a Visão totalmente deturpada que a esquerda
tem da FAMÍLIA tradicional.
Gays, trans, putas, putos, gente pró-aborto, gente
pró-relacionamento aberto, mães solteiras, casais homossexuais que querem
adotar e amar uma criança, o que a vida dessas pessoas tem a ver com a sua?
Sei que, ao rebater a coluna de Tati Bernardi na
Folha hoje, a primeira pergunta do meu leitor será: quem? Mas não importa. Mais
importante é o que foi dito, pois ela não está isolada. Ao contrário: acho que
representa muito bem a média “progressista”, a turminha “descolada” que diz
defender as “minorias” e a tolerância, enquanto destila profundo ódio aos
conservadores.
Tati Bernardi tem uma visão realmente tosca do que
vem a ser uma típica família. Não sei se Freud explica, se é pura projeção, se
ela foi vítima de alguma família tão disfuncional assim, como retrata a dos
outros. Mas é triste ver o que a esquerda pensa sobre a direita. Mostra seu
enorme grau de alienação, a distância que ficou da gente comum, ao se fechar
nessa bolha “progressista”. Eis o grupo que ela pretende defender contra a
intromissão desses “medíocres hipócritas”:
Gays, trans, putas, putos,
gente pró-aborto, gente pró-relacionamento aberto, mães solteiras, casais
homossexuais que querem adotar e amar uma criança, o que a vida dessas pessoas
tem a ver com a sua? Por que você ocupa seu tempo fiscalizando o que os outros,
muitas vezes desconhecidos, fazem de seus orifícios, úteros, corações e ideais?
Que obsessão é essa pelas andanças do ânus, do pênis e da vagina do vizinho? A
sua vida sexual só pode andar muito sem graça ou, o mais provável:
torrencialmente reprimida.
É tanta inversão que cansa só de começar a rebater.
Em primeiro lugar, a mistura é bem infeliz, pois ao colocar aborto na lista, a
moça esquece que trucidar um feto humano no ventre da mãe envolve uma outra
pessoa, um ser humano em formação. O que a mulher faz com seu útero, portanto,
quando há outra vida lá dentro é certamente do interesse da sociedade
civilizada. O que isso tem a ver com um adulto que resolve fazer sexo consentido
com outro adulto entre quatro paredes não fica claro. Mas a agenda
“progressista” é assim mesmo: um pacote completo. E um pacote bem incoerente.
Além disso, não são os conservadores que ficam
“fiscalizando” os outros, e sim os outros, em especial os movimentos políticos
desses outros, que ficam tentando subverter todos os valores morais da
sociedade. Quem faz novela para adolescentes enaltecendo transgênero como se
fosse a coisa mais banal do mundo querer mutilar o próprio corpo pois “nasceu
no corpo errado”? Quem faz mostra “cultural” com pedofilia e zoofilia para
crianças? Quem quer suprimir até os termos pai e mãe de documentos oficiais
para não “ofender” aqueles que têm “famílias” diferentes? Quem quer enfiar “kit
gay” goela abaixo dos alunos nas escolas? E por aí vai.
Os conservadores – e qualquer pessoa razoável,
diga-se – estão simplesmente reagindo a tudo isso, a essa pauta depravada, a
essa militância chata, histérica, afetada, politicamente correta. Mas a
“engraçadinha” continua:
Daí vem você com seu argumento furado: “pela
família”. Você só quer proteger essa instituição espetacular e secular! Ó
grande controlador do universo e dos desejos alheios! Que missão grandiosa que
vossa senhoria (que não consegue nem pagar um puff à vista) acabou pegando pra
si: nos salvar da extinção! Quem diria que tu, com esse dentinho podre, era
Deus?
Você luta bravamente pelo sagrado! Ofende, ultraja,
marginaliza, machuca… em nome da família! Formada, na sua cabeça limitada, por
um pai autoritário, uma mãe submissa e filhos que aprenderam dentro de casa a
fazer bullying (sempre pautados pelo bem e pela religião) contra qualquer
colega que tenha orientações sexuais (ou políticas) diferenciadas.
Eis aí a visão patética que essa gente tem da
família. O conservador “ofende”, “ultraja”, “marginaliza” e “machuca” as
minorias (onde?), segundo Tati. Não são as feministas radicais que ofendem os
religiosos quando enfiam crucifixos no ânus em praça pública, claro, ou quando
esfregam as tetas na cara de padres. Isso é “protesto legítimo”, naturalmente.
A ofensa vem de quem quer simplesmente resguardar as crianças da libertinagem
imposta pela galera engajada, ou de quem luta pelo simples direito de dizer que
prefere ter um filho heterossexual, o que hoje já é considerado absurdo e crime
pela ótica maluca desse pessoal, para quem todos tinham que ser indiferentes
quanto à questão ou até mesmo achar lindo e fofo um filhinho que aos 3 anos
prefere boneca e depois, aos 10, balé. Que horror constatar que acharia melhor se
ele gostasse mais de futebol!
A família tradicional, para Tati e demais
“progressistas”, é formada por um pai autoritário, uma mãe submissa, um tio
pedófilo (mas pensei que fosse a esquerda que tratasse a pedofilia de forma
banal), filhos idiotas que fazem bullying com minorias, pois aprenderam com os
pais religiosos, um primo “machistão vagabundo que só come, dorme e defeca
porque a esposa trabalha feito condenada” etc. Repito: seria projeção
freudiana? Que tipo de família Tati teve para ter essa impressão tão terrível
da típica família tradicional? Mas ela conclui que só esses “reprimidos”
condenam a agenda LGBTXYZ:
Por que você, entediado com sua vidinha medíocre,
tão desesperado pra sair dando porrada e ensinando o que é certo, perdoa
pedófilos, agressores, parasitas da energia alheia, mas não entende aquele
menino batalhador, andando na Paulista, que na sua mente perturbada cometeu
apenas um crime: não andar feito macho! O que é um macho? Você se considera um?
Ficar pensando em enlaces homoafetivos antes de dormir faz de você um baita
machão? Hmmmmm, dez entre dez bons psicanalistas (que acreditam mais na curra
gay do que na cura gay) desconfiariam disso.
Dez entre cada dez psicanalistas que ela considera
bons hoje em dia são esquerdinhas até o último fio de cabelo, que abraçaram o
relativismo moral exacerbado como sua religião, uma seita pervertida que
pretende perverter o mundo à sua própria imagem. Gente com famílias
disfuncionais que quer destruir a família tradicional, em vez de entender que o
problema talvez estivesse com a sua família doida. São esses que recebem
pacientes no divã atualmente. Eleitores do PSOL. Defensores de Maduro. A turma
que chama tudo que não é socialismo de fascismo, que basta ser do PSDB para ser
“ultraconservador”, e que encara a direita como um bando de reprimidos
hipócritas que quer sair por aí batendo em gays.
Depois Trump vence a eleição, ou quem sabe
Bolsonaro no Brasil, e esse pessoal fica perplexo, horrorizado com o “povo”,
aquele que diz representar e defender. Não seria o caso de ir efetivamente
conhecer o povo antes de falar tanta besteira no jornal?
Por Rodrigo Constantino
Fonte: Gazeta do Povo
Fonte: Gazeta do Povo
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