terça-feira, 2 de julho de 2019


A fúria do dragão contra a igreja – Ap. 12


Introdução:
O toque ensurdecedor da sétima trombeta (Ap. 11) já havia despertado o mundo adormecido (v.15): “O reinos pertencem ao Nosso Senhor e do Seu Cristo, e ele reinará para todo sempre”. Todos ouvem  o hino vitorioso dos 24 anciãos (vs. 17-18) e veem  através de uma abertura no céu, o templo de Deus com as portas abertas, de forma que a arca, fica claramente visível (v.19). Relâmpagos, trovões, terremotos e granizo marcam a mudança da cena.

1)    Primeiro sinal no céu: uma mulher 

Um “sinal” aparece no céu. O conteúdo desse sinal é uma mulher. “Uma mulher vestida de sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa  de doze estrelas na cabeça”. QUEM É ELA? Os católicos afirmam que é Maria que dará “um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro” (v.5). Mas essa opinião é contestada no versículo 17 “irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com o restante da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus”. Essa mulher é a comunidade messiânica como um todo, durante o período do Antigo Testamento e do Novo Testamento.  “Canta alegremente, ó estéril...”(Is 54.1), comunidade do AT. “A Jerusalém lá de cima é livre, a qual é a nossa mãe...” (Gl 4.26). 

A mulher está “vestida o sol”. Ela é totalmente radiante. “Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol...” Ct 6.10-12). Seus pés sobre a lua sugerem domínio. As “doze estrelas na cabeça” são provavelmente evocativas tanto das doze tribos de Israel , como simbolismo dos doze apóstolos, na Nova Aliança.

A mulher está gravida: “Achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar a luz” (v.2). Essa expressão “dores de parto” não se refere ás dores que o próprio Messias sofreu, e sim as dores que a comunidade messiânica sofreu quando o Messias nasceu (Is 26.17). Portanto, o que temos nesses versículos iniciais é o verdadeiro Israel, em uma agonia de sofrimento e expectativa quando se aproxima o nascimento do Messias.

2)    Segundo sinal no céu: Dragão 

O segundo espetáculo é um enorme dragão vermelho (v.3). QUEM É? “A antiga serpente, que se chama diabo e satanás, o sedutor de todo mundo” (v.9 ver Gn 3.1,15). Dragão, Leviatã, monstro do abismo – esses são símbolos padrões para designar todos os que, se opõem a Deus, e, as vezes, o próprio diabo. “Dragão vermelho” (v.3), quase certamente um símbolo de sangue, de seu caráter homicida, recordando as palavras de Jesus: “Ele foi homicida desde o princípio” (Jo 8.44). Por causa da obra de Satanás, toda raça humana morreu. 

O dragão tinha “sete cabeças” – sete é completo, perfeito – (v.3), “dez chifres” – completude – e “sete diademas”. A “sete cabeças” refere-se à universalidade do seu poder; ele seduz “todo mundo” (v.9). “Dez Chifres” é uma expressão para reis ou reinos: poder apavorante e autoridade real. “Diademas” é autoridade usurpada e arrogada contra aquele que, de fato “há de reger todas as nações com cetro de ferro” (Ap. 12.5).

A cauda do dragão, informa-nos o texto, “arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra”. Isso revela a essência do dragão, seu coração. Quando as coisas vão bem, as colinas dançam, e as arvores batem palmas “os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as arvores do campo baterão palmas” (Is 55.12). Agora, quando as coisas vão mal, as estrelas caem do céu, e a natureza entra em desordem. Satanás está para tentar algo que é totalmente catastrófico, por isso sua cauda gira e um terço do universo entra em colapso.

 O que ele está tentando fazer?

A cena é grotesca. “O dragão agachou-se diante da mulher em trabalho de parto, pronto para devorar o filho, assim que nascesse” (v.4). O primeiro banho de sangue no tempo de Jesus aconteceu na pequena vila de Belém “Herodes mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo” (Mt 2.16). José, porém, é advertido por Deus, em sonho, e fugiu para o Egito.

Então, o menino é transportado para Deus e a mulher foge para o deserto e ali permanece por 1260 dias. “O menino foi arrebatado para Deus e para o seu trono”. Expressa o ministério de Jesus: nascimento, morte e ressureição e ascensão.

A MULHER FOI PARA O DESERTO. O deserto foi o lugar em que o povo de Deus caminhou por quarenta anos. Lugar de provação, dificuldades, tentação e juízo. Deus realizou milagres maravilhosos no deserto: água procedente de uma rocha, a provisão do maná e de codornas, a preservação das sandálias e roupas e, as colunas de nuvem e de fogo. Foi um tempo de intimidade, namoro e conquista do povo com o seu Deus. Em Oséias 2.14, quando o povo está novamente traindo-o e cometendo adultério espiritual, Deus lhe diz: “portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração”. 


“...ali permaneceu por 1260 dias”. Em Israel, o período de tempo correspondia a poder mítico era três anos e meio. Ou, quarenta e dois meses, 1260 dias, três anos e meio e um tempo. No ano de 167 a.C, Antioco Epifânio, era rei de toda a Siria e Palestina. Ele acabou com todas as formas de culto, sacrificou porco no templo, proibiu a circuncisão e a guarda do sábado e ninguém podia possuir uma cópia do Antigo Testamento. Mas, depois de “TRES ANOS E MEIO” de conflito sangrento, Israel tornou-se independente. Essa mulher foge para o deserto e enfrenta oposição provas e tribulação por um período limitado de tempo. “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo” (Mt 24.22).

3)    A derrota de Satanás
Jesus em seu ministério afirmou: “Eu vi Satanás caindo do céu como um relâmpago” (Lc 10.18). De modo semelhante, lemos em apocalipse: “E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo mundo, sim, foi atirado para a terram em com ele, os seus anjos” (V.9). Satanás está vencido em principio isso aconteceu na cruz, na ressurreição e na exaltação de Jesus, no alvorecer do reino de Deus. “Na cruz, ele desapossou todos os tiranos espirituais do universo e de sua autoridade falsa e os obrigou a marchar humilhados pelas ruas”  (Cl 2.15, versão A Mensagem). 


Quando Satanás foi atirado para a terra (v.9), João ouviu “GRANDE VOZ DO CÉU, PROCLAMANDO: AGORA, VEIO A SALVAÇÃO, O PODER, O REINO DO NOSSO DEUS E A AUTORIDADE DO SEU CRISTO” (V.10). Satanás foi expulso do céu. Ele não tem mais lugar na presença de Deus. Ele não pode mais trazer acusações contra irmãos, “pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus” (v.10). Agora, Satanás está limitado à terra e perdeu seu acesso à presença de Deus.

Então, ele volta toda a sua ira e vingança contra a mulher: “quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão (v.13). Satanás está “cheio de ira, sabendo que pouco tempo lhe resta” (v.12). Ele sabe que, em princípio, está acabado.

Mas, “foram dadas à mulher as duas asas de grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar”. No deserto ela é sustentada por Deus. Mas a serpente é perseverante: “E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar” (v.15). Mas, Deus não é vencido “A terra, porém, socorreu a mulher; a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca” (v.16).

Isso significa que o diabo desiste? Não, ele fica mais enraivecido – “irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus” (v.17).

Conclusão: Como os cristãos vencem a ira satânica (vs. 10,11).
Primeiro, venceram por causa do sangue do cordeiro (v.11)
Segundo, venceram pela palavra de seu testemunho (v.11)
Terceiro, venceram por não amarem a vida mesmo em face da morte (v.11).  




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