A oração de uma criança mimada – Lucas 18.9-14
Introdução: A Bíblia
indica pelo menos CINCO MODOS distintos pelos quais podemos nos comunicar com
Deus pela ORAÇÃO. Podemos nos RELACIONAR COM ELE, ADORÁ-LO, AGRADECER-LHE por quem ele é e pelo que faz
por nós, INTERCEDER POR OUTROS em atenção a suas necessidades e PEDIR-LHE os
favores que queremos dele.
1) O processo de comunicação com Deus
ORAÇÃO RELACIONAL. Tem o potencial de colocar-nos em contato
mais completo com Deus (1 Crônicas 16.11; Sl 42.1-2).
ORAÇÃO DE LOUVOR E ADORAÇÃO. Caímos de joelhos, maravilhados, quando nos ocorre
que o Deus da criação, o governante soberano e Senhor do universo, é nosso ABA
PAI. Se poder nos assombra. Porém sua graça nos reduz a um silencio que nos faz
apenas balançar a cabeça (Ex 15.20.21).
ORAÇÃO DE AÇÃO DE GRAÇAS. Somente se estivermos totalmente
consciente de quem Deus é seremos capazes de lhe agradecer devidamente pelos
seu favores (Sl 103.2-5).
ORAÇÃO DE INTERCESSÃO: Quando oramos, intercedemos por nós,
pelos nossos familiares, pelos nossos amigos, pelos nossos irmãos, pelos nossos
vizinhos, pelo nosso país, pelos doentes, pelos aprisionados, etc (Atos 12.5).
Então, a ORAÇÃO RELACIONAL produz ADORAÇÃO, e a ADORAÇÃO gera
AÇÃO DE GRAÇAS que nos leva a INTERCEDER pelos outros para que conheçam a Deus
do modo que chegamos a conhece-lo. TODAVIA,
se tentamos obter COISAS de Deus sem antes orar para obter MAIS DO PROPRIO
DEUS, suas SÚPLICAS soarão mais como manhas de uma criança mimada que com os
pedidos de uma criança dependente.
2) A oração de uma criança mimada
“Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo14.14).
QUALQUER COISA? Bem, foi o que Jesus disse. “Em verdade, em verdade vos digo...”
– Jesus não quer deixar lugar para a dúvida – “Se pedirdes alguma coisa ao Pai,
ele vo-la concederá em meu nome” (Jo 16.23-24).
No evangelho de Lucas
encontramos a parábola da viúva persistente (Lc 18.1-8): “Jesus
contou a seguinte parábola, mostrando aos discípulos que deviam orar
sempre e nunca desanimar: — Em certa cidade havia um juiz que
não temia a Deus e não respeitava ninguém. Nessa cidade morava
uma viúva que sempre o procurava para pedir justiça, dizendo: “Ajude-me e
julgue o meu caso contra o meu adversário!” — Durante muito tempo o juiz
não quis julgar o caso da viúva, mas afinal pensou assim: “É verdade que eu não
temo a Deus e também não respeito ninguém. Porém, como esta viúva continua
me aborrecendo, vou dar a sentença a favor dela. Se eu não fizer isso, ela não
vai parar de vir me amolar até acabar comigo.” E o Senhor continuou: — Prestem
atenção naquilo que aquele juiz desonesto disse. Será, então, que Deus não vai
fazer justiça a favor do seu próprio povo, que grita por socorro dia e noite?
Será que ele vai demorar para ajudá-lo? Eu afirmo a vocês que ele julgará
a favor do seu povo e fará isso bem depressa. Mas, quando o Filho do
Homem vier, será que vai encontrar fé na terra?” Jesus ensina uma
lição: continue orando, não desista, se persistir cedo ou tarde seu pedido será
atendido.
Jesus afirma em outra passagem que se a fé não for maior que
uma minúscula semente de mostarda, podemos dizer a uma montanha que mude de
lugar, e ela irá: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês tivessem fé, mesmo que
fosse do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a este monte: “Saia
daqui e vá para lá”, e ele iria. E vocês teriam poder para fazer qualquer coisa!”
(Mt 17.20). Temos em nossa vida algumas montanhas que gostaríamos de mover. Por
que, então, as montanhas de nossa vida permanecem confortavelmente no mesmo
lugar?
Ouça o que Deus disse certa
vez a alguns de seus filhos que não estavam se saindo lá muito bem. Como Deus
não muda, podemos pressupor que o anseio de coração com o qual ele falou a eles
é o mesmo com que ele nos fala, agora
mesmo: “... te porei entre os filhos e te darei a terra desejável, a mais
formosa herança das nações” (Jr 3.19).
O que impede? Talvez algo
esteja errado como ORAMOS. Ou, talvez,
na maneira com que não oramos. CONSIDERE A SEGUINTE IDÉIA: sabemos bem mais
sobre pedir ao todo-poderoso que sobre nos relacionamos com ele. SEGUNDA
IDÉIA: talvez a oração de súplica devia vir depois da oração relacional.
O missionário Stanley Jones
escreveu: “o primeiro passo na oração é chegar até Deus. Se você chegar até ELE,
o restou flui naturalmente. Permita que Deus acesse você, o invada, tome posse
de você. Ele então derramará suas orações através de você”. O pastor e
conferencista Ravi Zacharias, afirmou: “a oração não é o meio de fazer nossa
vontade se cumprir, mas o meio pelo qual ele alinha nossa vontade de modo a
recebermos a dele de bom grado”.
4) Oração relacional
“Se permanecerdes em
mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos
será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos
tornareis meus discípulos” (Jo 15.7-8). Permanecer
NELE quer dizer, viver pelo único proposito que orientou sua vida, com a mesma
paixão que o manteve no caminho certo. Ele amava seu pai, amava passar o tempo com
ele em oração, e não desejava outra coisa além de fazer com que todos vissem
quão maravilhoso era seu Pai – mesmo a custo de sua própria vida (Jo 4.34). E
essa vida, a vida dele, está agora em nós. Sua paixão e seu proposito estão em
nosso coração.
Tire a ORAÇÃO RELACIONAL do centro e todos os outros tipos de
oração são prejudicados. A adoração torna-se blasfêmia – reduzimos Deus a mero
office boy, sempre à nossa disposição.
A ação de graças torna-se uma expressão disfarçada de
merecimento – agradecemos a Deus pelo que ele deveria ter nos dado, supomos, em
primeiro lugar.
A Intercessão fica embasada no interesse próprio – suplicamos
a Deus por nossa família, pelos amigos, o governo e lideres da igreja com
nossos propósitos e conforto em mente. Por exemplo: “muda meu marido para que
eu não sofra tanto”, “Acalma o coração de meu filho para que eu não fique tão
preocupada” ou “Muda tal e tal coisa em
meu grupo para que eu goste mais de me envolver com ele”. É DIFICIL NOTAR QUE
PODEMOS ESTAR PENSANDO MAIS EM NÓS MESMOS QUE NELES!
E, OS PEDIDOS DE ORAÇÃO, mesmo os aparentemente legítimos,
como a salvação de alguém querido ou a saúde de uma criança são alimentados
pela energia de um espírito autoritário.
“ME DÁ! ME DÁ! ME DÁ” NOSSA INTENÇÃO PRINCIPAL NÃO É O AVANÇO
DO REINO DE DEUS, TAMPOUCO DESFRUTAR DO RELACIONAMENTO PRIVILEGIADO COM O REI.
O INTERESSE PROPRIO É QUEM COMANDA, QUEM DÁ AS ORDENS!
CONCLUSÃO: Diferenças:
Oração da criança
mimada
Súplica: ORAÇÃO CENTRADA EM MIM MESMO: “ME DÁ! ME DÁ! ME DÁ”
; “ABENÇOA-ME, Ó, DEUS” – “CONCEDE UMA VIDA DE REALIZAÇÃO E ALEGRIA”.
Intercessão: Muda as
coisas para mim: “Trabalha na vida dos outros e na minha particularidade,
visando meu bem estar”.
Ação de graças: Obrigado
pelas bênçãos alcançadas: “O Senhor é bastante útil; gostei; continue
assim!”
Adoração: Eis minha
gorjeta pelo seu serviço. “Cantarei e louvarei pelo que tens me dado”; Ei,
adorar é fácil. Preciso apenas fazer brotar emoções intensas. Não se exige sacrifícios.
Relacionamento: Diga-me
o que fazer para manter a onda favorável. “Farei a minha parte enquanto o
senhor fizer a sua”.
Oração relacional
Oração relacional: Achegue-se
e ouça. “Permaneça em Cristo”; “Deixe que a Palavra de Deus permaneça em você”
Adoração: Submeta-se
como sacrifício vivo. “Abra mão de tudo o que é secundário em prol da união
com Deus”
Ação de graças: Dá graças em todas as circunstancias. “Agradeça
a Deus pela oportunidade única que cada benção ou provação nos apresenta”
Intercessão: Venha o
teu reino por meio dos outros. “Muda o coração das pessoas de modo a que
anseiam pelo cumprimento da tua vontade”
Petição: Com a mente
de Cristo, peça e receba. “Expresso pelo gemer do Espírito”; Discernido
pelo sondar do Pai; Promovendo a alegria do Filho”
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