terça-feira, 18 de outubro de 2022

 Elias e Eliseu  - 1 Rs 19.15-21

Introdução:

Os tempos eram difíceis, nebulosos, com extraordinário afastamento de Deus e influencia do mundo dentro da comunidade do povo de Deus. O profeta Elias estava cansado, desanimando e deprimido, e isso lhe fazia crer que estava de fato sozinho “sou o único que sobrou e agora também estão procurando matar-me”. Elias teve um diagnostico de depressão: a) solidão, estava sozinho em Berseba; b) Suicídio “...tira a minha vida...”; c) perda de apetite “levanta-te e come”; d) sono ou insônia – duas vezes foi chamado pelo anjo e, e) autocomiseração Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais

Há momentos, que pensamos que tudo está indo pro ralo e nos desesperamos. Mas, o Senhor disse a Elias: “Que fazes aqui, ou o que você está fazendo com a sua vida”. Agora, “Saia da caverna...Unja Eliseu, filho de Safate, de Abel Meolá para suceder você como profeta... fiz sobrar ainda sete mil em Israel... cujos joelhos não se inclinaram ...cujas bocas não o beijaram” (1 Rs 19,16,18).

1)     Quando Deus chama

Quando somos jovens, estamos preocupados em construir nossos sonhos, estudar, arrumar bom emprego, fazer o futuro. Quando somos adultos, estamos no mercado de trabalho, com família organizada, com projetos em andamentos. Mas do ponto de vista de Deus, as coisas não são bem assim...Moisés estava cuidando de ovelhas, quando foi chamado por Deus. Gideão estava no lagar debulhando trigo; Davi pastoreava o rebanho de seu pai; Neemias era copeiro do rei. Pedro estava lançando as reder no mar. Mateus estava cobrando impostos na coletoria... 

E Eliseu? Vivia numa fazenda no município de Abel-Meolá (lugar de festa). Ele devia ser de uma família rica. Suas terras eram férteis. Elias o encontrou na companhia de outros homens lavrando a terra – eram doze parelhas de bois – todos estavam trabalhando – e foi entre eles que Deus chamou um para servir como profeta.

E hoje? As pessoas a quem o Senhor decide usar em sua obra são trabalhadores, pessoas que vão abrir mão de seus muitos sonhos. Os chamados podem estar num cursinho pré-vestibular, ou numa sapataria, numa fábrica, num escritório, numa universidade, numa fazenda. Estamos dispostos a abrir mão de seus próprios projetos para atender o chamado de Deus? O QUE IMPORTA NÃO É O QUE ESTAMOS FAZENDO, MAS O QUE DEUS NOS CHAMA PARA FAZER! 

2)     O chamado é urgente

Elias o alcançou e lançou sua capa sobre ele” (1 Rs 19.19). A capa era um símbolo de autoridade profética. Elias de modo algum titubeou diante da voz de Deus e cumpriu o que Deus lhe mandou.  Por outro lado, Eliseu sabia bem o que significava o ato praticado por Elias “Eliseu deixou os bois e correu atrás de Elias”. A um cabia a obediência em ungir, e ao outro cabia o dever de seguir imediatamente a ordem que lhe fora comunicada. 

“Deixa-me dar um beijo de despedida em meu pai e minha mãe e então irei contigo” (1 Rs 19.20). Em Mateus, temos algo similar: “...Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai...deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos” (Mt 8.21,22). Aqui, o discipulo somente seguiria Jesus, quando seus pais morressem e fossem sepultados. No caso de Eliseu, foi diferente. Tratava-se de alguém que “imediatamente” deixou os bois, “correu” após Elias, e demonstrou seu carinho e compromisso com os seus pais.

Conforme o próprio principio bíblico: Se alguém não é fiel com os de sua própria casa, não tem autoridade para sair por aí dizendo-se profeta de Deus. “Se alguém não cuida dos seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descente” (1 Tm 5.8).

3)     O chamado é celebração

“E Eliseu voltou, apanhou a sua parelha de boi e os matou. Queimou o equipamento para arar e cozinhar a carne e deu ao povo e eles comeram” (1 Rs 19.21).

O chamado de Deus para Eliseu fora motivo de celebração, de alegria, de regozijo! Então, ele deu uma festa de despedida e sacrificou tudo o que representava sua vida anterior ao chamado (matando mesmo!) Ouço aqui o eco das palavras de Jesus: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo...” (Lc 9.23). Não haveria como olhar para trás porque os bois haviam sido sacrificados, os aparelhos de trabalho haviam sido queimados, e tudo era passado – história de outro momento em sua vida. 

Devemos lamentar que tantos irmãos que já “sentiram o manto de Elias” sobre os seus ombros continuam divididos, sempre temerosos de sacrificar “os seus bois”. “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc 9.62).

4)     O chamado é para servir

Depois partiu com Elias, tornando seu servo” (1 Rs 19.21). Em outros textos do Antigo Testamento, essa palavra é traduzida como “atendente” ou “auxiliar”. Como no caso do menino Samuel que “ficou servindo ao Senhor, perante o sacerdote Eli” (1 Sm 2.11). A atitude de servo requer humildade. O que é humildade? Qualidade de humilde, de quem é modesto, simples, e não expressa vaidades; simplicidade. Qualidade de quem tem consciência de suas limitações.

É fácil identificar os humildes. Eles nunca têm a pretensão de saber tudo. Enquanto, outros, acham que sabem tudo! Os humildes reconhecem que há sempre lugar para mais aprendizagem e conhecimento. Querem crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Os humildes estão prontos a admitir que podem aprender com os outros, sobretudo com aqueles que possuem mais experiencia que ele, mais tempo de ministério, mais experiencia de relacionamento com Deus.

Elias e Eliseu andaram juntos por 10 anos (um longo período de formação que parece que as pessoas lutam muito para evitar), instruindo o povo na adoração ao Deus verdadeiro, confrontando a idolatria e opondo-se à corrupção moral e social que destruía a nação. Juntos abriram a escola dos profetas, ensinando-lhes a Lei do Senhor e preparando-os para servir ao Senhor na obra do ministério. 

Eliseu estava presente quando Elias teve o confronto com Acabe acerca do assassinato de Nabote e viu como Acabe se arrependeu e humilhou perante o Senhor (1 Rs 21.17-29). Da mesma forma, estava presente, quando Elias foi enviado a Acazias, para avisá-lo das consequências de seu desejo de consultar os ídolos dos filisteus, em vez de buscar ao Senhor o Deus de Isral (2 Rs 1.1-17). Enfim, Elias acreditou em Eliseu, enquanto que Eliseu estava motivado a aprender, crescer.

 Conclusão: a lealdade de Eliseu

Eliseu fora leal a Elias até o fim. Tres vezes teve a oportunidade de deixa-lo, mas a cada uma delas respondeu: “Tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei” (2 Rs 2.2,4.6).



 

 

 

 

 

 

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