As duas testemunhas – Ap. 11
Introdução:
Vimos, no capítulo 10, “um ano poderoso... Havia um arco-íris
sobre a cabeça dele, o rosto brilhava como o Sol e suas pernas eram como
colunas de fogo. E tinha um pequeno livro aberto na mão”. Em seguida, o anjo
levantou a mão direita ao céu e jurou por aquele que vive para sempre e que o
tempo estava cumprido: “EIS QUE NÃO HAVERÁ MAIS DEMORA” (V.6).
Então o ancião “e a voz que eu do céu tinha ouvido falar
comigo” disse: “...pegue o livro da mão do anjo que está sobre o mar e a terra”.
Então, o anjo forte lhe disse: “Pegue. Pode comer. Vai ser doce como o mel, mas
no estomago vai parecer amargo”. Doce é a palavra de Deus quando nos
alimentamos dela “Então abri minha boca, e me deu a comer o rolo...Então comi,
e era na minha boca doce como o mel” (Ez 3.2-3). Amargo é quando testemunhamos
e gera rejeição, zombaria, desdém dos ímpios. O testemunho sempre envolve as
polaridades de doçura e amargura. Mas, a ordem é: “Profetize de novo, a muitos
povos, nações, línguas e reis”.
1)
Medindo
o Santuário
O termo grego NAOS “santuário” refere-se à parte central do
templo e incluía o chamado Lugar Santo e o Santo dos Santos. O caniço era uma
espécie de bambu fino, media 3 metros e servia como uma grande régua (Ez 40.3).
Já o pátio dos gentios era um espaço concedido aos gentios nos
limites do templo. Portanto, as linhas são claras; as dimensões especificas – o
lugar foi medido. Os cristãos em culto encontram seu lugar no cosmo da redenção
(Ef 2.5-9). Foram estabelecidos limites para a anarquia diabólica. O lugar do
culto encontra-se estabelecido, é inviolável, de forma que conseguimos reunir
energia para a vida árdua de testemunho que recebemos.
No pátio dos gentios a cidade será pisada por quarenta e dois
meses ou 1260 dias (v.2). A expressão apocalíptica: “um tempo, dois tempos e
metade de um tempo”, ou seja, são expressões equivalentes. São três anos e
meio, ou ainda, metade de uma semana completa de anos (Dn 7.25, Dn 9.27). Essas
expressões: quarenta e dois meses, 1260 dias, um tempo dois tempos e metade de
um tempo referem-se a um termo curto de aflição irrefreável (Mt 24.22).
2)
As
testemunhas
Em Mateus 17 temos a transfiguração de Jesus. Ele levou
consigo Pedro, Tiago e João. Enquanto a glória do céu brilhava através do corpo
de Jesus, duas testemunhas (Mt 17.3) conversavam com ele, atestando
(testemunhando) que ele era o Messias. Foram envoltos por uma nuvem, uma voz
vinda do céu confirmou o testemunho: “Este é o meu Filho amado em que me
agrado. Ouçam-no! ” Agora, eles, Pedro, Tiago e João, são as testemunhas.
As figuras anônimas de apocalipse 11 são as mesmas do Monte da transfiguração, Moisés e Elias. Moisés, o transmissor da lei, e Elias, exemplo de profeta. Lei e profecia são o conteúdo de toda testemunhas. A lei mostra como Deus se envolve em nossa vida. A profecia diz como nos envolvemos na dele. As duas testemunhas apontam para Cristo, que revela tudo de Deus em nós, e também é nossa total resposta a ele.
A lei (Moisés) é a revelação da verdade de Deus. O universo
não surgiu do acaso (Gn 1), e os fatos não ocorrem por sorte. Existe razão,
ordem, sentido e moralidade. No livro de Êxodo temos os dez mandamentos: Não terás
outros deuses além de mim; Não farás imagem de escultura; Não usem o nome de
Deus em vão; Guardem o dia de sábado; Honrem seu pai e sua mãe; Não matarás;
Não adulterarás; Não furtarás; Não difamar o próximo e não cobiçar a casa do próximo,
esposa, etc.
Profecia (Elias) é a aplicação imediata da verdade divina na
história corrente e pessoal. A profecia é um chamado para viver a verdade
revelada, não apenas reconhece-la; nos detalhes das nossas vidas. A profecia se
dirige à vontade, com um convite para participar da vontade de Deus. A profecia
faz uma ponte entre a vida terrena e a vida eterna.
Características das testemunhas: profetizarão durante 1260
dias; usam roupas escuras de pano de saco; da boca deles sairá fogo que
devorará os seus inimigos (Jr 5.14); terão capacidade de trancar o céu, de
maneira que não chova durante o tempo que estiverem profetizando (1 Rs 17.1) e
terão o poder de transformar agua em sangue e ferir a terra com toda espécie de
pragas (Ex 7.14).
Mas as duas testemunhas são mortas pela besta (Ap. 11.7); e
os cadáveres são expostos à zombaria nas ruas da cidade (vs. 9,10). A
humanidade rebelde tem uma longa história de rejeição da palavra de Deus
revelada e aplicada, desejando desesperadamente ser dona do próprio nariz,
querendo ser “como deuses”. “As pessoas vão se alegrar com o espetáculo,
gritando: Viva a liberdade! Vão pedir uma celebração com trocas de presentes,
pois os dois profetas atormentavam a consciência do mundo inteiro, tornando impossível
para eles desfrutar seus pecados” (A Mensagem).
Moisés morreu – não temos que nos lembrar do objetivo da
criação; Elias morreu – não precisamos pensar no destino que nos espera! ESTAMOS
LIVRES PARA EXPLORAR A TERRA, OPRIMIR OS INIMIGOS, MANIPULAR OS AMIGOS,
DESFRUTAR DAS NOSSAS EMOÇÕES E MIMAR NOSSOS CORPOS. “Se Deus não existe, tudo é
permitido” Os irmãos Karamazov. LOGO, SOU NILISTA.
Mas a festa é interrompida antes de atingir o ponto máximo: “Depois
de três dias e meio” as duas testemunhas são ressuscitadas e são levadas diante
de todos ao céu, nas nuvens com Deus. E, caiu um grande temor sobre todos,
medo.
Em 1572, na noite de São Bartolomeu na França, setenta mil
protestantes foram mortos por ordem da rainha e a aquiescência do Papa. Em
1789, ne revolução francesa, milhares de cristãos foram mortos. Na revolução
russa, de 1917, o comunismo ceifou milhões de cristãos, em nome da ideologia.
No século XVIII os iluministas profetizaram a morte do cristianismo. Mas,
chegou o Reavivamento e a igreja emergiu das cinzas.
Conclusão:
Nos versículos 9 e 10 do capitulo 11 vemos uma espécie de
celebração em todas as capitais do mundo “gente de todos os povos, tribos, línguas
e nações”. Agora, no soar da sétima trombeta “no céu fortes vozes que
proclamavam o reino do mundo se tornou de Nosso Senhor e do seu Cristo e ele
reinará pelos séculos dos séculos” (v.15). Os vinte e quatro anciãos se dobram
diante do trono de Deus e louvam a Deus e o cordeiro. O capítulo, termina
quando o santuário de Deus se abre e João vê a arca da aliança.
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