terça-feira, 6 de março de 2018

A sina de José Gn 37.1-11


Introdução:  Amargura é como a erva daninha. Há duas formas de cuidar das ervas daninhas: cortá-las rente ao chão ou tirá-la pela raiz. Apenas o segundo método resolve a situação. Quando a amargura se ENRAIZA em sua vida, é praticamente impossível lidar com ela apenas no nível mais superficial; pode ser que a nossa escolha por perdoar pode começar no nível superficial, mas ela tem de se aprofundar.

Em Hebreus, lemos: “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe e por ela muitos se contaminem” (Hb 12.15).  Esse versículo ensina-nos duas coisas a respeito da amargura: Primeiro, ela TEM RAIZ; e, segundo, à medida que a raiz se espalha, ela contamina muitos. Um homem e uma mulher, amargurados podem infectar toda a comunidade e derrubar tuco com as chamas.

1)    José, o Sonhador
José tem apenas 17 anos quando a história bíblica se inicia. É o penúltimo de doze irmãos. Ele é talentoso e bonito. E também o filho preferido do pai; o pai de José – Jacó – deu-lhe de presente uma túnica belíssima toda ornamentada, o que, na verdade, seria o mesmo que declarar: “Quero que você receba a benção do primogênito”.

José também é um sonhador – não de passar o dia nas nuvens, mas de sonhos reais. Ele tem visões enquanto dorme, e estas se confirmam ser do Senhor. QUANTO MAIS ELE SONHA, mais cristalino fica que o Senhor tem grandes COISAS para ele (Jr 29.11-14). Em Genesis 37.5-8, temos os sonhos de José:

Certa vez José teve um sonho e o contou aos seus irmãos. Aí é que ficaram com mais raiva dele porque ele disse assim: — Escutem, que eu vou contar o sonho que tive. Sonhei que estávamos no campo amarrando feixes de trigo. De repente, o meu feixe ficou de pé, e os feixes de vocês se colocaram em volta do meu e se curvavam diante dele. Então os irmãos perguntaram: — Quer dizer que você vai ser nosso rei e que vai mandar em nós? E ficaram com mais ódio dele ainda por causa dos seus sonhos e do jeito que ele os contava. DEPOIS, JOSÉ, REVELA AINDA OUTRO SONHO:  “Eu tive outro sonho. Desta vez o sol, a lua e onze estrelas se curvaram diante de mim. Quando José contou esse sonho ao pai e aos irmãos, o pai o repreendeu e disse: — O que quer dizer esse sonho que você teve? Por acaso a sua mãe, os seus irmãos e eu vamos nos ajoelhar diante de você e encostar o rosto no chão? 


MOTIVOS PARA A AMARGURA
Certo dia, Jacó envia o jovem José para verificar se os irmãos mais velhos que apascentam as ovelhas da família nos montes da região, estão bem. Quando eles o veem, se aproximando, arquitetam um jeito para mata-lo “E VEREMOS O QUE SERÁ DOS SEUS SONHOS” (Gn 37.19-20).

2)    Traído pelos irmãos
Por sorte, um de seus irmãos, Rubén, interfere. Em vez de mata-lo, eles jogam o adolescente em um poço e deixam-no para morrer sozinho. A seguir, eles se sentam e almoçam. Enquanto almoçam percebem uma caravana de mercadores ismaelitas nas proximidades: “Aí Judá disse aos irmãos: — O que vamos ganhar se matarmos o nosso irmão e depois escondermos a sua morte? Em vez de o matarmos, vamos vendê-lo a esses ismaelitas. Afinal de contas ele é nosso irmão, é do nosso sangue. Os irmãos concordaram. Quando alguns negociantes midianitas passaram por ali, os irmãos de José o tiraram do poço e o venderam aos ismaelitas por vinte barras de prata. E os ismaelitas levaram José para o Egito”.

Depois, mergulharam a túnica de José no sangue de um animal morto e a apresentaram a Jacó. Eles contam a Jacó que acharam a túnica na estrada, induzindo-o a acreditar que José fora morto e devorado por algum animal selvagem. Jacó pranteia José por mais de vinte anos, enquanto seus mentirosos-invejosos filhos mais velhos mantém seu abominável segredo. OS IRMÃOS MAIS VELHOS SE ESQUECEM TOTALMENTE DE JOSÉ.

3)    Falsamente acusado
José chega ao Egito e como escravo, consegue proeminência ao cair nas graças de Potifar, CAPITÃO DA GUARDA ESPECIAL DO FARAÓ. E a Escritura declara que o “Senhor estava com ele e que tudo o que ele fazia prosperava em sua mão” (Gn 39.3). Em razão disso, ele torna-se um conselheiro confiável na casa de Potifar, torna-se responsável pela casa de Potifar. Mas, José atrai o OLHAR DA ESPOSA DE SEU PATRÃO:

“Potifar entregou nas mãos de José tudo o que tinha e não se preocupava com nada, a não ser com a comida que comia. José era um belo tipo de homem e simpático. Algum tempo depois, a mulher do seu dono começou a cobiçar José. Um dia ela disse: — Venha, vamos para a cama. Ele recusou, dizendo assim: — Escute! O meu dono não precisa se preocupar com nada nesta casa, pois eu estou aqui. Ele me pôs como responsável por tudo o que tem” Gn 39.6-8
Deus concedeu dois dons a José: Ele possuía uma beleza incomum e um caráter extraordinário. Lemos: “Todos os dias ela insistia que ele fosse para a cama com ela, mas José não concordava e também evitava estar perto dela. Mas um dia, como de costume, ele entrou na casa para fazer o seu trabalho, e nenhum empregado estava ali. Então ela o agarrou pela capa e disse: — Venha, vamos para a cama.
Mas ele escapou e correu para fora, deixando a capa nas mãos dela. Quando notou que, ao fugir, ele havia deixado a capa nas suas mãos, a mulher chamou os empregados da casa e disse: — Vejam só! Este hebreu, que o meu marido trouxe para casa, está nos insultando. Ele entrou no meu quarto e quis ter relações comigo, mas eu gritei o mais alto que pude. Logo que comecei a gritar bem alto, ele fugiu, deixando a sua capa no meu quarto” Gn 39.11-15
Imagine a injustiça dessa acusação! Quando Potifar chega em casa e ouve a história, ele, com raiva joga José, seu servo de confiança na prisão. Até o momento, José foi rejeitado pelos irmãos, separado de seu amado pai, sofreu maus-tratos físicos, foi vendido como escravo e, por fim, preso com algemas por um crime que não cometeu. Por que? Porque ele era um jovem dotado, bonito e extremamente talentoso que temia a Deus e tinha coração integro. 

4)    Esquecido por um amigo
José, enquanto está na prisão, conhece dois servos de Faraó, o copeiro e o padeiro do rei; eles ficam amigos, e José interpretou os sonhos deles com boa vontade. O sonho do padeiro revela a execução do mesmo. Mas o sonho do copeiro revela que será solto e reintegrado no cargo de copeiro do Faraó. Depois de interpretar o sonho deles, José, pede aos amigos que o recomendem junto ao rei (Gn 40.8-18). E, tudo aconteceu de acordo com a interpretação de José: por ocasião do aniversário do Faraó, o rei reintegra o copeiro e enforca o padeiro. CONTUDO, O COPEIRO “NÃO SE LEMBROU DE JOSÉ, ANTES SE ESQUECEU DELE” (Gn 40.23).

Na prisão, José teve de morrer três vezes: Ele já morrera para a família, agora, após ser acusado injustamente, tem de morrer para a sua reputação e, no fim, tem de morrer para seu único amigo! Talvez seus sonhos tivessem morrido naquele dia em que tinha TODOS OS MOTIVOS PARA ACREDITAR QUE PASSARIA O RESTO DA VIDA NA PRISÃO: “Chamou a fome sobre a terra, quebrantou todo o sustento do pão.
Mandou perante eles um homem, José, que foi vendido por escravo;
Cujos pés apertaram com grilhões; foi posto em ferros;
Até ao tempo em que chegou a sua palavra; a palavra do Senhor o provou”

5)
Mudando a sina – da amargura ao perdão
ESCOLHA VIVER NO FUTURO, NÃO NO PASSADO
Em Genesis 41, José é solto da prisão. Ele recebe um cargo de responsabilidade no governo de Faraó e casa-se com uma bela e jovem princesa, Asenate. Ele tem dois filhos. O nome dos filhos fornece um indicio da atitude dele: “Antes de começarem os anos de fome, José teve dois filhos com a sua mulher Asenate. Pôs no primeiro o nome de Manassés e explicou assim: “Deus me fez esquecer todos os meus sofrimentos e toda a família do meu pai.” No segundo filho pôs o nome de Efraim e disse: “Deus me deu filhos no país onde tenho sofrido.” Gn 41.50-52

José recusa-se a permitir que seu passado seja o prisma por meio do qual vê a sua vida. Ele não permite que seu passado altere e destrua qualquer esperança de se produtivo em seu presente e futuro. Deus fez com que José esquecesse tudo, e a graça dEle foi suficiente. Lembre-se do sentido do nome Efraim: “Deus me fez crescer na terra da minha aflição”. Deus, nos faz crescer na terra da nossa aflição – no ponto exato em que a dor é mais profunda e nosso futuro mais desanimador.

ESCOLHA LIBERTAR OS QUE COMETERAM INJUSTIÇA COM VOCE
Durante a fome, os irmãos de José vão ao Egito para comprar grãos. Eles ficam diante de José, mas não o reconhecem. Eles são testados por José, para ver se são dignos de confiança. Quando os seus irmãos retornam com Benjamim, José sabe que é o tempo de se revelar a eles:  “ José não conseguiu mais controlar a sua emoção diante dos seus empregados, de modo que gritou: — Saiam todos daqui! Por isso nenhum dos empregados estava ali quando José contou aos irmãos quem ele era. Ele começou a chorar tão alto, que os egípcios ouviram, e a notícia chegou até o palácio do rei” (Gn 45.1-2)
José chora de dor e amargura que ele enterrara no mais profundo de sua alma em um fluxo de lágrimas. Essas lágrimas são necessárias no processo de cura: “E José disse: — Cheguem mais perto de mim, por favor.

Eles chegaram, e ele continuou: — Eu sou o seu irmão José, aquele que vocês venderam a fim de ser trazido para o Egito. Agora não fiquem tristes nem aborrecidos com vocês mesmos por terem me vendido a fim de ser trazido para cá. Foi para salvar vidas que Deus me enviou na frente de vocês. Já houve dois anos de fome no mundo, e ainda haverá mais cinco anos em que ninguém vai preparar a terra, nem colher. Deus me enviou na frente de vocês a fim de que ele, de um modo maravilhoso, salvasse a vida de vocês aqui neste país e garantisse que teriam descendentes. Portanto, não foram vocês que me mandaram para cá, mas foi Deus. Ele me pôs como o mais alto ministro do rei. Eu tomo conta do palácio dele e sou o governador de todo o Egito.

“Voces me venderam, mas Deus me enviou”. O mal feito por seus irmãos, na verdade, era parte do plano de Deus. Deus é soberano até mesmo sobre a injustiça e o sofrimento de José. Eles muitos anos antes de Romanos 8:28: “todas as coisas contribuem juntamente para  o bem daqueles que amam a Deus”. JOSÉ FOI CAPAZ DE VER DEUS EM MEIO À MALDADE.                                                                                     


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