Deus e a avelã – Is 40.22-26
Introdução:
Nos dias de hoje temos dois tipos de fé: nominal e real. O que
é fé nominal? É uma fé que aceita o que se diz e consegue citar um texto atrás
do outro para prová-lo”; como expressou o patriarca Jó: “Meus ouvidos já tinham
ouvido a teu respeito...” (Jó 42.5). Enquanto, que fé real é experiencial. A
Palavra de Deus não diz: “Abraão creu no texto, e isso lhe foi creditado como
justiça”. Mas, “Abraão creu em Deus” (Rm 4.3). O que contava, portanto, não era
em que Abraão acreditava, mas em quem! Abraão creu em Deus, o homem de fé crê
em Deus.
Diante dessa diferença entre fé nominal e fé real há uma dificuldade
no seio da igreja quanto a revelação da sua Palavra. Deus nos revelou a sua
Palavra, sua vontade, seus desígnios. Então, a Palavra de Deus é objetiva, não
subjetiva; exterior e não interior. No entanto, precisamos andar um pouco mais.
A pergunta: “Como é Deus?” Para entender essa pergunta não basta somente a
revelação, mas também a ILUMINAÇÃO. Iluminação é quando o coração se abre para
a Palavra. A revelação é um meio, uma estrada, mas não é o fim. Por que o fim é
Deus, que nos Deus sua Palavra.
1)
Uma
avelã
No livro “Revelações do amor divino”, escrito por uma mulher que viveu há mais de 700 anos de nome Juliana, enquanto ela orava, teve a seguinte experiencia: “Vi um objeto bem pequeno do tamanho de uma avelã”. Qual é o tamanho de uma avelã? É do tamanho de uma bola de gude, não passa disso. Então, Juliana perguntou: “O que pode ser?”. Algo em seu coração respondeu: “Isso é tudo o que está feito, tudo que está feito”.
Pascal, grande filosofo e matemático, disse o seguinte: “Estamos
a meio caminho entre o incomensurável e o infinitésimo”. Por exemplo, nosso sistema
solar gira em torno de outro sistema solar, e assim por diante, em vastidão
infinita. Então, se você se volta para outro lado, encontrará pequenos mundos - moléculas, o átomo e o próton, até a pequenez
infinitesimal. Para o filosofo Pascal, o homem, criado a imagem de Deus, está
no meio do caminho exato entre a grandeza infinita e o infinitésimo.
2)
A
imanência e a imensidão de Deus
Além do sol, do espaço e de tudo que há, existe Deus. Ele
conta com os atributos de imanência e imensidão. O que é imanente? Significa que
você não precisa percorrer distancia alguma para encontra-lo. Deus está em
tudo. Ele está bem aqui conosco. DEUS
ESTÁ ACIMA DE TODAS AS COISAS, POR BAIXO DE TODAS AS COISAS, POR FORA DE TODAS
AS COISAS E POR DENTRO DE TODAS AS COISAS.
Ele está acima como quem preside, ele está por baixo para sustentar; ele está por fora para abraçar e, está por dentro para preencher. Está é a imanência divina: “Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá... Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás” (Sl 139.8,9-10).
A Palavra de Deus ensina sobre a imensidão de Deus. Ela diz
em Isaias: “Quem mediu as águas na concha
da mão, ou com o palmo definiu os limites dos céus? Quem jamais calculou o peso
da terra, ou pesou os montes na balança e as colinas nos seus pratos?” (Is
40.12). Deus é maior que todo o universo, a pequena avelã contemplada por
Juliana. “Na verdade as nações são como
a gota que sobra do balde...”(Is 40.15).
Voce conhece a imensa dificuldade para apavorar um cristão. É dificl entrar em pânico quem de fato crê em Deus. Agora, se for um cristão nominal, pode assustá-lo. Aliás, o Putin está assustando muita gente. “Na verdade as nações são como a gota que sobra do balde; para ele são como o pó que resta na balança; para Ele as ilhas não passam de um grão de areia”(v.15) tão pequenas que ele, o Senhor, nem as percebe. “Diante dele todas as nações são como nada; para ele são sem valor e menos que nada” (v.17).
“Menos que nada”, no hebraico, significava “uma bolha de
sabão” – algo que flutua pelo ar em uma película de espessura ínfima. Este é o
sentido: todas as nações do mundo são para Deus como uma bolha de sabão. O
texto continua: “Ele se assenta no seu
trono, acima da cúpula da terra, cujos habitantes são pequenos, como
gafanhotos. Ele estende o céu como um forro e os arma como uma tenda para neles
habitar. Com quem vocês vão me comparar? Quem se assemelha a mim? Pergunta o
santo. Ergam os olhos e olhem para as alturas. Quem criou tudo isso? Aquele que
põe em marcha cada estrela do seu exercito celestial, e a todas chama pelo
nome. Tão grande é o seu poder e tão intensa a sua força, que nenhuma delas
deixa de comparecer” (IS 40.22-26).
Voce já olhou para o universo e perguntou: “O que mantém o
universo de pé?”, ou “o que mantém a coesão de todas as coisas?” Por que o universo
não entra em colapso? “Maravilha-me”, disse Juliana, “como o universo conseguia
perdurar, como tudo isso se mantém coeso”. Em seguida, disse: “Ocorreu-me,
então. Vi que todas as coisas encontram existência no amor divino, e que Deus
as fez, ama e sustenta”. Deus é o criador “No principio criou Deus os céus e a
terra”; “Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle; sem ele, nada do que
existe teria sido feito” (Jo 1.3).
3)
Por
que não somos felizes?
Ao meditar no assunto, Juliana disse: “Se tudo isso é verdade,
porque não gozamos todos de grande sossego de coração e de alma? Por que os
cristãos não são pessoas mais felizes e serenas de todo o vasto mundo?” Em
seguida, ela responde à própria pergunta: “Porque buscamos nosso descanso em
coisas muito pequenas. A avelã em que está condensando tudo que existe.
Tentamos encontrar nossos prazeres nessas coisinhas”.
O que te deixa feliz? O que o alegra e estimula seu estado de
animo? É o seu emprego? O fato de ter roupas boas? De ter feito um bom
casamento ou de ocupar excelente posição? Afinal, o que lhe dá alegria?
Sabemos que Deus é tão grande que, comparado a ele, tudo fica do tamanho de uma avelã. No entanto, não somos um povo feliz porque temos a cabeça voltada para as coisas. Multiplicamos coisas, aumentamos coisas e aperfeiçoamos as coisas. Temos nosso emprego e Deus; temos nosso marido e Deus; temos nosso corpo forte e Deus; temos nossa casa e Deus. Temos nossa ambição de futuro e Deus, de modo que pomos Deus como um sinal de adição depois de qualquer outra coisa.
Nossa dificuldade está em depositarmos nossa confiança em
coisas, não em Deus. Disse Juliana: “Deus me mostrou que todas as coisas têm
apenas o tamanho de uma avelã. Sendo assim, porque eu haveria de depositar
minha confiança em coisas tão pequenas?” Porque tudo o que está abaixo de Deus
não nos satisfará! Ele nos fez a sua imagem e sua semelhança, não tem como a
gente fugir dessa condição. Deus lhe fez a sua imagem e semelhança e nada menos
que Deus o satisfará.
Conclusão:
“Nada menos que Deus, não quero mais nada”, afirmou Juliana.
Ou seja, “Ó Deus, se tenho toda essa avelã – tudo, subindo e descendo a escala
de tudo o que é belo na terra, os diamantes das minas, a madeira da floresta, o
encantamento da paisagem e as riquezas da cidade – se tenho tudo isso e não
tenho o Senhor, ainda tenho fome, ainda tenho sede...”
Existe um santuário dentro de nós, um santuário escondido que
ninguém o conhece, a não ser você. Há “um jardim no Eden, para os lados do
leste” (Gn 2.8). Ele fica nessa sua grande alma – essa alma que é maior que o
universo estrelado. E, haja o que houver, você ouvirá um brado desse santuário:
“Não quero mais nada. Ó Deus, ainda tenho fome, ainda tenho fome”.
Imagine passar a eternidade clamando: “Não quero mais nada, Ó Deus – para todo o sempre! Ó Deus, tenho fome e não posso comer; tenho sede e não posso beber. Manda Lazaro a fim de que molha a ponta do dedo na agua e refresque a minha língua; pois estou atormentado nesse fogo” (Lc 16.24). “Deus não quero mais nada. Tenho tudo: religião, posição, dinheiro, cônjuge, filhos, roupas, uma casa boa; mas tudo não passa de uma pequena avelã – nada. “Ó Deus, sinto falta daquilo que eu mais queria!”
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