Moisés: A vontade de Deus, ao meu modo Ex 2.11-15
Introdução
Moisés foi escolhido por Deus, desde quando nasceu: “...era formoso aos olhos de Deus” (At 7.20 ARA), ou “...um bebê especial aos olhos de Deus” (NVT). Não somente bonito fisicamente era o menino, mas bonito aos olhos de Deus. Portanto, depois de quatro anos, ele conduzido à filha de Faraó e se tornou príncipe do Egito. Mas, apesar de crescer no palácio, está diante do maior império do mundo, de ter todos os privilégios, Moisés sabia quem da sua identidade, da identidade do seu povo e quem era o seu Deus.
1)
A
vida na corte de Faraó
O historiador Flavio Josefo nos conta que pelo fato de Faraó
não ter filhos ou herdeiro, Moisés era educado para ser o próximo Faraó, o próximo
governante do Egito. Depois que foi desmamado por sua mãe, diz o diácono Estevão:
“...a filha de Faraó o recolheu e criou como seu próprio filho” (Atos 7.20-21).
A palavra “criou” significa educar, treinar. Moisés mudou de uma choupana, de
uma casinha simples, para morar no corte pomposa e elegante de Faraó.
Novamente, Estevão nos diz que: “Moisés foi educado em toda ciência dos egípcios” (Atos 7.23). O texto original diz: “em toda sabedoria dos egípcios”. Ou seja, no coloquialismo da época, as pessoas se referiam a uma pessoa brilhante como tendo a “sabedoria dos egípcios”.
Ele estudou no “Templo do Sol”, que foi chamada pelos historiadores de “Harvard do Mundo Antigo”. Moisés aprendeu as primeiras letras egipcias que chamamos de Hieróglifos, que é uma escrita muito difícil, porque não empregar caracteres, mas pictogramas – símbolos altamente estilizados que representam ideias complexas. Essa escrita somente foi decifrada no século XIX, quando os homens de Napoleão descobriram a pedra de Roseta.
Portanto, Moisés foi educado na língua egipcia, foi ensinado,
alfabetizado. Ele também estudou ciências, história, medicina, astronomia, matemática,
química, física, teologia, filosofia e direito. Havia uma agenda diária para
Moisés estudar todas essas ciências. Aliás, aprendeu táticas de lutas, de
batalhas, de combate. Aprendeu, também, escultura, música, pintura...Sim, “Moisés
foi educado em toda ciência dos egípcios e tornou-se um homem poderoso em
palavras e obras” (Atos 7.22).
Quando o texto o denomina “homem poderoso em palavras e obras”, implica a capacidade de chamar a atenção das pessoas, ou seja, Moisés era carismático. Como Davi, na frente do exercito de Saul, que vencia todas as batalhas. Significa, portanto, que Moisés não só possuía intelecto, como também carisma, conheciam sua coragem e heroísmo. Ele foi preparado para o trono. O orgulho do Egito!
2)
Uma
decisão
Novamente em Atos, lemos: “Quando completou quarenta anos, veio-lhe a ideia de visitar seus irmãos, os filhos de Israel” (Atos 7.23). Os hebreus viviam como escravos, espalhados pelo Egito. Construíam, transportavam, cortavam madeiras, varriam, escavavam, rebocavam, faziam tijolos, carregavam pedras e trabalhavam na paisagem do Egito. Ou seja, os hebreus, faziam todo o trabalho pesado do Egito, viviam escravizados.
Moisés sabia a vontade de Deus para a sua vida, mas as coisas não estavam acontecendo com a rapidez que ele queria, estava ansioso. O versículo 23 nos diz: “Veio-lhe a ideia de visitar seus irmãos, os filhos de Israel”. Sim, Moisés, estava ansioso, inquieto, impaciente: “Naqueles dias, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos, e viu os labores penosos, e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um do seu povo” (Ex 2.11).
De repente, aconteceu. Moisés agarrou o volante de sua vida e
pisou no acelerador, acabando por derrapar e despencar numa ribanceira, capotou
várias vezes. Não havia volta. Não se esqueçam:
Moisés agiu deliberadamente, de acordo com a vontade dele. O verso 12 nos conta
que Moisés “olhou de uma e de outra banda” e vendo que não havia ninguém,
matou o egípcio, e o escondeu na areia” (Ex 2.12).
Sim, Moisés agiu impulsivamente, agiu na carne. Ele olhou
para um lado e para o outro, não é interessante? Mas, ele não olhou para cima.
Olhou? Somente, em ambas as direções, horizontalmente, deixando o vertical
fora. O que ele fez com os resultados de sua ira assassina? As escrituras
dizem: “...o escondeu na areia”. Aliás, a maioria das pessoas tem a tendencia
de esconder os seus erros debaixo da areia, ou varrer debaixo do tapete.
Quando agimos na carne, existe invariavelmente algo a ser ocultado.
Voce tem de enterrar seu motivo, tem de esconder um contato feito para
manipular o plano, tem de esconder um contato do sexo oposto no Instagram, tem
de encobrir uma mentira ou meia-verdade. Portanto, é preciso cobrir o cadáver que
seu procedimento carnal criou. É só uma questão de tempo até que a verdade apareça.
A areia sempre revela seus segredos.
Deus age sempre no tempo certo, o agir de Deus é perfeito. Mardoqueu
falou para Ester: “Quem sabe que tal conjuntura como esta é que foste elevada a
rainha?” (Et 4.14). O apostolo Paulo falando do nascimento de Cristo, afirmou: “Vindo,
porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a
adoção de filhos” (Gl 4.4,5). Quando
agimos no tempo certo, bençãos incontáveis! Mas no tempo errado...
3)
Consequencias
Moisés imaginou que havia feito a vontade de Deus “Moisés
cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus queria salvar por intermédio dele;
eles, porém, não compreenderam” (Atos 7.24-25). Sim, Moisés, pensou que
tinha chegado sua hora de agir, de libertar o seu povo da escravidão, imaginou
que todos estariam com ele. Mas, o texto diz: “Eles, porém, não
compreenderam”. Ficaram sem entender, sem compreender, porque Moisés matou
o egípcio!
No dia seguinte, Moisés voltou a cena do crime, “...aproximou-se
de uns que brigavam” (Atos 7.26). Moisés lhes repreendeu: “Homens! Vós
sois irmãos; porque agridem um ao outro” (Atos 7.26). Mas, o homem lhe respondeu:
“Quem te constituiu autoridade e juiz sobre nós?” (Atos 7.27).
Que rejeição! Olhe, o príncipe do Egito, suma daqui. Quem
morreu e deixou você encarregado? Voce não é o nosso líder. Voce não tem
autoridade sobre nós. Como essas palavras devem ter ferido um homem que acabara
de arriscar tudo...sim, arriscou tudo, sua vida, seu prestígio, sua carreira e
até o trono do Egito...
“Temeu, pois, Moisés e disse: Com certeza o descobriram”
(Ex 2.14). O homem egípcio fora revelado, agora todos estavam sabendo que Moisés
havia matado um egípcio, até Faraó! Então ele “fugiu da presença de Faraó”. Por
quê? O versículo 15 nos diz: “procurou Faraó matar a Moisés”.
Moisés, tinha currículo, tinha toda sabedoria do Egito, tinha habilidade para
lutar, tinha carisma, sabia ler e escrever os pictogramas, ELE ACHAVA QUE ERA
ALGUMA COISA. Mas, Moisés agiu na carne, agiu impulsivamente, agiu
precipitadamente. O que Moisés precisava era da sabedoria do céu, não da terra,
essa sabedoria leva tempo, inclui altos e baixos na estrada ...
Conclusão.
“Se deteve na terra de Midiã”. Do palácio de Faraó para o deserto causticante de Midiã. “Se deteve na terra de Midiã; e assentou-se junto a um poço”.
Primeiro, quando a vida do “eu” segue seu curso, acabamos num
deserto. Sim, no deserto de Midiã, lugar inóspito, sem vida, sem flores, sem
animais, momentos de sofrimento, desilusão...
Segundo, Quando a vida do “eu” finalmente se assenta, o poço
de uma nova vida está próximo. Quando finalmente Moisés caiu no chão, no final
de uma existência autogerida, encontrou agua fresca bem ao seu lado.
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