domingo, 21 de maio de 2023

 Dá-me parte da herança que tenho direito.

Olhando para Lucas 15 que conta a história do filho pródigo, podemos dividi-la em três atos.

Primeiro ato

O filho mais novo dirige-se ao pai e diz: “Dê-me minha parte da herança”. Era natural que quando o pai morria, o filho mais velho herdava dois terços da herança do pai, ao passo que o filho mais novo recebia um terço da herança do pai. 

Contudo, a partilha acontecia quando o pai morria. Na parábola, o filho mais novo pede que sua parte da herança lhe seja dada agora, e essa atitude era um sinal de profundo desrespeito. Fazer esse pedido enquanto o pai estava vivo era o mesmo que desejar sua morte.

No fundo, o filho mais novo estava dizendo era que desejava os bens do pai, mas não o pai. Seu relacionamento com o pai constituía o meio pela qual ele desfrutaria de seus bens, mas agora ele está dizendo que está cansado desse relacionamento. Ele quer embora.

E o pai? A reação do pai da parábola causa mais perplexidade que o pedido do filho. Afinal, era uma sociedade patriarcal; em uma sociedade patriarcal, expressões de deferência e respeito pelos mais velhos, principalmente pelos pais eram de altíssima importância! No oriente médio, a reação esperada de um pai tradicional seria expulsar o filho sem direito a nada, a não ser uma boa surra. Mas, o pai lhe dá sua parte...

Segundo ato

Então, o filho parte para uma terra distante longínqua “onde desperdiçou tudo o que tinha por viver de forma irresponsável” e desperdiça tudo o que tem. Quando ele se vê literalmente prostrado na lama com os porcos “cai em si” e pensa em algo. Então diz a si mesmo que irá voltar a casa do Pai, admitir que estava errado e que, portanto, perdeu os direitos de filho. Em segundo lugar, ele pretende pedir ao pai que o trate “como um de seus empregados”. Então, ali no chiqueiro, o filho mais novo ensaia deu discurso. Quando sente que está pronto para conversar com o pai, ele se levanta e começa a viagem de volta para casa... 

Terceiro ato

Por fim, o jovem chega a certa distancia da casa de onde já podia ser avistado. O pai o vê e corre – corre até ele! Os patriarcas do Oriente Médio, por serem figuras notáveis, não corriam. As crianças podiam correr; as mulheres podiam correr, os jovens podiam correr..., mas não o pai da família, o digníssimo pilar da comunidade. Ele, no entanto, corre em direção ao filho e, sem esconder nenhuma emoção, atira-se sobre ele o beija.

O filho já vai falando: “Pai, pequei contra o céu e contra o Senhor, e não sou mais digno de ser chamado teu filho”. O pai o interrompe, não apenas ignorando o discurso ensaiado, mas contrariando-o diretamente: “Depressa!” ele diz aos servos “tragam a melhor roupa e vistam nele!”. A melhor roupa na casa era a roupa do próprio pai...O que o pai está dizendo: “Não vou esperar você liquidar sua dívida, não vou esperar que você cumpra o seu protocolo de humilhação. Você não vai precisar conquistar o direito de voltar e fazer parte da família. Vou simplesmente aceita-lo de volta. Vou cobrir sua nudez, sua pobreza e seus farrapos com as roupas do meu oficio e de minha honra.

E ordena: que os servos preparem um banquete para comemorar e o prato principal era um novilho cevado: “Faremos um banquete e celebraremos, pois, este meu filho estava morto e voltou à vida. Estava perdido e foi achado”. 




bibliografia: Bíblia de Estudo Swindoll NovaVersão Internacional
O Deus pródigo - Timothy Keller - Editora Vida Nova. 

 

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