terça-feira, 16 de maio de 2023

 Vencendo a ambiguidade Is 29:13-16 

Introdução

Ambiguidade é indecisão, hesitação, é não ser quente nem frio mas morno, é alguém que vive coxeando entre dois pensamentos, imprecisão, hipocrisia, etc. Jesus em seu sermão do Monte nos alerta para sobre duas portas: “Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que levam à perdição, e muitos são os que entram por esse caminho. Como estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida! Sãos poucos os que a encontram” (Mt 7.13-14). 

1)     Ambiguidade na Bíblia

O texto lido fala sobre o profeta Isaias, o profeta messiânico. Ele profetizou nos reinados de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequiel (Is 1.1). O capitulo seis narra a vocação ao ministério profético, essa vocação aconteceu no ano em que morreu o Rei Uzias. Ele nos diz: “No ano em que faleceu o rei Uzias, eu vi o Eterno sentado sobre um trono alto e exaltado...em torno dele haviam serafins. Cada um tinha seis asas...e clamavam: Santo, Santo, santo, é o Senhor dos Exércitos, eis que toda terra está cheia da sua glória” (Is 6.1-3). 

É aqui que a ambiguidade do profeta aparece, suas rachaduras, suas sombras: “seus lábios impuros” (Is 6.5). Enquanto estamos longe da presença do Santo, o mais longe possível, nossa consciência é aliviada pela conivência da sociedade que nos cerca. Mas, quando a glória do Eterno se manifesta não tem para onde fugir: “Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos contemplaram o Rei, o Senhor dos Exercitos”(Is 6.5). 

Em 1 Reis 18, vemos o profeta Elias confrontando o povo de Israel que estava se curvando diante de Baal. O povo vivia em indecisão, em ambiguidade, ora adorava a Deus ora adorava a baal. “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o. Porém, o povo nada lhe respondeu” (1 Rs 18.21). Ou seja, chega de indecisão, chega de ficar em cima do muro, chega de titubear, é hora de decisão. “Até quando ficares estacionados entre duas possibilidades?” ou “Até quando vão oscilar de um lado para o outro”. 

O apostolo Pedro, discipulo de Cristo, é outro que teve ambiguidade na sua caminhada. Depois de cear com seus discípulos, Jesus lhes disse: “Ainda esta noite todos vocês me abandonarão...”.  Mas Pedro protesta: “Ainda que todos te abandonem, eu nunca te abandonarei” (Mt 26.31-33). Mas, Jesus que está acima de toda a ambiguidade é incisivo: “Asseguro-lhe que ainda esta noite, antes que o galo cante, três vezes você me negará” (Mt 26.34). 

E o que dizer da igreja de Laodiceia? Uma cidade rica, imponente. Lá tinha bancos para trocar moeda; importantes fabricas de lã preta e sofisticada; famosos centros médicos de oftalmologia. Em 60 d.c a cidade foi quase destruída por causa de um terremoto, mas não precisou de ajuda do império romano. Mas, Jesus é incisivo, faz um diagnostico preciso: “Conheço as tuas obras, sei que nem és frio nem quente. Antes fosse frio ou quente” (Ap 3.15).  Então é o que? “...és morno...”. Laodicense é sinônimo de alguém morno, sem posicionamento espiritual. 

2)     Honra com os lábios, mas o coração está longe...

Deus se preocupa com o coração, ele pede “Filho dá-me o teu coração” (Pv 23.26). Por que é o do coração de onde vem nossas decisões e as razões de fazermos o que fazemos “...é dele que procedem todas as saídas da vida” (Pv 4.23). Deus vê além da superfície, além da mera aparência e vai direito as motivações. Não se ilude com aqueles que recitam as palavras da Bíblia – que fazem e dizem coisas para serem vistos com seus seguidores – mas que no fundo não tem interesse em conhecer a Deus verdadeiramente. É DESESPERADOR ESTAR NESSA CONDIÇÃO. 

Em algum momento da nossa vida haverá essa ambiguidade, ou seja, um distanciamento entre os lábios e o coração. Nessas horas você não encontrará muita ajuda de conselheiros humanos – seja psicólogo, seja psicanalista, psiquiatra, etc –, pois é algo puramente espiritual.  Em vez disso, Deus lhe diz: “Meu Espírito Santo trabalhará em seu coração à medida que você o tornar disponível a mim. Faça isso e eu o trarei de volta a vida”.

Deus é como o médico que examina a garganta do paciente, ou coloca um estetoscópio sobre o seu coração, ele avalia os sintomas antes de apresentar o diagnóstico. Ainda que você pronuncie palavras piedosas de louvor em sua presença, o Senhor não deixa de avaliar os corações. 

Depois de olhar, de averiguar, encontramos dois diagnósticos: O primeiro diagnóstico é: “O Senhor diz: Este povo fala que me pertence; honra-me com os lábios, mas o coração está longe de mim. A adoração que me prestam não passa de regras ensinadas por homens” (Is 29.13 NVT). Na versão contemporânea de Eugene Peterson, é contundente: “Este povo faz um grande show, dizendo as coisas certas, mas o coração deles não está nem aí para o que dizem. Fazem de conta que me adoram, mas é tudo encenação” (Is 29.13 A mensagem). 

Segundo diagnóstico:eles procuram esconder seus planos do Senhor” (v.15). “Que aflição os que procuram esconder seus planos do Senhor...O Senhor não nos vê, não sabe o que passa. Como são tolos! Ele é o oleiro e certamente é maior que vocês, o barro...Pode o vaso dizer: o oleiro não sabe o que faz? (Is 29.15,16). Quando nosso coração está longe de Deus, tendemos a nos mover por caminhos desagregadores e enganosos. 

Terceiro diagnóstico: hipocrisia. “O Senhor não nos vê, não sabe o que passa”. Infelizmente, a hipocrisia é uma enfermidade que pode atingir todos. O que é hipocrisia? “Ato ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos, intenções; fingimento, falsidade”. Hipocrisia vem do latim e do grego e significava a representação no teatro, dos atores que usavam máscaras, de acordo com o papel que representavam em uma peça. O hipócrita é alguém que oculta a realidade através de uma mascara de aparência. 

Voce pode estar na igreja desde a época em que engatinhava, conhecer todos os hinos de cor, ser capaz de orar em línguas ou até mesmo profetizar, saber localizar com muita facilidade os livros do Antigo Testamento e Novo Testamento. Mas cuidado! Como alertou o apostolo Paulo: “Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!" Podemos cultivar em nosso coração a hipocrisia.

3)     Um autoexame. 


Algumas sondagens para saber se o coração está frio, distante, duro e calejado. Para saber se o coração está interpretando um papel, ao invés de viver totalmente para Deus.

Adoração tornou-se meramente formal e apropriada para mim? Não me rendo aos pés do Senhor, não me entrego...totalmente.

A oração tornou-se uma série de palavras sem sentido, um simples mover de lábios impuros, como diz Isaias?

Deus parece estranhamente distante e fora de alcance?

Esqueci-me de que ele realmente me vê e sabe exatamente onde estou, o que estou fazendo e por quê? Esqueci de que Deus me sonda e me conhece, conhece os pensamentos, conhece o meu deitar e o meu sentar...

Estou preocupado demais com as aparências? Muito preocupado com roupas, com creme de cabelo, etc...

A opinião humana é demasiadamente importante para mim? Estou preocupado com que as pessoas vão achar, não o que Deus pensa.

Permito que a minha vontade invalide a autoridade da Palavra de Deus em minha vida?

Existem coisas pecaminosas sendo toleradas, ou mesmo cultivadas, nos recessos mais fundos do meu ser?

Permaneci tempo demais nessa condição a ponto de não mais nota-la?

Conclusão:  Quando os lábios e o coração estão unidos. 

Quando o coração está bem, os pés andam rápido na direção de Deus. Quando o coração está bem, a carteira se abre para o Senhor. Quando o coração está bem, você se prontifica a servir a Cristo. Quando o coração está bem, você não espera meses para se envolver com as necessidades do mundo ou tocar aquela alma perdida que está perto de você. Quando o coração está bem, suas mãos se dispõem ao trabalho. QUEM FAZ DIFERENÇA NÃO SÃO AS MÃOS, MAS O CORAÇÃO. 


 

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