Fundamentos para o casamento
Introdução
“O Senhor Deus disse: "Não é bom que
o homem esteja sozinho. Farei alguém que o ajude e o complete".19 O Senhor Deus
formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves do céu. Trouxe-os ao
homem para ver como os chamaria, e o homem escolheu um nome para cada um deles.20 Deu
nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais
selvagens. O homem, porém, continuava sem alguém que o ajudasse e o
completasse.
21 Então o Senhor Deus o fez cair num sono
profundo. Enquanto o homem dormia, tirou dele uma das costelas e fechou o
espaço que ela ocupava.22 Dessa costela o Senhor Deus fez uma
mulher e a trouxe ao homem. 23 "Finalmente!", exclamou o homem. "Esta
é osso dos meus ossos, e carne da minha carne! Será chamada ‘mulher’, porque
foi tirada do ‘homem’".24 Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à
sua mulher, e os dois se tornam um só. 25 O homem e a mulher estavam nus,
mas não sentiam vergonha”
1) A criação
O capitulo 2 de Genesis
conta uma história, a história de um casamento, um casamento instituído por
Deus. No começo não havia nada no mundo, somente escuridão. Elohim começa a
criação do mundo: criou a luz, a separação das aguas de cima e de debaixo, os
mares, a vegetação, os corpos celestes, os animais aquáticos e da terra e as
aves. No final, Elohim, afirma: “E Deus viu que isso era bom”. Essa expressão
aparece sete vezes no primeiro capítulo de Genesis. Sete é o número da perfeição
de Deus.
Agora, no sexto dia da
criação, Elohim criou Adão a sua imagem e a sua semelhança, sim, um ser humano
capaz de amar, de pensar, de raciocionar, de criar, e de obedecer e colocou em
seu coração a eternidade. No entanto, Deus falou: “Não é bom” (Gn 2.18).
O que não é bom? Será que Elohim criou o homem de forma incorreta? Não! “Não
é bom que homem esteja só”. O texto hebraico diz literalmente: “O homem
estar só não é bom”.
Então, Elohim disse: “Farei
para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda”. Observe estes dois
verbos: “auxilie” e “corresponda”. “Auxiliadora” não é sinônimo de serviçal. A
palavra usada no hebraico é EZER que significa algo que é necessário, ou o que
está faltando. O próprio Deus, o Senhor do universo é chamado de nosso auxilio
em vários salmos (Sl 54.4).
Portanto, “auxiliadora” na
cosmovisão judaica não tem nada a ver com a ideia de serviçal. Elohim, o
criador de todas as coisas, viu Adão e conclui que lhe faltava algo importante.
O homem estava incompleto, sim homem tinha a linha da melodia mas faltava-lhe a
parte da harmonia. O cântico da vida deveria ser entoado em dueto, em harmonia,
mas Adão era uma única voz. Em essência Deus lhe diz: “Sozinho, sua voz não dá
conta, farei alguém que lhe ajude e complete”.
“E lhe corresponda”, ou “que
lhe seja conveniente”, diz o texto. Então veja a criação da mulher: “O
Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe
uma das costelas... com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez
uma mulher e a levou até ele. Disse então o homem: Esta, sim, é osso dos meus
ossos e carne da minha carne” (Gn 2.21-23).
O missionário e comentarista
bíblico Mattew Henry, expressou-se: “A mulher foi feita da costela de Adão; não
foi feita da cabeça para dominá-lo, nem dos pés para ser pisada por ele, mas de
um dos lados para ser igual a ele, ser protegida sob seu braço, e perto do coração
para ser amada”. Tão logo Adão se “recuperou da cirurgia”, abriu os olhos e
exclamou: “Até que enfim! Osso dos meus ossos, carne da minha carne” (Gn
2,23 A mensagem).
2)
Quatro elementos essências para o casamento
Em Genesis temos uma declaração
muito importante na qual se baseia o casamento, se fundamenta o casamento. Essa
declarada é repetida por Jesus (Mt 19.5) e pelo apostolo Paulo (Ef 5.31), diz
assim: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e
eles tornarão uma só carne. O homem e a mulher viviam nus, e não sentiam
vergonha” (Gn 2,24-25).
Desvinculação
“O homem deixa pai e mãe”. A palavra
hebraica para “deixar” é traduzida com mais frequência por “abandonar”. Isso
não significa que os pais devem ser desconsiderados ou menosprezados. Mas a
esposa vem, agora, em primeiro lugar...o marido, vem agora, em primeiro lugar. Portanto,
“deixar” significa, em primeiro lugar, que o homem a mulher muda o foco da
dedicação. Em segundo lugar, “deixar” não mais dependente dos pais, agora, um
depende do outro, uma dependência mútua.
Permanência
“O homem se une à sua mulher”. O
homem e a mulher deixam a família paterna para se unirem. Quando a gente pensa
em união, pensa em um adesivo que une duas substâncias, duas coisas. Se voce já
fez uso de uma cola profissional, tem uma advertência: “Não aplique a cola antes
de estar preparado para fazer a junção”. Por quê? As coisas que voce colar
ficarão unidas. Esse é o princípio da permanência. A partir de agora, vocês estão
colados, vocês estão juntos, Deus está ratificando, Deus está carimbando, subscrevendo
essa união. Jesus diz: “O que Deus uniu, o homem não separe” (Mt 10.9).
Unidade
“os dois se tornam um só”. O
apostolo Paulo em Efésios chama essa união de “um grande mistério”, ou
um “mistério grandioso”. Consegue imaginar duas pessoas muito diferentes
se tornando uma só? O processo começa no altar, a partir de hoje. Vai demandar
muito tempo, trabalho, sensibilidade, envergadura, para que as duas pessoas se
tornem unidas em corpo, mente e proposito. A união entre um homem e uma mulher
não é somente física, sexual. Não, é uma união em todos os sentidos da complexidade
humana: física, emocional, social e espiritual.
Conclusão
Intimidade
“O homem e a mulher estavam
nus, mas não sentiam vergonha”. Vemos o homem no jardim do
Eden se relacionando com Deus todos os dias. Sua nudez era mais que física,
também era emocional. Eles não tinham segredos, eles não tinham celulares com
senhas. Nada tinham a esconder, fosse de Deus ou um do outro. Um casamento saudável,
um casamento funcional é um casamento onde tudo é transparente, onde nada se
esconde do outro. O sábio Salomão fala sobre intimidade: “Cântico dos
Cânticos de Salomão. Beije-me com os beijos da sua boca! Porque o seu amor é
melhor do que o vinho”
Portanto, diz Salomão, o
beijo é melhor, o beijo é o amor, é o compromisso, é a verdade, é a lucidez, é
a sinceridade, é o companheirismo. Enquanto que o vinho, é simplesmente o
encontro sem compromisso, é a paixão, é o desejo, depois cada um vai para sua
casa.
Enfim, esses quatro elementos: desvinculação, permanência, unidade e intimidade são fundamentais para casamentos coesos, casamentos longínquos e casamentos verdadeiros.
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