A fúria do
dragão contra a igreja – Ap. 12
Introdução:
O toque ensurdecedor da sétima trombeta (Ap. 11) já havia
despertado o mundo adormecido (v.15): “O reinos pertencem ao Nosso Senhor e do
Seu Cristo, e ele reinará para todo sempre”. Todos ouvem o hino vitorioso dos 24 anciãos (vs. 17-18) e veem
através de uma abertura no céu, o templo
de Deus com as portas abertas, de forma que a arca, fica claramente visível (v.19).
Relâmpagos, trovões, terremotos e granizo marcam a mudança da cena.
1)
Primeiro
sinal no céu: uma mulher
Um “sinal” aparece no céu. O conteúdo desse sinal é uma
mulher. “Uma mulher vestida de sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça”. QUEM É ELA? Os
católicos afirmam que é Maria que dará “um filho varão, que há de reger todas
as nações com cetro de ferro” (v.5). Mas essa opinião é contestada no versículo
17 “irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com o restante da sua descendência,
os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus”. Essa mulher
é a comunidade messiânica como um todo, durante o período do Antigo Testamento
e do Novo Testamento. “Canta
alegremente, ó estéril...”(Is 54.1), comunidade do AT. “A Jerusalém lá de cima
é livre, a qual é a nossa mãe...” (Gl 4.26).
A mulher está “vestida o sol”. Ela é totalmente radiante. “Quem
é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o
sol...” Ct 6.10-12). Seus pés sobre a lua sugerem domínio. As “doze estrelas na
cabeça” são provavelmente evocativas tanto das doze tribos de Israel , como
simbolismo dos doze apóstolos, na Nova Aliança.
A mulher está gravida: “Achando-se grávida, grita com as
dores de parto, sofrendo tormentos para dar a luz” (v.2). Essa expressão “dores
de parto” não se refere ás dores que o próprio Messias sofreu, e sim as dores
que a comunidade messiânica sofreu quando o Messias nasceu (Is 26.17).
Portanto, o que temos nesses versículos iniciais é o verdadeiro Israel, em uma
agonia de sofrimento e expectativa quando se aproxima o nascimento do Messias.
2)
Segundo
sinal no céu: Dragão
O segundo espetáculo é um enorme dragão vermelho (v.3). QUEM
É? “A antiga serpente, que se chama diabo e satanás, o sedutor de todo mundo”
(v.9 ver Gn 3.1,15). Dragão, Leviatã, monstro do abismo – esses são símbolos padrões
para designar todos os que, se opõem a Deus, e, as vezes, o próprio diabo. “Dragão
vermelho” (v.3), quase certamente um símbolo de sangue, de seu caráter homicida,
recordando as palavras de Jesus: “Ele foi homicida desde o princípio” (Jo
8.44). Por causa da obra de Satanás, toda raça humana morreu.
O dragão tinha “sete cabeças” – sete é completo, perfeito – (v.3),
“dez chifres” – completude – e “sete diademas”. A “sete cabeças” refere-se à
universalidade do seu poder; ele seduz “todo mundo” (v.9). “Dez Chifres” é uma
expressão para reis ou reinos: poder apavorante e autoridade real. “Diademas” é
autoridade usurpada e arrogada contra aquele que, de fato “há de reger todas as
nações com cetro de ferro” (Ap. 12.5).
A cauda do dragão, informa-nos o texto, “arrastava a terça
parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra”. Isso revela a essência
do dragão, seu coração. Quando as coisas vão bem, as colinas dançam, e as
arvores batem palmas “os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós,
e todas as arvores do campo baterão palmas” (Is 55.12). Agora, quando as coisas
vão mal, as estrelas caem do céu, e a natureza entra em desordem. Satanás está
para tentar algo que é totalmente catastrófico, por isso sua cauda gira e um terço
do universo entra em colapso.
O que ele está
tentando fazer?
A cena é grotesca. “O dragão agachou-se diante da mulher em
trabalho de parto, pronto para devorar o filho, assim que nascesse” (v.4). O
primeiro banho de sangue no tempo de Jesus aconteceu na pequena vila de Belém “Herodes
mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois
anos para baixo” (Mt 2.16). José, porém, é advertido por Deus, em sonho, e
fugiu para o Egito.
Então, o menino é transportado para Deus e a mulher foge para
o deserto e ali permanece por 1260 dias. “O menino foi arrebatado para Deus e
para o seu trono”. Expressa o ministério de Jesus: nascimento, morte e ressureição
e ascensão.
A MULHER FOI PARA O DESERTO. O deserto foi o lugar em que o
povo de Deus caminhou por quarenta anos. Lugar de provação, dificuldades,
tentação e juízo. Deus realizou milagres maravilhosos no deserto: água procedente
de uma rocha, a provisão do maná e de codornas, a preservação das sandálias e
roupas e, as colunas de nuvem e de fogo. Foi um tempo de intimidade, namoro e
conquista do povo com o seu Deus. Em Oséias 2.14, quando o povo está novamente
traindo-o e cometendo adultério espiritual, Deus lhe diz: “portanto, eis que eu
a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração”.
“...ali permaneceu por 1260 dias”. Em Israel, o período de
tempo correspondia a poder mítico era três anos e meio. Ou, quarenta e dois
meses, 1260 dias, três anos e meio e um tempo. No ano de 167 a.C, Antioco
Epifânio, era rei de toda a Siria e Palestina. Ele acabou com todas as formas
de culto, sacrificou porco no templo, proibiu a circuncisão e a guarda do
sábado e ninguém podia possuir uma cópia do Antigo Testamento. Mas, depois de “TRES
ANOS E MEIO” de conflito sangrento, Israel tornou-se independente. Essa mulher
foge para o deserto e enfrenta oposição provas e tribulação por um período
limitado de tempo. “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria
salvo” (Mt 24.22).
3)
A
derrota de Satanás
Jesus em seu ministério afirmou: “Eu vi Satanás caindo do céu
como um relâmpago” (Lc 10.18). De modo semelhante, lemos em apocalipse: “E foi
expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o
sedutor de todo mundo, sim, foi atirado para a terram em com ele, os seus anjos”
(V.9). Satanás está vencido em principio isso aconteceu na cruz, na
ressurreição e na exaltação de Jesus, no alvorecer do reino de Deus. “Na cruz,
ele desapossou todos os tiranos espirituais do universo e de sua autoridade
falsa e os obrigou a marchar humilhados pelas ruas” (Cl 2.15, versão A Mensagem).
Quando Satanás foi atirado para a terra (v.9), João ouviu “GRANDE
VOZ DO CÉU, PROCLAMANDO: AGORA, VEIO A SALVAÇÃO, O PODER, O REINO DO NOSSO DEUS
E A AUTORIDADE DO SEU CRISTO” (V.10). Satanás foi expulso do céu. Ele não tem
mais lugar na presença de Deus. Ele não pode mais trazer acusações contra
irmãos, “pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de
dia e de noite, diante do nosso Deus” (v.10). Agora, Satanás está limitado à
terra e perdeu seu acesso à presença de Deus.
Então, ele volta toda a sua ira e vingança contra a mulher: “quando,
pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o
filho varão (v.13). Satanás está “cheio de ira, sabendo que pouco tempo lhe
resta” (v.12). Ele sabe que, em princípio, está acabado.
Mas, “foram dadas à mulher as duas asas de grande águia, para
que voasse até ao deserto, ao seu lugar”. No deserto ela é sustentada por Deus.
Mas a serpente é perseverante: “E a serpente lançou da sua boca, atrás da
mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar” (v.15). Mas,
Deus não é vencido “A terra, porém, socorreu a mulher; a terra abriu a boca e
engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca” (v.16).
Isso significa que o diabo desiste? Não, ele fica mais
enraivecido – “irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes
da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de
Jesus” (v.17).
Conclusão: Como os cristãos vencem a ira satânica (vs.
10,11).
Primeiro, venceram por causa do sangue do cordeiro (v.11)
Segundo, venceram pela palavra de seu testemunho (v.11)
Terceiro, venceram por não amarem a vida mesmo em face da
morte (v.11).
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