terça-feira, 10 de novembro de 2020

 Espírito excelente – Jr 12.1-5 

Introdução

“Sempre que o rei os consultava sobre alguma questão que exigia sabedoria e discernimento, observava que eles eram dez vezes mais capazes que todos os magos e encantadores de seu reino” (Dn 1.28 – NVT). “Então ...Daniel sobrepujou a estes presidentes e príncipes; porque nele havia um espírito excelente...” (Dn 6.3).

“Quando o rei Dario o nomeou como administrador, Daniel não ficou assustado nem intimidado por estar cercado de pessoas que marchavam de acordo com a batida de outro tambor. Sua atitude e suas qualidades excepcionais o distinguiam de todos os seus pares” (NVT – comentada por Charles Swindoll).

1)    Cultura politicamente correto

Por que tem tanta gente indo pelo caminho da mediocridade? Ou, pelo caminho da estupidez? Hoje as lives das celebridades ao invés de entreter, divertir, nos deixa em estado de estupor. Vidas partidas, divididas, fragmentadas, mais parecendo um tapete de retalhos. Atletas mimados e arrogantes apresentam-se para expectadores apáticos e preguiçosos... 


As pessoas nessa “quarentena”, procuram se distrair com as mídias tendenciosas e, programas como BBB, ou, atualmente, a fazenda. A característica da nossa geração é: entediada, contrariada, frenética, amargurada e queixosa.

No século IV, Diógenes, andou com uma vela acesa, ao meio-dia, em Atenas, procurando um homem excelente. Dormia num barril e durante o dia ficava sentado ao sol.

Esses homens estão ao redor, mas não são identificados pela “multidão”. Nenhum jornalista se interessa em entrevista-los. Não aparecem nos programas midiáticos. Elas não são admiradas e, muito menos, despertam qualquer interesse. Um caráter integro não recebe estatuetas “Oscar” ou reconhecimento publico.

 2)    Uma sede por excelência

O que significa se um homem ou uma mulher real? Que forma a humanidade autentica e madura assume em uma vida normal? Um dos primeiros fatos a nos abalar é a constatação de que, para o nosso desapontamento, os homens e mulheres bíblicos não foram os heróis que imaginamos. Abraão mentiu; Jacó enganou; Moisés assassinou e murmurou; Davi cometeu adultério, e Pedro negou Jesus. Quando prosseguimos na leitura do texto bíblico e começamos a perceber a verdade: as maiores e mais significativas figuras da fé foram moldados no mesmo barro que nós.

A escritura economiza na informação que fornece sobre as pessoas, porém, é pródiga nas informações a respeito de Deus. A Bíblia recusa-se a alimentar a nossa ânsia por cultuar heróis. Ela não se curva ao nosso desejo adolescente de juntar-se a um tipo fã-clube.

Algo muito diferente acontece em uma vida de fé: cada pessoa descobre todos os elementos de uma aventura original e única. A Bíblia deixa bem nítido que sempre há uma história de fé, ela é complemente original. O gênio criativo de Deus é inesgotável. Ele jamais se fatigará em manter os rigores da criatividade, lançando mão dos recursos de uma produção de copias em massa.

CADA VIDA É UMA TELA EM BRANCO SOBRE O QUAL DEUS UTILIZA TODAS AS LINHAS E MATIZES DE CORES, SOMBRAS E LUZES, DIFERENTES TEXTURAS E PROPORÇÕES NUNCA ANTES USADA POR ELE.

Todo o universo é o grande concerto sinfônico em louvor do criador. Cada homem tem sua voz neste concerto, contribui com uma nota singular, que só ele pode dar, e mais ninguém. Ele pode falhar; pode recusar-se a cantar o louvor de Deus. Será, então, uma dissonância, perdendo a paz nesta vida e felicidade na outra. Mas não desgraçara o concerto: Deus aproveita as dissonâncias para realçar a harmonia do conjunto.

 Quando nos lançamos a uma vida de fé, participando do que Deus inicia em nossa vida, explorando o que ele está realizando em cada momento da nossa existência. Os homens e a mulheres que encontramos nos relatos bíblicos são notáveis, pela excelência com que todos os detalhes de suas vidas estão presentes no que Deus nos diz, nas ações divinas neles e, subsequentemente, em nós. 


3)    Um modelo de excelência

Procura-se por um homem em um mundo cada vez mais organizado, a fim de realizar-se como homem – para agir como um ser moral responsável, sem viver a deriva como um objeto inanimado qualquer.

Jeremias é este “modelo de homem”. Seu nome significa “Aquele que exalta o Senhor”, ou “O senhor lança”. O nome do seu pai era Hilquias;  ele tinha vocação de sacerdote. Foi criado num lugar chamado Anatote. Foi chamado por Deus quando tinha seus 17 anos de idade, alegando incapacidade porque não passava de uma criança. Deus lhe dá, então, duas visões: amendoeira e uma panela fervendo ao Norte.

No final capítulo primeiro, lemos: “Pronunciarei as minhas sentenças contra os moradores dessa cidade, por causa de toda maldade deles; pois me abandonaram, queimaram incenso a deuses estranhos e adoraram as obras das suas próprias mãos. Jeremias, prepare-se e vá dizer-lhes tudo o que eu ordenar a você. Não se assuste por causa deles, para que eu não tenha de fazer com que você fique assustado na presença deles. Quanto a mim, eis que hoje ponho você por cidade fortificada, por coluna de ferro e por muralha de bronze, contra todo o país, contra os reis de Judá, contra as suas autoridades, contra os seus sacerdotes e contra o seu povo. Eles lutarão contra você, mas não conseguirão derrota-lo; porque eu estou com você para livrá-lo, diz o Senhor” Jr 1.16-19

Jeremias estava mais interessado em Deus do que em si mesmo; viveu uma vida na sua totalidade, porem não há uma marca sequer de orgulho humano, sucesso mundano ou realização pessoal na história. Não havia nele autopromoção, ou, autogratificação, que é uma atitude de se preocupar somente com seu bem estar próprio, ignorando normas, princípios e leis.

Cada musculo em seu corpo foi exigido até o limite por fadiga, cada pensamento em sua mente submeteu-se à rejeição, cada sentimento em seu coração foi ridicularizado. Ele apresentava um ego desenvolvido – extraordinariamente atraente ( como João Batista, era franco e verdadeiro em suas palavras), por consequência, ao mesmo tempo, era uma pessoa desinteressada de si mesma e, portanto, sabiamente madura. 



E todos nós, portanto, precisamos ser exigidos para dar o nosso melhor, ser conscientizados dos nossos hábitos de moral dúbia, ser sacudidos a fim de abandonar atividades insignificantes e triviais que nos tomam precioso tempo.

Conclusão:

“A grande ameaça é morrermos antes de realmente morrer, uma morte prematura”.

Quase Jeremias teve uma morte prematura. Ele estava pronto a abandonar seu único chamado divino e resignando a ser apenas uma estatística de Jerusalém.  Naquele momento critico, o profeta ouviu essa admoestação: Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo? Se em terra de paz não te sentes seguro, que farás na floresta do Jordão?” (Jr 12.5).

Ou seja, Jeremias você irá desistir diante da primeira onda de oposição? Irá bater em retirada quando descobrir que há muito mais por que se viver do que três refeições diárias e um lugar cômodo para descansar, à noite?

 Procurará refugiar-se em casa no instante em que descobrir que multidões de pessoas estão mais interessadas em manter seus pés aquecidos do que viver sob risco para a glória de Deus?

Voce irá manter uma vida cautelosa ou corajosa? Eu o chamei para viver o seu melhor, para perseguir a justiça, manter a direção rumo à excelência. Eu o chamei para uma vida de proposito, muito além do que você pensa ser capaz de viver e prometi dar-lhe forças suficientes para você cumprir o seu destino.

No entanto, ao primeiro sinal de dificuldades, você está disposto a desistir. Se você se sente fatigado por essa multidão de patéticas mediocridades, o que fará quando a verdadeira corrida começar, contra os velozes e determinados cavalos da excelência?

O que você deseja, Jeremias? Quer arrastar-se, acompanhando a multidão ou almeja correr com os cavalos? EU CORREREI COM OS CAVALOS!  SE NÃO PUDER VOAR, CORRA. SE NÃO PUDER CORRER, ANDE. SE NÃO PUDER ANDAR, RASTEJE, MAS CONTINUE EM FRENTE DE QUALQUER JEITO”. 



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário