sábado, 31 de maio de 2025

 O casamento em cantares de Salomão Ct 8.6-7 

“Coloque-me como um selo sobre o seu coração; como um selo sobre o seu braço; pois o amor é tão forte quanto a morte, e o ciúme tão inflexível quanto a sepultura. Nem muitas aguas conseguem apagar o amor; os rios não conseguem leva-lo na correnteza. Se alguém oferecesse todas as riquezas da sua casa para adquirir o amor, seria totalmente desprezado” (Ct 8.6-7).

1)     O cântico dos cânticos

O livro “Cântico dos cânticos” foi escrito pelo rei Salomão. Os comentaristas afirmam que ele escreveu o “cântico dos cânticos” em sua juventude. Provavelmente escreveu esses cânticos para celebrar seu casamento com a Sulamita, princesa de Tiro. Na introdução, lemos: “Eis o cântico dos cânticos, a mais bela poesia por Salomão”.

É um cântico que exalta o amor em todas as suas vicissitudes, os altos e baixo da vida: a reciprocidade do amor, a intensidade do amor, os afagos do amor, as idas e vindas do amor, os conflitos ou as crises do amor, etc. O cântico dos cânticos é a quintessência das quintessências (ou seja, o que há de mais excelente do amor. Eugene Peterson em seu livro sobre “O cântico dos cânticos” afirma que é o “santo dos santos” dos relacionamentos humanos.

O “Cântico dos cânticos” é uma aliança (Berit) entre homem (Salomão) e sua noiva (Sulamita), ou seja, entre um homem e uma mulher, conforme Deus estabeleceu em Genesis: “O homem deixará pai e mãe e se unirá a sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gn 2.18). Nos 8 capítulos do “Cântico dos cânticos” há diálogos entre Salomão e Sulamita, há perguntas e respostas; há promessas e cumprimento da promessa. Há desentendimento e reconciliação; Há  Também quebra de  barreiras. Enfim, o cântico fala sobre o principio divino: “Não é bom que o homem esteja só...”.

Alguém me perguntou essa semana: “Pastor como que a mulher veio a existir”. Então lhe disse que Deus fez o homem do pó da terra e sobrou em suas narinas o folego de vida, o homem tornou-se um ser vivente. Diante de toda obra criada por Deus nos seis dias, não havia ninguém que completasse ou encaixasse com o homem. Deus fez o homem a sua imagem e semelhança.

Mas não havia nada na criação que completasse o homem. O que Deus diz? “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que lhe auxilie e lhe corresponda” (Gn 2.18). “...tirou-lhe uma das costelas...e o Senhor fez uma mulher e a trouxe a ele” (Gn 2.22). O que chama a atenção no texto bíblico é reação de Adão quando viu pela primeira vez Eva, ele exclamou: “Esta, sim, é ossos dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada” (Gn 2.23).

2)     Selo em seu coração

O texto diz que esse relacionamento é baseado em dois selos: “Coloque-me como um selo sobre o seu coração; como um selo sobre o seu braço...”. O selo era o símbolo de um acordo estabelecido, uma aliança, um compromisso, uma palavra dada. Primeiro, vem o selo no coração, um sentimento, uma decisão intima, algo que vai crescendo, desenvolvendo. Depois vem o “selo no braço” que é uma decisão publica, um casamento de papel passado. Quando você abandona a certidão de nascimento, o seu vinculo com pai e mãe e se vincula com sua esposa e esposo.

E o que isso significa? Um homem e uma mulher não mais pertencem a si mesmos, mas um ao outro. Se torna uma só carne. Somente quando houver uma aliança, um selo no coração e um selo no braço que podemos experimentar o que vem no v.7: “As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afoga-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam”.  “As muitas águas” são sinônimos das adversidades, lutas, doenças, dificuldades financeiras, familiar, enfrentadas que sobrevém ao amor. “Ainda que alguém desse todos os bens”. Representam propostas sedutoras que tenta sabotar o amor. O amor tem que prioridade na vida de um casal.

Juramento:

Primeiro, o noivo, Eu, Marcos, diante de Deus e de todas as testemunhas aqui presente, prometo lhe amar de forma verdadeira, prometo estar  sempre ao seu lado nos momentos bons e nos momentos ruins da vida. E sempre pensarei mais em ti, mais em nossa união, nosso casamento, do que em mim mesmo. 

Segundo, Eu, Kelly,  diante de Deus e de todas as testemunhas aqui presente, prometo lhe amar de forma verdadeira, prometo estar  sempre ao seu lado nos momentos bons e nos momentos ruins da vida. E sempre pensarei mais em ti, mais em nossa união, nosso casamento, do que em mim mesma. 


Aliança

O selo é a aliança colocada no dedo esquerdo dos noivos. Aliás, conta-se uma tradição que o dedo esquerdo tem uma veia que leva diretamente ao coração é a "veia do amor".  “Essa aliança é símbolo do meu amor e da minha fidelidade”.

 

terça-feira, 27 de maio de 2025

 Um caso extraconjugal  2 Sm 11.1-5 

Introdução

Ela era uma mulher extremamente bela, uma mulher ainda muito nova, casada recentemente, com um homem mais velho, sem filhos. Seu marido, havia alguns meses, estava fora da cidade, a serviço militar de Israel, lutando contra os amonitas, sim, estava acontecendo uma guerra; um exército inimigo com mais de trinta mil soldados! (2 Sm 10.6-7).

Em uma noite de primavera, já bem tarde, Bate-Seba estava se preparando para dormir. Despiu-se para o banho. O seu cabelo longo, negro, caiu suavemente ao redor de sua face e de seu corpo – enquanto tomava banho, sem que ela soubesse ou visse, os olhos de um homem a estavam observando...foi tudo tão inesperado e era tão formosa, que ele não resistiu o segundo olhar. Talvez, o rei Davi pensou que nunca tinha visto algo tão belo ou tão gracioso em sua vida.

 Quando a Bíblia diz que uma mulher é formosa, é porque é fabulosa.  Quando diz que é bonita, ela é extraordinariamente bela, fisicamente atraente, além de qualquer descrição.

1)     Um “caso”

A Palavra de Deus nunca encobre ou omite as falhas humanas. Deus não escreve biografias humanas como um pai ou uma mãe “coruja”, que procura esconder as falhas dos filhos. Mas para Deus as falhas, os erros ou pecados são tão identificados claramente quanto os seus sucessos. Deus não encobre os seus defeitos. A história de Davi mostra que as tentações atuais são tão antigas quanto o homem e que o fracasso faz parte de cada um de nós.

A Biblia diz que era “no começo do ano” (2 Sm 11.1), era a estação de primavera, uma das mais belas estações do ano. Tempo de flores, tempo em que o sol brilha com força, tempo de alegria. O mercado estava efusivo, muita gente comprando. As crianças estavam indo para as escolas, brincavam pelas ruelas de Jerusalém; e os sacerdotes estavam em seu ofício desde a madrugada oferecendo sacrifícios dos ofertantes. Israel estava vencendo todas as guerras contra os seus inimigos. Reinava paz e prosperidade. Havia somente uma batalha contra os Amonitas, mas não havia motivo para temer, era um povo fraco, militarmente. 

Portanto, ninguém suspeitava de que algo desastroso pudesse acontecer naquele dia, e muito menos Davi e Bate-Seba. Nada indicava a terrível cadeia de eventos desencadeada naquele dia: adultério, gravidez, engano, homicídio, tragédia familiar e juízo divino. Tudo isso num dia como outro qualquer.

Uma mulher disse: “Eu nunca pensei que isto poderia acontecer conosco”, confessou ao pastor, depois do culto. Eu disse mais: “As coisas pareciam estar correndo tão bem, tudo era normal, não havia sinais de perigo, não havia doenças na família – estávamos congregando durante os cultos semanais – mas, inesperadamente, algo agonizante aconteceu. Meu marido requereu o divórcio, abandonou a mim e as crianças e se juntou com uma mulher leviana que já estava no terceiro casamento”. 

Vejam as palavras da mulher: “as coisas estavam indo tão bem”, “tudo era normal”, “não havia sinais de perigo”, “inesperadamente”. Estas não são palavras de surpresa. Tudo parece bem. Não há razões para se suspeitar de uma tragédia. A família está indo bem. Estamos frequentando os cultos. E então, sem nenhum sinal de advertência ... a bomba!

José, filho de Jacó, fora vendido ao Egito e sido comprado por Potifar, ali tinha grande responsabilidade para organizar toda sua casa. Ele gerenciava todos os assuntos domésticos e todos os seus negócios. “Tudo estava correndo normalmente: as plantações produzindo, os rebanhos se multiplicando. Deus o fazia prosperar” (Gn 39.5). E então, um dia – em nada especial – enquanto ele estava cuidando de seu trabalho, uma mulher começou a olhá-lo de maneira significativa, sugerindo sedutoramente: “José, venha dormir comigo!”. 

Ao se levantar aquela manhã, José nunca sonharia que naquele dia – outro dia normal de trabalho – ele receberia um convite apaixonado para um caso extraconjugal, sofreria chantagem e seria levado para a prisão (Gn 39.20).

Portanto os “casos” não começam com o piscar de luzes vermelhas de advertência. O dia não começa com nuvens negras e agourentas, avisos de furacão, de tsunami, de ventos fortes, uma intranquilidade interior ou uma voz do céu que diz: “Reforce suas defesas; a tentação está se aproximando, cuide-se”. É tempo de primavera, um lindo dia...

2)     Como aconteceu

Nem Davi e nem Bate Seba planejara nada. Não foi resultado de trocas de mensagens nas mídias sociais. Davi era um homem segundo o coração de Deus, e Bate-Seba, uma esposa fiel ao seu marido, corajoso e patriota, lutava por Israel. Davi estava vindo de um período de prosperidade e fama e conquista. Havia vencidos quase todos seus inimigos. E todas essas vitórias eram confirmação da presença de Deus com ele da promessa de Deus de lhe dar uma dinastia perene.

Haviam acabado de ser pronunciadas as promessas de Deus: “Eu escolhi voce das pastagens...tenho estado com voce...será contado entre os homens mais famosos do mundo! A sua dinastia governará o meu povo para sempre”. E Davi se empolgou diante de tal favorecimento: “Ó Senhor Deus! Por que derramou suas bençãos justamente sobre este teu servo de família tão insignificante? ...essa bondade está longe da compreensão humana!...toda honra seja dada ao Senhor...Pois o Senhor é Deus, e verdadeiras são suas palavras” (2 Sm 7.5-28). 

E a cena do capitulo 9, quando Mefibosete é restaurado, o aleijado filho de Jonatas é restituído de todos os bens de Saul. É uma cena de encantamento, de delicadeza, compaixão, vivacidade. Sem falar no capitulo 6 que Davi dançara diante da arca do Senhor, à vista de toda a cidade, celebrando louvores a Deus: “Não me importa que aos seus olhos eu não seja bem visto: continuarei dançando, em louvor ao Senhor” (2 Sm 6.22). Portanto, aqui está Davi, um homem de grande coragem, generosidade e bondade e paixão por Deus. Dificilmente poderia ser um candidato a um desastre pessoal. 

Naquela noite, no entanto, Davi teve insônia. Aquela noite em que os pensamentos parecem correr e pular como cabritos selvagens, a cabeça parece uma panela de pressão com inúmeros pensamentos. O que ele faz? Davi levantou-se da cama e for dar uma volta no terraço do palácio – para tentar acalmar seu coração. Ele olha em várias direções de Jerusalém, a cidade estava quieta, calma, todos estavam dormindo, descansando. De repente, à distância, ouve alguém fazendo ruídos na água e talvez cantarolar uma canção, ele olhou uma vez, depois olhou uma segunda vez e viu uma bela jovem tomando seu banho... 

3)     Quem somos nós

As circunstâncias não fazem um homem: elas o revelam. Nossa verdadeira força, nossa essência se manifesta quando somos tentados. Não havia nada de errado se Davi visse Bate-Seba e continuasse caminhando, nada de errado em reconhecer intimamente que ela era bonita, formosa, atraente. Nada de errado com uma exclamação silenciosa! 

Davi sabia da lei de Deus e a proibição quanto ao adultério: “Não cobiçaras a mulher do seu próximo”. Mas, ele se deixou levar pelo segundo olhar, ele se deixou levar pelo desejo desenfreado, pelo seu impulso sexual. Talvez tenha dito: “Tenho sofrido muita pressão; mereço um pouco de relaxamento. Tenho guardado a lei Deus por muito tempo; uma pequena infração não é nada sério demais. De fato, pode ser que Deus me fez andar aqui fora esta noite para que pudéssemos estar juntos. Será somente uma noite, ninguém ficará sabendo...”

“Quem é aquela moça? A casa é de quem? Preciso saber” (2 Sm 11.3). “Ela é Bate-Seba, a esposa de Urias”, informa o servo. Davi murmura: “E Urias está ausente, na guerra. Tudo se encaixa tão bem, ela é nova enquanto que ele é velho. Essa jovem precisa de um pouco de conforto, de uma companhia masculina. Não é pecado, é somente um deslize. E Também ele fala ao seu servo: “Traze-a para mim” ( 2 Sm 11.4). O apostolo Tiago fala sobre a tentação: “...cada um é tentado pelo seu próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá a luz o pecado...” (Tg 1.14-15). 

Conclusão:

O que ficou depois é a memória, sim, o diabo atua na memória, lhe acusando o tempo todo. Dentro de pouco tempo, com ausência de um período menstrual, tontura matinal e diz ao rei Davi: “Estou grávida” (2 Sm 11.5). E agora, Davi? O fato de ter vivido uma mentira uma noite, se não for confessado completamente, requer muitas mentiras pra encobri-lo. Alguém disse: “Eu me sinto um miserável, tendo que inventar tantas mentiras...”. um homem segundo o coração de Deus – torna-se ardiloso, traiçoeiro, implacável e sem consciência.

Davi tentou três coisas para encobrir o caso: 1) trouxe Urias da guerra para que dormisse com Bate-Seba, no entanto ele dormiu com os guardas. 2) vamos embriaga-lo, podemos fazer com que entre em sua casa e durma com Bate-Seba, mas novamente ele dormiu com os guardas. 3) Colocou Urias na linha de frente da guerra, para que ele morresse. Depois do pecado de Davi, a vida dele virou de ponta cabeça. O seu filho morreu, sua filha foi abusada, Absalão levantou-se contra seu pai... 


 

domingo, 25 de maio de 2025

 Volta ao primeiro amor Ap 2.1-7 

Introdução

O livro de apocalipse foi escrito pelo apostolo João. Temos muitas dificuldades de entende-lo por causa da sua linguagem simbólica, ou metafórica. Por exemplo, em apocalipse 13 fala que o numero da besta é 666, no entanto, ficamos no vácuo para entender o significado concreto desse simbolismo. Mas o numero 6 é o simbolismo do homem que foi feito no sexto dia da criação. Quando se junta 6 por três vezes, é a criatura querendo se colocar no lugar de Deus.

Mas o livro de apocalipse tem por objetivo explicitar a palavra de Deus, aliás, o livro é uma revelação para  ensinar a respeito de Deus e das ultimas coisas. Quando o apostolo João escreveu esse livro estava preso na ilha de Patmos. O imperador Domiciano, assim como Nero, usou o estado romano para perseguir a igreja cristã. E, João foi enviado a ilha de Patmos.

A igreja de Efésios foi fundada pelo apostolo Paulo (Atos 18); a cidade tinha 400 mil habitantes. Havia o templo da deusa diana e também o templo da deusa Afrodite, um templo de prostituição. Havia muitas magias, amuletos, paganismo na cidade de Éfeso. Em Atos 19 fala que “Deus fazia milagres maravilhosos por meio das mãos de Paulo...eram curados de enfermidades...como espíritos malignos eram expelidos” (Atos 19.11-12). Essa igreja foi pastoreada pelo apostolo Paulo, por Apolo, Priscila e Aquila, Timóteo e o apostolo João.

No capitulo 1 fala que o apostolo João estava preso na ilha de Patmos “por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus”. E foi “...no dia do Senhor” (Ap 1.10), achou-se em espirito e escutou uma voz como trombeta e era o próprio Jesus que falava com ele. Ele se identifica: “Eu sou o que vive; estive morto, mas eis que estou vivo por toda a eternidade! E possuo as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.17-18).

1)     Carta a igreja de Eféso

Era 29 de julho de 1981, mais de 750 milhões de pessoas, via satélite, pelo mundo todo querendo assistir o casamento do Príncipe CHARLES, filho da rainha da Inglaterra e a bela Lady Diana Spencer. TUDO COMO NUM CONTO DE FADAS! O Príncipe Charles, todo pomposo, em pé, aguardando ansiosamente pela noiva. Diana entrou pela CATEDRAL DE SÃO PAULO, num refinado, gracioso e longo vestido, em seu pescoço uma joia raríssima, usada pela realeza em séculos passados. Mas, o relógio marcou meia-noite na história desta cinderela. EM ALGUM LUGAR, suas vidas começaram a se separar. Seu amor esfriou; agora era mecânico, aparente e rotineiro. Até que em 9 de dezembro de 1992, o conto de fadas havia chegado ao fim.

Assim, também fora na igreja de Efésios, no começo a relação com Jesus foi avassaladora. Era uma igreja conhecida por Jesus “conheço tuas obras”; era uma igreja que tinha um “...trabalho árduo e perseverava” (Ap 1,2). Uma igreja que defendia a Palavra de Deus, não aceitava que qualquer pessoa pregasse em seu púlpito. 

Além disso, foi uma igreja que enfrentou todo tipo de sofrimento por causa do Nome de Jesus e não se esmoreceu. Pensa os irmãos, chegar numa igreja como essa. Sim, uma igreja que trabalhava, que evangelizava, que defendia a palavra de Deus...

2)     Mas tenho contra ti

Tenho, porém, contra ti que deixaste o primeiro amor” (v.4).  O que é o primeiro amor? Faz parte do começo da nossa fé em Cristo. É fervoroso, passional e apaixonado. Mas, com o tempo, o relacionamento com Cristo, tornou-se rotineiro. Fico imaginando uma oração: “Jesus não tem amo mais, como antes. Mas continuarei indo a sua casa, servindo, mas não te amo mais”.

Solução..

Em primeiro lugar, Jesus exorta: “Lembre-se de onde caíste” (2.5). O passado precisa tornar-se um presente vivo. PARA ONDE PRECISAMOS RETORNAR? Para o ponto do qual nos desviamos. Não está sendo dito, lembra-te em que situação caíste, mas de onde caíste. 

Em segundo lugar, “arrepende-te” (2.5). Arrependimento não é emoção, é decisão. É atitude. Arrependimento é mudar a direção, é voltar-se para Deus. É DEIXAR O PECADO.

Em terceiro lugar, “volta à pratica das primeiras obras” (2.5). O ensino, a comunhão, o louvor, a oração, o evangelismo, o renovo com Espírito Santo, etc. A igreja primitiva vivia em comunhão, partiam o pão, adoração, oração (Atos 2.42).

SENÃO, “A TI VIREI, E TIRAREI DO SEU LUGAR O TEU CASTIÇAL, SE NÃO TE ARREPENDERES”.  Ou seja, ficariam sem a presença de Jesus Cristo.

Conclusão

“Ao vencedor darei o direito de comer da árvore da vida que está no paraíso com Deus”. 

 

terça-feira, 20 de maio de 2025

 A morte de Moisés Dt 34 

Introdução

Existem duas coisas certas na vida: a morte e os impostos. Os cemitérios são carregados de particularidades de quem já morreu, cada família coloca nos túmulos dos entes queridos objetos, afetos e devoções. A família mais abastada investe em mármore, outras famílias escrevem frases, epitáfios que em uma frase resume a vida de quem já partiu. O tempo que passamos na terra está em uma linha horizontal, sim, nascemos, crescemos, conquistamos algumas coisas (ou não), depois morremos.

1)     A visão do alto 

O capítulo 34 de Deuteronômio começa contando sobre o lugar e proposito da morte de Moisés: “Então subiu Moisés das campinas de Moabe ao Monte Nebo, ao cume de Pisga...” (Dt 34.1). O topo do monte pisga chega a alcançar 1371 metros de altura, portanto não são muitos homens com cento e vinte anos que conseguem subir a montanha assim tão alta e viver para contar a história. Mas, Moisés fez isso. Escalou-a com o auxílio das mãos e com as forças das pernas até chega no cume do Monte Pisga. Nos seus últimos dias: “Não se lhe escureceram os olhos, nem se lhe abateu o vigor” (Dt 34.7). Lemos na Biblia Viva: “Enxergava perfeitamente e era forte como um rapaz”.

Isso demonstra que Moisés fisicamente ainda está forte e robusto.  Em cima do Monte Nebo, com 120 anos de idade estava Moisés em seus últimos momentos de vida. Talvez ali olhando de cima do cume do Pisga, ele tivera tempo suficiente para fazer uma retrospectiva de sua vida. Desde quando fora salvo das águas do rio Nilo pela filha de Faraó, o tempo que passou com sua mãe (ouvindo as histórias dos patriarcas) e o tempo que passara na corte de Faraó, estudando, preparando-se. Ali na corte de Faraó, pensou que fosse alguém.

Até que aconteceu o fato com o egípcio, matou o egípcio e o enterrou na terra. Moisés fugiu do Egito e foi para o deserto de Midiã, tornando-se pastor de ovelhas durante quarenta anos. Ali, no deserto de Midiã, o deserto da autodescoberta, aprendera que não era ninguém, somente um mero pastor de ovelhas, aliás, ovelhas do seu sogro Jetro.

Então, com 80 anos, ele foi chamado por Deus em sua sarça que não se apagava, Deus apareceu para Moisés no meio da sarça, chamou-o pelo nome e lhe comissionou para voltar ao Egito e libertar o seu povo para irem em direção a terra prometida. Então, nos últimos quarenta anos, ele passou descobrindo o que Deus pode fazer com um ninguém. O apostolo Paulo quando escreveu aos Coríntios sublinha nossa identidade: “Lembrem-se de quem vocês eram quando foram chamados para esta vida. Não vejo entre vocês muitos representantes da elite intelectual, nem cidadãos influentes...Deus deliberadamente, escolheu homens e mulheres que a sociedade despreza, explora e abusa? Não é obvio que ele escolheu gente do tipo “zé ninguém” para desmascarar as pretensões vãs dos que se julgam importantes?...” (1 Co 1.26-31 A mensagem). 

Em cima do Monte Nebo, com os ombros aliviados, Moisés pode subir as encostas a passos largos. Ele sabia muito bem que logo daria seu último suspiro. Ele sabia também, que o crente não tem razão para temer ou fugir em pânico para a rua quando a morte chega. Não estamos realmente prontos para viver até que estejamos prontos para morrer. Quando, portanto, ficamos prontos para morrer, vamos então morrer. 

Quando chega o último momento de uma pessoa, desejamos que ela fique mais tempo, desejamos que Moisés espere mais um pouco, que ande mais alguns capítulos. Esse é o sentimento de muitas pessoas quando alguém muito querido partiu, sentimos sua falta, seu cheiro, sua comida, suas palavras, seus risos... Deus ordenou que subisse ao Monte Nebo, não tinha mais tempo para viver, o seu tempo havia chegado...mas antes de morrer, ele viu a terra prometida, a terra de Abraão, de Isaque e Jacó...

Imagine a vista que se estendia à frente de Moisés. Ele olhou “...desde de Gileade até Dã; toda região de Naftali, Efriam e Manassés; todo território de Judá que se estende até o Mar Mediterrâneo; o Neguebe e as campinas que cercam Jericó, a cidade das Palmeiras, até Zoar, ao sul” (Dt 34. 1-3 A mensagem). Moisés começa olhando o Norte (Gileade e Dã); depois se volta e vê o oeste (Efraim e Manassés); e a seguir avista o Sul (a tribo de Judá até o Mar Mediterrâneo). E por fim, a região de Jericó e o Neguebe.

Moisés deve ter ficar fascinado com a vista o tempo todo e dito a si mesmo: “Veja só isso! Lindo! Maravilhoso! O Senhor, veja que terra!” Moises ficara fascinado com a cidade prometida. O que dizer de Canaã: “Lugares altos com chuva abundante para regar os vinhedos (Moabe, Basã, Gileade); desertos para os rebanhos (deserto da Judéia e Neguebe); colinas para árvores frutíferas, grãos e azeitonas; vales viçosos para colheitas (o vale do Jordão); vales áridos para figos; um imenso lago de águas frescas com peixes em profusão (Mar da Galiléia), uma planície fértil costeira, uma grande numero de fonte de água limpa”. 

Deus disse então: “Essa é a terra que prometi aos seus antepassados, a Abraão, Isaque e Jacó, com estas palavras: Eu a darei aos seus descendentes. Voce queria vê-la, pois aí está ela. Mas voce não entrará nela” (Dt 34.4 A mensagem). Moisés entregou o espírito e ali no Monte Nebo, no cume do Pisga, ele morreu. Heróis ou não, todos chegamos a esse momento em que deixamos o corpo físico para trás e passamos para a eternidade.

2)     Na hora da morte

É na hora da morte que vemos quem somos. Voltaire, em vida, desdenhou de Deus, afirmava que os evangelhos eram uma invenção e que Jesus nunca tinha existido. Ele disse: “Cem anos a partir de agora, não haverá uma Biblia na Terra, além de alguma que um curioso por antiguidade possa procurar”. Ele zombava dos apóstolos: “O cristianismo foi estabelecido por doze pescadores ignorantes. Eu mostrarei ao mundo como um único filósofo francês será capaz de destruí-lo”. Mas quando chegou o momento de subir ao Nebo, Voltaire se desesperou, sentia-se torturado por tal agonia, que rangia os dentes numa raiva impotente contra Deus e os homens. Nos últimos suspiros gritava em seu quarto: “Ó Cristo, Ó Senhor Jesus. Devo morrer abandonado por Deus e pelos homens”. Ele morreu no dia 30 de março de 1788, e para ironia da história, sua casa tornou-se a Sociedade Bíblica Francesa, lugar onde a Bíblia era confeccionada! 

O talmude diz: “O homem nasce com o punho fechado, mas morre com as mãos abertas”. Voce não leva nada consigo; tudo fica nessa vida, tudo, voce nada leva, materialmente falando. A vida de Moisés, a vida do crente, não os seus bens, sim, seu legado. Sua vida com Deus, seu investimento no reino de Deus, é o que ecoa na eternidade. Moisés morreu sozinho no Monte Pisga, Josué não pode acompanha-lo, Arão já tinha ido. O Salmo 23 nos diz: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem” (Sl 23.4). 

Moisés morreu “segunda a palavra do Senhor”. Tudo terminou para o ancião exatamente como Deus havia providenciado. Deus não somente conhece os nossos dias, como também o fim deles. O Livro de Salmos nos diz: “...em teu livro foram registrados todos os meus dias; prefixados, antes mesmo que um só deles existisse!” (Sl 139.16). O texto diz claramente: “Assim morreu ali Moisés, servo do Senhor...segundo a Palavra do Senhor” (v.5).

Conclusão

Moisés vivera 120 anos sem precisar usar ósculos e sem precisar usar muletas. Até o seu ultimo dia vivera com intensidade, com determinação, com robustez. Muitos homens aprenderam, acrescentaram no entardecer da vida. Catão aprendeu o grego com oitenta anos, Sófocles, escreveu Édipo com oitenta anos; Goethe, escreveu Fausto aos oitenta anos. A idade é a oportunidade que temos, que deus nos concede!

O legado de Moisés foi: “Nunca mais se levantou em Israel um profeta algum como Moisés, com que o Senhor houvera tratado face a face” (Dt 34.10). E voce como está com o Senhor? Como está sua caminhada com Jesus Cristo? Voces ainda se falam? Voce continua carregando o livro do Senhor em seu coração?  



 

terça-feira, 13 de maio de 2025

 Moisés: um instante de ira – Ex 32. 1-24 

Introdução

O que é ira? É um sentimento que se apodera do nosso corpo e imediatamente nos impele a enfrentar, e até atacar, aqueles que contrariaram a nossa vontade e interferiram em nossa vida. O decálogo diz: “Não matarás”. O ato de não matar não é somente no que se tange ao ato literalmente de tirar a vida de uma pessoa, vai mais longe. É quando voce despreza, como Jesus disse em seu sermão do Monte: “...disser ao seu irmão Raca....de idiota estará sujeito ao fogo do inferno” (Mt 5.22). 

1)     Fases da ira

Primeiro, a ira começa com uma “leve irritação”. É uma sensação de mal-estar, provocado por alguma situação pessoal no trabalho ou até mesmo na igreja, algum comentário feito sobre voce, enfim, algo desagradável. Mas essa “leve irritação”, sutil irritação, no primeiro momento não é tão desproporcional ou nociva. Mas essa “leve irritação” pode crescer..

Segundo a ira se desencadeia é uma “indignação”, que é um nível mais profundo, com mais intensidade. Indignação é uma reação a algo que parece injusto ou ilógico, é uma afronta, repulsa, revolta.  Pode ser expressa de uma forma violenta, como algumas vezes acontece em um campo de futebol, como uma entrada maldosa, desleal.

Terceiro a ira se manifesta na cólera. O dicionário diz que cólera é sentimento violento diante de uma situação revoltante, furor, fúria, ímpeto. Segundo os psicólogos a cólera numa deixa de se manifestar, ninguém retém a cólera. Quando a irritação atinge esse nível, surge um forte desejo de se vingar, revidar, ou se defender, e não é possível voltar atrás. A cólera tem muitas caras, e todas são feias.

Quarto a ira pode se transformar em fúria. Nessa fase já existe um descontrole emocional, uma perda temporária da sanidade. Não há sobriedade, razoabilidade, mas “grande exaltação colérica, ímpeto de valentia, delírio, insanidade. Esses conflitos insanos podem acontecer dentro de casa, no trânsito, na empresa...

Quinto elemento da ira é a raiva, o nível mais intenso, mais profundo da ira. Não é mais uma “leve irritação”, e muito menos “indignação”, e não é cólera, e muito menos fúria. Mas dominar de tal modo o individuo que inspira atos brutais de violência, algumas vezes praticados sem percepção consciente. Especialistas dizem que a pessoa enraivecida pode cometer um crime sem quase se dar conta do que está fazendo; psicologicamente, ela fica fora de si.

1)     A história de um homem irado

Ira assassina

Sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, da qual passou ele a ser filho. Esta lhe chamou Moisés, e disse: Porque das águas o tirei. Naqueles dias, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos, e viu os seus labores penosos; e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um de seu povo” (Ex 2.10-11).

Mas Moisés logo se indignou: “Olhou de uma e de outra banda, e vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio, e o escondeu na areia” (Ex 2.12). Estevão em seu sermão sobre Moisés, no livro de Atos, diz que “Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios, e era poderoso em palavras e obras” (Atos 7.22). Por esse texto que fala da escolaridade de Moisés mostra que a ira é muito mais profunda. Depois de ter matado o egípcio Moisés fugiu para o deserto e lá ficou por durante quarenta anos seguintes, sendo educado na escola do deserto... 

Ira desnecessária

Moisés quando voltou ao Egito teve nove encontros com Faraó, antes da última praga sobre os primogênitos. Quando visitou Faraó no meio da nona e a décima praga, ele ficou violentamente irado com o rei. Embora Deus tivesse falado a Moisés: “Vou endurecer o coração de Faraó”, Moisés enfureceu-se com Faraó, diz o texto: “Ardendo em ira, Moisés saiu da presença do faraó” (Ex 11.8).

O sangue de Moisés chegou ao ponto de fervura. Podemos dizer que Moisés estava sendo “fritado”. Moisés saiu daquele lugar na agonia da fúria. Mas Deus já falara: “Olhe, vou endurecer o coração de Faraó. Não precisa ficar com raiva dele. Tudo o que tem de fazer é dizer-lhe: Homem, voce está condenado. Não tem outra saída, senão deixar libertar meu povo”. 

Ira destrutiva

Quando o povo estava caminhando pelo deserto do Sinai e chegando definitivamente ao Monte Sinai. Moisés subira a montanha para receber as tabuas da lei das mãos do Senhor. Lá ficou durante quarenta dias e quarenta noite recebendo os dez mandamentos e as instruções do Senhor. Mas o povo que ficara à sombra do Sinai se cansou de esperar. O povo começou a ficar inquieto com sua ausência e finalmente resolveu: “Vamos fazer um bezerro de ouro e adorá-lo” (Ex 32.1-2). Na adoração ao besouro, o povo começou a dançar e cometer obscenidade na frente do seu novo ídolo.

“E, voltando-se, desceu Moisés do monte com as duas tábuas do Testemunho na mão; tábuas escritas de ambas as bandas; de uma e de outra banda estavam escritas. As tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas” (Ex 32.15-16). São os dez mandamentos escritos pelo Deus de Deus, do Todo-Poderoso, eram os documentos mais preciosos que o homem já tivera em sua posse.

Quando desceu do Sinai com as tábuas, viu o povo dançando diante do bezerro de ouro. E sua velha ira se inflamou-se. “Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e as danças; então, acendendo-se lhe a ira...” (Ex 32.19). No caso como esse não é pecado sentir ira, uma “ira justa”, todos nós sentimos quando vemos o nome de Deus desonrado, como Davi sentir ira diante de Golias. Mas, Moisés foi além disso, ele pegou os preciosos documentos de Deus e, num momento de fúria “...jogou as tábuas de pedra no chão e as despedaçou ao pé do monte” (Ex 32.19 NVT). 

Aqui vemos um homem de temperamento fora do controle, sem autodomínio. Não tem como justificar o comportamento de Moisés, Deus não aprovou a atitude dele. Quando Deus lhe entregou a lei pela segunda vez, diz o texto: “Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nelas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que quebraste” (Ex 34.1). Não somente quebrou as tábuas da lei, como reduziu o bezerro de ouro em pó e obrigou o povo a tomar aquele liquido.

Ira rebelde

Agora o povo se achava na fronteira de Canaã. O povo já tinha peregrinado por um ano e quatro meses anos e se queixado a cada passo do caminho. Quando, finalmente, chegou perto da terra prometida, em Cades Barnéia, o povo recusou entrar por incredulidade. Eles não acreditavam que Deus poderia dar-lhes força suficiente para vencer os inimigos e derrotar os filhos dos enaques, homens gigantes. Como resultado dessa obediência, Deus disse a eles: “Toda essa geração vai morrer; nenhum dos adultos entrará na terra; exceto Calebe e Josué. Não vou enviar nenhum de vocês da antiga geração, porque não creram no meu poder” (Nm 14.23-24). 

Agora, trinta e nove anos depois, novamente estão em Cades Barnéia, no mesmo local onde murmuraram, queixaram contra o Senhor e Moisés. Diz o texto: “...não havia agua para o povo tomar: então se ajuntaram contra Moisés e Arão” (Nm 20.2). A mesma conversa de quarenta anos, a mesma ladainha: “Porque nos trouxeste a este deserto, para morrermos aqui, nós e os nossos animais. E porque nos fizeste subir do Egito...” (Nm20. 3-5). É sempre o mesmo refrão, a mesma lamúria, a mesma queixa, como se fossem dignos de pena...

Então Deus diz a Moisés: “...toma a vara, ajunta o povo, tu e Arão, teu irmão, e, diante dele, falai à rocha, e darás sua água; assim lhes tirareis água da rocha, e dareis a beber à congregação e aos seus animais” (Nm 20.8). Não havia nada de complexo nessas instruções. Ou seja, toma a vara, vai até a rocha, fala com a rocha e deixa o resto por minha conta. No entanto, Moisés estava furioso, bravo, sanguinário. Então, ele toma a vara, como ordenado pelo Senhor, vai até a rocha, mas por causa da sua ira, veja o que aconteceu:

Então Moisés tomou a vara de diante do Senhor, como lhe tinha ordenado...ouvi, agora, rebeldes, porventura faremos sair água desta rocha para vós outros? (Ex 20.10). Deus não lhe falou para fazer nenhum discurso, mas Moisés estava transbordando de ira, de hostilidade, de pavio curto. Aliás, quando foi que Moisés tirou água da rocha? Não foi Deus, o poder de Deus, que fez com que o milagre acontecesse!

Deus lhe dissera para falar à rocha. Moisés a feriu, não uma, mas duas vezes. “Voces pensam que vamos dar-lhes água, seus insubordinados? Sonhem então!”. Ele bate na rocha duas vezes e as escrituras dizem: “saíram muitas águas; e bebeu a congregação e seus animais” (Nm 20.11). 

Conclusão

Por causa da sua desobediência Deus diz a Moisés e a Arão: Como vocês não confiaram em mim para honrar minha santidade diante dos filhos de Israel, por isso vocês não conduziram este povo para a terra que lhes dei” (Números 20:12). Somente permitiu que subisse ao Monte Nebo, defronte com Jericó para espiar a terra (Dt 34.1). 



quinta-feira, 8 de maio de 2025

 Demas amou o presente século... 

O nome “Demas” significa “popular. Ele aparece três vezes no Novo Testamento. Aparece em Colossenses 4.14, onde o apostolo Paulo o menciona como um colaborador: “Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas”. Novamente aparece em Filemon 1.24: Saúdam-te Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores”. Agora, no final da vida do apostolo Paulo, vem a pior notícia, é de avassalar o coração de qualquer pastor: “Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica” (2 Tm 4.10).

Demas começou bem, ao lado de gigantes como Paulo e Lucas, fazendo a obra de Deus, ajudando, cooperando. O reino de Deus estava sendo alargado, esculpido... Mas terminou abandonando sua missão.

O que ele fez? Amou o “agora”, o mundo presente, preferindo segurança, prazer ou talvez carreira em Tessalônica.A Bíblia diz:  “...se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele”.

Demas representa:

Os que começam bem, começam bem na carreira espiritual,  frequentando os cultos, orando, lendo a Biblia, ou seja, com um desejo imensurável de fazer a obra de Deus,  mas não perseveram.

São os que priorizam sucesso, vida material, prazeres,  conforto ou aceitação em vez da fidelidade a Cristo.

São os que amam o agora mais do que a eternidade.

Hoje, muitos “Demas” modernos trocam o discipulado pelo aplauso da cultura, pelos prazeres mundanos que são passageiros, pela estabilidade financeira ou simplesmente pelo prazer. Querem Cristo...desde que Ele não custe nada...

as pessoas que se afastam do reino de Deus, amando o presente século, perdem a oportunidade de serem uteis, de encontrarem significado para a vida cristã e de escreverem histórias no reino de Deus.

 Quantas histórias estão sendo escritas por pessoas no reino de Deus! Sim, as pessoas perdem o privilégio de serem ferramentas que Deus usa para esculpir a sua igreja; perdem a oportunidade de receberem um galardão, a coroa da justiça e estão destinadas a condenação do inferno.

Demas abandonou a fé porque ficou sem argumentos teológicos ou porque foi perseguido. Ele abandonou porque se apaixonou pelo agora, se apaixonou pelo mundo, Ele trocou o Eterno pelo imediato. Seu coração foi seduzido não por heresias, mas pelo conforto e as ofertas do mundo.

Hoje, infelizmente, muitos seguem o mesmo caminho. Começam bem, servem, cantam, pregam, participam. Mas aos poucos o presente século vai ganhando espaço. Primeiro é a busca pelo sucesso, depois o prazer, a estabilidade, a fama, o entretenimento. Pequenas concessões se tornam grandes afastamentos...

Voce ama mais a eternidade ou o presente século?

Voce ainda carrega a cruz ou já troucou por conforto?

Não ameis o mundo, nem o que no mundo há...1 Jo 2.15

 

 

 

terça-feira, 6 de maio de 2025

 Mandamentos à sombra do Sinai Ex 20.1-21 

Introdução

Parados ao pé do Monte Sinai, os israelitas adoraram ao Senhor, prometeram obediência incondicional “...tudo o que Yahweh mandou, nós faremos” (Ex 19.8). O culto tem seus elementos: a) obediência ao Senhor; b) sensibilidade para ouvir a Palavra de Deus, ouvir é mais do que um ato acústico, é espiritualidade; c) consagração do coração, tirar as roupas sujas e colocar roupas limpas; d) respeito profundo pela presença de Deus, reverencia.

Então, Deus desceu poderosamente sobre o seu povo “...houve trovões, e relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte, e muito clangor de trombeta...arraial estremeceu...todo o monte Sinai fumegava...porque o Senhor descera sobre eles em fogo...”(Ex 19.18-19). O Salmo 114 expressa esse momento: “...os montes saltaram como cabritos...” (v.7). Agora, Deus lhes dá mandamentos escritos em tábuas de pedra pelo “dedo de Deus”. 

Antes de falar sobre os mandamentos, Deus diz quem é e o que fez: “Eu sou o Senhor, teu Deus”. Nesse verso expressa o relacionamento único que existe entre Deus e os israelitas. O que o Senhor fez: “...que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão” (Ex 20.2). O Salmo 40 diz: “...tirou-me do fosso fatal, do charco lamacento, assentou meus pés sobre uma rocha e orientou os meus passos” (Sl 40.2). Deus é o libertador, libertou o povo judeu da servidão do Egito. Em seguida, Deus apresenta ao povo os mandamentos da aliança.

1)     Mandamentos

Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.3). ou, “Não tenham outros deuses além de mim” (A mensagem). Deus exige obediência exclusiva de cada israelita. Porque Ele é o único Deus verdadeiro. No mundo antigo, em que o politeísmo era norma, essa ênfase em um único Deus é radicalmente diferente. O profeta Elias em cima do Monte Carmelo disse ao povo: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se Yahweh é Deus segui-o; se é Baal segui-o” (1 Rs 18.21). Portanto, nós temos compromisso exclusivo com o Senhor, Nosso Deus. 

NOS DIAS DE HOJE A SOCIEDADE É RELATIVIZADA, OU SEJA, NÃO EXISTE VERDADE ABSOLUTA, EXISTEM VERDADES. MAS, NÓS ACREDITAMOS QUE EXISTE SOMENTE UMA ÚNICA VERDADE QUE É JESUS O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA.

“Não farás para ti uma imagem”. O uso de imagens era importante para os moradores antigos, pois eles acreditavam que a deidade estava presente na imagem. Fazer imagem é reduzir Deus a algo de nossa própria criação, reduzir Deus à natureza criada. Fazer imagem é se curvar diante da criatura, diante de algo que tem boca, mas não fala, tem ouvidos, mas não ouve, tem pernas, mas não anda...O profeta Habacuque tem um “Ai” de condenação: “Ai daquele que diz ao pau: Acorda! E a á pedra muda: Desperta! Pode isso ensinar? Eis que está coberta de ouro e de prata, mas dentro dela não há espírito algum” (Hb 2.19). 

“Não tomarás o Nome do Senhor, o teu Deus em vão”. A forma literal é “portar incorretamente o nome do Senhor teu Deus”. Somos a imagem e semelhança de Deus. “Somos o tesouro especial de Deus” (Ex 19.5), somos “reinos de sacerdotes e uma nação santa”. O Novo Testamentos somos “...testemunhas...”(Atos 1.8). Somos seu povo, chamados para revelar sua bondade. Diante disso, uma pergunta: “Voce alguma vez prejudicou a reputação de Deus por meio daquilo que disse ou fez, ou pelo que deixou de dizer ou fazer?”. 

“Lembra-te do sábado ao santificá-lo” (v.8). Sábado é descanso, é pausa. E o sábado está ligado ao povo israelita. Porquanto no Novo Testamento não existe obrigatoriedade de guardar o sábado, não há um versículo que manda guardar o sábado. O apostolo Paulo escreveu: “...uma pessoa considera um dia mais santo que o outro; outra considera todos os dias iguais. Cada um deve estar plenamente convicta em sua mente” (Rm 14.5). Também, o apostolo é mais incisivo em Colossenses ao afirmar: “Portanto, não permitam que ninguém os julgue...com respeito a alguma festa religiosa, celebração da lua nova ou sábado” (Cl 2.16). 

“Honra teu pai e tua mãe”. “Honrar” significa mais do que “obedecer”; é valorizar grandemente. Se os filhos não aprenderem a respeitar a autoridade dos pais, a sociedade se tornará caótica, aliás estamos caotizados; a maioria dos meninos é criado pelos avós e não pelos pais. Esse mandamento acompanha uma promessa: “para que tenham vida longa na terra que Deus, o Deus de vocês, está dando a vocês” (Ex 20.12 A Mensagem). 


“Não matarás”. O verbo utilizado para matar no hebraico é mais amplo do que assassinar. Jesus diz que a vontade de Deus não diz respeito à conformidade exterior, mas à atitude de nosso coração. “Qualquer que disser ao seu irmão: Raca, será levado ao tribunal. E qualquer que o chamar de idiota estará sujeito ao fogo do inferno” (Mt 5.22). Raca exprimia desprezo por alguém, como um ser abjeto; pode ter se originado do som que se faz ao reunir escarro da garganta para cuspir. Pode ser também: bocó, tonto, palerma, besta etc. 

“Não adulterarás”. Nesse mandamento está a questão da fidelidade nos relacionamentos, mais do que promiscuidade sexual. O casamento representa o mais intimo relacionamento humano possível. Jesus diz: “Qualquer que olhar para uma mulher lascivamente já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mt 5.28). A versão a Mensagem grita alto: “Não vá para cama com que é casado. Mas não pensem que terão preservado a sua virtude simplesmente porque não foram para a cama. De fato, o coração pode se corrompido pelo desejo ardente ainda mais rapidamente que o corpo. Aqueles olhares maliciosos que parecem passar despercebidos também corrompem”. 

Primeiro, a palavra está no presente, indicando um hábito vivencial e contínuo. Essa passagem está condenando a prática de centralizar a sua atenção em uma dada pessoa, com a motivação de cometer adultério com ela. Segundo a palavra “mulher” está no singular, quanto ao número, e não no plural. Uma determinada pessoa começa a dominar os nossos desejos. Terceiro, as palavras “para cobiçar” tem referencia à perpetuação do adultério. Isto é, quando se concentra em uma pessoa em particular e mentalmente vai para cama com ela, voce está adulterando... 

“Não furtarás”. Esperava-se que os israelitas respeitassem os bens de outras pessoas. Esse mandamento se opõe à inclinação humana à ganância. As coisas são sagradas e invioláveis. Furtar é adquirir, tomar algo que não é seu, que você não comprou, não adquiriu. O livro não é seu, a vasilha da lasanha não é sua, devolva! Estamos vivendo um escândalo no Brasil de mais seis bilhões de reais, tomados dos anciãos aposentados e parece que está tudo bem! 

 “Não darás falso testemunho”. Conversas frívolas e vazias que rebaixam e vulgarizam pessoas é um falso testemunho. A linguagem, a conversa, é o que dá sangue a igreja; se o sistema circulatório adoecer, a igreja adoece e sucumbe a males como a mentira e a fofoca. 

Conclusão

“Não cobiçaras a casa do teu próximo”. Cobiçar é desejo ardente. “Casa” significa “coisas domésticas” e envolve tudo que uma pessoa pode ter. Cobiçar a casa do seu próximo, cobiçar carro do teu próximo, cobiçar as coisas que o teu próximo tem e voce não tem. Umas perguntas: Voce já cultivou a insatisfação? Desejou que a sua vida fosse diferente? Desejou que alguém não tivesse algo porque voce não tem? Como Davi, que tinha esposas mas cobiçou a esposa de Urias...