terça-feira, 28 de maio de 2024

 A ele a glória  - Romanos 11.33-36 

Introdução

Nos versos finais de Romanos 11 temos uma doxologia. A palavra “doxologia” vem do grego “doxa” louvor, honra e “logos” palavra. Doxologia é uma expressão de louvor, de adoração ao Senhor, realizada em forma de cântico, salmos e orações que expressam a gratidão a Deus. O apostolo inicia louvando a riqueza e a sabedoria de Deus, com uma interjeição (uma alegria imensurável) no final: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus!”; em seguida, fala sobre os seus juízos e seus caminhos, e com a interjeição no final: “Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11.33). 

Em seguida o apostolo fala da sua sabedoria com vários pontos de interrogação: “Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?” E adora o Deus eterno: “Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense?” Rm 11.34-35). E, na parte final da doxologia, louva o criador e o sustentador de todas as coisas: “Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a gloria para sempre! Amém” (Rm 11.36). No final, mais uma interjeição, exclamação, admiração ao criador de todas as coisas.

1)     Louvores a Deus

Nas escrituras temos muitas doxologias, louvores a Deus; louvores pequenos e grandes. Por exemplo em Filipenses há uma doxologia sobre a encarnação de Jesus: “...embora sendo Deus, não considerou o ser igual a Deus...mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante a homens...humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de Cruz...” (Fl 2.6-8); e vai até a sua glorificação. Em primeira Timóteo o apostolo Paulo tem uma doxologia semelhante, mas curta: “...Deus foi manifestado em corpo, justificado no Espirito, visto pelos anjos, pregado entre as nações, crido no mundo e recebido na gloria” ( 1 Tm 3.16). 

Quando o apostolo Paulo está escrevendo para os irmãos de Efésios, no terceiro capitulo, exorta para que compreendam: “a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda plenitude de Deus”. Em seguida, Paulo é tomado por um cântico, uma doxologia: “Aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos e pensamos, de acordo com o seu poder que opera em nós, a ele seja a gloria na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo sempre! Amém! (Ef 3.20). 

E o que falar das doxologias no livro de Apocalipse? No capitulo 4 o apostolo está caracterizando os querubins, anjos que estão ao lado do trono de Deus e que cuidam de sua santidade. “Cada um deles tinha seis asas e era cheio de olhos, tanto ao redor como por baixo das asas. Dia e noite repetem sem cessar: Santo, Santo, Santo é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, que era, que é e que há de vir” (Ap 4.8). E, também os vinte e quatro anciãos que estão ao redor do trono louvam ao criador: “Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas”. (Ap 4.11).

E no capitulo 5 de apocalipse? Quando o cordeiro de Deus, Jesus Cristo, recebeu o livro da mão daquele que estava assentado no trono, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos (com harpas e taças de ouro cheio de incenso), cantavam um cântico novo: “Tu és digno de receber o livro e de abris os seus selos, pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação. Tu os constituíste reino e sacerdote para o nosso Deus, e eles reinarão sobre a terra” (Ap 5.9-10). 

No final do capitulo temos uma doxologia com muitos anjos, “milhares de milhares e milhões de milhões, os seres viventes e os vintes e quatro anciãos, todos cantavam em alta voz: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, gloria e louvor”. Agora, o coro se estendeu “...todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, diziam: “Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a gloria e o poder, para todo sempre!” (Ap 5.12-13).

2)     Interjeições

Primeiro temos duas interjeições: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos!”. 

O apostolo Paulo inicia sua carta aos romanos falando da situação dos gentios, da sua condenação, do pecado “...trocaram a verdade pela mentira, e adoraram e serviram as coisas criadas, em lugar do criador...por causa disso Deus os entregou as paixões vergonhosas” (Rm 1.25-26). No capitulo 2, fala sobre os judeus, da religiosidade e da dificuldade de cumprirem a lei de Deus; e no terceiro capitulo, olhando tanto para os gentios quanto para os judeus sentencia: “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).

Já no capitulo 4, ele usa o exemplo de Abraão, para fala da salvação pela fé e não pelas obras, Cristo nos justificou morrendo na cruz e ressuscitando ao terceiro dia. No capotulo 5, fala da relação entre Adão e Cristo, ambos representantes da raça humana, um nos legou o pecado, a condenação e outro, nos deu a salvação, a vida eterna. E, no capitulo 6, fala da graça que superabundou em nossas vidas, a partir de agora, vivemos em novidade de vida, vivemos para Cristo. 

Quando chega o capitulo 7, o apostolo fala da luta entre a carne e o espirito “...o que faça não é o bem que desejo, mas o mal que não quero...” (Rm 7.19). Mas, no capitulo 8, fomos justificados “Não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1), ou seja, não há acusação, penalidade. Além disso, o Espirito Santo, mora, reside dentro de nós “O Espirito testifica ao nosso espirito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16), faz morada em nossa vida, somos templos do Espirito Santo, nos ajudando, nos habilitando, capacitando a vencer o pecado.  


Nos capítulos 9,10 e 11 o apostolo Paulo descreve o plano de Deus para o povo de Israel, serão salvos por meio do evangelho, da pregação da palavra de Deus, serão salvos por meio da graça de Deus “Porque o fim da lei é Cristo, para justificação de todo o que crê”(Rm 10.4), fazendo o povo judeu e a igreja, um povo só. Os horizontes de Paulo são vastos. Ele integra tempo e eternidade, história, escatologia, justificação e santificação. E agora para ofegante, em forma de doxologia, em glorificação, exaltação ao Deus que sabe tudo.

Em Corintios lemos: “...Deus em sua sabedoria.... usou a loucura de nossa pregação para salvar os que creem. Pois os judeus pedem sinais, e os gentios buscam sabedoria...mas ...Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus. Pois a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte quer a força humana” (1 Co 1.20-25). Deus falou pela boca do profeta Isaias: “Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos, diz o Senhor. Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos” (Is 55.9).

3)     Interrogações

“Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense?” O apostolo usa o texto de Isaias 40 para equiparar a mente do Senhor com a nossa. Uma pergunta: Será que somos capazes de conhecer a mente do Senhor, ou saber os pensamentos de Deus? Ou será que somos capazes de lhe acrescentar alguma coisa? Será que podemos afirmar que temos crédito com Deus? Não! Nós não conhecemos a mente do Senhor, nós não somos seus conselheiros! Nós dependemos inteiramente dele para nos ensinar e salvar. 

“Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas”. Se perguntarmos de onde surgiram todas as coisas no princípio, bem como de onde elas vêm ainda hoje, a resposta será: de Deus; sim tudo é de Deus, tudo o que existe, tudo o que vemos na natureza: sol, lua, estrelas, os mares, os planetas, os rios...tudo, Deus é o começo de tudo.  Se indagarmos como todas as coisas vieram a existir e como continuam existindo, a resposta será: “Por intermédio de Deus”, além de criar o mundo, ele sustenta o mundo, é a base do mundo, é o alicerce de todas as coisas. 

 Se perguntarmos porque tudo veio a existir e para onde irão todas as coisas, a única resposta é: “Pouca causa de Deus e para Deus”. Sim, tudo é por causa dele, da glória dEle, da sua presença, da sabedoria de Deus. Além de ser o Alfa, o começo, o criador de todas as coisas, ele é o Omega, é o final, é o absoluto. Aquele que virá para buscar a sua igreja e leva-la para o céu.

Conclusão: “A ele seja a glória para sempre! Amém!

Se a ele é toda gloria, pois isso que o orgulho humano é tão ofensivo. Orgulhar-nos equivale a comportar-nos como se fossemos o Deus Todo-Poderoso, pavoneando por toda terra como se fossemos os donos do lugar...mas toda glória pertence a Deus. Ele é digno de louvor, digno de toda doxologia, de toda adoração, engrandecimento...

 


  

terça-feira, 21 de maio de 2024

 Quão formosos os pés Rm 10.1-15 

Introdução

Paulo diz: “...o desejo do meu coração e a minha oração a Deus pelos israelitas é que eles sejam salvos” (Rm 10.1). A mente do apostolo está voltada para a salvação dos judeus, aliás, não somente sua mente mas também o seu coração (todo o seu ser), ele está comovido. Porque eles “...tem zelo por Deus...”(v.2), contudo, no entanto,  “...zelo não se baseia no conhecimento” (Rm 10.2). 

Hoje se diz: “Não se importa em que você crê desde que seja sincero”. No entanto, os judeus eram sinceros e zelosos em suas crenças, mas elas eram erradas e equivocadas! Para eles a salvação dependia da justiça deles, da obediência a lei de Moisés “...o homem que fizer estas coisas viverá por meio delas”. Mas, o apostolo afirmou que “...o fim da lei é Cristo, para a justiça de todo o que crê” (Rm 10.4). Cristo consumou a nossa salvação por meio da sua morte e ressurreição, ele aniquilou a lei que tinha essa função.

1)     A salvação

“Mas a justiça que vem da fé diz: “Não diga em seu coração: quem subirá aos céus? (isto é, para fazer Cristo descer), ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, para fazer subir a Cristo dentre os mortos)” (Rm 10.6-7). 

O apostolo Paulo está citando Deuteronômio 30.1-14, embora só cite o versículo 14, Paulo faz alusões à passagem toda. Em Deuteronômio 30.1,2, Moisés alude ao fato de que Israel se afastará de Deus e receberá maldições e castigo. Então, no versículo 6, ele diz: “O Senhor, teu Deus, circundará o teu coração...a fim de que ames o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda alma, para que vivas”.

Em seguida, nos versículos 11-14, ele explica: “Ora, o que estou lhes dizendo não é impossível fazer! Não é preciso subir ao céu ou cruzar o mar para fazê-lo!” ou: “Os mandamentos que estou transmitindo não são pesados, não estão fora do alcance de vocês. Não estão situados no cume de um monte...eles não estão do outro lado do oceano...” (A mensagem). Ou seja, a fé reconhece que não precisamos fazer nada para sermos justos. Você não precisa subir ao céu (Cristo já desceu de lá) ou lidar com os próprios pecados na morte (Cristo já fez isso). 

O apostolo Paulo mostra que Moisés sabia ser necessário algo mais que guardar a lei e que Deus fez tudo que era preciso: “...a palavra está perto de ti...” (Rm 10.8). Portanto, não há necessidade de indagar quem subirá aos céus ou quem descerá ao hades a fim de trazer a Cristo. Ninguém precisa escalar os muros do céu nem descer às cavernas do hades em busca de Cristo. Cristo mesmo veio e morreu, ressuscitou e encontra-se à inteira disposição de qualquer um, pela fé. O acesso é imediato.

Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo” (Hb 10.19-20).

2)     Confissão

Tenho que fazer o que? O apostolo diz: “.... a palavra está perto de você...” (Rm 10.8). Qual palavra? “...a palavra da fé que pregamos...” (v.8). Em primeiro lugar, essa “...palavra...” é uma verdade que precisa de ser conhecida. Esse conteúdo consiste na pessoa de Jesus. A palavra grega que Paulo usa para “Senhor” é Kurios. No Antigo Testamento, o termo Kurios era a tradução do nome pessoal de Deus, Yahweh.  

Assim, chamar Jesus de Kurios era não só anunciar sua divindade, sua majestade, seu poderio, sua grandeza, sua onipotência, onisciência, onipresença, como declarar que ele era a autoridade suprema sobre o mundo.

Além da pessoa de Jesus, temos que olhar sua obra. “...Deus o ressuscitou dentre os mortos...” (Rm 10.9). Precisamos acreditar que ele foi ressuscitado dos mortos e, portanto, que morreu. Em outras palavras, temos de crer na vida de Jesus, na morte e ressurreição de Cristo por nossos pecados. 

Em segundo lugar, essa “...palavra...” é uma verdade em que deve crer, acreditar “...crê em seu coração...” O coração é o símbolo de todo o eu “...guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida...” (Pv 4.23). Portando devemos confiar todo o nosso eu à pessoa e obra de Cristo como nossa salvação; devemos transferir a confiança que temos em nossos próprios esforços para sermos justos para a justificação de Cristo em nosso salvador. Cristo é a nossa justiça, nossa propiciação, nossa salvação, nosso redentor. 

E, por fim, Paulo promete que jamais nos arrependeremos de confiar nele em vez de em nós mesmos, afirmando: “Todo o que nele confia jamais será envergonhado” (Rm 10.11). Depois, lembra-nos, de que todos podem fazer isso “...não há diferença entre judeus e gentios...” (Rm 10.12). “E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (v.13).

3)     Como são belos os pés dos que anunciam as boas novas 

Como, pois, invocarão aquele que não creram?” Como as pessoas invocam ao Senhor? Em primeiro lugar, elas devem crer em Cristo, em sua morte e sua ressurreição. Mas “...como crerão naquele de quem não ouviram falar...?” Isso significa que a fé acontece quando o evangelho é pregado, quando o evangelho é anunciado. “O evangelho não passa de uma riqueza congelada a menos que seja comunicado”.

Mas “...como ouvirão se não há quem pregue?” (Rm 10.14). A mensagem precisa ser transmitida. A palavra traduzida como “pregue” é Kerysso, que significa ser um “arauto” ou fazer anúncios. O arauto, em certo sentido, é um jornal vivo, anunciando boas novas, notícias. Os arautos atuavam nas ruas das cidades. “A grande necessidade da igreja é ter um espirito de evangelização, não um esforço evangelístico temporário”.

E como pregarão, se não forem enviados?...” (Rm 10.15). A palavra grega traduzida por “...enviados...” é apostello. No começo da igreja primitiva, Jesus comissionou os apóstolos (enviados) para serem testemunhas em Jerusalém, Judéia, Samaria e os confins da terra. Em poucos anos, menos de trinta anos, toda essa região fora tomada pela palavra do Senhor.

Observe o que Paulo está ensinando sobre o evangelismo aqui:  É absolutamente necessário: “...E como crerão...se não há quem pregue” (Rm 10.14). Requer uma disposição para falar “Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).

Requer não só a proclamação, mas persuasão, fazer com que a pessoa entenda e veja a importância do que compreendeu. Como o diácono Filipe evangelizando o eunuco, mostrando que em Jesus se cumpre as profecias do Antigo Testamento.

Requer a transmissão de um corpo de verdades que não é opinião de alguém, mas a revelação autorizada de Cristo aos seus apóstolos.

conclusão: 

Temos que aproveitar as oportunidades para evangelizarmos, pois, os dias maus estão chegando e o tempo é curto. O apostolo nos desperta: “...chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos” (Rm 13.11).

Quem pode evangelizar, mas finge que não pode por temor ou indiferença ou desculpas – vai ter que ajustar contas com Deus.

Mostre o caminho do céu a quem anda pelos caminhos do inferno. O escritor de Proverbios exorta: “Liberte os que estão sendo levados para a morte; socorra os que caminham trêmulos para a matança!” (Pv 24.11).

 


 

 

terça-feira, 14 de maio de 2024

 Fui ferido e agora? Rm 12.15-21


Introdução

Hoje pela manhã o vizinho ajuntou todas as folhas secas ao redor do tronco da minha arvore. Quando vi aquelas folhas juntas ao redor da arvore, lembrei-me que, não era a primeira vez que isso acontecia. Na primeira vez, que o vizinho ajuntou as folhas ao redor do tronco da arvore, alguém passou e colocou fogo. Queimou todas as folhas secas e também o tronco da arvore, mais de 60 por cento de queimadura. Hoje na arvore, as queimaduras permanecem e as consequências daquele incêndio... 

1)     Fui ferido 

Paulo nos exortou “Alegrem-se com que se alegram; chorem com os que choram” (Rm 12.15). Não é muito fácil alegrar na alegria do nosso irmão e também poucos se enternecem com os que choram. Mas, não é difícil, não é impossível. Agora, o apostolo Paulo vai um pouco mais fundo no relacionamento humano: nossa atitude com quem nos feriu, com quem nos magoou, com que nos humilhou, com que nos abandonou...

O presidente John Kenedy gostava de dizer: “Não se exaspere; vá à forra”, isto é, parte para cima. Infelizmente, é assim que a maioria das pessoas age, até mesmo muitos cristãos “Não levam desaforo pra casa”. A natureza humana é assim: Primeiro nos exasperamos, enfurecemos e irritamos; em seguida, nos vingamos, damos na mesma moeda, na mesma proporção “Olho por olho, dente por Deus” (Mt 5.38). 

Uma pergunta: o que acontece quando agimos na lei do talião, na mesma moeda? Na maioria das vezes fazemos tudo errado. Ou somos severos demais, radical demais ou tolerantes demais; agimos cedo demais ou tarde demais. Usamos palavras erradas, pesadas, agressivas, imoderadas, inconsequentes...piorando mais a situação.

Muitas vezes somos como Bruce Wilis na série de filmes “Duro de Matar”. Carregamos nossas armas e entramos na sala, ou na cozinha e atiramos. Nosso lema é: “Mate todos e deixa Deus separar os bons dos maus”. E se, por acidente, ferimos pessoas inocentes, racionalizamos nossos atos dizendo: “O mundo é cruel e, às vezes, as pessoas se machucam”.

Portanto, o motivo mais importante para não nos vingarmos é que, em nossa inaptidão, podemos acabar impedindo a operação de Deus na vida de outra pessoa. Deus vê aquilo que não somos capazes de enxergar; observa as motivações do nosso coração; conhece nossos pensamentos; sabe o que faremos antes e conhece nossas razões. 

A visão de Deus é melhor que a nossa, e seus objetivos são mais elevados. A vingança é a especialidade dele. Deus expulsou Adão e Eva do jardim; fez o mar vermelho secar para que o povo passasse e fechou afogando os egípcios. Foi ele quem abriu o chão, engolindo os filhos de Corá; e feriu Miriã com lepra. Ele operou milagres na igreja primitiva, mas também matou Ananias e Safira quando mentiram...

2)     E agora o que fazer?

Paulo diz no verso 20: “Se o teu inimigo...”. Quem é seu inimigo? Quase sempre é um amigo ou um membro da família que o magoou de alguma forma. O meu inimigo nunca estará do outro lado do mundo, mas, será sempre alguém perto de mim, que faz parte do meu relacionamento. Ou, o inimigo é qualquer pessoa que Deus usa para revelar nossas fraquezas. O inimigo é como um cinzel que Deus usa para remover aos poucos as imperfeições da vida. 

O princípio básico de todas essas exortações é resumido no inicio e no fim: “A ninguém devolvei mal por mal...” (Rm 12.17). E: “Não te deixe vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”. A palavra “...vencer...” é um termo militar que tem o sentido de subjugar. Ou seja, Paulo diz que retribuir o mal com o mal é perder de imediato a batalha contra o mal! O único modo de derrota-lo é fazendo o bem à pessoa que causou o dano.

SE VOCE ODEIA ALGUÉM QUE O PREJUDICOU, ESSE ALGUÉM VENCEU! A ÚNICA FORMA DE DERROTAR O MAL É PERDOAR E AMAR A PESSOA. 

“...Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer, se tiver sede, dá-lhe de beber” (Rm 12.20). Sem dúvida esse ensinamento é um contrassenso, bate de frente com a nossa natureza carnal, vingativa. A vontade do homem não é alimentar jamais quem nos feriu, mas Deus ordena que seja alimentado, tratado com gentileza e não rispidez e ignorância. E da mesma forma: “...se tiver sede...” não é pra dar chá de chumbinho, mas um copo com água gelada, ou um suco.

“...amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça” (Rm 12.20). Paulo estava se referindo a um costume egípcio de, literalmente, colocar brasas vivas sobre a cabeça como sinal de arrependimento; quando agimos com amor e bondade. As brasas vivas têm o objetivo de curar, e não de ferir; de conquistar e não de alienar, ou seja, envergonhá-lo, levando-o ao arrependimento. 

O que poderia ser qualificado como brasa viva? Uma mensagem no whatsapp, um telefonema, um bilhete, flores, um perfume, um presente, ajudar em alguma necessidade, gentileza, cordialidade, etc. A lista é interminável, pois as “brasas vivas” se referem a qualquer ato de bondade que você realiza em favor de um inimigo.

3)     Como assim?

O evangelho nos lembra quanto Deus foi paciente conosco, reteve seu julgamento para nos conduzir ao arrependimento. O evangelho nos lembra o quanto é paciente conosco agora, tendo perdoado nossa falhas e fraquezas constantes em Cristo.

O evangelho nos lembra que devemos medir nossa fé em Cristo que Deus nos tem dado. Fomos justificados pelo sangue e amados pelo próprio Deus. Agora, não temos nada para provar a ninguém! Antes, vivíamos de esmolas sentimentais, querendo provar alguma coisa. No evangelho, descobrimos que a pessoa mais admirável de todas já se agrada de ser Nosso Pai e habita em nós! 

Portanto, o amor cristão é o mais imparcial possível, destruindo o preconceito e o orgulho de raça, classe e profissão. Somos todos iguais em Cristo Jesus.

O evangelho nos diz que não existe superior. Ele o puxa para baixo, para uma correta avaliação de si mesmo. E lhe revela que Deus o amou quando você era seu inimigo – quando compreende isso, você se descobre amando aqueles que desprezaria.

O evangelho nos conta que há um juiz, e ele é digno de confiança para ajustar todas as coisas. Não precisamos acertar as contas; alguém se importa conosco e com o mundo e se certificará que haja a mais rigorosa justiça “Minha é a vingança; e eu retribuirei” (Rm 12.19). Deus leva a sério o pecado e que ele o castigará.

Conclusão

O apostolo Paulo diz: “odiai ao mal e apegai-vos ao bem” (Rm 12.9). Não é amor deixar o ser amado pecar contra você. Permitir ou promover o pecado nunca é melhor para ninguém. Além disso: “...apegai-vos ao bem...”. Significa que não devemos pecar contra nós mesmos. Em outras palavras, não devemos amar os outros de modo a desobedecermos a Deus e sermos maus administradores de nossa saúde física e emocional ou da de nossa família.

 


 

terça-feira, 7 de maio de 2024

 Amor e comunhão Rm 12.9-15 

Introdução

Estamos no capitulo 12 de Romanos. O imperativo do apostolo Paulo é que “se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1). Em seguida, no mesmo capitulo, fala da igreja como um corpo, com muitos membros e cada membro com dons diferentes “...temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada” (Rm 12.6). Subsequentemente, enumera os sete dons de serviço: profetizar, serviço (diakonia), ensino, encorajamento, contribuição, liderança e misericórdia. E, exorta: “...use-o...” Faça, pratique o dom que Deus lhe deu. 

1)     Três imperativos

O versículo 9 apresenta três imperativos: “O amor seja sem fingimento...”, “...odiai, sim, o mal” e “...apegai-vos ao bem”. Os três verbos dessas frases nos falam do que significa viver uma vida que de fato está relacionada ao “amor”.

Primeiro, “o amor seja sem qualquer fingimento”, ou seja, um amor sem hipocrisia. O hipócrita era o ator que participava de uma peça teatral, sempre usando uma máscara. Portanto, não podemos ser falsos ao lidar com as pessoas. Se o amor é o cúmulo da virtude e a hipocrisia a síntese do vício, quanta contradição seria colocar os dois juntos. 

Segundo, o apostolo Paulo nos diz – tanto no sentido negativo – “odiai” -, quanto no sentido positivo –“apegai”- que o nosso amor precisa ser leal à vontade de Deus. Temos de “odiar”, literalmente, é “ficar horrorizado”, pode também expressar “aversão”, “abominação” e até repugnância. Por que isso é tão importante? Porque é comum que nosso amor por alguém distorça nossa visão do bem e do mal.

Vejam algumas letras de música: “Se amar você é errado, não quero estar certo!”, “Por você eu enfrento todas as consequências”, ou “Não pode ser errado, a sensação é tão boa”. “Eu sei que é errado e que vai entender. Voce é casado e eu não quero perder. Eu sei que tá com ela mais amo você....” (Marilia Mendonça).

Hoje os pais não punem os filhos de forma consistente porque não suportam as lagrimas e a raiva deles. Mas o resultado de uma infância sem disciplina é quase sempre um desastre. Ou, pense em como nos sentimos quando alguém a quem amamos arrasado por atos ou relacionamentos insensatos. O amor verdadeiro se coloca contra o engano, a mentira e o pecado que destrói. 

Portanto, o verdadeiro amor se preocupa com a verdade. Qualquer amor que tenha medo de confrontar o ser amado não é amor de fato, mas um desejo egoísta de ser amado. Quem já não ouviu: “Faço qualquer coisa para conseguir que ele ou ela continue me amando”. Isso não é amar alguém, é um sentimento doentio. Portanto, qualquer amor que tome atalhos morais ou deixe de confrontar não é o amor de verdade.

2)     Como é o amor

O verdadeiro amor é comprometer-se com afinco. “Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal...”, ou “Amai-vos dedicamente uns aos outros com amor fraternal” (BKJ). Tanto “dediquem-se...” quanto “...amor fraternal...” aplicam aos relacionamentos normais dos membros familiares vinculados por laço de sangue, mas Paulo está aplicando à comunidade cristã. Ou seja, ele está afirmando que devemos amar uns aos outros como se fossemos parentes de sangue. Portanto, os cristãos, por partilharem da mesma fé, devem dedicar-se uns aos outros com o mesmo afinco que os membros de uma família. 

O verdadeiro amor é pôs os outros em primeiro lugar. O versículo 10 nos diz: “...preferindo dar honra a outras pessoas , mais do que a si próprios” (v.10). O apostolo Paulo fala a mesma coisa em Filipenses: “...com humildade ...cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3). A palavra “honra” significa tratar alguém ou alguma coisa como valiosa e preciosa, como imagem de Deus.

Honrar alguém mais do que a mim mesmo significa ouvir o outro, estar consciente ao máximo de suas esperanças, alegrias e necessidades e temores e ter consideração pela pessoa. E, mais, quando os cristãos olham para outros cristãos, enxergam não apenas a imagem do criador, mas o próprio Cristo que neles habita. 

O verdadeiro amor é fervoroso. Os versículos 11 e 12  nos oferecem quatro imperativos, três atitudes necessárias como membros do corpo de Cristo. Primeira, o apostolo Paulo, está exortando a usarmos todos nossos recursos para não desistirmos de nossos irmãos em Cristo Jesus. “Nunca lhes falte o zelo, sejam fervorosos no Espirito” (Rm 12.11). O que é zelo? É cuidado, desvelo, interesse, pontualidade, atenção excessiva por alguém ou algo.

 O zelo é pela obra do Senhor. Como deve ser o zelo? “sejam fervorosos no Espirito e sirvam ao Senhor”. A palavra no grego é o inverso de preguiçoso, que não faz, não se esforça para ser usado por Deus.  Está se referindo ao Espirito Santo, o fervor espiritual; o quadro que se depara é o de um caldeirão fervendo e borbulhando.  A Biblia diz que Apolo “...com grande fervor falava e ensinava com exatidão acerca de Jesus” (Atos 18.25). 

“Sirvam ao Senhor” é o compromisso prático com o Senhor, tal como o de um escravo com o seu mestre. É a mesma palavra “diakonia”, servir, fazer, estar disponível, humildemente fazendo a obra que é do Senhor Jesus. Fazer a obra do Senhor onde for preciso, necessário...

Segundo, “alegrem na esperança, sejam pacientes na tribulação”. A esperança está vinculada a Cristo, é saber que nossa vida está em suas mãos, debaixo de sua soberania. “Sejam pacientes na tribulação”. Paulo fala em Romanos que a tribulação “...produz perseverança, a perseverança, um caráter, um caráter aprovado...esperança.  E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espirito Santo que ele nos concedeu” (Rm 5.3-5).

Terceiro, perseverem na oração. Oração é o oxigênio da alma. Oração é comunhão com Deus, oração é a presença de Deus, oração é cantar hinos espirituais, oração é falar em línguas estranhas, oração é glorificar ao Senhor, oração é ação de graças, oração é intercessão, oração é estar com a conversa atualizada com o seu Deus.

O verdadeiro amor combina sentimento com ação. Em um versículo poderoso, somos orientados: “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram”. Alegrar com as conquistas do meu irmão, serão que conseguimos? Alegrai com sua nota na escola; passou na autoescola; passou no Enem; conseguiu um concurso público; parabenizar pelo seu aniversário. Será que você consegue se alegrar com os que se alegram? Participar de seu festejo? 

“Chorai com os que choram”. Paulo não diz somente isso. Ele nos convida “...socorrer os santos em suas necessidades e procurai ser hospitaleiros”. Temos de compartilhar, alimentos, dinheiro em alguma necessidade e outras coisas com quem deles necessita. Faz nos lembrar a koinonia na igreja primitiva, cuja expressão maior era que os seus membros “tinham tudo em comum” (koina), no sentido de que repartiam com aqueles cujas necessidades eram maiores.

Conclusão: “Chorai com os que choram”

Tem chorado com os que choram? Tens chorado pela vida da irmã Edina, que está muito mal no hospital? Tens chorado pela vida da irmã Leia, que está muito mal? Tem chorado pela vida da irmã Gleide? Tens orado pela vida do pastor Davi?  E, por fim, tens chorado pelo Rio Grande do Sul?

Estamos vendo no Rio Grande do Sul aquela tragédia, águas invadiram cidades, afetando mais de 300 municípios e quase 800.000 desabrigadas. Vemos corpos mortos de crianças sendo carregados pelas águas da chuva; adolescentes despedindo de sua mãe, anciãos esperando socorro em cima dos telhados. Pessoas passando fome, frio, necessidades, etc. Vemos muita gente fazendo acontecer, mandando alimentos, ajudando, etc. 

Lhe pergunto: você tem orado pelas famílias no Rio Grande do Sul? Tem orado pelas pessoas que estão sem casa, a chuva levou tudo embora. Temos orado pelas famílias enlutadas? Tem orado pelas igrejas que foram invadidas pelas águas da chuva?

 





 

sábado, 4 de maio de 2024

 Novo céu e nova terra – Ap 21 

Introdução

No sermão da montanha temos uma exortação: “Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde ladrões arrobam casas e os furtam. Mas, ajuntai-vos tesouros no céu, onde traças e ferrugem não destroem, e onde ladrões não arrobam nem furtam. Onde o seu tesouro estiver, ali também estará o seu coração” (Mt 6.19).

O que é importante para você? Os tesouros da terra ou os tesouros do céu? O que mais você valoriza? Em que mais gasta o seu tempo? O seu coração seguirá isso. O Novo céu e a Nova terra é uma prioridade em sua vida? Se o céu for mais importante em sua vida, aonde você gasta toda sua energia, sua vida, seu tempo...precisamos abastecer nossa imaginação, meditar, valorizar e perseguir essa visão.

1)     Novo céu e Nova terra

João vê “Novo céu e nova terra” (Ap 21.1). No livro de Genesis diz que “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Contudo, esse céu criado no começo foi maculado, transgredido, pervertido...pelo homem; então, em apocalipse, esse mundo não existe mais, mas existe ‘Novo céu e Nova terra”.

O mar não existe”. O mar na palavra de Deus é associado ao caos, aos perigos e coisas semelhantes. Diz o profeta Isaias: “Os perversos são como o mar agitado, que não pode se aquietar, cujas águas lançam de si todos” (Is 57.20). Portanto, no “Novo céu e Nova terra” não haverá mais caos, não haverá destruição, não há mais sujeira, perigo.

“Vi também a cidade santa a nova Jerusalém que descia do céu, da parte de Deus” (Ap 21.2). Não é mais a velha Jerusalém, a cidade de Davi e de Salomão; a cidade do pecado, do adultério, da imoralidade sexual, dos crimes, etc. Mas, agora é uma “...nova Jerusalém...”, sem mácula, ou corrupção. Não haverá mais pecado, nem será derrotada pelos seus inimigos, como: babilônicos, medo-pérsia, gregos e romanos, etc. E nem atacada pelo hamas...

O apostolo João diz que a viu a Nova Jerusalém descendo “do céu, da parte de Deus, ataviada, como noiva adornada para o seu noivo”. Cristo é o noivo, a igreja, a noiva. A igreja está pronta, ataviada, esperando para o dia do arrebatamento. Será a consumação do casamento, onde haverá alegria intensa, intimidade, gozo profundo na alma, união, corpo glorificado, veremos a beleza do noivo, sua santidade, sua gloria, sua verdade...Estaremos na “ceia das bodas do cordeiro”.

“Então, ouvi uma voz forte que vinha do trono e dizia:  Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles”. No Antigo Testamento, Deus ordenou a Moisés que fizesse um tabernáculo, depois o templo de Salomão. Agora, o Espirito Santo habita em nós, somos templo do Espirito Santo. Mas, “No Novo céu e Nova terra”, estaremos habitando com Deus, veremos sua face, sua presença pessoal e Deus estará conosco....

Ele enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte não existirá, já não haverá luto, nem prato, nem dor, pois a antiga ordem já passou”, e a voz forte que vinha do trono continua dizendo: “Está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega (primeiro e o ultimo), o principio e o fim (Deus é eterno, é antes e o fim de todas as coisas). A quem tiver sede, darei de beber de graça da fonte da agua da vida” (Ap 21.4-7).

O vencedor (quem perseverou até o fim) herdará estas coisas, e eu lhes serei Deus, e ele será filho. Quando, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idolatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte”.

2)     A igreja

Um dos sete anjos das sete taças de julgamento disse para João: “Venha, eu lhes mostrarei a noiva, a esposa do cordeiro” (Ap 21.9). Como que é a noiva? “Ela resplandecia com a glória de Deus, e o seu brilho era como o de uma jóia muito preciosa, como jaspe, clara como cristal”. Todas as igrejas têm defeitos, pecados. Embora, somos perdoados, ainda vivemos no corpo do pecado. Mas, um dia, iremos resplandecer como a glória a Deus, nenhuma mancha, nenhum pecado...

O mesmo anjo tinha uma vara feita de ouro para medir a cidade, suas portas e seus muros. “A cidade era quadrangular, de comprimento e larguras iguais...tinha doze mil estádios ...mediu também sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados...” (Ap 21.15-17). A cidade 12.000 estádios e a muralha 144 covados. 12 tribos de Israel e 12 apostolos: 12 X 12 é igual a 144. Isto é, todo o povo reunido do Antigo Testamento e Novo Testamento, estaremos juntos, louvando a Deus.

A cidade tem a forma de um cubo, ou seja, seu comprimento e largura eram iguais. Uma pergunta: onde há um cubo no Antigo Testamento? O tabernáculo tinha a forma de um cubo, dois terços do tabernáculo era o lugar santo e o ultimo terço, o lugar santíssimo. Era aqui que ficava a arca da aliança, onde o sangue do cordeiro era aspergido, neste lugar se manifestava a glória de Deus.

Agora, somos informados, em que a Nova Jerusalém, toda cidade é edificada em forma de um cubo. Ou seja, estaremos para sempre na presença do Senhor. Não precisaremos do sangue de animais, como nos tempos de Moisés; também não precisaremos do pão ou do sangue que representam o sacrifício de Jesus, pois a shekiná, a gloria do Senhor estará conosco.

Conclusão

Nela, não vi  templo algum na cidade, pois o Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro são o seu santuário” (Ap 21.21-22). “A cidade não precisa nem de sol, nem da lua, para que brilhem sobre ela, pois a gloria de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia” (V.23). “As nações andarão sob a luz dessa cidade, e os reis da terra lhe trarão suas riquezas”. E, “suas portas jamais se fecharão de dia, pois ali não haverá noite” (v.24-25).

Primeiro não haverá igrejas, denominações, o santuário é o próprio Deus. Segundo a cidade não vai precisar de sol e nem de lua, pois o Senhor, é quem vai iluminar toda cidade. Terceiro, todos os povos estarão reunidos, juntos, de todas as épocas, de todas as tribos, nações, etnias, louvando a Deus. Quarto, as portas jamais se fecharão, não haverá noite, escuridão, medo, somente a luz do Senhor.

E, ultimo, “nela jamais entrará qualquer coisa impura, tampouco alguém que pratique ações vergonhosas ou mentirosas, mas unicamente aqueles cujos nomes estão gravados no livro da vida do cordeiro!”