Aquilo
que o homem semear, isso também colherá Gl 6:6-10
Introdução:
consideremos a agricultura.
Exatamente o mesmo princípio opera na esfera
moral e na espiritual. Quem decide como será a colheita, não são os que colhem,
mas os semeadores. Se ele “semeia ventos, colherá tempestades”. Semear
desonestidade rompe o tecido dos relacionamentos e cria a ruina da solidão.
Semear inveja e ciúmes rompe o tecido da satisfação e cria a ruina da amargura.
O QUE QUER QUE SEMEIE, VOCE COLHERÁ E O PECADO SEMPRE GERA RUINA, NUNCA ALEGRIA
E VIDA (Jó 4.8; Os 8.7).
1)
Não vos enganei
Jesus disse que o diabo é um mentiroso e o pai
da mentira, e advertiu os seus discípulos contra a possibilidade de serem
enganados (Jo 8.44). O apostolo João nos adverte na sua segunda epístola, que “muitos
enganadores tem saído pelo mundo afora” (2 João 7). Paulo nos roga “Ninguém vos
engane com palavras vãs” (Ef 5.6). Já em Galátas, ele pergunta aos seus
leitores: “Quem vos fascinou” (Gl 3.1).
De “Deus não se zomba”. A palavra grega deriva
de uma palavra que significa NARIZ e quer literalmente dizer “torcer o nariz
para” alguém e, portanto, “Zombar” ou “tratar com desprezo”. A partir dai pode
significar “brincar” ou “passar a perna”. O que o apostolo diz aqui é que os
homens podem enganar a si mesmos, mas não podem enganar a Deus.
2)
O ministério
cristão (v.6)
A palavra grega para “aquele que está sendo instruído
na Palavra” é Katechoumenos, alguém que “está aprendendo o evangelho”. Aquele
que está sendo instruído na palavra deve ajudar a sustentar o seu mestre. Assim
um ministro pode esperar ser sustentado pela congregação. Ele semeia a boa
semente de Deus e colhe o sustento material.
O SENHOR JESUS DISSE aos setenta que enviou “digno
é o trabalhador do seu salário”. E Paulo, usando a linguagem da semeadura,
ensina a mesma verdade: “Se nós vos semeamos as cousas espirituais, será muito
recolhermos de vós bens materiais”. Em 1 Timóteo 5:17 E 18 vemos: “Os
presbíteros que lideram (labutam) bem a igreja são dignos de dupla honra,
especialmente AQUELES CUJO TRABALHO É A PREGAÇÃO E O ENSINO. Pois a Escritura
diz: Não amordace o boi enquanto está debulhando o cereal, e o trabalhador
merece o seu salário”. A palavra “LABUTA” indica aquele que esforça na palavra
com todas as suas forças e meios procurando entende-la e aplica-la.
3)
A santidade
cristã
Em Gálatas 5, a vida cristã é comparada a um
campo de batalha, e a carne e o Espírito são dois combatentes em guerra um
contra o outro. “Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o
Espírito, o que é contrário a carne” (v.17). Aqui, em Galatas 6, a vida cristã
é comparada a uma propriedade rural, e a carne e o Espírito são dois campos em
que nós semeamos. Além disso, a nossa colheita depende de onde e o que nós
semeamos.
De acordo com Galatas 5, o dever do cristão é “andar
no Espírito” (v.25); de acordo com Gálatas 6 é “semear para o Espírito”. Assim
o Espírito Santo é comparado ao caminho pelo qual andamos (Gl 5) e ao campo no
qual semeamos (Gl 6). COMO PODEMOS ESPERAR COLHER O FRUTO DO ESPÍRITO SE NÃO
SEMEAMOS NO CAMPO DO ESPÍRITO? O velho ditado é verdadeiro: “Semeia um
pensamento, colha um ato; semeia um ato, colha um hábito; semeia um hábito,
colha um caráter; semeie um caráter, colha um destino”.
3.1) “Semeando para a carne”
Vimos que a nossa “carne” (sarx) é a nossa
natureza caída, “com as suas paixões e concupiscências, a qual, se não for
controlada, manifesta-se nas “obras da carne” (Gl 5.19-21): ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias imoralidade sexual, impureza e
libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, etc. Essa
natureza caída existe em cada um de nós e permanece em nós, mesmo depois da
conversão e do batismo.
“Semear para a carne”: as sementes são pensamentos e atos. Toda vez que
permitimos que a nossa mente abrigue um ressentimento; acalente uma queixa;
entretenha uma fantasia impura; toda vez que permanecemos em má companhia; toda
vez que vemos sites pornográficos; toda vez que acariciamos aconchegamos e
afagamos a carne. SEMEAMOS NA CARNE.
Exemplos de personagens bíblicos que disseram sim “a carne”: Adão e Eva
disseram sim à carne, consequência, foram expulsos do jardim do Éden. Acã disse sim à carne, desobedecendo as ordens
de Deus, levando consigo a capa babilônica, prata e ouro então, sua casa foi
apedrejada e seus bens. Se tivesse dito não, isso não teria acontecido (Js
7.19-26). Sansão perdeu a sua unção, seu ministério, sua vida, sua comunhão com
Deus, porque disse sim a carne, consequência, ficou cego e morreu no meio dos
escombros (Jz 16.17-22). Davi, também disse sim à carne; houve tanta miséria em
sua vida: sua filha foi abusada, seu filho foi assassinado (Amnon), Absalão fez
uma rebelião, etc.
HÁ CRISTÃOS QUE SEMEIAM PARA A CARNE TODOS OS DIAS E FICAM SE
PERGUNTANDO PORQUE NÃO COLHEM SANTIDADE. A SANTIDADE É UMA COLHEITA; COLHER OU
NÃO COLHER DEPENDE QUASE INTEIRAMENTE DO QUE E ONDE SEMEAMOS.
3.2) “Semeando para o Espírito”
É
o mesmo que “o pendor do Espírito” (Rm 8.6) e “andar no Espírito”. Além disso,
as sementes são nossos pensamentos e atos. Devemos “buscar” as coisas de Deus e
“pensar nelas”, “cousas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Cl 3.1-2).
Semeando no Espírito: oração; meditação diária na Palavra de Deus; frequência aos
cultos (não perder o culto de santa ceia); se abster de más companhias, etc.
Tudo isso é “semear para o Espírito”.
Personagens
bíblicos que disseram sim ao Espírito: José preferiu ir para cadeia do que para
a cama com a mulher de Potifar (Gn 39.12); O profeta Daniel disse não “aos
manjares do rei” da Babilonia (Dn 1.8). Moisés recusou ser chamado filho da
filha de Faraó, ele disse sim ao Espírito (Hb 11.24-29).
Paulo traça uma diferença entre as duas
colheitas: se semearmos para a carne, “da carne colheremos corrupção”, isto é,
vai haver um processo de decaimento moral. Iremos de mal a pior e finalmente
PERECEMOS. Se, por outro lado, semearmos para o Espírito, vamos “do Espírito
colher VIDA ETERNA. Vai iniciar-se um processo de crescimento moral e
espiritual: “até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de
Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” Efésios 4:13.
Conclusão: Vs 9-10
“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu
tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos
oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé”.
Exortação: “não se cansem” nem desanimem de
fazer o bem. O serviço cristão é cansativo e exigente. Somos tentados a
desanimar, a relaxar e até mesmo a desistir. Se perseverarmos semeando, então “A
SEU TEMPO CEIFAREMOS, SE NÃO DESFALERCEMOS”. Temos que ser como o lavrador que “aguarda
com paciência o precioso fruto da terra...” (Tg 5.7)
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