Elias e a promessa de Deus – 1 Rs 18.40-46
Introdução
Diante dos profetas de Baal, Elias admoestou o povo de Israel: “...até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o. Porém, o povo nada lhe respondeu” (1 Rs 18.21). O povo estava dividido, indeciso; alguns foram na onda de Jezabel adorando Baal, outros adoravam os postes ídolos. E, outros, hesitantes quanto ao Deus dos céus. Elias os confronta com a verdade. “Ouçam. Até quando vocês estarão mornos? Por quanto tempo vão vacilar ou hesitar? Não é possível seguir os dois caminhos. Se o Senhor é Deus, então sigam-no. Se Baal é Deus, então sigam Baal. Fiquem de um lado ou de outro. É hora de decisão”. Então, diante da oração de Elias o fogo desceu do céu e queimou todo aquele altar...
1)
Suas
promessas
Deus cumpre suas promessas. “Deus não é homem para que minta, e não é filho do homem para que mude
de opinião. Acaso ele fala e não age conforme a sua Palavra? Acaso ele promete
e não cumpre o que prometeu? (Nm 23.19 – a Mensagem). Portanto, Deus não é volúvel
nem inconstante “... em Deus existe
plena firmeza, nele não existe instabilidade...” (Tg 1.17 – a mensagem).
Quando Elias entrou em cena para anunciar a terrível seca que
estava por vir e que duraria por vários anos e só acabaria “segundo a minha palavra” (1 Rs 17.1).
Esta mensagem era um lembrete para Acabe (1 Reis 16.29), que se achava o ponto
final das coisas, “tão certo como vive o Senhor...”, e apenas ele podia determinar
o que iria acontecer.
Então, Deus cumpriu a sua palavra. Não houve nem sequer uma gota de chuva para aliviar a terra ressecada. Ela ficou seca e estéril com o passar dos meses, que se transformaram em anos. Os rios não fluíam mais, os riachos secaram, os poços secaram, os animais morreram e o rei viu-se totalmente incapaz de interferir na ação julgadora de Deus. DEUS CUMPRE SUA PROMESSA, SUA PALAVRA. CONCORDE VOCE OU NÃO, SUA PALAVRA É FINAL.
A agenda de Deus continua virando suas páginas nas datas
corretas, mesmo quando não vemos nenhum vestígio dEle. Mesmo quando surgem as
maiores injustiças e dizemos “a vida não parece justa”, ou “onde está Deus”.
E, para piorar, Deus
não vê necessidade alguma de compartilhar seus caminhos com qualquer filho de
Adão. E por que ele deveria? Nesse tempo nossa fé é provada “...não estranheis o fogo ardente que surge
no meio de vós...” (1 Pe 4.12). E, parece que a promessa do Senhor não irá
cumprir...
E, então, sem aviso, ele cumpre a sua palavra. No primeiro versículo
de 1 reis 18 há uma sentença eloquente: “Veio a Palavra do Senhor a Elias, no
terceiro ano”. Três anos! Este é um tempo demasiadamente longo para ficar sem
chuva. E até difícil imaginar, não? Mas Deus estava pronto a fazer alguma
coisa.
Quanto aos profetas de Baal não tinham credibilidade. Todas as orações repetitivas “Ó Baal, responde-nos”, os rituais “...se cortaram com lâminas e facas... até ficarem com o corpo todo ensanguentado”. E as práticas de Vodu “...e dançavam em volta do altar que haviam feito” haviam se mostrado inúteis. Elias, orou e fogo desceu, o povo todo “caiu de rosto em terra”, imediatamente reconheceu e disse: “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” (1 Rs 18.39). Não foi preciso implorar ao povo que lançasse mão dos profetas e não deixasse que nenhum deles escapasse...todos foram mortos.
Agora, se dermos uma olhada de novo no primeiro versículo de
1 Reis 18, vamos achar outra promessa de Deus. Elias estava mais do que pronto
para ouvir esta: “Darei chuva sobre a terra”.
Em momento algum, durante esses três anos de seca, vemos o profeta murmurando
ou reclamando da seca, mesmo quando o riacho de Querite secou ou nas situações
que tanto ele quanto o povo viveram...
2)
Promessas
e promessas
A Bíblia contém mais de 7500 promessas. Mas, será que podemos
reclamar para nós, pessoalmente, todas essas promessas? Não! Nem todas as promessas
são condicionadas para nós. A Bíblia é a Palavra de Deus, inerrante, confiável,
benéfica e autorizada. Contudo, isso não quer dizer que toda e qualquer promessa
que encontramos nela tenha pertinência para os dias atuais.
Um exemplo é o de Josué 6.3-5: “Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias. Sete sacerdotes levarão sete trombetas de chifre de carneiro adiante da arca; no sétimo dia, rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão a trombeta...todo o povo gritará com grande grita; e o muro da cidade cairá”.
Em Marcos 16.18 diz: “Pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhe fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados”. Um pastor americano morreu em 2012 por brincar com serpentes em cima do púlpito. É perigoso clamar por uma promessa tirada do contexto, longe de seu cenário primário e distante de seu significado original.
Agora, que promessa podemos nos apossar? “Se confessarmos os nossos pecados, ele é
fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”
(1 Jo 1.9). Se eu me recuso a confessar meus pecados, não posso esperar que o
Pai Celeste e santo perdoe automaticamente minha carnalidade. Em outras
palavras, não posso clamar por esta promessa do perdão de Deus até que eu faça
minha parte (condição), que é confessar meus pecados.
Em segundo Cronicas 15.1-2, temos uma promessa
correspondente: “O Espírito de Deus veio
sobre Azarias, filho de Obede. Ele saiu para encontrar-se com Asa e lhe disse: “Escutem-me,
Asa e todo o povo de Judá e de Benjamin. O Senhor está com vocês quando vocês estão
com ele. Se o buscarem, ele deixará que o encontrem, mas, se o abandonarem, ele
os abandonará” (2 Cro 15.1-2). Em
Jeremias 29.12-13, temos uma promessa semelhante: “Então vocês clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os ouvirei. Voces me
procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração” (Jr
29.12,13).
Uma outra promessa: “Como
diz a Escritura: Todo o que nele confia jamais será envergonhado. Não há
diferença entre judeus e gentios, pois o mesmo Senhor é Senhor de todos e
abençoa ricamente todos os que o invocam, porque todo aquele que invocar o nome
do Senhor será salvo” (Rm 10.11-13).
Mais uma: “Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão...pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus chamar” (Atos 2.17-18, 39).
É uma promessa pessoal feita por uma pessoa (Elias) numa
situação especifica. Segundo, é uma promessa condicional: “Elias, vai
apresentar-te a Acabe”, diz o Senhor, “darei chuva sobre a terra” (esta promessa:
é a parte de Deus). Portanto, Deus não mandaria chuva até que Elias fosse a
Acabe. Diante da promessa Elias dá uma ordem ao rei Acabe: “Sobe e come, porque
já se ouve ruído de abundante chuva” (1 Rs 18.41).
“Ouve ruído de abundante chuva”. Ainda não havia uma nuvem sequer no céu, muito menos o brilho de um raio de um som de um trovão. Então, qual era o som? Era o som da voz de Deus e da promessa feita. De fato, a palavra hebraica traduzida como “ruído” é usada com o sentido de “voz” em outra passagem.
Primeiro, Elias se afastou “Elias, porém, subiu ao cimo do Monte
Carmelo”. Uma das razões de sermos tão negligentes com a oração é que nunca
preparamos um lugar para nos encontramos com Deus. Quando você quiser se
aproximar do coração de Deus, será preciso se afastar do burburinho, da
confusão, do barulho e das distrações.
Segundo, Elias se humilhou-se. “Encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos, sua testa tocava o chão”. A melhor atitude em oração é a atitude de humildade. “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte” (1 Pe 5.6).
Terceiro, Elias foi especifico. “Sobe”, disse ele ao seu
servo, “e olha para o lado do mar”. Elias disse ao seu servo para procurar uma
coisa: sinal de chuva. Deus prometeu chuva e era isso que Elias estava
esperando, confiante que Deus cumpriria suas promessas em todos os detalhes.
Quarto, Elias foi persistente. “Não há nada lá”, disse seu
servo. Elias disse: “Volte para ver”. E assim por sete vezes. A maior dificuldade
na oração é esperar. Porque queremos respostas rápidas.
Quinto, Elias manteve a esperança. “Na sétima vez o servo disse: eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão do homem”. Tudo o que Elias tinha em mãos era uma pequena nuvem, não maior que a palma da mão de um homem no meio daquela imensidão de mar e céu. Diante disso, Elias disse a Acabe: “Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva não te detenha” (1 Rs 18.44). Termina lendo os vs 45 e 46.
Nenhum comentário:
Postar um comentário