terça-feira, 13 de março de 2018


A oração de uma criança mimada – Lucas 18.9-14


Introdução:  A Bíblia indica pelo menos CINCO MODOS distintos pelos quais podemos nos comunicar com Deus pela ORAÇÃO. Podemos nos RELACIONAR COM ELE, ADORÁ-LO,  AGRADECER-LHE por quem ele é e pelo que faz por nós, INTERCEDER POR OUTROS em atenção a suas necessidades e PEDIR-LHE os favores que queremos dele.

1)    O processo de comunicação com Deus
ORAÇÃO RELACIONAL. Tem o potencial de colocar-nos em contato mais completo com Deus (1 Crônicas 16.11;  Sl 42.1-2).

ORAÇÃO DE LOUVOR E ADORAÇÃO. Caímos  de joelhos, maravilhados, quando nos ocorre que o Deus da criação, o governante soberano e Senhor do universo, é nosso ABA PAI. Se poder nos assombra. Porém sua graça nos reduz a um silencio que nos faz apenas balançar a cabeça (Ex 15.20.21).

ORAÇÃO DE AÇÃO DE GRAÇAS. Somente se estivermos totalmente consciente de quem Deus é seremos capazes de lhe agradecer devidamente pelos seu favores  (Sl 103.2-5).

ORAÇÃO DE INTERCESSÃO: Quando oramos, intercedemos por nós, pelos nossos familiares, pelos nossos amigos, pelos nossos irmãos, pelos nossos vizinhos, pelo nosso país, pelos doentes, pelos aprisionados, etc (Atos 12.5).

Então, a ORAÇÃO RELACIONAL produz ADORAÇÃO, e a ADORAÇÃO gera AÇÃO DE GRAÇAS que nos leva a INTERCEDER pelos outros para que conheçam a Deus do modo  que chegamos a conhece-lo. TODAVIA, se tentamos obter COISAS de Deus sem antes orar para obter MAIS DO PROPRIO DEUS, suas SÚPLICAS soarão mais como manhas de uma criança mimada que com os pedidos de uma criança dependente.

2)    A oração de uma criança mimada
“Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo14.14). QUALQUER COISA? Bem, foi o que Jesus disse. “Em verdade, em verdade vos digo...” – Jesus não quer deixar lugar para a dúvida – “Se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome” (Jo 16.23-24).

No evangelho de Lucas encontramos a parábola da viúva persistente (Lc 18.1-8): “Jesus contou a seguinte parábola, mostrando aos discípulos que deviam orar sempre e nunca desanimar:  — Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus e não respeitava ninguém. Nessa cidade morava uma viúva que sempre o procurava para pedir justiça, dizendo: “Ajude-me e julgue o meu caso contra o meu adversário!”  — Durante muito tempo o juiz não quis julgar o caso da viúva, mas afinal pensou assim: “É verdade que eu não temo a Deus e também não respeito ninguém. Porém, como esta viúva continua me aborrecendo, vou dar a sentença a favor dela. Se eu não fizer isso, ela não vai parar de vir me amolar até acabar comigo.” E o Senhor continuou: — Prestem atenção naquilo que aquele juiz desonesto disse. Será, então, que Deus não vai fazer justiça a favor do seu próprio povo, que grita por socorro dia e noite? Será que ele vai demorar para ajudá-lo? Eu afirmo a vocês que ele julgará a favor do seu povo e fará isso bem depressa. Mas, quando o Filho do Homem vier, será que vai encontrar fé na terra?” Jesus ensina uma lição: continue orando, não desista, se persistir cedo ou tarde seu pedido será atendido.
Jesus afirma em outra passagem que se a fé não for maior que uma minúscula semente de mostarda, podemos dizer a uma montanha que mude de lugar, e ela irá: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês tivessem fé, mesmo que fosse do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a este monte: “Saia daqui e vá para lá”, e ele iria. E vocês teriam poder para fazer qualquer coisa!” (Mt 17.20). Temos em nossa vida algumas montanhas que gostaríamos de mover. Por que, então, as montanhas de nossa vida permanecem confortavelmente no mesmo lugar? 

3)    O que está errado?
Ouça o que Deus disse certa vez a alguns de seus filhos que não estavam se saindo lá muito bem. Como Deus não muda, podemos pressupor que o anseio de coração com o qual ele falou a eles é o mesmo com que ele nos fala,  agora mesmo: “... te porei entre os filhos e te darei a terra desejável, a mais formosa herança das nações” (Jr 3.19).

O que impede? Talvez algo esteja errado como ORAMOS. Ou,  talvez, na maneira com que não oramos. CONSIDERE A SEGUINTE IDÉIA: sabemos bem mais sobre pedir ao todo-poderoso que sobre nos relacionamos com ele. SEGUNDA IDÉIA: talvez a oração de súplica devia vir depois da oração relacional.

O missionário Stanley Jones escreveu: “o primeiro passo na oração é chegar até Deus. Se você chegar até ELE, o restou flui naturalmente. Permita que Deus acesse você, o invada, tome posse de você. Ele então derramará suas orações através de você”. O pastor e conferencista Ravi Zacharias, afirmou: “a oração não é o meio de fazer nossa vontade se cumprir, mas o meio pelo qual ele alinha nossa vontade de modo a recebermos a dele de bom grado”. 


4)    Oração relacional
“Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos” (Jo 15.7-8).  Permanecer NELE quer dizer, viver pelo único proposito que orientou sua vida, com a mesma paixão que o manteve no caminho certo. Ele amava seu pai, amava passar o tempo com ele em oração, e não desejava outra coisa além de fazer com que todos vissem quão maravilhoso era seu Pai – mesmo a custo de sua própria vida (Jo 4.34). E essa vida, a vida dele, está agora em nós. Sua paixão e seu proposito estão em nosso coração.

Tire a ORAÇÃO RELACIONAL do centro e todos os outros tipos de oração são prejudicados. A adoração torna-se blasfêmia – reduzimos Deus a mero office boy, sempre à nossa disposição.

A ação de graças torna-se uma expressão disfarçada de merecimento – agradecemos a Deus pelo que ele deveria ter nos dado, supomos, em primeiro lugar.

A Intercessão fica embasada no interesse próprio – suplicamos a Deus por nossa família, pelos amigos, o governo e lideres da igreja com nossos propósitos e conforto em mente. Por exemplo: “muda meu marido para que eu não sofra tanto”, “Acalma o coração de meu filho para que eu não fique tão preocupada” ou  “Muda tal e tal coisa em meu grupo para que eu goste mais de me envolver com ele”. É DIFICIL NOTAR QUE PODEMOS ESTAR PENSANDO MAIS EM NÓS MESMOS QUE NELES!

E, OS PEDIDOS DE ORAÇÃO, mesmo os aparentemente legítimos, como a salvação de alguém querido ou a saúde de uma criança são alimentados pela energia de um espírito autoritário.

“ME DÁ! ME DÁ! ME DÁ” NOSSA INTENÇÃO PRINCIPAL NÃO É O AVANÇO DO REINO DE DEUS, TAMPOUCO DESFRUTAR DO RELACIONAMENTO PRIVILEGIADO COM O REI. O INTERESSE PROPRIO É QUEM COMANDA, QUEM DÁ AS ORDENS!

CONCLUSÃO: Diferenças: 

Oração da criança mimada

Súplica: ORAÇÃO CENTRADA EM MIM MESMO: “ME DÁ! ME DÁ! ME DÁ” ; “ABENÇOA-ME, Ó, DEUS” – “CONCEDE UMA VIDA DE REALIZAÇÃO E ALEGRIA”.
Intercessão: Muda as coisas para mim: “Trabalha na vida dos outros e na minha particularidade, visando meu bem estar”.
Ação de graças: Obrigado pelas bênçãos alcançadas: “O Senhor é bastante útil; gostei; continue assim!”
Adoração: Eis minha gorjeta pelo seu serviço. “Cantarei e louvarei pelo que tens me dado”; Ei, adorar é fácil. Preciso apenas fazer brotar emoções intensas. Não se exige sacrifícios.
Relacionamento: Diga-me o que fazer para manter a onda favorável. “Farei a minha parte enquanto o senhor fizer a sua”.

Oração relacional
Oração relacional: Achegue-se e ouça. “Permaneça em Cristo”; “Deixe que a Palavra de Deus permaneça em você”
Adoração: Submeta-se como sacrifício vivo. “Abra mão de tudo o que é secundário em prol da união com Deus”
Ação de graças: Dá graças em todas as circunstancias. “Agradeça a Deus pela oportunidade única que cada benção ou provação nos apresenta”
Intercessão: Venha o teu reino por meio dos outros. “Muda o coração das pessoas de modo a que anseiam pelo cumprimento da tua vontade”
Petição: Com a mente de Cristo, peça e receba. “Expresso pelo gemer do Espírito”; Discernido pelo sondar do Pai; Promovendo a alegria do Filho”



Nenhum comentário:

Postar um comentário