terça-feira, 26 de março de 2019


Filadélfia: uma porta aberta - Ap. 3.7-13


Introdução: William Carey
Carey converte-se aos 18 anos. Sapateiro, professor de geografia, aos 26 anos foi ordenado ao ministério pastoral. Autodidata, leitor fluente, aprendeu latim, grego, hebraico, italiamo, francês e holandês. Ao ler o livro “A ultima viagem do capitão Cook”, sente-se chamado para a obra missionaria com a seguinte pergunta: “Alguém já foi conquistar as ilhas do Capitão Cook para Jesus?”. Em uma reunião, pensando nos povos não alcançados, o presidente do conselho lhe diz: “Jovem sente-se. Quando Deus quiser converter os pagãos. Ele o fará sem a sua ajuda ou a minha”. Em 30 de maio de 1792, Carey tem a oportunidade de pregar sobre Isaias 54.2,3, fazendo um famoso desafio: “Espere grandes coisas de Deus, faça grandes coisas para Deus”. Na India, Carey, enfrentou diversas circunstancais difíceis: morreu o filho e a esposa. Mas perseverou. Traduziu a Biblia ou parte dela em 35 idiomas e dialetos.

1)    A cidade de Filadélfia
Fundada por colonos provenientes de Pérgamo sob o reinado de Átalo II nos anos de 159 a 138 a.C. Ele amava tanto a seu irmão Eumenes que apelidou-o de PHILADELPHOS, O QUE AMA A SEU IRMÃO.

A cidade de Filadélfia era pequena se comparada a Éfeso e a Esmirna. Menor em prosperidade, indústria e prestigio. Como Sardes, ela estava situada na fértil região da Lídia e era dominada pelo monte Tmolus. Por sua localização, era o maior eixo de comunicação; em meio a está pequena cidade, situavam-se os reinos da Lídia, Mísia e Frígia.

Viajantes passavam por ela a caminho dos mais variados destinos. Era conhecida como o “Portão Leste”, ou a porta para o Oriente. Os exércitos de César marchavam por Filadélfia de regresso a Roma. Mercadores também passavam por ela, transportando grandes riquezas. Mas, era “uma cidade de terremotos”. Em 17 a.C., um terremoto devastou-a, causando a perda de muitas vidas e bens materiais. 



2)    A igreja e a porta aberta
Por que está porta que foi aberta não pode ser fechada? A metáfora é usada em dois sentidos:

a)     Porta da salvação
O próprio Jesus usou duas vezes esta linguagem. Durante o sermão do monte, ele disse: “Entrem pela porta estreita. Pois larga é a porta e amplo o caminho eu leva à perdição, e muitos são os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! Poucos são os que a encontram” (Mt 7.13-14).

Então, são duas portas, e ambas estão abertas. Uma abre sobre uma rua larga  e apinhada de gente; inclina-se suavemente e termina em destruição, chamada inferno. “A estrada mais segura para o inferno é a gradual – a ladeira suave, como chão suave, sem curvas acentuadas, sem aviso de quilometragem e sem placas indicativas de sinalização” C.S. Lewis. A outra porta abre-se para um caminho estreito e escassamente povoado, que sobre em caracol em terreno íngreme e leva à vida eterna.
A porta larga é tão espaçosa que é fácil às pessoas despreocupadas se acumularem em grande número através dela. Mas a outra porta é tão baixa que temos de nos curvar humildemente para atravessá-la, e tão estreita que podemos passar somente apertado, e um de cada vez.


b)    Porta do serviço
Tendo passado pela porta da salvação, os cristãos se apressam em direção à porta do serviço para esperar pelos outros. Os cristãos, da igreja primitiva, empreenderam a atividade evangelizadora com absoluta tranquilidade. Convivendo com a Paz Romana, falavam a língua grega, caminhavam sobre as estradas romanas e usavam o texto da Septuaginta, versão do hebraico para o grego. Aonde quer que fossem, encontravam mentes inquietas e corações famintos. As velhas superstições pagãs estavam sendo abandonadas.

Paulo, em Éfeso, aonde passou três anos, se expressou: “se abriu para mim uma porta ampla e promissora” (1 Co 16.9). Quando mais tarde ele chegou em Roma e foi por dois anos mantido sob prisão domiciliar, ele pede: “Orem por nós para que Deus abra uma porta para a nossa mensagem, a fim de que possamos proclamar o mistério de Cristo, pelo qual estou preso. Orem para que eu possa manifestá-lo abertamente, como me cumpre fazê-lo” (Cl 4.3-4).

3)    Oposição
A igreja de Filadélfia era fraca: “...sei que tens pouca força”. Talvez a congregação fosse pequena, ou talvez fosse composta de pessoas com renda muito baixa, constituída de pessoas pobres. O que fazia que ela tivesse pouca influencia sobre a cidade (1 Co 1.28-29).

Havia oposição: “farei aqueles que são sinagoga de satanás, que se dizem judeus e não são”. Na cidade havia um grupo de judeus que alegavam ser os verdadeiros filhos de Abraão, mas não o eram. Eram incrédulos; eram filhos de satanás! E, acrescenta: “Farei que aqueles que são sinagoga de satanás...venham se prostrar aos seus pés e reconheçam que o amei” (v.9). 



Ameaça de perseguição: “Eu também o guardarei da hora da provação que está para sobrevir a todo mundo”. Tinham eles guardado sua palavra? Então, ele os guardaria do mal. Ele não os pouparia do sofrimento, mas os sustentaria durante a provação. Daniel não foi poupado de ser jogado na cova dos leões, mas Deus o guardou dos leões. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, não foram livrados da fornalha de fogo, mas foram livrados do fogo da fornalha. O apostolo João, não escapou da prisão em Patmos, mas em Patmos Deus esteve com ele. Diz o Salmista: “Aquele que habita no esconderijo do Altissimo, à sombra do onipotente descansará. Direi ao Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza e nele confiarei. Porque Ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e o teu broquel. Não terás medo do terror nem da seta que voa de dia. Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti. Porque tu, ó Senhor, és o meu refugio. No Altissimo fizeste a tua habitação” (vs. 1-9).

4)    A chave de Davi
“Estas são as palavras daquele que É SANTO e VERDADEIRO, que tem a CHAVE DE DAVI. O que ele abre ninguém pode fechar, e o que ele fecha ninguém pode abrir”. (v.7).

“Santo”: o conceito de santidade provém da raiz semítica da palavra que significa cortar. Ser santo é estar cortado, separado (Is 40.25).

“Verdadeiro”: ele abomina todo o mal e engano. Ele é a perfeição da justiça, e o cumprimento de toda profecia.

“Chave de Davi”: a expressão é tirada de Isaias 22:21,22. Onde é usada por um homem chamado Eliaquim. Ele era o guardião dos tesouros do rei; apenas ele possuía as chaves para abrir o tesouro real. Apenas Eliaquim podia abrir a porta que dava acesso às riquezas de Ezequias. Mas, quando a fechava, ninguém podia abri-la. Deus concedeu-lhe autoridade, chamando “pai para os moradores de Jerusalém” e acrescentou “porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém fechará, fechará e ninguém abrirá” (2 Rs 18.17-18; Is 22.21,22).

Eliaquim é um símbolo de Cristo. Pois, Cristo é o cabeça da família de Deus, a igreja. A ele foi dado “toda autoridade, no céu e na terra” (Mt 28.18). Ele, portanto, é que tem as chaves não somente “da morte e do inferno” (Ap. 1.18), mas também da salvação e serviço. A chave da salvação está na mão de Cristo. Na verdade ele “abriu a porta do céu a todos os crentes”. Eis que coloquei diante de você uma porta aberta” (v.8). O tempo do verbo é passado, pois ele abriu-a uma vez por longo tempo, e ela continua aberta até hoje. 



Uma porta fechada
“Esforcem-se para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Quando o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês ficarão do lado de fora, batendo e pedindo: Senhor, abre-nos a porta”.

Ele porém, responderá: “Não os conheço, nem sei de onde são vocês”

Então vocês dirão: “Nós comemos e bebemos contigo, e tu ensinastes em nossas ruas.
Ele então responderá: “Não os conheço, nem sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todo vocês que praticam a iniquidade. Ali haverá choro e ranger de dentes, quando vocês virem Abraão, Isaque e Jacó e todos os profetas do reino de Deus, mas vocês serão excluídos” (Lc 13.24-28).

Conclusão: a promessa
“Venho em breve! Retenha o que você tem para que ninguém tome a sua coroa. Farei do vencedor uma coluna no santuário do meu Deus, e dali ele jamais sairá. Escreverei sobre ele o nome do meu Deus, a Nova Jerusalém, que desce do céu da parte de Deus; e também escreverei sobre ele o meu novo nome”

Se apagarmos nosso nome neste mundo por amor de Cristo, então no próximo, sobre a coluna, serão gravados três nomes. O primeiro será o nome de Deus, o segundo o nome da Nova Jerusalém (a igreja triunfante), e o terceiro o próprio novo nome de Cristo.  


  

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