terça-feira, 27 de setembro de 2022

 Elias e os profetas de Baal – 1 Reis 18.16-3

Introdução

Uma grande tempestade ameaçava um transatlântico. A tripulação e os passageiros corriam, aflitos, de um lado para o outro. os marinheiros se esforçavam para salvar o navio. A grande maioria dos viajantes estava desorientada, pois o desespero se apoderara de todos. Alguém, entretanto, encontrou em um os salões, uma menina que brincava despreocupadamente, indiferente à aflição de todos. Ao perguntar-lhe se não temia morrer no naufrágio, sem largar o brinquedo que tinha na mão, levantou cabeça, olhou para a pessoa por cima dos ombros, e respondeu: Papai é o piloto do navio.

1)     Perturbador de Israel”

Finalmente, depois de três longos anos, Deus fala com seu servo e diz: “Vai, apresenta-te a Acabe”. Três anos antes Deus havia dito: “Nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra”. Agora ele está dizendo: “Darei chuva sobre a terra”. “Partiu, pois, Elias a apresentar-se a Acabe; e a fome era extrema em Samaria... e foi Acabe ter com Elias. Vendo-o, disse-lhe: És tu, ó perturbador de Israel” (1 Rs 18.16-17).

A forma nominal do verbo hebraico que significa “perturbar, trazer calamidade”. Há ocasiões em que esta palavra hebraica é usada com o sentido de “víbora, áspide ou cobra”. Portanto, “perturbador” é outra maneira de dizer “é você sua víbora rastejante?” Para ele, o profeta é uma cobra. Ele é o culpado de todo mal que está acontecendo em Samaria. 

E o que estava acontecendo? Três anos sem uma gota e chuva em toda a terra de Israel. A terra estava desolada, seca, sem vida. Todos os rios haviam secado. Quando o profeta Elias saiu de Sarepta, Sidom, em direção ao palácio de Acabe, com toda certeza passou por carcaças de animais (vaca, cavalos, cachorro, etc). Imagine o cheiro de morte que havia no ar. É somente pensar nas reportagens do jornal na televisão sobre as devastadoras secas de algumas regiões do Brasil e do mundo – morte e doença por todos os cantos ...um cenário de morte. 

O rei Acabe com os olhos flamejantes, encontra o profeta e descarrega toda a sua ira sobre Elias: “Seu perturbador de Israel. Sua cobra miserável”. Elias respondeu: “Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins”.

Ou seja, não venha me culpar pelo que já aconteceu, Deus trouxe esta seca como julgamento de pessoas como você. Por sua causa não choveu. Deus fechou os céus porque você não cumpriu os mandamentos dele. Você se esqueceu do Senhor e está adorando ídolos.

2)     Oscilando entre dois pensamentos

“Agora, pois, manda ajuntar a mim todo o Israel no Monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas do poste-ídolo que comem da mesa de Jezabel” (1 Rs 18.19).

A multidão que se reuniu no monte Carmelo para testemunhar o grande duelo era composta de dois grupos: os profetas e sacerdotes dos falsos deuses, Baal e Aserá, e os “filhos de Israel”, o publico em geral, ou um grupo representativo do povo da terra. “Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu” (1 Rs 18.21).

O povo de Israel já estava contaminado com a idolatria, estavam divididos e indecisos. Alguns estavam seguindo os postes ídolos. Outros seguiam Baal. Outros ainda estavam hesitantes quanto ao Deus dos céus. Estavam indecisos. E, hoje, os crentes que vivem de um lado para o outro sem sabe a quem adorar? Vivem correndo de um lado para o outro atrás de pregadores e novidades...

Por causa disso, Elias os confronta com a verdade. “Ouçam. Até quando vocês estarão mornos? Por quanto tempo vão vacilar ou hesitar? Não é possível seguir os dois caminhos. Se o Senhor é Deus, então sigam-no. Se Baal é Deus, então sigam Baal. Fiquem de um lado ou de outro. É hora de decisão”. “Até quando coxeareis entre dois senhores?”; ou, “ficareis estacionados entre duas possibilidades” (BKJ). “Até quando vão oscilar de um lado para o outro” (NVI). 

O Asno de Buridan é uma pequena parábola que Jean Buridan inventou para falar da dificuldade de tomar uma decisão. A parábola nos conta que o pequeno animal foi colocado diante de dois montes de feno. Eram ambos muito atraentes e de aparência deliciosa. Ele olhava para um, ora para o outro, mas não se decidia. A lição aprendida é que ele não conseguiu se decidir por nenhum deles e acabou morrendo de fome. 


3)     O grande dia

Elias propôs um desafio: Voces pegam um novilho, cortem em pedaços e ponham sobre ele sobre a lenha e, eu farei o mesmo. Então vocês invocarão o nome do seu Deus, e eu do meu Deus. O Deus que responder por fogo é Deus. Os profetas de Baal aceitaram o desafio. Então, desde o começo da manhã até o meio-dia eles clamaram: “Baal, responde-nos”. Nada. Os céus estavam cerrados. Não houve trovões nem fogo, nem mesmo uma faísca no céu. Ninguém respondeu...

O silencio lá em cima era ensurdecedor. Desesperados, os profetas de Baal começaram a pular em volta do altar. Saltavam loucamente, implorando, procurando chamar a atenção de Baal, tentado dar um jeito de seu deus mandar fogo do céu. “Ó Baal, responde-nos, gritavam. E dançavam em volta do altar que haviam feito. Mas não houve nenhuma resposta ninguém respondeu” (1 Rs 18.26). 

Elias disse: “Gritem mais alto, já que ele é um deus. Quem sabe está meditando, ou ocupado, ou viajando. Talvez esteja dormindo e precise ser despertado” (1 Reis 18.28). “Meditando” ou em muitos pensamentos, preocupado com outras coisas. “Ou viajando”, talvez esteja fora do país. Elias vai um pouco mais longe: Talvez o seu deus esteja de férias. Ou quem sabe, pegou no sono. Vocês só precisam gritar um pouco mais alto para que ele acorde. Diante disso, “...passaram a gritar ainda mais alto e a ferir-se com espada e lanças...até sangrarem... mas não houve resposta alguma, ninguém respondeu, ninguém deu atenção” (1 Rs 18.29).

“Então Elias disse a todo povo: Aproxime-se de mim” (1 Rs 18.30). A primeira coisa que Elias fez, diante de todo o povo, foi reconstruir o altar do Senhor, que fora destruído durante o período de idolatria na terra de Israel; um altar derrubado, sem sacrifícios, sem holocaustos, sem culto ao Senhor. Como está o altar de Deus em sua vida? A quem você está cultuando? Assim, usando doze pedras que representavam cada tribo de Israel, Elias construiu um altar que seria usado unicamente para a gloria de Deus. Para o fogo descer, o altar tinha que ser reconstruído... 

Depois, deu a seguinte ordem: “Encham de água quatro jarras grandes e derramem-na sobre o holocausto e sobre a lenha... façam novamente....façam pela terceira vez...a agua escorria do altar, chegando a encher a valeta” (1 Rs 18.33-25). 

Conclusão

Elias orou: “Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, fique hoje, sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou o teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas essas coisas. Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração dele” (1 Rs 18.36-37).

E o que aconteceu? “Então, caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que estava na valeta. O que vendo todo o povo, caiu de rosto em terra e disse: O Senhor é Deus! o Senhor é Deus

Há uma diferença entre a oração dos profetas de Baal e a de Elias. Eles mostravam a estupidez da fé religiosa por meio o absurdo dos seus atos; por outro lado vimos a oração de Elias tão simples, sem ruído, jogo de luzes, se fumaça, sem frenesi; somente uma fé verdadeira em seu Deus.

Voce ora? Não lhe perguntei se a sua mãe ora? Ou seu pai? Mas você! Você é capaz de olhar para os sete últimos dias e destacar momentos em que se dedicou voluntariamente a oração? Howard Taylor escreveu sobre a disciplina que seu pai tinha no que se refere a oração: “Durante quarenta anos o sol nunca se pôs na China sem que deixasse de ver meu pai em oração”. 


 

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