Abrão
e Ló: uma decisão (Gn 13.1-18).
Introdução: De Abrão, aprendemos que relacionamento com
Deus é uma jornada de fé iniciada pelo simples reconhecimento de que o Senhor
existe e nos ama, de que ele tem para nós uma vida cheia de grandes bençãos (Gn
12.2), e Ele deseja que nós desfrutemos de um relacionamento muito próximo com
ele. Também, aprendemos que fé não é simplesmente acreditar que existe um Criador
onipotente e onisciente, FÉ É CONFIAR EM DEUS À MEDIDA QUE VIVEMOS. Além disso,
a fé começa tateante e imperfeita, e que Deus usará nossas experiências para
nos fortalecer nessa fé.
1) A crise da prosperidade (Gn 12.1-4).
“A
adversidade às vezes se impõe duramente sobre o homem; mas, para cada homem que
consegue enfrentar a prosperidade, existem cem que enfrentarão adversidade”. Thomas Carlyle. Nosso verdadeiro caráter aparece quando as
coisas vão realmente bem. É fácil tornar-se arrogante, cheio de si, soberbo,
ganancioso, etc.
Abrão retornou para Canaã
com mais riqueza do que quando chegou ali, vindo de Ur dos Caldeus. O texto de
Genesis 13.2 refere-se a ele como alguém que “tinha enriquecido muito” (“Abrão
era muito rico; tinha gado, prata e ouro”). A expressão hebraica significa
literalmente “pesado”. Diríamos hoje que Abrão era endinheirado.
Abrão regressa a Canaã: vem
do Egito, através da região desértica do Neguebe, e de volta para Betel, onde
Abrão havia construído seu último altar. O nome Betel significa “casa de Deus”.
Assim, Abrão retornou para casa, por assim dizer. Quando chegou ali, adorou o
Senhor NOVAMENTE.
2)
Ló e
uma decisão.
Até esse ponto da narrativa,
não tínhamos ouvido muito sobre Ló, sobrinho de Abrão. Descobrimos pelo texto
de Genesis 11.28 que o pai de Ló – Harã – havia morrido. O Senhor disse a Abrão
que deixasse toda a sua família, mas ele não o fez. Carregou consigo seu pai e
seu sobrinho. Quando Abrão prosperou - principalmente no Egito, Ló também se
beneficiou (Gn 13.5).
Em Canaã ocorreu um
conflito: a terra não era suficiente para os animais de Abrão e Ló (Gn 13.8-9).
Abrão primeiramente afirmou o relacionamento que tinham e expressou seu desejo
de preservar a harmonia. Então propôs uma solução que colocou Ló no controle de
seu próprio destino. Ao dar a Ló a
escolha do território e aceitar qualquer coisa que sobrasse, ele abriu mão do
controle de seu futuro. Ao deixar que Ló escolhesse a terra primeiro, Abrão
confiou que Deus cuidaria dele independentemente do que visse a acontecer.
A OPÇÃO DE Ló pelo
território fértil revela seu verdadeiro caráter (Gn 13.10-11). Ele optou pela ganância.
Escolheu riqueza acima da família. Optou por confiar nele mesmo em vez de
confiar em Deus. VERDADE SEJA DITA, A MAIORIA DE NÓS É MAIS PARECIDA COM LÓ DO
QUE COM ABRÃO.
Escolher
pelas aparências, confiando apenas nos próprios olhos, isto tem derrubado e
destruído muitos crentes. Escolha de cônjuges errados, locais de moradia
errados, universidades erradas, companhias erradas, ocupações erradas e até
igrejas erradas. Não há mais volta depois de uma escolha errada. A cada grande
escolha errada na vida, cabe um preço a ser pago.
“Sem dúvida, o dinheiro assumiu um aspecto sacro em nosso mundo, e seria
bom que encontrássemos formas de difamá-lo, profaná-lo e calcá-lo sob os pés.
Portanto, pise-o. Grite com ele. Ria dele. Coloque-o no fim de sua escala de
valores – certamente bem abaixo da amizade e das boas companhias. E dedique-se
ao ato mais profano de todos: o de doá-lo”. Richard Foster (Dinheiro, poder
e sexo).
A fé exibida por Abrão
mostrou-se a decisão melhor no longo prazo; a ganancia de Ló lhe custaria
praticamente tudo: “Abrão ficou na terra
de Canaã, mas Ló mudou seu acampamento para um lugar próximo a Sodoma, entre as
cidades do vale. Ora, os homens de Sodoma eram extremamente perversos e
pecadores contra o Senhor (Gn 13.12-13)”.
3) Abrão e uma decisão.
Depois que Ló tomou a
decisão de ir para as campinas do Jordão, o Senhor apareceu a Abrão e ratificou
sua promessa (Gn 13.14-15). O Senhor garantiu a Abrão que este não estava
sacrificando nada no longo prazo ao abrir mão de seu direito e escolher confiar
em Deus. Abrão respondeu mudando-se para Hebrom, onde passaria grande parte do
restante de sua vida. A terra de Hebrom era “relativamente fértil, e uma
variedade de frutos (maçãs, ameixas, figos, romãs, damascos), castanhas e
vegetais são cultivados facilmente”. Não muito longe dali, erguiam-se “os
carvalhos de Manre” (Gn 13.18), similares aos santuários de fertilidade
localizados em Siquém. Abrão colocou a marca de Deus em Hebrom ao construir um
altar – outro monumento de pedra a fim de simbolizar sua fé no único e
verdadeiro Criador – para seu protetor e provedor.
Conclusão:
qual decisão tomar?
A
decisão de Ló representa um planejamento em um espaço bidimensional.
Para Ló, não havia o “para cima”. Quando tomava suas decisões, ele não
considerava Deus como fator determinante de seu futuro. Ele procurou no vale do
Jordão e viu apenas vegetação verde e exuberante para seus rebanhos, além de
solo rico e saudável para suas plantações. Os planos de Ló eram egoístas, limitados por
sua habilidade de observar o entorno e por sua capacidade de raciocinar.
Ló não mediu
nenhuma conseqüência, queria aquilo que fosse satisfazer sua carne. Olhou e viu
aquele lugar bonito e achou que ali seria um bom lugar para que ele pudesse
prosperar ainda mais. “Portanto,
os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8.8). Como alguém vai ser guiado por Deus em suas decisões se anda na carne?
Como alguém vai ouvir a voz de Deus dizendo o caminho correto para percorrer se
quer agradar a si mesmo e não a Deus?
Nos dias de hoje, sempre há pessoas que seguem pelo mesmo caminho que Ló seguiu. Não querem sair do mundo, não querem separação e, com isso, cada vez mais “armam suas tendas para Sodoma”. Que caminho triste. Querem caminhar com Deus e com o mundo. Nos fins de semana querem louvar a Deus, mas durante a semana vivem para si. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:4 ).
Nos dias de hoje, sempre há pessoas que seguem pelo mesmo caminho que Ló seguiu. Não querem sair do mundo, não querem separação e, com isso, cada vez mais “armam suas tendas para Sodoma”. Que caminho triste. Querem caminhar com Deus e com o mundo. Nos fins de semana querem louvar a Deus, mas durante a semana vivem para si. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:4 ).
A
decisão de Abrão representa um planejamento em um espaço tridimensional. Ele
levou em conta a presença de Deus para protegê-lo, sustenta-lo, guia-lo e
realizar o plano por meio dele. Abrão era sensível a voz de Deus.
Como
você vê o mundo? Voce está preso no plano horizontal, como Ló? Ou conta com a
dimensão vertical ao buscar o conselho de Deus?
Deus, nos dias atuais, nos conduz em uma jornada de fé, no contexto de uma
relacionamento pessoal, com o objetivo de mudar nosso coração. Ele usa a
Bíblia, nossos relacionamentos com os irmãos, nossas experiências e – o mais
crucial de todos os fatores – a habitação do Espírito Santo em nós para
transformar nosso coração e nos guiar a
uma maior conformidade com seus caminhos (Jr 31.31-33).
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