sábado, 7 de outubro de 2023

 Jesus e a figueira amaldiçoada Mc 11.12-14 

Introdução

Este texto é um milagre e uma parábola. Milagre porque Jesus fez uma figueira secar; parábola porque traz lições, explicações, princípios para a vida do crente.

Parábola ou milagre?

Olhando para esse texto muitos afirmam que Jesus foi exagerado com a figueira em amaldiçoa-la. Mas, também esse texto, suscita algumas perguntas:

Primeira, quando foi que esse episodio aconteceu? Todo o contexto está falando da proximidade da pascoa judaica, então, aconteceu no final de março e começo de abril.

Segunda, quando era o tempo e a estação de figos em Jerusalém? Em junho começavam a aparecer, em agosto, eles ficavam doces e saborosos. 

Terceira, qual é a principal característica da figueira? Diferente das arvores que conhecemos, a figueira trás primeiro os seus frutos, depois é que mostra a folhagem.

Então, no caminho entre Betânia à Jerusalém, havia uma quantidade enorme de oliveiras e figueiras. Só que todas as figueiras estavam desfolhadas, adequadas à estação. Mas, no meio daquela multidão de figueiras desfolhadas, havia uma que se projetava e que mostrava uma quantidade exuberante de folhagens...

Então, o texto nos diz: “No dia seguinte, quando estavam saindo de Betânia, Jesus teve fome...”(v.12). Jesus, em seus últimos dias do ministério, acordou cedo, indo em direção à Jerusalém, viu aquela figueira toda folhada, exuberante e procurou figos nela, porém, somente achou folhagens... 


1)     Uma figueira sem fruto

Tais anomalias ocorrem nas florestas e nas vinhas e, infelizmente, acontece no mundo moral e espiritual. Certos homens e mulheres, infelizmente, apresentam muitas folhagens do lado de fora, religiosidade, contudo, sem fruto algum.

Jesus nos contou a estória de duas casas. Uma fora construída sobre a rocha e a outra, construída sobre a areia. Quando veio a chuva e o vento forte, enquanto a casa edificada na rocha aguentou firme, a casa edificada na areia, se deixou levar pela força do vento. O principio do sermão é ouvir e praticar a palavra de Deus.

Quem somente tem folhagem, religiosidade, não está preocupado com o fundamento, com a base, com a oração, com o estudo da palavra de Deus, a averiguação e a assimilação dos preceitos bíblicos, o praticar da palavra, mas somente preocupado em manter uma aparência religiosa, uma vida de crente.... mas interiormente é diferente....totalmente diferente.

Canta mas não vive o que canta. Está na igreja mas andando errado. vivendo na aparência, vivendo na imoralidade sexual. Sem testemunho dentro de casa, sem testemunho na família.

Precisamos ter frutos antes de folhas, precisamos de atos antes de declarações, fé antes de batismo, união com Cristo antes de união com a igreja.

Quando Jesus vai pelo caminho de Betânia à Jerusalém vê de longe a figueira, dentre muitas desfolhadas, vê uma folhada, cheia de folhas, logo, pensou: “tem figos”. E todo mundo que fazia aquele caminho era obrigatório passar por ela...ela era visível, presente, na vida dos habitantes daquela região.

2)     Inspeção

No entanto “chegando perto dela, nada encontrou, a não ser folhas...” somente folhas, cutucou de todos os lados, mas nada de figo. Cadê os frutos?

Cristo nos conhece “quando me sento e quando me levanto...discernes minha caminhada... estás a par de todos os meus intentos...” (Sl 139.2-3). Ele sabe tudo sobre nós, quando estamos em casa, quando estamos na escola, quando estamos mexendo em nosso celular e o que estamos vendo ou mesmo curtindo.

Ele Se aproxima de cada um de vocês que são membros da Sua Igreja, e especialmente de cada um de vocês que são líderes do Seu povo, e procura ver em vocês as coisas em que a Sua alma se deleita. Ele quer ver em nós o amor a Ele mesmo, o amor ao nosso próximo, a fé forte na revelação, a luta sincera a favor da fé que uma vez foi entregue aos santos, os rogos importunos na oração, e o viver cuidadoso em todas as áreas da nossa existência.

Conclusão: Nada encontrou, a não ser folhas.

Nada senão folhas significa nada senão mentiras. Seria essa uma expressão severa? Se eu professo a fé, sem a possuir, não se trata de uma mentira? Se eu professo o arrependimento, sem ter-me arrependido, não se trata de uma mentira? Se eu me reúno com o povo do Deus vivo, sem ter o temor a Deus no meu coração, não se trata de uma mentira? Se eu venho à mesa da comunhão, e participo do pão e do vinho, porém nunca discirno o corpo do Senhor, não se trata de uma mentira?

Nosso Senhor descobriu que não havia fruto, e isso foi uma coisa terrível; mas, em seguida, Ele condenou a árvore. Acaso não era certo que Ele a condenasse? Ele a amaldiçoou? Ela já era uma maldição.

Depois que o Salvador a condenou, Ele pronunciou a sentença contra ela; e qual foi a sentença? Foi simplesmente: "Fica como estava". Era nada mais do que uma confirmação do seu estado. Essa árvore não deu fruto, e nunca mais dará fruto.

Sobreveio, então, uma mudança na árvore. Começou a secar imediatamente. Não sei se os discípulos viram um estremecer passar por ela imediatamente; mas na manhã seguinte, quando passaram por aquele caminho, Marcos diz que a árvore estava seca desde as raízes. 


 

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