sexta-feira, 25 de agosto de 2017

C.S. Lewis – e a nossa pele de dragão!



C. S. Lewis em seu livro “A viagem do peregrino da Alvorada” escreve sobre um garoto chamado Eustáquio. Todos o odeiam, e ele odeia a todos. Ele é egoísta, maldoso, e ninguém consegue se dar bem com ele. De repente, como um passe de mágica, ele se vê em um navio, o Peregrino da Alvorada, em uma grande viagem. Em determinado ponto da viagem, o navio para em uma ilha. Andando pela ilha, Eustáquio encontra uma caverna, repleta de diamantes, rubis e ouro. Ele pensa: “Puxa, estou rico”. Na mesma hora, por ser como ele é, pensa que agora vai conseguir dar o troco em todo mundo. 



Todos que tinham rido dele, pisado nele ou lhe feito alguma desfeita receberiam o troco. Então, sobre a pilha do tesouro – que era de um dragão, embora ele seque imaginasse isso -, ele pega no sono.  No entanto, por ele ter caído no sono com a cabeça cheia de gananciosos pensamentos de dragão, quando acorda percebe que ele próprio se transformou em um dragão – UM DRAGÃO ENORME, TERRIVEL E HORROROSO. Ele logo percebe que não tem saída. Não pode voltar para o navio, por isso será deixado para trás na ilha e será essa criatura horrenda pelo resto da vida. Então, o garoto entra em desespero. 





Certo dia, Aslan, o leão, aparece, leva Eustáquio até uma piscina de águas claras e diz a ele para se despir e pular na água. De repente, Eustáquio percebe que “se despir” significa “livrar-se da pele de dragão”. Ele começa a morder e arrancar com as garras as camadas de pele, e assim descobre que pode arrancar  aquela pele de dragão. Em um esforço continuo, ele finalmente consegue arrancar toda a pele – mas, para seu desalento, descobre que, por baixo daquela pele, havia outa pele de dragão. Por mais duas vezes tenta arrancá-la, mas sem sucesso; a cada vez a mesmo coisa acontece. No final, o leão diz a ele: VOCE VAI TER QUE ME DEIXAR IR MAIS A FUNDO. E veja como Eustáquio conta essa história mais tarde: 




Tive medo de suas garras, confesso a você, mas eu estava à beira do desespero. O primeiro rasgo que ele fez foi tão profundo que pensei que houvesse atingido direto no coração. Quando ele começou a arrancar aquela pele, doeu mais do que qualquer outra coisa que já senti. Bem, ele arrancou por completo aquela pele animalesca – como eu  pensava  ter feito eu mesmo naquela três vezes, com a diferença de que não havia doido antes – e lá estava sobre a grama: só que esta, em relação às outras peles, parecia bem mais grossa, escura e cheia de calombos. Então ele me segurou e me jogou na água. Ardeu mais do que tudo, mas só por um instante. Então PERCEBI QUE EU HAVIA VOLTADO A SER UM MENINO. 

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