O testemunho cristão – apocalipse 10
Introdução: Antipas, da igreja de Pérgamo,
morreu na perseguição. Foi chamado de “minha fiel testemunha” (Ap 2:13).
Antes, Jesus tinha sido descrito com a
frase idêntica “testemunha fiel” (Ap 1.5), e também como “testemunha fiel e
verdadeira” (Ap 3.14). De antipas, foi dito que “foi morto nessa cidade”, e
isso por certo é verdade. Quanto a Jesus, o texto afirma também que ele era “o primogênito
dentre os mortos” (Ap 1.5).
A palavra que no primeiro século significava falar
a verdade sobre Deus, martus, veio para nossa língua como
“mártir”, aquele que perde a vida por dizer o que pensa.
“Testemunho” era o relato pessoal de uma conversa.
Profetas e apóstolos adquiriram a reputação de falar sem medo. Corriam grandes
riscos. A taxa de mortalidade deles, pelo menos em Israel, era muito
elevada. Mais adiante no Apocalipse, João verá a grande prostituta
“embriagada com o sangue dos santos, o sangue das testemunhas de Jesus” (Ap
17:6).
1) Anjos. Quem são?
Do grego “angelos” e do hebraico “Malak” que
significa literalmente “mensageiro,
enviado” (Lc 7:24 e Hb1:14: “não são todos eles espíritos ministradores,
enviados para servir a favor do que hão de herdar a salvação?”). “O anjo é uma
criatura espiritual, sem corpo, criado por Deus para o serviço da cristandade e
da igreja”. Martinho Lutero. “Os anjos são distribuidores e administradores da beneficência
divina com relação a nós. Eles dão atenção à nossa segurança, encarregam-se da nossa
defesa, dirigem nossos caminhos e exercem uma solicitude constante no sentido
de que nenhum mal nos atinja”. João Calvino.
Os anjos
são reais, apocalípticos, enormes, impetuosos, caminham sobre o mar e a terra. Tem
o inferno nas narinas e o céus nos olhos. “O mundo de Deus é muito mais rico do
que aquilo que podemos ver em nosso planeta”. “HÁ MAIS MISTÉRIOS ENTRE OS CÉUS
E A TERRA DO QUE A VÃ FILOSOFIA DOS HOMENS POSSA IMAGINAR”. William Shakespeare
“criaturas sem pecado que habitam um mundo em que a
matéria não estorva o espírito, que a usa com liberdade, sem limitações. Ao
mesmo tempo são criaturas que, a despeito de terem inteligência mais elevada,
colocam-na a serviço da causa da redenção, proteção e direção da humanidade
terrena”.
As
escrituras apresentam o anjo de duas maneiras: 1) na forma de pessoas comuns,
semelhantes ao homem. Tres homens apareceram a Abraão e Sara, que só mais tarde
perceberam que eles eram anjos (Gn 18.2). O autor de Hebreus aconselha a
prática da hospitalidade com o seguinte argumento: “... foi praticando-a que,
sem saber, alguns acolheram anjos” (Hb 13:2); 2) manifestam também por
meio de visões, quando se apresentam de maneira extravagantes, figuras imensas
que enchem o céu (Ap 10.1)
NOSSA
GERAÇÃO: “uma geração como a nossa, que assume (sem provas) em suas teorias e
literatura de ficção cientifica a existência de seres conscientes em outros
planetas interessados nesta terra, dificilmente acharia estranho
acreditar em anjos”.“PRECISAMOS DE UMA TRANSFUSÃO DE SUBSTANCIAL DE GLÓBULOS
VERMELHOS DE IMAGINAÇÃO NO SISTEMA CIRCULATÓRIO DE NOSSA FÉ” (ver Sl 18:10).
Em Apocalipse 10:1 vemos a descrição do anjo: Coroado pelo arco-íris: o arco-íris
aparece ao redor do trono de Deus (Ap 4:3). Fala que o trono de Deus é um trono
de misericórdia, antes de ser um trono de juízo. O rosto brilhando como o sol: Esta é a mesma descrição de
Jesus Cristo no início do apocalipse. Pisando
no Oceano e na terra: Deus é soberano sobre tudo. Duas imensas colunas
de fogo como pernas: juízo.
2) Sete trovões (vs. 3 e 4)
O anjo poderoso abre sua boca e ruge como leão, e a
resposta é meteorológica: sete trovões (Ap 10:4). Sabemos dos sete selos, sete
chifres, sete trombetas, sete selos, sete taças... mas “...guarda em segredo as
coisas que os sete trovões falaram e não as escreve”. Jesus havia dado
conselho semelhante sobre lanças pérolas aos porcos (Mt 7:6).
O retumbante Salmo 29 provavelmente diz tudo
que viremos a saber sobre as revelações do sete trovões: a voz do Senhor ressoa
sete vezes no salmo, em criação e julgamento, com todas as criaturas do céu e
da terra respondendo em adoração: “Glória”.
“A voz do SENHOR ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o SENHOR está sobre as muitas águas.
“A voz do SENHOR é poderosa; a voz do SENHOR é cheia de majestade.
“A voz do SENHOR quebra os cedros; sim, o SENHOR quebra os cedros do Líbano.
“Ele os faz saltar como um bezerro; ao Líbano e Siriom, como filhotes de bois selvagens.
“A voz do SENHOR separa as labaredas do fogo.
“A voz do SENHOR faz tremer o deserto; o SENHOR faz tremer o deserto de Cades.
“A voz do SENHOR faz parir as cervas, e descobre as brenhas; e no seu templo cada um fala da sua glória” (Salmo 29:3-9, NVI).
Ao descer do monte da Transfiguração, Jesus
instruiu os três discípulos: “Não contem a ninguém o que voces viram” (Mt
17:9), não porque ninguém nunca devesse saber, mas porque não era a hora certa;
Eclesiastes 3:7: “tempo de calar e tempo de falar”.
3) Pega o livrinho e come!
É a segunda vez que esse anjo aparece. Na primeira,
estava diante do livro selado, perguntando insistentemente se havia alguém
capaz de abri-lo (Ap 5.1-2). Aqui, ele segura o mesmo livro que agora está
aberto – o significado foi revelado por meio da pregação. O apostolo pega o
livro (vs. 8 e 9) que o anjo lhe mostra. “LIVRO” significa REVELAÇÃO
INTELIGIVEL. A história na qual vivemos tem SENTIDO, ENREDO E PROPOSITO. “Eis
que não haverá mais demora” (v.6). “HOJE É O DIA DA SALVAÇÃO” (Is 55.6).Vivemos em um agora intenso e eterno. “PARA
O SENHOR, UM DIA É COMO MIL ANOS E MIL ANOS COMO UM DIA” (2 Pe 3.8). Por isso
que temos que testemunhar...
O anjo manda João, além de pegar, COMER O LIVRO . Com
isso, ele consome tudo, assimilando-o nos tecidos da vida (Sl 40.8).João pega o
livro, A VOZ CELESTIAL DIZ: “Vá, pegue o
livro (Biblion) aberto que está na mão do anjo”. Ele conta o que aconteceu a
seguir: “...me aproximei do anjo e lhe pedi que me desse o livrinho
(Biblaridion)”. Apocalipse 10:10, diz: “peguei o livrinho (Biblaridion) da mão
do anjo...”.
O EVANGELHO É SIMPLES E PROFUNDO. “Quem conheceu a
mente do Senhor” (Rm 11:34 e Jó 26:14). Pega o que é capaz de assimilar, um
livrinho no lugar de um livro. O livro aberto foi apresentado, mas só
conseguimos assimilar o conteúdo de um livrinho. Por mais que falarmos, só
trataremos de uma parte do todo. Mesmo que nos expressemos muito bem, sabemos
que estamos apresentando uma versão deficiente e abreviada da perfeição que é a
palavra feita carne”
Coma o livro
“ele será amargo em seu estomago, mas em sua boca será doce como mel” (Ap
10:9). O apostolo João deve ter lembrado da história de Ezequiel (Ez 2:8;
3:3). Essa experiência é comum a todos que incorporam a palavra de Deus nas
suas (Sl 34:8).
Contudo – e aí reside a ironia da doçura da
palavra do testemunho, muitas vezes há rejeição, e aquele que testemunha sente
a amargura da rejeição em seu estomago (Ez 2:7; 3:7). Jeremias, quase da mesmo
época de Ezequiel, não teve sorte melhor (Jr 1:10; 20:8). O testemunho
sempre envolve as polaridades de doçura e amargura (Mt 11:28; Cl 3:5-6).
CONCLUSÃO: “... é preciso que voce profetize de
novo acerca de muitos povos, nações, línguas e reis” (Ap 10:11). “NÃO HÁ
APOSENTADORIA NO SERVIÇO DO TESTEMUNHO”.
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