terça-feira, 11 de outubro de 2022

 Elias e a depressão 1 Rs 19.1-18 

Introdução

O general Douglas McArtur. O bravo líder das forças americanas no Ásia durante a segunda guerra mundial, escreveu um artigo com quatro princípios de suma importância. Primeiro, a lei moral, que era um desejo de vencer, persistir. Segundo, Força, ou animo em meio a peleja. Terceiro, uma boa fonte de suprimento. 4) Quarto, conhecer o inimigo, ele escreveu: “Quanto mais se conhece o inimigo, maior a probabilidade de vitória”. O apostolo Paulo sabia da importância desse princípio: “pois não lhe ignoramos os desígnios” (2 Co 2.11).

Em 1 Rs 19 encontramos a estratégia de Satanás. Há qualquer coisa de inebriante na vitória; em nossa euforia de vencedores, perdemos a noção da realidade e ficamos vulneráveis às flechas devastadoras do diabo. A distancia entre o topo do Carmelo e o fundo do vale do desespero é bem curta. 

1)     Cena um: ameaça

No capitulo 18 narra a derrota dos profetas de Baal, depois Acabe sobe na carruagem e desce o monte a galope, indo até a planície de Jezreel (1 Rs 18.45). O percurso do Monte Carmelo até Jezreel era longo, por isso ele deve ter chegado em casa tarde da noite. E, diz o texto: “Ora, Acabe contou a Jezabel tudo o que Elias tinha feito e como havia matado todos aqueles profetas à espada” (1 Rs 18).

Jezabel era dominadora, cajado cor de rosa, mandona e enviou uma mensagem ao profeta Elias: “Que os deuses me castiguem com todo rigor, se amanhã nesta hora eu não fizer com a sua vida o que você fez com a deles” (1 Rs 19.2). Algumas características: Primeiro, ela toma o assunto em suas próprias mãos; segundo, ela faz o trabalho do seu marido do jeito que quer; terceiro, passar usar intimidação e esquemas quando vê seu marido fraco diante da pressão. O que Jezabel estava realmente dizendo a Elias era: “Amanhã, a esta hora, você estará morto”. 

O que fez Elias? “Elias teve medo e fugiu para salvar a vida. Em Berseba de Judá ele deixou seu servo e entrou no deserto” (1 Rs 19.4). Aqui, é o mesmo Elias que chega diante de Acabe e lhe profetiza que não iria chover, segundo a sua Palavra. É o mesmo Elias que foi abastecido no Rio Querite; é o mesmo Elias que fez a farinha e o azeite multiplicar e o seu filho ressuscitar. É o mesmo Elias do Monte Carmelo, que fogo desceu do céu e queimou todo o altar.

Mas, nesse instante, ele descuidou-se e, como se estivesse olhando do lado errado das lentes do binóculo, olhou para a circunstancias. Foi como os discípulos de Jesus, quando entraram naquele barco, enquanto Jesus despedia da multidão. O barco, em uma determinada hora, começou a ser fustigado pelas ondas do mar, porque o vento soprava contra ele. De repente, aparece alguém andando por cima das águas, os discípulos ficam aterrorizados e com muito medo. Jesus lhes disse: “Sou eu, não tenham medo” (Mt 14.27) Pedro lhe disse: “Se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas”. Jesus disse: “Vem”. Quando Pedro ia andando sobre as aguas “reparou no vento e ficou com medo”. E gritava: “Senhor, salva-me!” 

2)     Cena dois: fuga

Depois de se colocar uma distancia de aproximadamente 200 km entre si e a rainha (Berseba), Elias, ainda sentindo-se ameaçado “Se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se sentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta, toma agora, o Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais”(1 Rs 19.4). uma pergunta: Por que Elias fugiu da responsabilidade de servir a Deus e se escondeu, morto de medo, debaixo da sombra de uma arvore solitária no meio do nada? 

Primeiro, Elias não estava pensando de modo claro e realista. A ameaça não viera de Deus: fora feita por um ser carnal e ímpio que vivia uma vida sem Deus. Ele poderia ter pensado consigo: “Ei, é Deus quem está no controle dessa situação, não Jezabel. Não dê a mínima para as suas ameaças. Confie em Deus, do jeito que você tem feito todos esses anos”.

Segundo, Elias afastou-se dos relacionamentos encorajadores. A Bíblia diz que ele “deixou o seu moço” e “ele mesmo...se foi ao deserto, caminho de um dia”. Pessoas desencorajadas são pessoas solitárias. Só há espaço para uma pessoa debaixo de um zimbro no deserto. Debaixo dos galhos secos da desmotivação e solidão há somente uma pequena sombra.

Terceiro, Elias foi pego na contracorrente de uma grande vitória. Nossos momentos mais vulneráveis muitas vezes surgem logo depois de uma grande vitória, especialmente se a vitória é uma experiencia com Deus do tipo “topo do monte”. Aqueles são momentos em que precisamos armar uma barricada de defesa contra o inimigo. É como o alpinista, depois de moer os ossos subindo a montanha e, quando chega, é um sentimento indescritível; mas, o maior desafio é descer a encosta, ficam mais vulneráveis a uma queda. 

Quarto, Elias estava fisicamente exausto e emocionalmente exaurido. Ele percorreu 32 km do Monte Carmelo a Jezreel e, correu tanto que passou na frente da carruagem de Acabe (1 Rs 18.46) – uma maratona incrível, mesmo para quem está movido pelo poder do Senhor. A seguir, percorreu mais 192 quilômetros fugindo de Jezabel. Para completar, caminhou um dia inteiro pelo deserto. Não é de admirar que acabasse caindo de cansaço debaixo de uma arvore, pronto para ser levado por Deus.  

Há um velho ditado grego que diz: “Voce vai acabar quebrando o cântaro se o mantiver sempre escorado na parede”. Em outras palavras, se você estiver vivendo sob constante e forte estresse, vai terminar esmorecendo diante da pressão. Você precisa de um tempo para descansar e reanimar no Senhor.

Quinto, Elias perdeu-se na autocomiseração. O que é? Sentimento de autopiedade, de pena de si mesmo; que sente dó de si próprio. A autocomiseração é uma emoção inútil. Ela vai mentir para você. Vai exagerar. Vai leva-lo às lágrimas. Vai cultivar a “mentalidade de vítima” em sua cabeça. E, na pior das hipóteses, vai leva-lo a desejar a morte, exatamente como aconteceu com Elias. Ele disse: “tira a minha vida; não sou melhor do que os meus irmãos” (1 Rs 19.4). Quem disse que ele precisava ser? Ninguém disse que ele tinha de ser melhor que seus pais. Foi ele mesmo quem falou isso! 

Sexto, Deus vem ao encontro do profeta. “Eis que um anjo tocou e lhe disse: Levanta-te e come. Olhou ele e viu, junto à cabeceira, um pão cozido sobre pedras em brasa e uma botija de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir” (1 Rs 19.5-6). Deus não chegou com um sermão ríspido, ou moralista, mas veio socorrer o profeta. Mais tarde, “voltou segunda vez e lhe disse: Levanta-te e come, porque o caminho te será sobremodo longo” (1 Rs 19.7). Deus supre as necessidades de seus servos. “Fortalecido com aquela comida, viajou quarenta dias e quarenta noites, até chegar a Horebe, o monte de Deus. Ali entrou numa caverna e passou a noite” (1 Rs 19.8). Horebe ficava a 160 km ao sul de onde se encontrava; por isso Elias acabou percorrendo ao todo mais de 480 quilômetros depois que Jezabel o ameaçou de morte. 

Conclusão: Elias na caverna

“...entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe veio a Palavra do Senhor e lhe disse: Que fazes aqui, Elias? (1 Rs 19.9).

Elias respondeu: “...tenho sido zeloso pelo Senhor... porque os filhos de Israel deixaram a sua aliança... e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida” (1 Rs 19.10). Elias estava acreditando numa enorme mentira: “Estou sozinho aqui. Sou a única voz de Deus. E ainda estão tentando me matar” 

“Sai-te e põe-te neste monte perante o Senhor... um grande forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto; depois do terremoto, um fogo, mas o Senhor não estava no fogo...” Vento, terremoto, fogo. Mas, Deus não estava em nenhum destes fenômenos poderosos...

“...E, depois do fogo, um cicio tranquilo e suave. Ouvindo-o Elias, envolveu o rosto em seu manto e, saindo, pôs-se a entrada da caverna. Eis que lhe veio uma voz e lhe disse: “Que fazes aqui, Elias? (1 Rs 19.12-13). Você viu o que Deus fez? Ele puxou Elias para fora da caverna da autocomiseração, da desmotivação e da depressão. E, uma vez fora da caverna, Deus lhe pergunta mais uma vez: “Que fazes aqui Elias?” 

Vai e profeta a Hazael, será o próximo rei da Síria.

Vai e profeta a Jeú, seria rei de Israel...

E unge, Eliseu, profeta em sua lugar.

“E ainda tem sete mil em Israel, cujos joelhos não se inclinaram diante de Baal”

É ISSO, PRECISAMOS SAIR DO NOSSO CASULO E ARREGAÇAR AS MANGAS E FAZER A VONTADE DO NOSSO PAI.  


  

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