PROFETIZE DE NOVO – AP 10
Vimos, no capítulo 9, a quinta e a
sexta trombeta. As primeiras quatro atingem a natureza: a terra, o mar, o rio,
os astros do espaço; um terço de tudo perece. Na quinta trombeta, vimos, demônios
soltos do grande abismo por abadom, cujo intento era atormentar os homens,
trazendo-lhes sofrimento existencial como a dor de uma picada de escorpião.
Na sexta trombeta, vimos mais de
duzentos milhões de demônios, soltos, com a missão de matar um terço da raça
humana. Suas características: parecem com cavalos, dentes de leão e cauda de
serpentes.
1) Testemunha - martus
Antipas, da igreja de Pérgamo,
morreu na perseguição. Foi chamado de “minha fiel testemunha” (Ap 2:13).
Nada sabemos sobre ele, mas sua coragem custou-lhe a
vida e Jesus confere a ele seu próprio titulo, de “fiel testemunha”.
Tudo que ele precisava fazer para não morrer era dizer: “Cesar é o Senhor”.
Mas, como podia Antipas negar o nome de Cristo e sua fé nele? Antes, Jesus tinha
sido descrito com a frase idêntica “testemunha fiel” (Ap 1.5), e também
como “testemunha fiel e verdadeira” (Ap 3.14). De antipas, foi dito que “foi
colocado dentro de um boi de bronze e esse foi levado ao fogo até ficar
vermelho, morrendo sufocado e queimado’” (Tertuliano) Quanto a Jesus, o texto afirma também que ele
era “o primogênito dentre os mortos” (Ap 1.5).
A palavra que no primeiro século
significava falar a verdade sobre Deus, martus, veio para
nossa língua como “mártir”, aquele que perde a vida por dizer o que pensa. “Mas
recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas...” (Atos .8). A PRINCIPAL DIFICULDADE NA MANUNTENÇÃO DO TESTEMUNHO
CRISTÃO É A TIMIDEZ (2 Tm 1.7).
“Testemunho” era o relato pessoal de
uma conversa. Profetas e apóstolos adquiriram a reputação de falar sem medo.
Corriam grandes riscos. A taxa de mortalidade deles, pelo menos em Israel, era
muito elevada (Hb 11.36-38). Mais adiante no Apocalipse, João verá a
grande prostituta “embriagada com o sangue dos santos, o sangue das testemunhas
de Jesus” (Ap 17:6).
2) Anjos. Quem são?
Do grego “angelos” e do hebraico
“Malak” que significa literalmente “mensageiro, enviado” (Lc 7:24 e
Hb1:14: “não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a
favor do que hão de herdar a salvação?”). “O anjo é uma criatura espiritual,
sem corpo, criado por Deus para o serviço da cristandade e da igreja”. Martinho
Lutero. “Os anjos são distribuidores e administradores da beneficência divina
com relação a nós. Eles dão atenção à nossa segurança, encarregam-se da nossa
defesa, dirigem nossos caminhos e exercem uma solicitude constante no sentido
de que nenhum mal nos atinja”. João Calvino.
Os anjos são reais, apocalípticos, enormes, impetuosos, caminham sobre o mar e
a terra. Tem o inferno nas narinas e o céus nos olhos. “O mundo de Deus é muito
mais rico do que aquilo que podemos ver em nosso planeta”. “HÁ MAIS MISTÉRIOS
ENTRE OS CÉUS E A TERRA DO QUE A VÃ FILOSOFIA DOS HOMENS POSSA IMAGINAR”.
William Shakespeare
“Criaturas sem pecado que habitam um
mundo em que a matéria não estorva o espírito, que a usa com liberdade, sem
limitações. Ao mesmo tempo são criaturas que, a despeito de terem inteligência
mais elevada, colocam-na a serviço da causa da redenção, proteção e direção da
humanidade terrena”. Eugene Peterson
As escrituras apresentam o anjo de duas maneiras: 1) na forma de pessoas
comuns, semelhantes ao homem. Três homens apareceram a Abraão e Sara, que só
mais tarde perceberam que eles eram anjos (Gn 18.2). O autor de Hebreus
aconselha a prática da hospitalidade com o seguinte argumento: “... foi
praticando-a que, sem saber, alguns acolheram anjos” (Hb 13:2); 2) manifestam
também por meio de visões, quando se apresentam de maneira extravagantes,
figuras imensas que enchem o céu (Ap 10.1)
Em Apocalipse 10:1 vemos a descrição do
anjo: Coroado pelo arco-íris: o arco-íris aparece ao redor do
trono de Deus (Ap 4:3). Fala que o trono de Deus é um trono de misericórdia,
antes de ser um trono de juízo. O rosto brilhando como o sol: Esta
é a mesma descrição de Jesus Cristo no início do apocalipse. Pisando no
Oceano e na terra: Deus é soberano sobre tudo. Duas imensas colunas de
fogo como pernas: juízo.
3) Sete trovões (vs. 3 e 4)
O anjo poderoso abre sua boca e ruge
como leão, e a resposta é meteorológica: sete trovões (Ap 10:4). Sabemos dos
sete selos, sete chifres, sete trombetas, sete selos, sete taças... mas
“...guarda em segredo as coisas que os sete trovões falaram e não as escreve”.
Jesus havia dado conselho semelhante sobre lanças pérolas aos porcos (Mt
7:6).
Ao descer do monte da
Transfiguração, Jesus instruiu os três discípulos: “Não contem a ninguém o que
voces viram” (Mt 17:9), não porque ninguém nunca devesse saber, mas porque não
era a hora certa; Eclesiastes 3:7: “tempo de calar e tempo de falar”.
3) Pega o livrinho e come!
É a segunda vez que esse anjo aparece.
Na primeira, estava diante do livro selado, perguntando insistentemente se
havia alguém capaz de abri-lo (Ap 5.1-2). Aqui, ele segura o mesmo livro que
agora está aberto – o significado foi revelado por meio da pregação. O apostolo
pega o livro (vs. 8 e 9) que o anjo lhe mostra. “LIVRO” significa REVELAÇÃO
INTELIGIVEL. A história na qual vivemos tem SENTIDO, ENREDO E PROPOSITO. “Eis
que não haverá mais demora” (v.6). “HOJE É O DIA DA SALVAÇÃO” (Is
55.6).Vivemos em um agora intenso e eterno. “PARA O SENHOR, UM DIA É COMO
MIL ANOS E MIL ANOS COMO UM DIA” (2 Pe 3.8). Por isso que temos que
testemunhar...
O anjo manda João, além de pegar, COMER O LIVRO . Com isso, ele consome
tudo, assimilando-o nos tecidos da vida (Sl 40.8).João pega o livro, A
VOZ CELESTIAL DIZ: “Vá, pegue o livro (Biblion) aberto que está na mão do
anjo”. Ele conta o que aconteceu a seguir: “...me aproximei do anjo e lhe pedi
que me desse o livrinho (Biblaridion)”. Apocalipse 10:10, diz: “peguei o
livrinho (Biblaridion) da mão do anjo...”.
John Egglen jamais pregara um sermão em sua vida. Nunca! Não significava
que ele não quisesse fazer, apenas nunca precisaria. Mas certa manhã o fez. A
neve deixou a cidade, completamente branca. Ao acordar naquele domingo em
janeiro de 1850 pensou em ficar em casa. Quem iria a igreja com aquele tempo?
Então reconsiderou. Além do mais ele era diácono e se dos diáconos não fossem,
quem iria? Então, calçou as botas, colocou chapéu e andou quase 10 km até a
igreja. Ele não foi o único membro que pensou em ficar dentro de casa, pois
apenas 13 pessoas compareceram. Doze membros e um visitante. Até o pastor ficou
impedido pela neve. Alguém sugeriu que voltassem para suas casas. Egglen não
deu ouvidos, eles vieram de tão longe, então realizariam o culto. Além do mais
havia um visitante. Um garoto de 13 anos. Quem pregaria? Pelo fato de ser o único
diácono presente, era ele que estava com a Palavra. E assim pregou. O tema da
mensagem fora em Isaias 45.22: “Olhai para mim e sereis salvos”. Ele vagueou e
não foi objetivo na tentativa de abordar alguns pontos. Ele não tinha eloquência
e muito menos habilidade de um orador. Mas no final uma coragem característica
de sua personalidade aflorou, e de maneira convicta ele dirige o seu olhar
diretamente para o garoto que estava assentado nas primeiras fileiras, e o
desafia: Jovem olhe para Jesus! Olhe firmemente para Ele. Olhe jovem! E o própria
garoto, agora um homem respondeu: “Eu olhei, e então a nuvem do meu coração se
dissipou, as trevas foram embora e naquele momento puder ver o Sol. Eu olhei e
contemplei o filho de Deus na Cruz, o túmulo vazio e eu puder crer. Eu olhei, e
fui invadido por uma graça tal que me fez estremecer... Então não pude
resistir! O nome do garoto? Charles Spurgeon, príncipes dos pregadores.
Contudo – e aí reside a ironia da
doçura da palavra do testemunho, muitas vezes há rejeição, e aquele que
testemunha sente a amargura da rejeição em seu estomago (Ez 2:8-10; 3:3).
Jeremias, quase da mesmo época de Ezequiel, não teve sorte melhor (Jr 1:10;
20:8). O testemunho sempre envolve as polaridades de doçura e amargura
(Mt 11:28; Cl 3:5-6).
CONCLUSÃO: “... é preciso que voce
profetize de novo acerca de muitos povos, nações, línguas e reis” (Ap 10:11).
“NÃO HÁ APOSENTADORIA NO SERVIÇO DO TESTEMUNHO”. “De novo”. PROFETIZE DE
NOVO. NÃO PARE!
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