SUBIU AS ALTURAS E CONCEDEU DONS AOS HOMENS Efesios 4.1-17
Introdução
O apostolo Paulo exorta para
que “...andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados...” (Ef
4.17). O termo “modo digno” no grego é axios. Que funciona como uma metáfora,
como um conjunto que constitui uma balança formada por um travessão equilibrado
sobre uma haste, com pratos pendentes em cada extremidade do travessão. Balança
significa equilíbrio, moderação.
Peterson traduziu: “É por essa razão que insisto – e tenho o apoio de Deus – em que jamais sigam a multidão, a massa ignorante que não tem nada na cabeça” (A Mensagem). De um lado, uma sociedade à mercê do prazer, do sexo, da sensualidade, do outro lado, a igreja que caminha na contramão do mundo. Paulo diz: “Rogo-vos, pois, eu”, escreve Paulo, “que andeis (peripateo) de modo digno (axios) da vocação a que fostes chamados (kaleo). Ou seja, temos que nos manter em equilíbrio, em moderação, “andar de modo digno”.
1)
Chamado
Quando Deus nos chama não é
para passar informações, mas para termos intimidade com Ele. Deus fez Adão e
Eva para viverem em comunhão com Ele, mas eles desobedeceram a Deus, quebraram
o mandamento. O equilíbrio entre a palavra de Deus e a caminhada de Adão foi
quebrada. Deus chama e o homem tem que responder ao seu chamado vivendo digno
da vocação que recebeu.
Abraão foi chamado por Deus
a deixar Ur, sua terra, e dirigir-se para Canaã. Lá ele daria à formação de um
povo de salvação. Abraão partiu, caminhou para o oeste através do deserto. Ele
obedeceu, deixou toda sua herança cultural, abandonou os deuses mesopotâmicos,
para servir ao Deus vivo, El-Shaday, O Deus-todo-poderoso!
Moisés apascentava ovelhas em Midiã quando do meio da sarça ardente foi chamado pelo nome: “Moisés! Moisés!”. Ele ouviu o seu nome chamado e aprendeu o nome daquele que o chamava: “Yahweh”. A resposta de Moisés, sua caminhada, àquele chamado pessoal junto à sarça ardente transformou-se numa congregação de gente caminhando para fora do Egito através do mar rumo à liberdade.
Jesus à beira do lago da
Galileia chamou quatro discípulos pelo nome. Jesus continuou chamando: os
quatro logo se tornaram doze. Eles o seguiram para cima e para baixo pelas
estradas da Galiléia, ouvindo, obedecendo, questionando, observando, orando.
Mais tarde, depois que eles se haviam habituado ao som de sua voz, Jesus os
chamou novamente. Dessa vez, o chamado era para cada um pegar a própria cruza e
segui-lo até a cruz dele, sua morte em Jerusalém. Com o tempo, os discípulos se
tornaram comitiva do Espírito Santo que transformou em igreja.
Um homem chamado Saulo caminhava pela estrada de Damasco a fim de perseguir os cristãos quando foi parado no meio da jornada por uma voz que se dirigia a ele pelo nome: “Saulo!Saulo!”. Como acontecera com Moisés na sarça ardente, ele aprendeu o nome daquele que o chamava nominalmente; dessa vez o nome daquele que chamava era “Jesus”. E nesse chamado o próprio nome de Saulo foi mudado. Saulo se converteu no ato, de perseguidor da igreja tornou-se discípulo de Jesus.
O chamado de Deus entra em
nossos ouvidos, convida-nos para um relacionamento com Deus, leva-nos a um
estilo de vida que jamais foi experimentado dessa forma antes: uma promessa,
uma coisa nova, uma benção, descobrimos nosso lugar na criação, uma vida ressuscitada.
Quando o chamado e a caminhada estão em equilíbrio, somos dignos. Estamos nos
pratos equilibrados de uma balança, num contato sensível e simultâneo com Deus
que sabe nosso nome. Deus chama, nós caminhamos. Somos axios, dignos de andar
na presença de Deus.
Na mesma que vamos andando na
presença de Deus, temos uma maior intimidade com Ele; a voz de Deus em nossos
ouvidos tem uma intimidade orgânica. Temos a consciência que fazemos parte de
um corpo, somos peregrinos, todos diferentes e todos um só, é a igreja. Somos o
“corpo de Cristo”, enquanto Cristo é a “cabeça” desse corpo. Todos diferentes,
todos organicamente ligados “...bem ajustado e consolidado pelo auxilio de
toda junta” (Ef 4.16). Portanto, a maturidade se desenvolve no culto à
medida que que evoluímos na amizade com os amigos de Deus. Se quisermos crescer
em Cristo devemos fazer na companhia de todos os que estão respondendo ao chamado
de Deus.
2)
Subiu as alturas
O salmo 68 fala da adoração que acontece no templo. Sim,
adoração começa no santuário e nele termina (v.35). O santuário é o lugar onde
descobrimos nosso lugar e nosso papel para participarmos do drama da salvação. O
culto do Salmo 68 é um ato de atenta escuta da palavra e da ação de Deus, que
se transforma numa alegre participação e comunhão. O verbo final, ativado por
Deus no santuário, é dar (v.35). Deus dá a seu povo. Quem é Deus e o que Deus
faz, sua “força e poder”, são dados a nós, seu povo. Nessa força vai cantando
ao som de adufes, desde o menor até o maior.
Quando fala de “subiu” fala da entronização de Deus e sua vitória sobre o inimigo. Aqui, o apostolo Paulo, refere-se a vitória de Jesus na cruz, sua ascensão, à direita de Deus. Em Colossenses, o apostolo Paulo fala dessa vitória: “E tendo despojado os principados e poderes, os expos em público e na mesma cruz trinfou sobre eles” (Cl 2.15). Jesus venceu, Jesus morreu, mas, no terceiro dia ressuscitou e está assentado à direita de Deus.
Durante 40 dias Jesus esteve com seus discípulos, assimilando
por completo e as implicações da sua ressurreição. Depois, Jesus lhes ordenou
que ficassem em Jerusalém e aguardassem a “promessa do Pai” (At 1.8) “Recebereis
poder ao descer sobre vós o Espirito Santo, e sereis minhas testemunhas”, sim,
testemunhas “em Jerusalém, em toda Judéia, em Samaria e em lugares mais distantes
da terra” (Atos 1.8).
Depois, Jesus ascendeu aos céus. Eles nunca mais o viram. Dez
dias depois que ascendeu aos céus em Betânia a promessa se cumpriu. O Espírito
Santo, conforme a promessa, desceu sobre os discípulos reunidos em Jerusalém,
marcando o início da igreja num espaço e no tempo. Quando diz que Jesus está a
“destra de Deus”, está em toda parte; ele é onipotente, onipresente e oniscientes.
Seu trono relativiza e marginaliza todos
os tronos terrenos e todas as políticas do mundo.
O Salmo 68 fala de Deus que desfila e recebendo presentes de
amigos e inimigos. Ele é coberto de presentes daqueles que o adoram. Mas, o
apostolo Paulo, fala que Jesus, depois de ascender aos céus “concedeu” dons aos
homens. Ao invés de receber, concedeu; os magos levaram presente para Jesus; um
menino lhe deu cinco peixes e dois pães e uma multidão foi saciada; Jesus
abençoou o pão e o vinho na ceia do Senhor simbolizando sua morte na cruz do
calvário.
Conclusão.
Mas, aqui, “Quando ele subiu às alturas...concedeu dons aos
homens”. O que voce tem recebido? E se o recebeu, por que se orgulha, como se
assim não fosse? 1 Co 4.7). Aos poucos esses dons se desenvolvem e se
transformam em forças e responsabilidades da maturidade. “E a graça foi
concedida a cada um segundo a proporção do dom de Cristo” (Ef 4.7). Graça
(charis) é sinônimo de dom. “Proporção” é expandida como “para encher todas as
medidas”.
Paulo fala de cinco dons: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Cada dom é um convite e oferece um meio para participar na obra de Jesus. Dons que nos equiparam para trabalhar na obra de Jesus e juntos com seus discípulos. Para que? “o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12). Também, temos, nove dons em 1 Co 12.4-19; em Romanos 12.6-8, sete dons. O pastor Jonh Sttot fala em 20 dons. A diversidade dos dons constitui uma unidade de função.


.jpg)

.jpg)

Nenhum comentário:
Postar um comentário