O que acontece quando oramos? Genesis 18. 17-33
Introdução:
A oração, segundo as Escrituras, não é de modo algum,
confusa. É profunda. Tiago ensina duas coisas: “Não tem porque não pedem” (Tg
4.2, Mt 7.7). Deixe que essa proposição entre em sua cabeça.
A segunda cousa é: “Quando pedem, não
recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres”. Pedimos muitas vezes e não recebemos porque
pedimos mal. São os deleites, os prazeres, que nos levam a pedir mal, de forma
desfocada da vontade divina.
1)
A
forma de uma petição.
Deus pode dizer
“sim” à nossa petição mas “não” à nossa motivação. Em números 11, os hebreus estavam se preparando para a Terra
prometida, sob a liderança de Moisés. Depois de alguns anos no deserto, o
entusiasmo da liberdade diminuirá. Deus lhes dera um suprimento miraculoso de
alimento para impedir que morresse de fome no deserto, mas comer a mesma comida
a cada refeição se tornara algo tedioso. Era maná no café da manhã, no almoço e
na janta. Torrado, tostado, cozido, grelhado, escaldado, assado e frito.
Até que um dia, mandaram a Moisés a Deus sua reclamação (Nm
11.4-6). Deus respondeu à petição daquele povo. Prometeu dar a eles carne de
codornizes. Deus, no entanto, condenou tal reclamação ingrata (Nm 11.19-20). As codornizes vieram e voavam alguns
centrimentos cima do chão, de modo que as pessoas conseguiam pegá-las às
centenas (Nm 11.33). Por quê
Deus feriu com uma praga terrível? Por causa da atitude reprovável do povo.
Ingratidão. Eram pessoas, egoístas,
míopes, glutonas e com mentalidade de escravos, que valorizavam seu estomago
cheio mais do que o doce gosto da liberdade.
Deus pode dizer “não” à
nossa petição mas “sim” à nossa motivação. Em Genesis 18, Abraão implorou ao Senhor que não
destruísse o justo com o injusto. Por quê? O que motivou Abraão a orar assim?
Ele pensava em Ló, na esposa de Ló e nas duas filhas do casal. O interessante é
que ele os considerava justos. Abraão queria deter a justiça divina a Sodoma
Gomorra – a despeito do clamor de suas vitimas -, tudo por causa de seus entes
queridos (Gn 18.20-21). Deus honrou a motivação de Abraão sem conceder o pedido
propriamente dito.
“Clamor” é um grito pedindo ajuda em momento de dificuldade.
A palavra é usada quase exclusivamente
em referencia a um grito vindo de um coração perturbado, que precisa de
algum tipo de ajuda. O contexto sugere que o clamor ouvido por Deus vem contra
as cidades malignas, não delas próprias.
Um testemunho poético de um soldado americano desconhecido
cujos pedidos foram barrados com “nãos” e cujas motivações alcançaram
“sins”:
Pedi força a Deus para que pudesse empreender. Fui
enfraquecido para que pudesse aprender a
humildemente obedecer.
Pedi saúde a Deus para que pudesse fazer coisas melhores.
Recebi uma enfermidade para que pudesse fazer coisas melhores.
Pedi riquezas a Deus para que pudesse ser afortunado. Recebi
pobreza para que pudesse ser sábio.
Pedi poder para que pudesse receber elogios dos homens.
Recebi fraqueza para que pudesse sentir a necessidade de Deus.
Pedi todas as coisas que pudesse desfrutar na vida. Recebi
vida para que pudesse desfrutar todas as coisas.
Não recebi nada do que pedi, Mas tudo pelo que esperava..
Quase a despeito de mim mesmo, Minhas orações não
pronunciadas foram respondidas. Sou, entre os homens, o mais ricamente
abençoado.
Deus pode dizer
“sim” à nossa petição e “sim” à nossa motivação. O profeta Elias, diante dos profetas
de Baal, propôs um teste para mostrar qual
Deus era verdadeiro (1 Rs
18.21-24). Elias ofereceu para ir em segundo lugar, de modo que os sacerdotes
de Baal iniciaram sua petição (1 Rs 18-26-27) . Clamaram ao deus deles quase
meio dia, mas nada de resposta.
Finalmente, quando o sol se baixava, Elias chamou para que observassem
seu altar (1 Rs18.32-35). Então, Elias
orou: “Ó Senhor, Deus de Abraão, Isaque e
de Israel, que hoje fique conhecido que tu és Deus em Israel e que sou o teu
servo e que fiz todas estas coisas por ordem tua. Responde-me, ó Senhor,
responde-me, para que este povo saiba que tu, ó Senhor, és Deus, e que fazes o
coração deles voltar para ti” (1 Rs 18.36-37). Antes que pudesse pronunciar
o “Amém” final, “o fogo do Senhor caiu e queimou completamente o altar, a
lenha, as pedras e o chão, e também secou totalmente a água na valeta (1 Rs
18.38).
Deus pode dizer
“não” à nossa petição e “não” à nossa motivação. Isso normalmente ocorre quando não
nos arrependemos e não confessamos o pecado em nossa vida. “A ele clamei com os
lábios; com a língua exaltei. Se eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor
não me ouviria; mas Deus me ouviu, deu atenção à oração que lhe dirigi” (Sl
66.17-19). Deus ignorará a petição se nossos motivos tiverem manchados de
hipocrisia ou orgulho (Lc 18:9-14). A passagem de Pedro 3.7 nos adverte de que
os maridos que desonram a esposa podem ter suas orações interrompidas.
Às vezes, Deus responde
com um “sim” imediato. Recebemos a resposta de Deus dentro de um período relativamente breve.
Às Vezes, Deus diz:
“Não”. O apostolo
Paulo, um dos maiores cristãos, experimentou o “não” de Deus (2 Co 12.7-9).
Às vezes, Deus diz:
“Espere”. Não é um
“não” imediato – mas às vezes dói quando Deus diz um “sim” atrasado. Abraão
esperou 25 anos para receber o filho da promessa. José do Egito, esperou 13
anos, para Deus cumprir a promessa.
bibliografia:
Tiago- nosso contemporâneo -Isaltino Gomes Coelho Filho
Abraão - Um homem obediente e destemido - Charles Swindool
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