terça-feira, 25 de junho de 2019


As duas testemunhas – Ap. 11


Introdução:
Vimos, no capítulo 10, “um ano poderoso... Havia um arco-íris sobre a cabeça dele, o rosto brilhava como o Sol e suas pernas eram como colunas de fogo. E tinha um pequeno livro aberto na mão”. Em seguida, o anjo levantou a mão direita ao céu e jurou por aquele que vive para sempre e que o tempo estava cumprido: “EIS QUE NÃO HAVERÁ MAIS DEMORA” (V.6).

Então o ancião “e a voz que eu do céu tinha ouvido falar comigo” disse: “...pegue o livro da mão do anjo que está sobre o mar e a terra”. Então, o anjo forte lhe disse: “Pegue. Pode comer. Vai ser doce como o mel, mas no estomago vai parecer amargo”. Doce é a palavra de Deus quando nos alimentamos dela “Então abri minha boca, e me deu a comer o rolo...Então comi, e era na minha boca doce como o mel” (Ez 3.2-3). Amargo é quando testemunhamos e gera rejeição, zombaria, desdém dos ímpios. O testemunho sempre envolve as polaridades de doçura e amargura. Mas, a ordem é: “Profetize de novo, a muitos povos, nações, línguas e reis”.

1)    Medindo o Santuário
O termo grego NAOS “santuário” refere-se à parte central do templo e incluía o chamado Lugar Santo e o Santo dos Santos. O caniço era uma espécie de bambu fino, media 3 metros e servia como uma grande régua (Ez 40.3). 


O lugar medido – o santuário – representa visualmente a comunidade cristã em culto, ouvindo a pregação da palavra de Deus e oferecendo suas orações.  “Não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem femea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28). Essa figura é a mesma que aparece dos 14000 selados (Ap 7.4) e dos homens que receberam o selo de Deus (Ap. 9.4). “Em que também vós estais, depois que ouviste a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e tendo nele também crido, foste selados com o Espírito Santo da promessa; que é o penhor da nossa herança da possessão adquirida, para louvor da sua glória” (Ef 1.13-14)

Já o pátio dos gentios era um espaço concedido aos gentios nos limites do templo. Portanto, as linhas são claras; as dimensões especificas – o lugar foi medido. Os cristãos em culto encontram seu lugar no cosmo da redenção (Ef 2.5-9). Foram estabelecidos limites para a anarquia diabólica. O lugar do culto encontra-se estabelecido, é inviolável, de forma que conseguimos reunir energia para a vida árdua de testemunho que recebemos. 


O lugar de culto está protegido, mas o testemunho, não. O pátio dos gentios, onde ele acontece, não foi medido. Lá, as coisas sagradas e aqueles que falam sobre elas são tratados com desprezo. No mundo – pátio dos gentios – os cristãos, enfrentam solidão, suspeita, alheamento e, de vez em quando, abuso. “Mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor...” (1 Co 15.28). No testemunho, a instrução é importante, mas a coragem, essencial, pois ele envolve batalha intensa (Ef 6.12).

No pátio dos gentios a cidade será pisada por quarenta e dois meses ou 1260 dias (v.2). A expressão apocalíptica: “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”, ou seja, são expressões equivalentes. São três anos e meio, ou ainda, metade de uma semana completa de anos (Dn 7.25, Dn 9.27). Essas expressões: quarenta e dois meses, 1260 dias, um tempo dois tempos e metade de um tempo referem-se a um termo curto de aflição irrefreável (Mt 24.22).

2)    As testemunhas
Em Mateus 17 temos a transfiguração de Jesus. Ele levou consigo Pedro, Tiago e João. Enquanto a glória do céu brilhava através do corpo de Jesus, duas testemunhas (Mt 17.3) conversavam com ele, atestando (testemunhando) que ele era o Messias. Foram envoltos por uma nuvem, uma voz vinda do céu confirmou o testemunho: “Este é o meu Filho amado em que me agrado. Ouçam-no! ” Agora, eles, Pedro, Tiago e João, são as testemunhas.

As figuras anônimas de apocalipse 11 são as mesmas do Monte da transfiguração, Moisés e Elias. Moisés, o transmissor da lei, e Elias, exemplo de profeta. Lei e profecia são o conteúdo de toda testemunhas. A lei mostra como Deus se envolve em nossa vida. A profecia diz como nos envolvemos na dele. As duas testemunhas apontam para Cristo, que revela tudo de Deus em nós, e também é nossa total resposta a ele. 

A lei (Moisés) é a revelação da verdade de Deus. O universo não surgiu do acaso (Gn 1), e os fatos não ocorrem por sorte. Existe razão, ordem, sentido e moralidade. No livro de Êxodo temos os dez mandamentos: Não terás outros deuses além de mim; Não farás imagem de escultura; Não usem o nome de Deus em vão; Guardem o dia de sábado; Honrem seu pai e sua mãe; Não matarás; Não adulterarás; Não furtarás; Não difamar o próximo e não cobiçar a casa do próximo, esposa, etc.

Profecia (Elias) é a aplicação imediata da verdade divina na história corrente e pessoal. A profecia é um chamado para viver a verdade revelada, não apenas reconhece-la; nos detalhes das nossas vidas. A profecia se dirige à vontade, com um convite para participar da vontade de Deus. A profecia faz uma ponte entre a vida terrena e a vida eterna.

Características das testemunhas: profetizarão durante 1260 dias; usam roupas escuras de pano de saco; da boca deles sairá fogo que devorará os seus inimigos (Jr 5.14); terão capacidade de trancar o céu, de maneira que não chova durante o tempo que estiverem profetizando (1 Rs 17.1) e terão o poder de transformar agua em sangue e ferir a terra com toda espécie de pragas (Ex 7.14).

Mas as duas testemunhas são mortas pela besta (Ap. 11.7); e os cadáveres são expostos à zombaria nas ruas da cidade (vs. 9,10). A humanidade rebelde tem uma longa história de rejeição da palavra de Deus revelada e aplicada, desejando desesperadamente ser dona do próprio nariz, querendo ser “como deuses”. “As pessoas vão se alegrar com o espetáculo, gritando: Viva a liberdade! Vão pedir uma celebração com trocas de presentes, pois os dois profetas atormentavam a consciência do mundo inteiro, tornando impossível para eles desfrutar seus pecados” (A Mensagem). 

Moisés morreu – não temos que nos lembrar do objetivo da criação; Elias morreu – não precisamos pensar no destino que nos espera! ESTAMOS LIVRES PARA EXPLORAR A TERRA, OPRIMIR OS INIMIGOS, MANIPULAR OS AMIGOS, DESFRUTAR DAS NOSSAS EMOÇÕES E MIMAR NOSSOS CORPOS. “Se Deus não existe, tudo é permitido” Os irmãos Karamazov. LOGO, SOU NILISTA.

Mas a festa é interrompida antes de atingir o ponto máximo: “Depois de três dias e meio” as duas testemunhas são ressuscitadas e são levadas diante de todos ao céu, nas nuvens com Deus. E, caiu um grande temor sobre todos, medo.

Em 1572, na noite de São Bartolomeu na França, setenta mil protestantes foram mortos por ordem da rainha e a aquiescência do Papa. Em 1789, ne revolução francesa, milhares de cristãos foram mortos. Na revolução russa, de 1917, o comunismo ceifou milhões de cristãos, em nome da ideologia. No século XVIII os iluministas profetizaram a morte do cristianismo. Mas, chegou o Reavivamento e a igreja emergiu das cinzas.

Conclusão:
Nos versículos 9 e 10 do capitulo 11 vemos uma espécie de celebração em todas as capitais do mundo “gente de todos os povos, tribos, línguas e nações”. Agora, no soar da sétima trombeta “no céu fortes vozes que proclamavam o reino do mundo se tornou de Nosso Senhor e do seu Cristo e ele reinará pelos séculos dos séculos” (v.15). Os vinte e quatro anciãos se dobram diante do trono de Deus e louvam a Deus e o cordeiro. O capítulo, termina quando o santuário de Deus se abre e João vê a arca da aliança.


Nenhum comentário:

Postar um comentário