JONAS NO FUNDO DO POÇO – Jn 2.1-10
Introdução
“Jogue-me ao mar, e ele voltará a ficar calmo, eu seu que esta terrível tempestade é culpa minha” (Jn 1.12). No momento que Jonas afundou nas águas, a tempestade cessou tão subitamente quanto uma luz que é desligada. É dito que o mar “cessou sua fúria” (v.15). A “fúria” da tempestade era uma expressão real da ira de Deus contra seu rebelde profeta, a qual foi deixada de lado quando Jonas foi lançado às ondas.
É grande o impacto de tudo isso sobre os marinheiros. Quando o
mar se torna totalmente calmo, eles são “tomados” por um “temor” maior do que
quando pensavam que se afogariam. É o temor do “Senhor” (v.16), que é essência de
todo conhecimento e sabedoria redentores (Sl 111.10). Imediatamente, eles
começam a oferecer juramentos e sacrifícios ao Senhor.
1)
Deus
designou
A história revela que Deus “designou” que um grande peixe
engolisse Jonas. Esse verbo é usado várias vezes no livro, como quando Deus
designou que uma planta crescesse e depois morresse, capitulo 4. Olhando em
retrospectiva, podemos ver que as lições mais importantes que aprendemos na
vida são resultado da mais pura e simples misericórdia de Deus.
O grande peixe é um exemplo perfeito dessa misericórdia tão
nua e crua. Obviamente, o peixe salvou a vida de Jonas quando o engoliu. Ele
estava afundando nas profundezas do mundo, “até os fundamentos dos montes”,
longe de qualquer ajuda ou esperança. Ainda estava vivo, mas por quanto tempo?
Quando desobedecemos a Deus, é preciso que haja um “tratamento radical para que isso seja remediado”. O texto descreve Jonas em movimento descendente: descendo até Jope, descendo até o Navio, descendo até as profundezas do mar, e descendo na barriga de um grande peixe.
Jacó não estava preparado para liderar a família de Deus até
ser forçado a fugir de casa, passar anos na mão do sogro e enfrentar um
encontro violento com Esaú, o irmão que fora lesado. Foi então que Jacó
encontrou Deus face a face (Gn 32).
Abraão, José, Davi e Pedro tornaram-se lideres poderosos por
meio de fracassos e sofrimentos. Somente quando chega ao fundo do poço, quando
tudo desmorona, quando todos os esquemas e recursos estão falidos e exauridos,
é que você finalmente se abre para aprender como depender completamente de
Deus. OU, VOCE SÓ PERCEBE QUE JESUS É TUDO O QUE PRECISA QUANDO JESUS É TUDO O
QUE VOCE TEM. É PRECISO PERDER SUA VIDA PARA ACHÁ-LA (Mt 10.39)
Quando chegamos ao fundo do poço é que encontramos o lugar que habitualmente aprendemos os maiores segredos sobre a graça de Deus. Contudo, não é simplesmente o fato de estar no fundo que começa a mudar, mas, sim, orar. Jonas começa a orar. E, no momento mais alto da oração, ele evoca a chesed (Jn 2.8), que é traduzida por “amor inabalável” ou “graça”.
2)
O
que é a graça de Deus
A oração de Jonas mostra o profeta lutando com três dessas verdades:
Em primeiro lugar, “deserto do mal moral”. Em nossa sociedade o lema que todo tipo de valor moral é construído socialmente, não existe, portanto, uma moral absoluta, uma idéia Nieztchiana. No entanto, a oração de Jonas reconheceu que “Tu (O Senhor) me lanças nas profundezas, no coração dos mares” (v.3). JONAS SABIA QUE A JUSTIÇA DIVINA EXISTIA E QUE ELE A MERECIA.
Ele diz que está afundando até o “submundo”, o
mundo submerso mais distante da humanidade viva e de Deus em seu templo, “cujas
trancas se fecharam sobre mim para sempre” Ele percebe que está condenado e permanentemente
barrado por seu pecado e rebelião, e não nenhuma forma possível de abrir os
portões por si mesmo ou de pagar sua divida.
“Mas um dia senti meu pecado, e vi
Sobre mim a espada da lei
Apressado fugi, em Jesus me escondi
E abrigo seguro nele achei”
Em terceiro lugar, é o alto custo da salvação. Não
apenas, uma mas duas vezes em sua oração, Jonas olha não apenas o céu, mas para
“TEU SANTO TEMPLO” (V.4). “...Poderia contemplar o teu santo templo uma vez mais” E,
depois olha para “o templo da tua santidade” (v.7).
Porquê? Jonas sabia que era de cima do propiciatório que Deus prometera falar conosco(Ex 25.22). O propiciatório era uma placa de ouro que ficava em cima da arca da aliança, na qual ficavam guardadas as tabuas dos dez mandamentos. No dia da expiação, um sacerdote aspergia o sangue do sacrifício expiatório pelos pecados do povo sobre o propiciatório (Lv 16.14-15).
O templo e o sistema sacrificial estabeleciam as três
verdades da graça como fundamento: SOMOS PECADORES, INCAPAZES DE SALVAR A NÓS
MESMOS E PASSIVEIS DE SERMOS SALVOS SOMENTE PELO ALTO CUSTO DA SALVAÇÃO QUE
DEUS PROVÊ.
Muitos cantam hinos de salvação da boca para
fora, sem refletir sobre essa idéia; essa graça, porém, não as transformou
profundamente. A graça de Deus torna-se maravilhosa, infinitamente consoladora,
bela e capaz de nos tornar humildes apenas quando acreditamos plenamente em
todas essas três verdades. Ou seja, nada merecemos além da condenação, que
somos totalmente incapazes de salvar a nós mesmos e que Deus nos salvou,
apensar de nosso pecado, a um custo infinito para si mesmo.
CONCLUSÃO:
Nenhum
coração humano aprenderá sobre a sua pecaminosidade e impotência só de ouvir
dizer que é pecador. Isso terá de lhe ser mostrado – muitas vezes por meio de experiências
brutais. Nenhum coração humano se atreverá a acreditar nessa
graça tão gratuita e de custo tão alto, a menos que ela seja sua única
esperança. Um grito de desespero: “as trancas se fecharam sobre mim para
sempre”. JONAS ESTÁ PERDIDO, CONDENADO E INCAPAZ DE DESTRANCAR AS PORTAS E SUA
PRISÃO. Mas, “porém, tu me levantas da cova, ó Senhor, meu Deus” (v.6).
A verdadeira libertação é quando uma pessoa vem a reconhecer seu pecado e o confessa diante de Deus. O relacionamento é restaurado. Ele termina dizendo: “A salvação vem somente do Senhor” (Jn 2.9).
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