terça-feira, 17 de novembro de 2020

 Uma segunda oportunidade Jn 3

 

Introdução

“Pela segunda vez”, Deus comissiona o profeta à sua missão de pregar aos ninivitas “Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive”. Não recorda a Jonas a sua falha e tampouco lhe chama a atenção recordando o que lhe aconteceu. Simplesmente lhe dá uma nova oportunidade de cumprir a sua missão. Isto é típico de Deus.

 Ele dá uma segunda chance aos fracassados. Quem foi lançado no fundo do mar, desta vez, não foi Jonas. Foi a sua falha. “Voltarás a ter compaixão de nós; pisarás nossas maldades sob teus pés e lançaras nossos pecados nas profundezas do mar” (Mq 7.19). “Embora seus pecados sejam como o escarlate eu os tornarei brancos como a neve; embora sejam vermelhos como o carmesim, eu os tornarei brancos como a lã” (Is 1.18).

Essa atitude nos lembra do apostolo Pedro. Ele falhara vergonhosamente, mas o Salvador não lhe endereçara qualquer critica ou murmuração. “Apascenta as minhas ovelhas”. Todos nós temos falhas, algumas menores, mas outras gritantes. Mas, por causa da graça, Ele confia em gente que fracassa e dá, uma segunda oportunidade.

1)    Pela segunda vez

“Pela segunda vez”. Que pena que Deus tenha precisado falar uma segunda vez com Jonas! Quantas dificuldades teriam sido evitadas se o profeta tivesse sido obediente logo da primeira vez. A obediência é a melhor maneira de prevenir desastre. Deus não gosta de ser desobedecido. 



“Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive”. Agora a linguagem é mais incisiva: “(...)A mensagem que eu te ordeno”. É uma ordem que o profeta deve acatar. Aquilo que os outros fariam alegremente anunciar a Palavra de Deus. Jonas precisava de ordem bem enfática para cumprir.

 Jonas não era livre para escolher por si mesmo o que diria aos homens. Não foi até eles para lhes falar sobre suas experiências. Não decidiu o conteúdo de sua pregação. Portanto, nosso testemunho está firmemente ligado à palavra de Deus. O maior dos profetas ou apóstolos não pode deixar nada de valor, a menos que esteja baseado exclusivamente na Palavra de Deus.

Quando Deus lhe falou da primeira vez, Jonas se levantou para fugir da face divina “Levanta-te e vai a grande cidade de Ninive ...Jonas se levantou, mas, foi na direção de Tarsis, a fim de fugir do Senhor” (Jn 1.1-2). Agora, se levanta para obedecer. E desta vez seu destino não é mais Társis. É Nínive. Sua atitude agora é “segundo a Palavra do Senhor”. Uma pergunta: Por que, muitos de nós precisamos apanhar primeiro para obedecer depois?

Diz-nos o texto que Nínive era uma grande cidade “Mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem discernir entre a sua mão direita e a esquerda”. Se essa expressão, conforme comentaristas, é um idiomatismo hebraico, então se refere a cento e vinte mil crianças, logo, a população seria de seiscentos mil habitantes. Que vasto campo missionário para um pregador!

2)    Sua mensagem

“Daqui a quarenta dias Nínive será destruída” (Jn 3.4). QUARENTA DIAS São UM PERÍODO DE PROVAÇÃO DA REALIDADE DA VIDA DE ALGUÉM – significa algo completo, acabado”. 


Os quarenta dias na Arca de Noé foram uma purgação “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”, purificando séculos de poluição moral, lavando a sujeira de gerações de gratificação impulsiva.

 Os quarenta anos de Moisés no deserto de Midiã foi uma maneira de aprender que só existe um que é portentoso “O Senhor apareceu a Moisés numa chama de fogo do meio duma sarça”, não era Faraó, mas o grande Eu Sou.

Os quarenta anos no deserto foram um treinamento para viver as promessas de Deus, viver pela fé na perigosa Terra Prometida, durante o dia havia uma coluna de nuvem guiando e a noite uma coluna de fogo; por quarenta anos Deus mandou maná do céu ao seu povo.

Os quarenta dias de fuga de Elias o levaram das ilusões perigosas que vinham da corte de Jezabel para o lugar de revelação. Andou Elias pelo deserto com receio de ser morto, mas lá na caverna Deus manifestou ao profeta, não no vento, nem no terremoto, muito menos no do fogo, mas na brisa suave do vento, ele ouviu a voz de Deus. 

Os quarenta dias que Golias atormentou os israelitas, “ todos os homens em Israel, vendo aquele homem, fugiram diante dele, e temiam grandemente”. Todos os dias, o exercito de Saul foi fustigado pelo temor, até que apareceu Davi, no quadragésimo dia, para mostrar que o gigante o era quem estivesse nas mãos de Deus.

Os quarenta dias que Jonas anunciou em Ninive: “Ainda quarenta dias, e Ninive será destruída”, era um sinal de misericórdia da parte de Deus a um povo que não tinha conhecimento do verdadeiro Deus, e o povo se arrependeu.

Os quarenta dias das tentações de Jesus foram momentos decisivos para o inicio de seu ministério.

Em cada caso, o numero 40 funciona como aviso; o ultimo dia, o quadragésimo dia, molda o conteúdo dos 39 dias anteriores. Se os quarenta dias são bem sucedidos, a vida começa de maneira nova. Se os quarenta dias são ignorados, a vida é destruída: a arca naufraga e todos se afogam; os israelitas voltam para o Egito para passar o resto da vida fazendo tijolos sem palha; Jesus aceita a oferta do diabo, e o mundo cai sob o governo do anticristo, feliz por se livrar da cruz...

 3)    Arrependimento

Para o espanto de Jonas, as pessoas não zombaram dele nem lhe fizeram nenhum mal. Em vez disso, a cidade respondeu à sua pregação. O termo hebraico para “arrepender-se” ocorre quatro vezes nos versículos 8 a 10, contrariando todas as expectativas, a poderosa e violenta cidade de Nínive vestiu-se de pano de saco – um sinal de arrependimento em massa.

Eles fizeram “do maior até o menor” (v.5), “Os habitante de Nínive creram em Deus e, desde o mais importante até o mais humilde, declararam um jejum e se vestiram de pano de saco.  Quando o rei de Nínive ouviu o que Jonas dizia, desceu do trono, tirou as vestes reais, vestiu-se de pano de saco e sentou-se sobre um monte de cinzas” (vs. 5 e 6).

  


Como isso pode acontecer? Historiadores apontaram que, na época da missão de Jonas, a Assíria havia passado por uma série de episódios de fome, pragas, revoltas e eclipses, todos vistos como presságios de acontecimentos muito piores no futuro. Esse estado de coisas, teria deixado governantes e súditos sensibilizados com a mensagem do profeta.

Agora, Nínive com a sua vocação totalmente guerreira, acusa a si própria de violência “...devem deixar seus  maus caminhos  e toda a sua violência” (v.8). Nínive, que se orgulhava de seu poder e de sua invencibilidade, deixa de ser ela mesma quando se humilha.

 Conclusão: a necessidade do avivamento.

Em janeiro de 1907, ocorreu uma conferencia bíblica, na capital da Coréia do Norte. A igreja tornou-se profundamente convicta de seu pecado, especialmente quando foi exortada a se arrepender de seu ódio tradicional pelos japoneses. Os coreanos presentes naquela conferencia viram que, perante Deus, eram igualmente pecadores e condenados juntamente com todos os demais seres humanos, ainda que resgatados  pela mais pura e vistosa graça de Cristo. Isso dissipou deles o orgulho e a amargura.

 As pessoas iam de casa em casa para reatar relacionamentos rompidos e devolver coisas roubadas. Os cultos de adoração estavam cheios de um novo poder. O resultado foi um crescimento explosivo da igreja. Houve muitos movimentos espirituais desse tipo ao redor do mundo na história da igreja. 



 Biblografia

Timothy Keller - O profeta pródigo - Vida Nova

Isaltino Gomes Coelho Filho - Jonas Nosso Contemporâneo - Juerp

Eugene Peterson - A vocação espiritual do pastor - Textus

Biblia King James Atualizada  - Abba Press e BV filmes

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário