terça-feira, 8 de junho de 2021

 Perseguição externa e interna – Atos 4

Introdução: A China abriu as portas para o evangelho em 1950. Havia dois milhões de convertidos em uma população de um bilhão de chineses. Então, Mao Tsé-Tung massacrou 50 milhões de cristãos. Depois da Mao morreu e as portas se abriram de novo, descobriu que havia não 2 milhões, mas quase 50 milhões de cristãos na China. A perseguição os havia multiplicado por quase vinte e cinco vezes, em 50 anos.

1)    Perseguição externa (Atos 4.7-13)

Primeiro, há  desprezo (Atos 4.13). O Sinédrio considerava Pedro e João homens iletrados e incultos. A palavra traduzida "iletrados" significa que não tinham nenhuma educação técnica, especialmente nas intrincadas normas e a casuística da Lei. A palavra que se traduz por "incultos" significa que eram leigos sem nenhuma qualificação profissional. O Sinédrio, tal como era, considerava-os homens sem educação superior e sem status profissional.  


O segundo dos ataques consistiu em ameaças: “Ordenaram-lhes que não falassem nem ensinassem em nome de Jesus” (Atos 4.18). Foi-lhes dito o que lhes aconteceria se continuassem no caminho que escolheram. Mas as ameaças do homem são impotentes para dobrar o cristão porque ele sabe que o que o homem lhe fizer será momentâneo, enquanto que as coisas de Deus duram para sempre. Pedro e João, ao enfrentar estes ataques, tinham certos argumentos em sua defesa: 

Primeiro, contavam com um fato indisputável (Atos 4.16). Era impossível negar que o homem ficou curado. A defesa e a maior prova incontrovertível do cristianismo é um cristão. Em última análise as palavras não importam muito. O maior argumento do evangelho é um homem transformado, um coxo andando, um cego vendo, um bêbado sóbrio, um drogado cheio do Espírito, um blasfemo reverente, um avarento honesto. O ateu desafiou o crente acerca de sua fé. O crente respondeu: "Traga-me um homem que foi transformado pelo ateísmo e lhe apresentarei um séquito de ladrões, prostitutas e avarentos que foram transformados por Jesus". 



 Segundo, tinham o argumento de uma fidelidade total a Deus (Atos 4.19-20). Tinham que escolher entre obedecer ao homem ou obedecer a Deus. Pedro e João não duvidavam do caminho que deviam seguir. O verdadeiro segredo do cristianismo descansa nesse grande tributo que recebeu uma vez John Knox: "Temia tanto a Deus que nunca teve medo de enfrentar o homem". Quando o carrasco de Perpétua (uma jovem cristã martirizada em Cartago, século III) a estava intimidando na arena da morte, ela disse: "Viva, eu te vencerei; na minha morte, vencer-te-ei ainda mais". 

Uma vez o enviado papal ameaçou Martinho Lutero com o que aconteceria se continuava em seu caminho e o preveniu que no final todos os seus seguidores o abandonariam. "Para onde irão então?", perguntou-lhe. Lutero respondeu: "Então como agora estarei nas mãos de Deus". Para o cristão os que são por nós são sempre mais que os que são contra nós.

Mas o terceiro ponto de sua defesa era o mais grandioso. Era o argumento de uma experiência pessoal de Jesus Cristo: “Pois não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos” (Atos 4.20). Como disseram Pedro e João, não podiam deixar de falar a respeito daquelas coisas que tinham visto e ouvido pessoalmente.. “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” Atos 4:12

2)  Uma igreja que ora (Atos 4:23-31) 


 Primeiro, Ele é o Deus da criação (v.24); Segundo, ele é o Deus da revelação, que falou por intermédio do Espírito Santo por boca de ...Davi, e que no Salmo 2 tinha predito a oposição do mundo ao seu Cristo, com os gentios enfurecidos, povos imaginando coisas vãs, reis se levantando e autoridades ajuntando-se contra o Ungido do Senhor (vs. 25-26); Terceiro: Ele é o Deus da história, que fez com que até os seus inimigos (Herodes e Pilatos, os gentios e judeus, unidos numa mesma conspiração contra Jesus, v.27) fizessem tudo o que a mão e o propósito de Deus predeterminaram.  Vemos, tres verbos: "fizeste"(v.24), "disseste" (v.25) e "predeterminaste" (v.28). 

 A igreja fez três pedidos principais: O primeiro era que OLHASSE PARA SUAS AMEAÇAS (v.29 a). O segundo pedido era que Deus os capacitasse a serem seus servos (literalmente "escravos") para falar da sua Palavra com toda a intrepidez (v.29 b). A terceira petição era para que Deus lhes estendesse a mão para fazer curas, sinais e prodígios, por intermédio do nome... Jesus (v.30, Atos 5.12).

Em resposta a essa oração sincera e unânime: 1) tremeu o lugar e, segundo comentou Crisóstomo "aquilo os tornou mais inabaláveis"; 2) todos ficaram cheios do Espírito Santo; e 3) em resposta aos seu pedido especifico (v.29), anunciavam a palavra de Deus, com intrepidez (v.31). 

O capitulo termina falando sobre sobre a Koinonia que havia na igreja: “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns” (v.32). Exemplifica narrando a sobre a oferta de José, cognominado pelos apóstolos Barnabé, que significa filho da consolação. “Possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos” (Atos 4.37). 



3) Perseguição interna

       A história da mentira e morte desse casal é importante por vários motivos. Ela ilustra a honestidade de Lucas como historiador; ele não omitiu este sórdido episódio. Nem tudo era romântico e justo!

   Esta história é mais um exemplo da estratégia de Satanás. Esse relato é um paralelo entre Ananias e Acã – aquele que roubou dinheiro e roupas após a destruição de Jericó (Js 7: 20-22).  O PECADO DE ANANIAS. Ananias reteve parte do dinheiro, o verbo empregado por Lucas é “apropriar-se indevidamente”. A mesma palavra usada na Septuaginta em relação ao roubo de Acã, esse verbo significa roubar. ·        Antes da venda, Ananias e Safira, assumiram algum tipo de compromisso no sentido de darem à igreja todo o dinheiro. HIPOCRISIA.  

 A apóstolo não denunciou a falta de honestidade mas a falta de integridade (trazer apenas uma parte, fingido que era todo o dinheiro). Eles não eram avarentos; eram ladrões e sobretudo – mentirosos. Querem o crédito e o prestigio sacrificial, sem incoveniências. “A motivação do casal, não era aliviar os pobres, mas inflar o próprio ego” (Atos 5:3-11).


Conclusão:

Vemos uma igreja ousada, com milagres e prodígios; uma igreja que compartilhava a koinonia. E, uma igreja com fissuras, ou seja, nem todos que estão dentro da igreja,   tem o mesmo espírito. São egoístas, avarentos, gananciosos e não fazem parte da engrenagem natural da igreja. Com o tempo, a mascara cai, ou não conseguem ficar por muito tempo no meio dos demais, são sufocados. 


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