terça-feira, 21 de novembro de 2017

Aquilo que o homem semear, isso também colherá Gl 6:6-10



Introdução: consideremos a agricultura.

Primeiro, o que quer que você semeie, será o que colherá. Se lançar sementes de tomate à terra, não obterá milho, não importa o quanto deseja que o milho cresça! Segundo, o que quer que você semeie, você haverá de colher. Mesmo que a semente fique no solo sem produzir nenhum efeito aparente por longo tempo, ela brotará. Não é a ceifa que determina a colheita, mas a semeadura.

Exatamente o mesmo princípio opera na esfera moral e na espiritual. Quem decide como será a colheita, não são os que colhem, mas os semeadores. Se ele “semeia ventos, colherá tempestades”. Semear desonestidade rompe o tecido dos relacionamentos e cria a ruina da solidão. Semear inveja e ciúmes rompe o tecido da satisfação e cria a ruina da amargura. O QUE QUER QUE SEMEIE, VOCE COLHERÁ E O PECADO SEMPRE GERA RUINA, NUNCA ALEGRIA E VIDA (Jó 4.8; Os 8.7).

1)    Não vos enganei
Jesus disse que o diabo é um mentiroso e o pai da mentira, e advertiu os seus discípulos contra a possibilidade de serem enganados (Jo 8.44). O apostolo João nos adverte na sua segunda epístola, que “muitos enganadores tem saído pelo mundo afora” (2 João 7). Paulo nos roga “Ninguém vos engane com palavras vãs” (Ef 5.6). Já em Galátas, ele pergunta aos seus leitores: “Quem vos fascinou” (Gl 3.1). 



De “Deus não se zomba”. A palavra grega deriva de uma palavra que significa NARIZ e quer literalmente dizer “torcer o nariz para” alguém e, portanto, “Zombar” ou “tratar com desprezo”. A partir dai pode significar “brincar” ou “passar a perna”. O que o apostolo diz aqui é que os homens podem enganar a si mesmos, mas não podem enganar a Deus.

2)    O ministério cristão (v.6)
A palavra grega para “aquele que está sendo instruído na Palavra” é Katechoumenos, alguém que “está aprendendo o evangelho”. Aquele que está sendo instruído na palavra deve ajudar a sustentar o seu mestre. Assim um ministro pode esperar ser sustentado pela congregação. Ele semeia a boa semente de Deus e colhe o sustento material.

O SENHOR JESUS DISSE aos setenta que enviou “digno é o trabalhador do seu salário”. E Paulo, usando a linguagem da semeadura, ensina a mesma verdade: “Se nós vos semeamos as cousas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais”. Em 1 Timóteo 5:17 E 18 vemos: “Os presbíteros que lideram (labutam) bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente AQUELES CUJO TRABALHO É A PREGAÇÃO E O ENSINO. Pois a Escritura diz: Não amordace o boi enquanto está debulhando o cereal, e o trabalhador merece o seu salário”. A palavra “LABUTA” indica aquele que esforça na palavra com todas as suas forças e meios procurando entende-la e aplica-la.

3)    A santidade cristã
Em Gálatas 5, a vida cristã é comparada a um campo de batalha, e a carne e o Espírito são dois combatentes em guerra um contra o outro. “Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário a carne” (v.17). Aqui, em Galatas 6, a vida cristã é comparada a uma propriedade rural, e a carne e o Espírito são dois campos em que nós semeamos. Além disso, a nossa colheita depende de onde e o que nós semeamos.

De acordo com Galatas 5, o dever do cristão é “andar no Espírito” (v.25); de acordo com Gálatas 6 é “semear para o Espírito”. Assim o Espírito Santo é comparado ao caminho pelo qual andamos (Gl 5) e ao campo no qual semeamos (Gl 6). COMO PODEMOS ESPERAR COLHER O FRUTO DO ESPÍRITO SE NÃO SEMEAMOS NO CAMPO DO ESPÍRITO? O velho ditado é verdadeiro: “Semeia um pensamento, colha um ato; semeia um ato, colha um hábito; semeia um hábito, colha um caráter; semeie um caráter, colha um destino”.

3.1) “Semeando para a carne”
Vimos que a nossa “carne” (sarx) é a nossa natureza caída, “com as suas paixões e concupiscências, a qual, se não for controlada, manifesta-se nas “obras da carne” (Gl 5.19-21): ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, etc. Essa natureza caída existe em cada um de nós e permanece em nós, mesmo depois da conversão e do batismo.

“Semear para a carne”: as sementes são pensamentos e atos. Toda vez que permitimos que a nossa mente abrigue um ressentimento; acalente uma queixa; entretenha uma fantasia impura; toda vez que permanecemos em má companhia; toda vez que vemos sites pornográficos; toda vez que acariciamos aconchegamos e afagamos a carne. SEMEAMOS NA CARNE. 



Exemplos de personagens bíblicos que disseram sim “a carne”: Adão e Eva disseram sim à carne, consequência, foram expulsos do jardim do Éden.  Acã disse sim à carne, desobedecendo as ordens de Deus, levando consigo a capa babilônica, prata e ouro então, sua casa foi apedrejada e seus bens. Se tivesse dito não, isso não teria acontecido (Js 7.19-26). Sansão perdeu a sua unção, seu ministério, sua vida, sua comunhão com Deus, porque disse sim a carne, consequência, ficou cego e morreu no meio dos escombros (Jz 16.17-22). Davi, também disse sim à carne; houve tanta miséria em sua vida: sua filha foi abusada, seu filho foi assassinado (Amnon), Absalão fez uma rebelião, etc.

HÁ CRISTÃOS QUE SEMEIAM PARA A CARNE TODOS OS DIAS E FICAM SE PERGUNTANDO PORQUE NÃO COLHEM SANTIDADE. A SANTIDADE É UMA COLHEITA; COLHER OU NÃO COLHER DEPENDE QUASE INTEIRAMENTE DO QUE E ONDE SEMEAMOS.

3.2) “Semeando para o Espírito”
É o mesmo que “o pendor do Espírito” (Rm 8.6) e “andar no Espírito”. Além disso, as sementes são nossos pensamentos e atos. Devemos “buscar” as coisas de Deus e “pensar nelas”, “cousas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Cl 3.1-2). Semeando no Espírito: oração; meditação diária na Palavra de Deus; frequência aos cultos (não perder o culto de santa ceia); se abster de más companhias, etc. Tudo isso é “semear para o Espírito”.

Personagens bíblicos que disseram sim ao Espírito: José preferiu ir para cadeia do que para a cama com a mulher de Potifar (Gn 39.12); O profeta Daniel disse não “aos manjares do rei” da Babilonia (Dn 1.8). Moisés recusou ser chamado filho da filha de Faraó, ele disse sim ao Espírito (Hb 11.24-29).

Paulo traça uma diferença entre as duas colheitas: se semearmos para a carne, “da carne colheremos corrupção”, isto é, vai haver um processo de decaimento moral. Iremos de mal a pior e finalmente PERECEMOS. Se, por outro lado, semearmos para o Espírito, vamos “do Espírito colher VIDA ETERNA. Vai iniciar-se um processo de crescimento moral e espiritual:  “até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” Efésios 4:13.

Conclusão: Vs 9-10
“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé”. 



Exortação: “não se cansem” nem desanimem de fazer o bem. O serviço cristão é cansativo e exigente. Somos tentados a desanimar, a relaxar e até mesmo a desistir. Se perseverarmos semeando, então “A SEU TEMPO CEIFAREMOS, SE NÃO DESFALERCEMOS”. Temos que ser como o lavrador que “aguarda com paciência o precioso fruto da terra...” (Tg 5.7)

Nenhum comentário:

Postar um comentário