ficou em idade de casar, Deus casou-se com ela. Alguém me perguntou: “Para que serve o batismo?” Eu respondi: “Batismo é casamento, é legalização da sua vida com Deus”. E aqui no texto, quando ela estava pronta, diz: “Eu lhe dei um banho com água e, ao lavá-la, limpei o seu sangue e passei azeite em sua pele” (Ez 16.9). Foi uma grande festa, uma grande celebração. Duas coisas: o batismo (água), depois foi ungida com azeite, que é a presença do Espirito Santo. 

E tem mais: “Eu a vesti com roupas bordadas e lhe dei sapatos do melhor couro” (O filho prodigo recebeu vida, sapatos e roupas novas e uma grande festa), “...eu a enfeitei com joias – pulseiras e colares...voce comeu da melhor farinha e tinha mel e azeite à vontade. Voce era bonita e chegou a ser rainha” (Ez 16.10-14).  Todos esses pormenores falam de uma linda celebração, entre a noiva e o noivo, uma linda festa de casamento, para selar a relação.

Primeiro, lhe deu vida, estando quase morta. Depois, casou-se com ela “a cobriu com as suas asas”, com a sua presença constante. Segundo Lhe deu tudo que precisava, tudo: sapatos, o melhor; lhe deu Jóias, a melhor comida e se tornou uma bela rainha. E: “E correu de ti a tua fama entre os povos, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da minha gloria que eu pusera em ti, diz o Senhor Deus” (Ez 16.14). Em todos os casamentos, todos se levantam para contemplar a beleza da noiva, mas aqui, toda gloria e beleza da noiva, provém do noivo.

3)     Quebra da aliança

Toda quebra de aliança tem um “mas”. O texto diz: “Mas você se aproveitou da sua beleza e da sua fama para dormir com qualquer um que passava” (V. 15).  Ela gostou da beleza e da fama e decidiu tirar proveito da situação, egoisticamente, pecaminosamente. “Usou os seus vestidos para enfeitar os seus lugares de adoração” (Ez 16.16). Usou os presentes dados por Deus para se prostituir e adorar ídolos. Na verdade, começou a se prostituir com todos os ídolos e deu tudo para eles: “seus vestidos, suas joias, sua comida, tudo...até os seus próprios filhos foram oferecidos como sacrifício ao deus moloque.  

Tonou-se pior que uma prostituta, pois chegou ao ponto de pagar os homens para ter relações com ela. Lendo os finais do capitulo 16, o desgaste de sua vida imoral era tão grande que ninguém mais desejava esta mulher. O pecado envelhece, tirar todo o brilho, toda formosura. Nenhum dos homens dava valor para ela; os homens na verdade, nunca se importaram com ela, somente com o prazer.

Quantas moças foram desprezadas e, até abandonadas pelos “namorados” que se aproveitaram delas e, depois fugiram de suas responsabilidades? Quantos jovens já perderam tudo ates de reconhecer que os “amigos” do mundo não são verdadeiros amigos? O diabo e seus aliados oferecem liberdade, mas levam a vitima à escravidão.

Conclusão

“Contudo, eu me lembrarei da minha aliança, que fiz contigo nos dias da tua mocidade; e estabelecerei contigo uma aliança eterna” (Ez 16.60). 

É assim que chegamos a Deus, todo quebrado, todo humilhado, envergonhado, com a cara arrebatada pelo pecado. Mesmo assim, o Senhor nos oferece sua graça e misericórdia.

Toda beleza vem de Deus. Tem gente tentando ficar bela com os artifícios da vida, mas a verdadeira beleza procede de Deus. Deus nos veste com a sua justiça, com o seu manto de santidade. 


 

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