terça-feira, 29 de abril de 2025

 Um culto à sombra do Sinai - Ex 19 

Introdução

O povo está no deserto, o povo está sendo testado no deserto. Passou por Mara, águas amargas, depois seguiu para Elim (12 palmeiras), aqui Deus mandou o Maná. E, então, o povo chegou em Refidim, entre o deserto de Sim e do Sinai. Nesse lugar o povo contendeu, queixou-se contra Moisés por não haver “...água para o povo beber” (Ex 17.2). Então, Deus graciosamente, fez com que da rocha saísse água e o povo matou a sede. Moisés chamou esse lugar de Massá e Meribá que é “prova e queixa”.

Depois de setenta e dois dias que o povo tinha celebrado a pascoa, chegou defronte do Monte Sinai “...tendo partido de Refidim, vieram ao encontro do Sinai, no qual se acamparam; ali, pois, se acampou Israel em frente do Monte” (Ex 19.2). Como podemos descrever o Monte Sinai? É uma cadeia de Montanhas escarpadas – formada de granito sólido, na cor cinza variando até o vermelho escuro. É uma montanha de 2285 metros. Aqui, nesse monte, debaixo de sua sombra, o povo parou para ouvir a voz de Deus.

1)     Preparando-se para entrar na presença de Deus

Primeiro elemento do culto é que estivessem dispostos a obedecer. Deus disse a Moisés: “...tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águia...Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, então serei a minha propriedade peculiar dentre todos os povos...” (Ex 19.3-6). A NVI traduz: “...vocês serão o meu tesouro especial entre todas as nações...” (Ex 19.5). 

O termo hebraico no Antigo Testamento para “tesouro especial” é utilizado para descrever um tesouro valorizado por um rei. O rei Davi quando estava doando para a construção do templo disse: “...quero neste momento doar do meu tesouro pessoal, ouro e prata para edificação do templo do meu Deus...” (1 Cro 29.3). O povo é livre para rejeitar o convite de Deus, pois o Senhor requer lealdade exclusiva; devem estar preparados para obedecer totalmente ao Senhor. E o que o povo respondeu? Então diante de todas as ordenanças que Deus enviou através de Moisés, o povo respondeu: “Tudo o que o Senhor falou faremos” (Ex 19.8).

 E diz mais: “...Voces serão para mim um reino de sacerdotes e uma. nação santa”. Sim, eles experimentarão como sacerdotes à presença de Deus, essa presença que tinha sido perdida no Éden. “Nação Santa”, ou seja, terão o privilégio de ter Deus habitando no meio deles. O apostolo Pedro remete esses títulos para a igreja de Jesus:  “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9). 

O segundo elemento do culto é que tenham sensibilidade para ouvir. “Eis que virei a ti numa nuvem escura, para que o povo ouça quando eu falar contigo, e para que também creiam sempre em ti...” (Ex 19.9). Ou seja, eu não somente quero que o povo esteja disposto em obedecer, como quero que sejam sensíveis para ouvir quando eu falo. O apostolo João exorta: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espirito diz às igrejas” (Ap 3.6). Ouvir é muito mais do que função acústica, é ato espiritual. 

O terceiro elemento do culto é que consagrem o coração.O Senhor lhe disse: Vá falar ao povo e mande que eles passem o dia de hoje e de amanhã purificando-se para me adorar. Eles devem lavar as suas roupas e se aprontar para depois de amanhã. Nesse dia eu descerei sobre o Monte Sinai, onde todo o povo poderá me ver” (Ex 19.10 NTLH).  “Vá ao povo e consagre-o hoje e amanhã”, a palavra “consagrar” tem o sentido de fazer santo, santificar. 


As vestes limpas iriam refletir a pureza do coração de cada um. Não deveria sujar a alma deles, era necessário que fossem limpas e puras, por dentro e por fora. Usando roupas limpas. Ficariam prontos para ouvir a voz de Deus. Em Zacarias, no terceiro capitulo, temos o caso de Josué, sacerdote da casa do Senhor. “...Josué, vestido de roupas impuras, estava de pé diante do Senhor. Então o anjo do Senhor ordenou aos que estavam diante dele: tirai-lhe as vestes impuras! ...vê eis que tirei de ti o teu pecado e t vesti com roupas de grande nobreza!” (Zc 3.3-4)

O quarto elemento do culto é que mostre profundo respeito pela presença de Deus. Diz o texto: “Marcarás em redor limites ao povo, dizendo: guardai-vos de subir ao monte, nem toqueis o seu limite; todo aquele que tocar o monte será morto...”. Deus instruiu Moisés para marcar uma fronteira, um limite para o povo, uma barreira segura e sagrada ao redor do monte, para que o povo não se aproximasse “...a fim de muito deles não perecessem” (Ex 19.21). 

Infelizmente em nossos dias Deus tem sido depreciado, apequenado, subestimado. Mas Deus é Santo, Santo e Santo, Deus é Exaltado, Deus é o Elohim, Ele é o Adonai do Universo, é Yahweh que apareceu para Moisés no meio da sarça ardente. É o Deus guerreiro, Senhor dos Exércitos; é o grande El Shadday, o Deus Todo Poderoso que apareceu para Abrão. É o Deus El Elyon, o Deus Altissimo, é o Deus mais Alto, é o Nome que está acima de todo nome...

Quando Isaias viu o Senhor, ele se desesperou “Estou perdido, pois eu vi o Senhor”, sim, desesperou-se diante da santidade do Senhor e da presença dos querubins. Quando Josué encontrou nas margens do Jordão caiu imediatamente aos seus pés. Quando Ezequiel o viu, não teve palavras para descrevê-lo, buscando no limite da linguagem uma descrição que o apresentava nas nuvens entre rodas brilhantes e seres viventes cheios de olhos.

2)     O culto acontece

Como o Senhor havia prometido aconteceu. Diz-nos o texto: “Ao amanhecer do terceiro dia, houve trovões, e relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte, e mui forte clangor de trombeta, de maneira que todo o povo que estava no arraial se estremeceu” (Ex 19.16).  Em seguida Moisés conduziu o povo ao encontro com Deus. Quando o povo olhou para o Monte Sinai, parecia que um vulcão havia entrado em atividade. 

O texto diz: “Todo o Monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo: a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente. E o clangor da trombeta ia aumentando cada vez mais: Moisés falava, e Deus lhe respondia no trovão” (Ex 19.19).

Anteriormente, Deus havia se revelado a Moisés como fogo em uma sarça ardente (Ex 3.2). Aqui, no capitulo 19, sua aparição será muito impressionante. Deus disse: “Suba Moisés”, suba para cá, no monte fumegante. Uma pergunta: “Se voce fosse Moisés, o que voce faria? Como poderia continuar? Vou lhe dizer como: com medo, com temor e tremor, tirando as sandálias dos pés. O escritor aos hebreus diz: “Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo, que Moisés disse: Sinto-me aterrado e trêmulo” (Hb 12.21).

Em Atos 2 a igreja estava reunida em oração perseverante e unânime. Havia uma promessa e a igreja esperava por ela: “Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai...João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espirito Santo” (Atos 1.5). De repente veio do céu um som e um vento impetuoso, línguas sobre os discípulos e começaram a falar em outras línguas. 

Conclusão

O que aprendemos?

Primeiramente, um povo pecador não pode entrar na presença de Deus sem antes ser feito santo. Pois, aproximar-se do Senhor sem estar consagrado resulta em morte. Felizmente, os cristãos “têm se tornado santo por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo de uma vez por todas” (Hb 10.10), somos santificados pela habitação do Espírito Santo (Rm 15.16).

Segundo, quando nos reunimos estamos na presença de Jesus de Nazaré, diante de um Deus vivo, magnifico, que opera milagres, prodígios no meio do seu povo. Quando nos reunimos com o objetivo de obedecer ao Senhor; quando nos reunimos para ouvirmos a Palavra de Deus; quando nos reunimos com um coração consagrado e, por fim, com um respeito profundo pela presença de Deus. Deus se manifesta e derrama sua unção e graça!  


 

terça-feira, 22 de abril de 2025

 O teste do deserto Ex 15.22-27 

O povo estava em Gósen, em Ramessés. Depois da Páscoa, da ultima praga, o povo foi para Sucote. Em seguida, para Etã, uma região mais ao norte. Então Deus ordena que o povo retorne para Pi-Hairote e Baal-Zefom, ficando espremidos, num beco de saída. Então, milagrosamente, portentosamente, Deus enviou um vento quente durante toda noite e abriu o Mar Vermelho e, dois milhões de pessoas passaram em seco, sem molhar os pés. Enquanto que o exercito de Faraó sucumbiu-se nas águas do Mar. 

Então, vem o deserto do Sinai. Por que Deus permite que passemos pelo deserto antes de chegarmos em Canaã? Será que seu povo não poderia ido pelo norte e chegado em poucos dias em Canaã? Mas é somente no deserto, que nossas raízes se aprofundam quando os ventos ao nosso redor são fortes. Pois, nos ventos dos desertos, nas agruras do deserto, as nossas raízes se agarram firmemente à fé, sim, a fé em Deus. Tem uma frase que diz: “Tempos difíceis criam homens fortes, tempos fáceis criam homens nutelas”.

1)     O formato do deserto

Em primeiro lugar está o ciclo da abundância no qual o povo de Deus olha para o alto. Sim, de início olharam para os quatro lados, depois clamaram por Deus, olharam para o alto. Então, Deus abriu o Mar Vermelho e Moisés juntamente com o seu povo passou por dentro do Mar até o outro lado, em seguida, cantaram uma canção de louvor ao Deus ao som de tamborins tocados por mulheres. 

Em segundo lugar vem a expectativa: para frente. Quando o povo de Deus desfruta da abundância, ele espera abundância contínua. Aguarda onda após onda de bençãos. Depois do povo atravessar o Mar Vermelho e seguiu pelo deserto, talvez estivessem cantando a música da Damares: “Agora é só vitória, agora é só vitória, agora é só vitória. A prova acabou. A luta foi embora. Agora é só vitória”

Em terceiro lugar vem o desapontamento: olhamos para baixo.  O povo foi para o deserto de Sur, caminharam três dias e não acharam água. Então, tiraram os olhos de cima e fixaram os olhos nas circunstâncias. Quando localizaram a água era amarga e impotável: “Por isso chamou-lhe de Mara” (Ex 15.23), amargo. Beber uma água dessa era impossível, era como morrer de sede no Oceano. Ficaram desapontados. 

Em quarto lugar vem a reclamação: olhamos para trás. O verso 24 nos diz: “E o povo murmurou”. Presos nas garras do arrependimento misturado com ressentimento, eles olharam para trás. Quando você se queixa e reclama como Filho de Deus, geralmente é porque está relembrando dias melhores do passado.

Então chega o quinto passo que é, provisão: olhamos em volta. O que é denominado graça. Compreenda que voce não a merece; mas, quando nos queixamos e reclamamos, Deus intervém para nos dar aquilo que precisamos. “Então Moisés, em volta alta, pediu socorro ao Deus Eterno, e o Eterno lhe mostrou um pedaço de madeira. Moisés jogou a madeira na água, e a agua ficou boa de beber. Foi nesse lugar que o Deus deu leis aos israelitas e os pôs à prova” (Ex 15.25). Notem as últimas palavras: “Ele os pôs à prova”. Ou seja, nenhum filho de Deus “acontece” de ir para o deserto. Deus soberanamente prepara o deserto como um teste, inclusive o seu deserto.

O versículo 26 merece atenção especial. Poderíamos escrever sobre ele: “Aprenda com a história”: “Ele disse: se ouvirem com atenção a voz do Senhor, seu Deus, e fizerem o que é certo aos olhos dele, obedecendo aos seus mandamentos e cumprindo todos os seus decretos, não os farei sofre nenhuma das doenças que enviei sobre o Egito, pois eu sou o Senhor os cura” (Ex 15.26 NVT). E depois o povo chegou em Elim: “Depois partiram para Elim, onde havia doze nascentes e setenta palmeiras. O povo acampou em Elim, perto da água” (Ex 15.27 VFL). 

2)     Os testes

Primeiro o teste do tempo.  O versículo 1, do capitulo 16 começa: “Depois...” Quando? Depois de terem estado no oásis, depois de comerem tâmaras, descansando à sombra das arvores, matando a sede com doze nascentes. Foi nesse momento que ocorreu o primeiro teste. “Depois que partiu de Elim, toda comunidade dos israelitas chegou ao deserto de Sim, que fica entre Elim e Sinai, no dia quinze do segundo mês depois que saíram da terra do Egito” (Ex 16.1 A21). Demorou três dias para chegar em Mara, agora um mês e meio...

Depois que saíram de Elim as queixas se multiplicaram: “No deserto, toda comunidade de Israel começou a murmurar contra Moisés e Arão” (Ex 16.2). Por que murmuravam? Estavam novamente olhando para trás. Ouça as palavras deles no versículo 3: “...teria sido melhor que o Senhor tivesse nos matado no Egito! Lá, nós podíamos pelo menos sentar e comer carne e outras comidas à vontade. Vocês nos trouxeram para este deserto a fim de matar de fome toda esta multidão” (Ex 15.3 NTLH), 

Estavam pensando no Egito, “comer carne e outras comidas a vontade”. Olharam para o passado, e logo, surgiram as queixas, as comparações. Podemos nos lembrar de uma época anterior, banhada de prosperidade, lembranças de um período que tínhamos um salário melhor ou uma vida melhor, financeiramente falando. Quando comparamos o passado com o presente, murmuramos, nos queixamos.

Mas Deus está trabalhando em nosso caráter mediante esses testes. Deus está nos esticando, nos quebrantando, como o vaso do oleiro em Jeremias 18. Sim, Deus está nos reduzindo a uma confiança absoluta nele, quando dizemos: “Senhor, cheguei ao fim de minhas forças. Se quiser que eu morra neste deserto, eis aqui a minha vida. Tome-a. Recuso olhar para o passado e queixar-me do lugar em que me encontro no momento.

Segundo o teste da fome. Os israelitas lamentam: “O Senhor nos trouxe a este deserto para matar toda esta congregação de fome” (Ex 16.2). Eles ficaram com fome; e, como era de prever, começaram a resmungar. Mas, Deus respondeu bondosamente à necessidade do povo. Ele disse a Moisés: “Agora eu vou fazer chover pão do céu para vocês. E o povo deverá sair, e cada um deverá juntar uma porção que dê para um dia. Assim, eu os porei à prova para saber se eles vão obedecer às minhas ordens” (Ex 16.4). 

Deus mandou o maná do céu para o seu povo. Quando o povo viu pela manhã o chão abarrotado de uma substância semelhante a flocos brancos, deram-lhe o nome de maná, que transmite o sentido de “o que é isso? Alguns recolhem mais do que precisam (Ex 16.20) “guardando um pouco até a manhã seguinte”, mas o maná está cheio de bichos e começou a cheirar mal. E no sexto dia, o povo deve recolher o dobro, pois não haveria maná no sétimo dia, mas “alguns do povo saíram para recolhê-lo no sétimo dia, mas não o encontraram” (Ex 16.27).

 “Nós nos lembramos dos peixes que comíamos de graça no Egito, e também dos pepinos, das melancias, dos alhos porós, das cebolas e dos alhos.  Mas agora perdemos o apetite; nunca vemos nada, a não ser este maná!” (Nm 11.5-6). Os resmungões são assim. Queixam quando não tem pão, mas quando o recebem, resmungam outra vez por não ser da variedade preferida. Quando obtém a variedade, resmungam porque preferiam experimentar outra coisa.

Conclusão: o teste da sede

Êxodo 17, versículo 1, nos dá o terceiro teste: “Tendo partido toda congregação dos filhos de Israel do deserto de Sim, fazendo suas paradas, segundo o mandamento do Senhor, acamparam-se em Refidim: e não havia agua para o povo beber”. Sim queixaram do tempo no deserto, do calor, do alimento. Agora a situação piorou: “Contendeu, pois, o povo com Moisés” (Ex 17.2). 

“Contender” é uma palavra mais forte do que “murmurar”. Agora ameaçam. Franzem a testa e ordenam zangados a Moisés: “Dê-nos água para beber!” Moisés respondeu então: “Por que vocês contendem comigo? Quem pensavam que ele era? Como ele poderia provê-los de água? Se tinham uma contenda com alguém, era com o Senhor” (Ex 17.2). Mas o povo recusou dar ouvidos a Moisés: “...por que voce nos tirou do Egito? Será que foi para nos matar de sede, a nós, aos nossos filhos e à nossas ovelhas e cabras” (Ex 17.3).

Diante disso, Moisés clamou ao Senhor: “O que é que eu faço com este povo? Mais um pouco, e eles vão querer me matar a pedradas” (Ex 17.4). O Senhor respondeu bondosamente com Moisés: “Escolha entre eles algumas autoridades ...leve também a vara de pastor...eu estarei diante de voce em cima de uma rocha...bata na rocha e dela sairá água para o povo beber”. 


domingo, 20 de abril de 2025

 No caminho de Emaús  Lc 24.13-33 

 Introdução

 Olhando para o texto lido podemos detectar, discernir três tipos de pessoas. Primeiro existem aquelas que chegaram nesse lugar e tem recebido durante sua vida promessas de Deus; promessa de uma vocação, promessa de cura, promessas de batismo com Espirito Santo, promessa de salvação para sua família, etc. Mas o fato dessas promessas não terem ainda acontecido em sua vida, tem gerado desanimo, cansaço, desesperança. Até mesmo em desistir das suas promessas.

 Existem aquelas que tiveram, ou estão lidando com decepções e angustias em suas vidas; decepções no trabalho, decepções no relacionamento, decepções na igreja, decepções com os filhos, etc. Isso tem amargurado sua vida e ainda não conseguiu superá-las.

 E, existem aquelas que quando olham para suas vidas encontram um caos instalado, uma bagunça, uma desordem e não sabe o que fazer...

 1)     O que aprendemos com o texto...

 O capitulo 24 de Lucas narra a ressurreição de Jesus; as mulheres foram no sepulcro pela manhã e viram a pedra e removida e aparecerão dois seres angelicais que falaram com elas. E disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui, ressuscitou!”. Elas voltam para Jerusalém e avisam todos os discípulos que Jesus tinha ressuscitado, ou seja, Jesus estava vivo, venceu a morte. Pedro e João vão até o tumulo de Jesus e constatam que a informação das mulheres é verdadeira...

  E os discípulos de Emaús estavam no meio deles... Mas aparentemente não deram crédito ao que elas disseram...como se fosse um desvario, uma alucinação. Então, eles decidem voltar para Emaús, sua aldeia natal.

 Primeiro, eu preciso esperar mais um pouco pelo cumprimento das promessas. Os dois discípulos de Emaús ouviram por diversas vezes que Jesus predisse sua morte e também sua ressurreição. No evangelho de Marcos, metade do seu livro, Jesus fala de sua morte e ressurreição; também no evangelho de Mateus, de lucas, etc.  Então, na manhã de domingo, os discípulos percebem que nada aconteceu e resolvem voltar, resolvem regressar para Emaús. Apressados correm para desistir...

 Essa passagem da desistência desses homens, apenas refletem algo a respeito de nós. Somos ansiosos para que a promessa de Deus se cumpra do nosso jeito, da nossa maneira e no nosso tempo. O tempo de Deus é Kairos enquanto que o nosso tempo é Cronos. Existem passagens na palavra de Deus que exorta a respeito da perseverança, da espera. Em Lucas 18 capitulo narra sobre uma viúva que suplicou ao juiz que não temia a Deus, ela perseverou até que o juiz lhe concedeu seu pedido.

 Se você tem promessa de Deus, espere. Moisés afirma: “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. Porventura tendo dito ele, não o fará? Ou tendo falado, não o cumprirá? (Nm 23.19).  O apostolo Pedro também exortou dizendo: “... Para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pe 3.8). E termina dizendo: “O Senhor não demora em cumprir sua promessa...”.

 Segundo eles viajavam para Emaús mas decepcionados, entristecidos, amargurados de coração, estavam presos ao que aconteceu na sexta-feira. Em meio a muitas decepções, Jesus, sempre estará ao nosso lado. Na vida existem dois tipos de decepções: decepções naturais, que não podemos fazer nada, são maiores que nós. Mas a maior parte das decepções que enfrentamos na vida, poderiam ser evitadas. Mas independente da decepção que enfrentamos na vida, Jesus sempre estará por perto.

 “Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles...”. Mas no meio da decepção os discípulos falaram para a pessoa certa. Não falaram para a ou b, ou desabafaram no status ou nas redes socias, mas falaram para Jesus. Apresentaram suas angustias para Jesus, e ao compartilharem suas decepções seus corações ardiam. Havia uma presença, havia um poder...

 Terceiro, a vida deles estava um caos, tudo havia desmoronado. Quando Jesus pergunta para os discípulos no caminho de Emaús, por que vocês estão decepcionados. Os discípulos responderam o que aconteceu com o Senhor Jesus, seu sofrimento, sua humilhação, sua prisão e sua morte. Falam também que as mulheres estiveram pela manhã e no tumulo não havia corpo algum. “os seus olhos estavam EMBOTADOS (grego) – sem energia, insensíveis, sem capacidade para perceber...

Então Jesus olha para os discípulos e diz: Jesus então lhes diz: “Voces são tolos de coração e tardios de coração para crer em tudo que os profetas falaram”.  Então, Jesus começando por Moises e todos os profetas expõe sobre o que o Messias teria que enfrentar.

 Conclusão

 Quando olhando para o que está acontecendo a nossa volta, ou podemos ficar com o coração cheio de ressentimento e de caos; ou podemos entender, que tudo o que tem acontecido com a minha vida, está debaixo da soberania de Deus. Quando Jesus pergunta quais são os fatos da quinta e sexta feira, ou seja, Jesus não carregava sobre si todas as injurias e humilhações que havia sofrido, o passado não lhe prendia muito...

 

 

terça-feira, 15 de abril de 2025

 Alguém para cantar Ex 15.1-21 

Introdução

Moisés e Miriam compõe um cântico de louvor e adoração a Deus. Esse é um dos cânticos poéticos mais antigos que temos conhecimento e, trata-se de uma poesia. O cântico é um discurso intensificado. O que esse ato de cantar faz? O cântico não explica, ele expressa. O cântico, o poema, é sempre, e sempre foi, um ato fundamental de adoração.  O cântico é dar testemunho do poder de Deus. 

Deus fez algo estrondoso para o povo de Israel, sim, ele abriu o Mar Vermelho; Deus mandou o vento oriental a noite toda, e o povo passou em seco; enquanto os egípcios se submergiram nas águas. Esse cântico, celebra, engrandece, magnifica, exulta, honra, o Deus Todo-Poderoso, o criador de todas as coisas, aquele que é o Yahweh, o Deus do pacto, da promessa e que age no meio do seu povo.

Esse cântico de Moisés é tão importante que será cantado no céu. Diz apocalipse 15: “...e cantavam com o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do cordeiro: “Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso, justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações. Quem não te temerá, ó Senhor? Quem não glorificará o teu nome? Pois tu somente é santo. Todas as nações virão à tua presença e te adoração, pois os teus atos de justiça se tornaram manifestos” (Ap 15.3-4). 

1)     O cântico de Moisés

Primeiro, a razão do cântico. Moisés e Miriã assumem a liderança do louvor e convida as pessoas a cantar: “Cantem ao Senhor, pois ele é grandemente exaltado” (v.21). E o que ele fez? “Cantarei ao Senhor, pois triunfou gloriosamente. Lançou ao mar o cavalo e o seu cavaleiro” (Ex 15.1). E quem é o Senhor? “O Senhor é a minha força e a minha canção; ele é a minha salvação! Ele é o meu Deus e eu o louvarei, é o Deus de meu pai, e eu o exaltarei” (Ex 15.2). 

“Cantarei ao Senhor” a repetição da primeira pessoa sugere fortemente uma experiencia em primeira mão do que Deus tem feito.  Sim, Deus agiu em favor do seu povo; em Pi-Hairote e Baal-Zefom, quando tudo parecia perdido, que não havia mais escape, Deus abriu o Mar Vermelho e o povo passou em seco. E quanto a nós, cantaremos ao Senhor? Engrandeceremos o Seu Santo Nome? Nossa geração precisa de ter uma experiência com o Senhor...

Segundo “O Senhor é um guerreiro, o seu nome é Senhor”(Ex 15.3). Moisés já havia exortado o povo antes de cruzar o Mar Vermelho: “Não tenham medo. Fiquem firmes ...O Senhor lutará por vocês; tão somente acalmem-se” (Ex 14.13-14). Deus é o Senhor dos Exércitos que luta ao lado do povo de Deus contra as forças do mal e da tirania. O profeta Isaias descreve esse guerreiro: “Ele vestiu-se de justiça, como de uma couraça, e pôs na cabeça o capacete da salvação; e pôs sobre si vestes de vingança e cobriu-se de zelo, como de um manto” (Is 59.17). O que o guerreiro fez? “...lançou no mar os carros de guerra e o exército de Faraó. Os seus melhores oficiais afogaram-se no Mar Vermelho. Águas profundas os encobriram; como pedra desceram ao fundo” (Ex 15.4). 

E os deuses pagãos? Ficavam assistindo os povos lutarem suas guerras, sem fazer nada; como no Monte Carmelo que os profetas de Baal não foram respondidos; os deuses dos egípcios não puderam fazer nada diante das pragas que Deus enviou. Enquanto Deus porta-se ao lado do seu povo, lutando suas guerras, seus combates. Quem Ele é? Seu nome é “O Senhor é guerreiro, o seu nome é Senhor” (Ex 15.3). Sim, ele é Yaweh, o Deus que apareceu para Moisés no Monte Sinai.

Terceiro, “...tua mão direita foi majestosa em poder” (Ex 14.6). Sim, “a tua mão direita despedaçou o inimigo” (Ex 14.6). Moisés usa uma figura de linguagem falando sobre a mão de Deus, embora saibamos que Deus não tem mão! A mão de Deus significa o seu poder. O que a mão de Deus faz? “...a tua mão direita despedaçou o inimigo.... derrubaste os teus adversários. Enviaste o teu furor flamejante, que consumiu como palha”. E o que mais é a mão direita? 

A mão direita de Deus destruiu os exércitos de Faraó. Diz o poema: “O inimigo se gloriava: Eu os perseguirei e os alcançarei, dividirei o despojo e os devorarei. Mas enviaste o teu sopro, e o mar os encobriu. Afundaram como chumbo nas águas volumosas” (Ex 15.8-10). O poema termina perguntando: “Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Que é semelhante a ti? Majestoso em Santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas” (Ex 15.11). E termina afirmando: “Estendes a tua mão direita e a terra os engole” (Ex  15.12). QUEM É SEMELHANTE A TI? Moisés pergunta. Não há ninguém como o nosso Deus.

Quarto “tu guiarás o povo...tu os guiarás à tua santa habitação” (Ex 15.13). Aqui fala de um passado profético. Uma outra versão diz: “Por causa do teu amor tu guiaste o teu povo que salvaste; com o teu grande poder os levaste para a terra prometida” (NTLH). Deus tem compromisso com seu povo. Deus tem compromisso de nos guiar. O povo seria guiado a terra prometida por Deus, ou seja, quarenta anos depois. O tempo está no futuro, Deus tem compromisso com seu povo, em guiar, orientar, proteger, fazer maravilhas no meio do deserto. Deus tem compromisso, sua nuvem está sobre o seu povo, seu fogo lhe protege durante a noite. 


Quinto “as nações ouvem e estremecem”. Moisés está falando diante do que Deus fez no meio do seu povo, abrindo o Mar Vermelho, o medo se apoderou das nações de Canaã. Sim, todos eles se apoderaram, ficaram com medo do Deus de Israel. Os cananeus, os heveus, os fereseus, os hititas, filisteus, jebuseus, gigaseus, moabitas, amonitas, edomitas, midianitas etc.

“...angústia se apodera do povo da Filístia.  Os chefes de Edom ficam aterrorizados, os poderosos de Moabe são tomados de tremor, o povo de Canaã esmorece; terror e medo caem sobre eles; pelo poder do teu braço ficam paralisados como pedra, até que passe o teu povo, ó Senhor, até que passe o povo que tu compraste” (Ex 15.14-16). 

Novamente Moisés volta ao que aconteceu no Mar Vermelho: “Quando os cavalos, os carros de guerra e os cavaleiros do faraó entraram no mar, o Senhor fez que as águas do mar se voltassem sobre eles, mas os israelitas atravessaram o mar pisando em terra seca” (Ex 15.17).

Sexto, Moisés fala da promessa do Senhor em cumprir sua palavra e da presença do Senhor constante no meio do seu povo. Ele diz: “Tu o farás entrar e o plantarás no monte da tua herança...”. E lá, no lugar da sua herança, da terra santa, terra que mana leite e mel, farás sua “habitação”. Duas coisas, a promessa de uma terra se cumprindo, e a promessa da presença de Deus no meio do seu povo. E termina afirmando: “O Senhor reinará eternamente” (Ex 15.18). 

Sétimo uma celebração de alegria. Diz o texto: “Então Miriã, a profetisa, irmã de Arão, pegou um tamborim e todas as mulheres a seguiram, tocando tamborins e dançando. E Miriã lhes respondia, cantando: “Cantem ao Senhor, pois triunfou gloriosamente. Lançou ao mar o cavalo e o seu cavaleiro” (Ex 15.20-21). Com cânticos e danças, Miriã conduz os israelitas em louvor sincero ao Senhor. Se os israelitas são intensos em seu louvor a Deus, os cristãos tem ainda mais razões para se regozijarem na vitória de Cristo sobre Satanás e os poderes do mal. 

Conclusão

O que aprendemos com o cântico de Moisés?  A canção relembra o maior proposito por trás desse evento no Mar Vermelho, sim, Deus abriu o Mar Vermelho. Olhando para o passado e olhando para o futuro com esperança, o cântico destaca a dependência dos israelitas em relação a Deus. Tanto o seu passado quanto o seu futuro tem sido e serão moldados por Deus. 




 

terça-feira, 8 de abril de 2025

 Olha o Mar Vermelho! Ex 14.1-14 

Introdução

Dom Pedro II foi imperador do Brasil durante 49 anos. Quando aconteceu a guerra do Paraguai, entre 1864 à 1870, o imperador se ficou tão desvanecido que seu cabelo, com apenas 42 anos estava todo branco e o seu rosto já envelhecido. A Rainha Vitória, quando recebeu a visita de Dom Pedro II, afirmou que ele era bonito e simpático, mas muito envelhecido e grisalho para sua idade. 

Todos nós já passamos “pelo funil”, ou, “crises que testam a alma dos homens e mulheres”, ou “entre a cruz e a espada”. Na vida, ou você está no topo da montanha onde tudo está bem, ou você está no meio da montanha onde existe normalidade e lutas esporádicas, ou você está no vale, no lugar mais baixo da montanha, em meio a ventos intensos, tormentas que assolam a alma. É assim que estava os israelitas.

1)     No deserto do Sinai

O povo de Israel saiu do Egito, da escravidão, do jugo. Agora, está no deserto, uma multidão de quase dois milhões de pessoas. Mas, seu estilo de vida, ainda, era completamente egípcio. Adotaram os hábitos, os modos, o estilo, a cultura, o próprio cheiro do Egito (cebola e alho). Agora, doravante, Deus vai ensinar ao seu povo um novo estilo de vida, a vida com Deus. Como disse o apostolo Paulo: “Revesti-vos do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade proveniente da verdade” (Ef 4.24).   

Então, diz o texto, “...Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho”. “Deus fez o povo rodear pelo caminho...”, ou seja, no deserto, o povo está sendo guiado por Deus. Ou seja, esse caminho não era um acidente de percurso. Deus sabia que seu povo precisava da experiencia do Mar Vermelho para mergulhar no novo estilo de vida. E o mais importante, diz o texto: “Durante o dia, o Senhor ia na frente deles na forma de uma coluna de nuvem, para lhes mostrar o caminho. Durante a noite ia como uma coluna de fogo, para iluminar o caminho deles. Assim podiam caminhar de dia e de noite” (Ex 13.21 VFL).

Em Etã, aqui, começa as colunas de nuvem e de fogo. “O Senhor ia na frente deles”. Quando a nuvem avançava, eles avançavam. Quando ela ia para direita, eles também iam. Quando ia para a esquerda, eles a acompanhavam. Quando parava, paravam. A noite, quando a nuvem não podia ser vista, Deus transformava numa coluna de fogo. De dia ou de noite, tudo o que tinham a fazer era erguer os olhos e lá estava a presença indiscutível de Deus. 

O versículo um do capitulo 14 de Exôdo começa a nos dar uma resposta: “Disse o Senhor a Moisés...”. E o que Ele disse: “Diga aos israelitas que voltem e acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o Mar, em frente de Baal-Zefom. Acamparei lá, junto ao mar” (Ex 14.1 A21). O povo de Deus havia morado em Ramessés, quando foram libertados por Deus. Depois da noite de Páscoa, o povo partiu de Ramessés e viajou para o sul, chegando a Etã. E ali acampou. Foi nesse local que o Senhor falou a Moisés: “Voltem, repitam todos os passos que acabaram de dar, regressem a Baal-Zefom” (Ex.14.2). 

A grande ironia de Deus é que Baal-Zefom formava um beco sem saída geográfico, uma rua sem saída, um afunilamento. Porque ao norte, ficavam algumas fortalezas egípcias contra os cananeus, impossível passar por elas. Ao sul, o vasto deserto de Mizraim, nada seguro, um deserto perigoso. E, ao oeste, o povo tinha acabado de vir de lá. Ao leste, ou seja, na frente deles, o Mar Vermelho. Em termos militares, era o ponto mais vulnerável de todos.  

ELES FICARAM DIANTE DO MAR VERMELHO. AO NORTE FORTALEZAS INIMIGAS. AO SUL, O DESERTO PERIGOSO. A OESTE, O EGITO DE FARAÓ. ESTAVAM AFUNILADOS, ENCURRALADOS. NÃO HAVIA ESCAPE, NÃO HAVIA PORTA DOS FUNDOS...

2)     Quando o escape vem...

Quando tudo parece perdido, Deus intervém. Deus está no controle da história, Deus está no controle de sua vida. Ele diz a Moisés: “O Faraó vai pensar que os israelitas estão andando sem rumo, perdidos no deserto. Então Faraó vai pensar que os israelitas estão andando sem rumo, perdidos no deserto. Então Faraó pensara: Ah, eles estão indo para o Norte, para Baal-Zefom. Vou emboscá-los ali! Essa, Moisés, é a armadilha na qual Faraó vai cair” (Ex 14.5-8). Ou seja, Eu, estou na frente dessa batalha, durante quatrocentos anos lutaram suas batalhas, agora, eu vou lutar por eles. O povo tem que confiar.

De repente, o povo ouve ruídos distantes, uma nuvem de poeira no ar. São os seiscentos carros escolhidos por Faraó com todos os seus capitães sobre eles. Os boatos correm depressa: “Faraó está chegando, vai haver uma grande matança! E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito” (Ex 14.10). Os hebreus ficaram com medo, ficaram com muito medo. Podemos dizer que morreram de medo ao ver os egípcios. O que fazer? “Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor” (v.10). 

MEDO é um sentimento comum, humano. Todos os grandes homens da Biblia sentiram medo, diante de circunstâncias. Elias teve medo de Jezabel, correndo afora pelo deserto do Sinai. Com certeza, Davi teve medo de Golias, mas enfrentou-o. Aqui, o povo está com medo. Medo dos soldados, medo da fúria de Faraó. O que fazer? Primeiro, como reagimos diante do medo? Se estamos em contato com Deus, clamamos. Segundo, se o escape não vem, começamos a querer culpar alguém pela situação. Assim, fizeram com Moisés, diz o texto: “Será por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto...é melhor ser escravo no Egito que cadáver no deserto” (Ex 14.12). 

Mas, Moisés se coloca no meio da multidão ensandecida pelo medo e diz: “Não temas”: depois, “Aquietai-vos”. E, mais: “Vede”. O que? “O Senhor pelejará por vós, e vós vos calares” (Ex 14.13-14).  Ou seja, NÃO TENHAM MEDO (não temais, tem um para cada anos nas escrituras). AQUIETE-SE. OBSERVE A AÇÃO DELE. MANTENHAM QUIETOS. E, ENTÃO, QUE ELE AGE... 


3)     Deus intervém

Primeiro, o Senhor disse a Moisés que avançasse: “Disse o Senhor a Moisés: por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem” (Ex 14.15). Moisés, o Mar Vermelho está à sua frente, portanto, MARCHE! MARCHE POVO DE DEUS, MARCHE IGREJA DE JESUS CRISTO. JESUS DISSE A AO APOSTOLO PEDRO: “E AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA A MINHA IGREJA” (MT 16). 

Segundo, Deus mudou a nuvem da frente para trás dele: “Então, o anjo do Senhor, que ia adiante do exército de Israel, se retirou, e passou para trás deles; também a coluna de nuvem se retirou diante deles, e se pôs atras deles” (Ex 14.19). Por que Deus fez isso? O texto responde: “e ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; a nuvem era a escuridade para aqueles, e para estes esclarecia a noite; de maneira que em toda a noite este e aqueles não puderam se aproximar” (Ex 14.20). 

A nuvem se movia da frente para trás dos hebreus, separando-os dos egípcios, como também impediu que os hebreus olhassem para trás e tremessem de medo.

Terceiro, Ele abriu o caminho no mar. “...O Senhor, por um vento oriental que soprou toda aquela noite, fez retirar-se o mar, que se tornou terra seca, e as águas foram divididas” (Ex 14.21). O vento leste, ou vento oriental, que soprou a noite toda fez a terra secar para o povo de Deus passar.

Quarto, Ele criou confusão entre os egípcios (Ex 14.24-25). “O Senhor, na coluna de fogo e de nuvem, viu o acampamento dos egípcios, e alvoroçou o acampamento dos egípcios, fez com que as rodas dos seus carros de guerra se soltassem, de forma que tinham dificuldade de conduzi-los. Então, os egípcios disseram: “Vamos fugir dos israelitas! O Senhor está lutando por eles contra o Egito”.  

Conclusão

Que diferença! Os hebreus “caminham a pés enxuto pelo meio do mar; e as águas lhes eram muros, à sua direita e à sua esquerda” (Ex 14.29). Os egípcios, no entanto, foram levados pelas torrentes das aguas do Mar Vermelho e diz o v.30: “Israel viu os egípcios mortos na praia do mar”. Notem que a Biblia não diz que os israelitas não mataram um único homem. Ela não diz que eles se defenderam, porque não fizeram isso. Ela nem sequer diz que eles lutaram, pois não lutaram. Foi DEUS QUE FEZ TUDO, ALIÁS, É DEUS QUEM FAZ TUDO...