Os gemidos do Espírito Rm 8.26-28
Introdução: quem é o Espirito Santo?
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, a fim de que esteja
sempre convosco (Jo 14.16)”.
A expressão “outro consolador” (em grego
ALLOS – outro da mesma espécie e tipo) indica que o Espírito Santo é alguém
como Jesus, uma personalidade distinta do Pai e do Filho. A palavra “Advogado”
vem do latim advocatus, que é o equivalente exato do adjetivo verbal passivo
grego parakletos (1 Jo 2.1), formado pelas
palavras gregas PARA (ao lado de) e KLETOS(chamado). Quando Jesus se
refere ao outro, quer dizer que o outro advogado é igual a ele em tudo,
mas viverá dentro dos crentes para orientá-los e defende-los para sempre.
O Espírito
Santo é onisciente (1 Co 2.10,11), onipresente (Sl 139.7-8) e onipotente (Gn
1.1-2; Sl 104.30). O Espírito Santo tem inteligência: 1 Co 2.10,11: “Mas
Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas,
até mesmo as coisas mais profundas de Deus”. Tem vontade: 1 Co 12.11: “Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e
ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer”. Tem emoções e
sentimentos: “Não
entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia
da redenção”. Efésios 4:30; “Ou
vocês acham que é sem razão que a Escritura diz que o Espírito que ele fez
habitar em nós tem fortes ciúmes”? Tiago 4:5. Chama e
envia pessoas: “Enquanto adoravam ao Senhor e jejuavam, disse o
Espírito Santo: Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” Atos 13:2 Guia
e orienta: “Paulo e seus companheiros viajaram pela região da Frígia e
da Galácia, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na
província da Ásia. Quando chegaram à fronteira da Mísia, tentaram entrar
na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu” (Atos 16.6,7)
1) O Espírito nos auxilia em nossa fraqueza
TEMOS
FRAQUEZAS. A nova era está errada ao
afirmar que a força vem de dentro. A verdade é que somos fracos, limitados e contingentes
“toda carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva, seca-se a
erva, e cai a sua flor” (1 Pe 1.27). Temos fraquezas físicas, emocionais,
morais e espirituais. Tropeçamos nos mesmos erros, incorremos nas mesmas falhas
e caímos nas mesmas armadilhas. O Bem que queremos não praticamos, mas o mal
que odiamos esse o fazemos (Rm 7.19). Há
uma guerra constante, instalada em nosso peito, um conflito permanente no campo
de batalha da nossa mente (Gl 5.17). Todos nós temos o pés de barro (2 Co 4.7).
TODOS NÓS TEMOS NOSSO CALCANHAR DE AQUILES, TODOS NOS TEMOS FRAQUEZAS.
NÃO
SABEMOS ORAR COMO CONVÉM (V.26). Somos fracos porque não conseguimos manter
comunhão ininterrupta com o Deus Onipotente. “A inabilidade na oração não é
apenas uma ilustração da fraqueza do crente, mas também uma explicação dessa
fraqueza”. Muitas vezes PEDIMOS A DEUS UMA PEDRA, PENSANDO QUE ESTAMOS PEDINDO
UM PÃO; PEDIMOS UMA COBRA, PENSANDO QUE ESTAMOS PEDINDO UM PEIXE; PEDIMOS O QUE
NOS DESTRUIRÁ, PENSANDO QUE ESTAMOS PEDINDO O QUE NOS DARÁ VIDA. Na verdade,
QUEREMOS QUE NOSSA VONTADE SEJA FEITA NO CÉU EM VEZ DE BUSCAR QUE A VONTADE DE
DEUS SEJA FEITA NA TERRA.
Uma
boa ilustração é o acidente registrado em 2 Corintios 12.7, com referencia ao
espinho na carne. O apostolo orou: “Senhor agrada-te em remover esse espinho”.
Ele pronunciou essa oração três vezes. Tudo faz crer que ele era de opinião que
a remoção do espinho o faria uma testemunha MAIS poderosa de Cristo. A resposta
de Deus, porém, foi: “Minha graça lhe é suficiente, porque o meu poder se
aperfeiçoa na fraqueza”.
Porque
temos nós de orar? A resposta será: (a) um filho de Deus necessita e quer
derramar seu coração diante de Deus em oração e ação de graças; ( b) o Espírito
Santo somente ora nos corações daqueles que oram; (c) Deus ordenou a seu povo
que ore e prometeu conceder todos os pedidos que estão em harmonia com a sua
vontade.
O
ESPÍRITO SANTO NOS ASSISTE EM NOSSA FRAQUEZA (8.26). O Espírito se encurva para
tomar o nosso fardo e leva-lo por nós. Quando nos sentimos cansados, Ele nos
toma no colo (Sl 23.4). A palavra grega traduzida por “ASSISTIR” significa que
o Espírito toma sobre si nossa carga, para nos aliviar, carregando todo o peso
por nós. Há momentos na vida em que se ajuntam sobre nossa cabeça NUVEUS
ESCURAS: é a enfermidade grave que chega, é a dor luto que se instala, é o casamento
ferido mortalmente pelo divórcio, é o pecado que tenazmente nos assedia (Is
43.2). Quando temos o Espírito Santo, temos um amigo divino, temos um
consolador presente a quem Cristo enviou para estar sempre conosco.
2) A intercessão do Espírito a nosso favor (8.26-27).
Aqui vemos o Deus que está em nós,
intercedendo por nós, ao Deus que está sobre nós. Temos dois intercessores na
Trindade: Jesus, nosso advogado e sumo-sacerdote, é o nosso intercessor legal
(8.34), e o Espírito Santo é o nosso intercessor existencial (8.26). Jesus
intercede por nós no ceú, e o Espírito Santo na terra. A intercessão de Cristo
pode ser comparada como a de um pai, o líder da família, em favor de todos os
membros da família. A Intercessão do Espírito nos lembra, antes, a de uma mãe
ajoelhada ao lado do berço de seu filhinho enfermo, e apresentando em oração as
necessidades do filho diante do Pai Celestial. A INTERCESSÃO DO ESPÍRITO TEM CARACTERISTICA:
A)
É um intercessão
intensa (v.26). O Espírito intercede por nós “sobremaneira”.Assim como o Pai
nos amou “de tal maneira” (João 3.16), de igual forma, o Espírito intercede por
nós “sobremaneira”.
B)
É uma intercessão
agônica (v.26). o gemido é uma expressão de dor. Aquele que conhece todas as línguas,
idiomas e dialetos de todo os povos, de todos os tempos, ora por nós com tal
agonia que o faz com gemidos inexprimeveis. A palavra grega ALALE significa “sem
palavras”.
“Como te
deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como Admá? Como
fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro de mim, minhas paixões, à
uma, se acendem” (Os 11.8).
C) É UM INTERCESSÃO EFICAZ (RM 8.27). A
intercessão do Espírito Santo em nós, ao Pai que está sobre nós, está sempre
alinhada com sua soberana e perfeita vontade e por isso tem a marca da
eficácia.
3) Todas as coisas cooperam para o bem (v.28)
DEUS TRABALHA POR NÓS EM TODAS AS
CIRCUNSTANCIAS DA VIDA (V.28). A vida é feita de montes e vales, alegrias e
lagrimas, prosperidade e perdas. Mesmo que certas coisas sejam MÁS, Deus
transformará em benção (Gn 50.20). Essas coisas encaixam por si mesmas, como se
a vida fosse um grande jogo de quebra cabeça e as peças fossem sendo encaixadas
por nossa iniciativa ou pela coincidência. Deus escreveu o poema da nossa vida
capítulo por capitulo, esculpindo em nós, o caráter de Cristo (Sl 139.16).
Conclusão: DEUS TRABALHA EM TODAS AS
CIRCUNSTANCIAS PARA O BEM DAQUELES QUE O AMAM (8.28). “Para o bem daqueles que
o amam”. Aqueles que semeiam vento colhem tempestades e os que semeiam na
carne, da carne colhem corrupção. Se amarmos a Deus, contudo, sabemos que ele
toma o nosso destino em suas mãos e trabalha para o nosso bem (Sl 119.71). Toda
boa dádiva procede de Deus. Todo dom perfeito vem de suas bondosas mãos.
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